No segundo dia em Delhi, decidimos, logo pela manhã fazer um pouco de turismo pela cidade. Começamos pela Old Delhi, que apesar do nome não é a parte mais antiga da cidade mas é onde se situa o monumento mais importante, o Lal Qila (Red Fort) cujo nome advém da cor da pedra com que foi construído: arenito vermelho.
O monumento data da época mongol e foi construído no século XVII. Apesar do rico conjunto de edifícios, a visita não foi propriamente satisfatória, pois muitos deles estão encerrados para obras e os restantes não se encontram no melhor estado.
Na Índia, como em muitos outros países, existem tarifas diferentes para nacionais e para estrangeiros nas entradas de museus e monumentos, com diferenças significativas nos preços; por exemplo, no Lal Qila, o bilhete normal é de 25 rupias, mas nós pagamos 250 rupias, cada um.
Com a desilusão ainda presente, após a visita ao Lal Qila, dirigimo-nos para o centro de Old Delhi, que é uma zona dominada por muçulmanos, que facilmente se identificam pela roupas e onde se nota uma maior concentração de mulheres de véu.
É nesta zona que se encontra a maior mesquita de Delhi, a Jami Masjid. À entrada tivemos que passar pelos zelosos guardas da mesquita, que controlam a vestimenta dos turistas: o calçado tem que ficar na entrada, nada de calções, saias curtas ou ombros descobertos. Para resolver isto são “alugados” panos com que os turistas se cobrem. Mas valeu realmente a pena. O edifício é magnífico, construído de forma quadrangular (com quatro entradas, orientadas pelos pontos cardeais) de forma a criar uma gigantesco pátio interior. Esta disposição e as maciças paredes permitem criar um ambiente recatado, longe do frenesim do exterior, propicio à oração e à reflexão.
Mas a surpresa surgiu quando, ao tentarmos fugir da confusão das ruas e do calor que têm um crescendo com a aproximação da hora do almoço, encontramos um templo, desta Jainista.
O Jainismo trata-se de uma religião muito semelhante ao Hinduismo, que nasceu na Índia à mais de 2500 anos, mas que tem pouca expressão em termos de população. Defendem a prática da não-violência, e o respeito por todos os seres vivos.
Esta é uma das características da Índia, a diversidade de religiões e a aparente tolerância entre elas. Mais de oitocentos milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus; outros grupos religiosos com presença no país são muçulmanos (13,4%), cristãos (2,3%), siks (1,9%), budistas (0,8%), jainistas (0,4%), judeus, zoroatristas. Não sei até que ponto estes dados são corretos, mas aqui tenho notado, relativamente aos estados que visitei no sul, uma forte presença de Siks, que se distinguem pelo seu porte distinto, barbas e turbante.