Tanto Mcleod Ganj como Dharamkot e Bhagsu são locais de eleição para quem se interessa por meditação e yoga. Aqui podem-se fazer cursos e realizar retiros de meditação Vipassana ou de Budismo.
Existe também uma vasta oferta de terapias holísticas e esoterismo: panchakarma, reiki, massagem tibetana, om, russa, thai, thai-yoga ou ayurvedica, leitura da aura, reflexologia, tarot, tai-chi, regressão, astrologia védica, terapia sacro-craniana, meditação tântrica, hipnose…
Existem também, cursos de culinária indiana e tibetana, joalharia, macramé, aulas de hindi, entalhe em madeira, tricot e aulas de música, existindo aqui inúmeras escolas que ensinam a tocar, tablas, citar, didgeridoo, djambé e de flauta. Isto proporciona inúmeras possibilidade de assistir a concertos em cafés e chill-out que podem surgir de forma espontânea; em contrapartida somos por vezes atormentados com o som de algum aluno a ensaiar arduamente. Os estudantes de Flautas estão a dar cabo de nós 😉
Toda esta oferta permite ocupar os dias aos inúmeros visitantes, maioritariamente europeus, que se demoram semanas ou meses por estas montanhas. Contudo oferece também uma faceta mercantilista, em que se torna difícil destingir a honestidade do oportunismo com que se procura cativar, pelas mais criativas formas, o dinheiro dos ocidentais. A propósito transcrevo um excerto de um livro “Sadhus, going beyond the dreadlocks” de Patrick Levy que descreve a impressão com que ficámos do ambiente que se vive por aqui.
“Since the arrival of tourist, there are ashram for westerners: the all-in-one spiritual supermarket, offering those who arrive with preconceived ideas of Hinduism and confortable asceticism, programs of yoga, and relaxation, meditation, ayurvedic treatments, health and well-being, and spice free vegetarian meals. Everything is à la cart, with extras if needed, but sadhus are not welcome in these places.”
Do que fomos sabendo por algumas pessoas, este é um dos locais que sofreu uma grande mudança nos últimos anos devido ao aumento do numero de visitantes, e que neste momento deve estar a atingir o limite da sustentabilidade, pois por toda a encosta se encontram construções recentes e muitos edifícios em construção ou em ampliação, cada vez maiores, destinados ao alojamento turístico e a restaurantes, fazendo com que se vá perdendo o ambiente rural que ainda persiste em zonas mais afastadas das ruas principais e que de certo cativa e cativou muitos dos visitantes.
Contudo este crescimento não é minimamente planeado nem organizado, não se criando infraestruturas como o saneamento básico ao o abastecimento de água. Falhas no fornecimento de eletricidade também são frequentes; sempre que chove falta a luz… quem disse que a água era um bom condutor elétrico?!?!?!?!