Inicialmente não estava nos nosso planos ir visitar este ou qualquer outro lago na região do Ladakh, pois as distâncias apesar de não serem grandes, obrigam a longas e penosas viagens.
Contudo fomos seduzidos com a possibilidade de irmos visitar o mais próximo destes lago, o Pangong que é acessível por transportes públicos, e que é um dos maiores lagos de água salgada da Ásia, com somente um quarto dos seu 130 quilómetros de comprimento situados na Índia, sendo o restante no território Tibetano.
A viagem de autocarro começou pontualmente às 7 horas da manhã, num decrépito autocarro que somente faz este percurso três vezes por semana, pois a região à volta do lago é escassamente povoada. Como a viagem era longa e cansativa, desenvolvendo-se maioritariamente em montanha, obrigando ao cruzamento de um passo a 5360 metros de altitude, fomos aconselhados por outros viajantes a pernoitar numa das pequenas vilas situadas na margem do lago, e empreender a viagem de regresso no dia seguinte.
As informações em relação à duração total da viagem eram pouco concretas, mas apontavam para cerca de cinco a seis horas para percorrer os 154 quilómetros que separam Pangong de Leh. Contudo fomos confrontados com umas penosas 8 horas de viagem, com as habituais três paragens para refeições e mais duas para apresentar documentação, que para além do passaporte e do visto, acresce uma autorização especial para termos acesso a esta região. Chegámos estoirados, e para nossa e de mais uma dúzia de turistas, o autocarro não ia para a povoação que queríamos Spangmik, mas terminava numa outra, também junto ao lago mas que nunca chegámos a saber o nome, mas que ficava a 8 quilómetros do destino pretendido.
No meio de alguma desilusão e desorientação, formou-se um pequeno grupo entre os viajantes ocidentais, em que nos inserimos e onde discutimos a melhor estratégia a adoptar. Optámos por ficar no local onde o autocarro nos deixou, um conjunto de tendas e de construções precárias que funcionam como restaurantes, pois era daí que na manhã seguinte se iria iniciar a viagem de regresso.
Conseguimos arranjar um local para dormir, numa tenda que partilhamos com o nosso amigo Luke, com que já tínhamos feito a viagem entre Manali e Leh, e com quem temos trocado diversas informações turísticas nas várias vezes que nos cruzámos na cidade de Leh.
A solução de dormirmos na tenda revelou-se bastante razoável, pois apesar do frio e do vento que dominaram a noite junto ao lago, estávamos bastante confortáveis com quentes edredons e colchões macios (coisa rara), tendo pago 100 rupias (1.5€) por pessoas… claro que não havia casa de banho, mas somente uma retrete abrigada por chapas metálicas, plásticos e madeiras.
O lago situado a 4267 metros de altitude rodeado de áridas e despidas montanhas, é de uma beleza rara, com a água a reflectir diversas cores, desde o verde ao intenso azul. Enquanto esperávamos pelo pôr do sol, fomos caminhando ao longo do lago em direção a Spangmik, inicialmente em grupo coeso em entusiástica conversa, mas que aos poucos foi-se dispersando.
Ficámos juntamente com o Luke a meio do caminho, a descansar e a apreciar a paisagem e os cores lago que à medida que a luz do sol ia desaparecendo por trás das montanhas, iam mudando de tonalidades. Segundo dizem o lago apresenta sete cores diferentes…


























No dia seguinte acordámos bem cedo para ver o nascer do sol, que não se revelou tão espetacular como esperávamos, mas não deixou de ter a magia que sempre têm estes momentos. Depois do pequeno almoço, por volta das 8 horas da manhã, regressámos a Leh no mesmo autocarro. A viagem de regresso foi mais rápida, demorando seis horas, dado que o motorista raramente parou e a burocracia com os passaporte foi mais ligeira. Mesmo assim chegamos exaustos.











