Até à alguns anos atrás Pushkar era pouco mais do que uma rua de se desenvolvia ao longo do lago, dando acesso aos principais gahts, com algumas lojas dedicadas à venda da parafernália dedicada à realização do puja. Hoje já são poucas essas lojas, tendo surgido inúmeras lojas, cafés e restaurantes dedicados ao turismo tanto nacional como estrangeiro.
Mesmo assim, dado que é uma cidade sagrada, mantêm-se algumas regras como a proibição de comer comida não-vegetariana, fumar (se bem que nem sempre é respeitado) e beber álcool. Junto aos ghats é proibido andar calçado ou mesmo pousar os sapatos no chão. Alguns peregrinos chegam mesmo a fazer a percorrer a povoação descalços.
Aqui encontramos lojas de CD, escolas de yoga, centros de meditação, escolas e dança indiana, padarias alemãs (seja lá isso o que for), venda de papel higiénico, restaurantes com comida ocidental que vai desde pizzas a comida mexicana ou tibetana sem esquecer as especialidades israelitas e várias livrarias, coisa rara nos locais por onde temos passado… muito livros de yoga, ayurveda, hinduísmo, Osho, Paulo Coelho, Deepak Chopra, Murakami, Naipul, Paul Theroux e muita mais literatura estrangeira, tanto em inglês, como em francês ou mesmo em hebraico.
Os nossos pequenos almoços deixaram de ser chamussas ou lassies para passarem a ser torradas ou papas de aveia com banana e mel. Tudo isto faz com que a comida seja mais cara e não tão boa como estávamos a ficar habituados.
Mesmo assim continuamos a comer comida tradicional indiana, sempre vegetariana, às outras refeições, conseguimos comer os tradicionais thalis, que consiste numa refeição servida num prato metálico, com várias pequenas taças ou concavidades destinadas a três porções de comida: sopa de lentilhas, carril de legumes, outro carril de legumes, por vezes um achaar (uma espécie de pickle) e sempre acompanhado por puris, chapatti. Por vezes pode ter também um doce ou iogurte.
No penúltimo dia da nossa estadia em Pushkar podemos assistir ao encerramento dos festejos Holi Fest, uma data importante no calendário das festividades hindus, onde são lançados ao ar pigmentos das mais variadas cores. Temos encontrado alguns vestígios desta festa em vacas e cães. Neste ultimo dia a festa que vimos consistia numa espécie de procissão, com música e dança, que percorre a rua principal de Pushkar, onde os habitantes desenham mandalas e outros desenhos no chão, com pigmentos em pó. O ritmo da festa é marcado pela música frenética e estridente, debitada em alto volume por um veículo adaptado para o efeito munido de poderosos altifalantes. A fechar o cortejo vinha outro veículo que transportava o ruidoso gerador a gasóleo de forma a alimentar a carro do som e as iluminações transportadas por alguns dos crentes que acompanhavam a procissão.
Dia 11 de Abril fomos recebidos pelos donos do hostel onde estamos instalados com um “happy new year” que nos deixou um pouco perplexos. A pesar de na Índia se seguir o calendário internacional, os hindus têm o seu próprio calendário. vão no ano de 2070. Não encontramos festejos muito significativos, ao contrário do que estávamos à espera, com exceção do aumento do número de peregrinos nos templos.












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Estamos instalados no Hotel Akash, que é explorado por um casal formado por uma alemã e por um indiano, e Eva e o Deepak. Fica situado numa rua secundária de Pushkar, mas a menos de 5 minutos do lago e do Brahma Temple, o principal templo da cidade.
O quarto é um pouco rústico mas é limpo e tem as condições necessárias para relaxarmos: casa de banho, janelas, toalhas, ventoinha e espaço, o que por 400 INR é bastante bom. No andar de cima temos um terraço que durante o dia é demasiado tórrido, o que nos leva a passar as horas de maior calor no piso de baixo, que forma uma espécie de pátio. O hotel está praticamente vazio, mas mesmo assim permitiu-nos ter contacto com um casal de inglês com vasta experiência de viagem pela Índia que nos deram preciosas informações. Nos ultimos dias da nossa estadia apareceram mais visitantes, um deles um português; já encontramos diversos conterrâneos aqui na India, tanto em férias como em viagens prolongadas.
//www.hotel-akash.com/








Depois de seis dias em Pushkar, decidimos partir para norte em direcção da Dharamsala, que se situa nas montanhas, e onde o lima é mais ameno. O plano de ficar até ao fim do mês de Abril pelo Rajastão foi alterado pois o calor desencoraja grandes viagens, e as cidades mais para oeste ainda têm temperaturas mais elevadas.
Espera-nos uma viagem de comboio de 16 horas.