Pokhara, rodeada de montanhas é a segunda maior cidade do Nepal, com cerca de 300 mil habitantes. Quase se pode dizer que existem duas cidades bem distintas: uma que se desenvolve junto ao lago Phewa Tal, virada para o turismo e outra, que vai crescendo encosta acima, com avenidas largas repletas dos seus típicos bazares, movimentada, poluída, mas sem a infernal sinfonia de buzinas a que já me tinha habituado nas cidades indianas.
A zona junto ao Phewa Tal, denominada de Lakside, gira em função do turismo onde tudo está adaptado aos padrões de consumo ocidentais, e especialmente às necessidades de quem aqui vem pelas caminhadas. A rua principal encontra-se repleta de lojas de material de trekking e campismo, artesanato nepalês, tibetano e indiano, agências de viagem, lojas de câmbios, spas, massagens, lojas de aluguer de bicicletas e outras dedicadas à canoagem e aos altos de parapente. Por todo o lado encontram-se hotéis e guest houses, e restaurantes com uma grande oferta em termos de culinária internacional, desde a indiana, passando pela francesa, grega, espanhola, alemã, mexicana e como não podia faltar, as pizzas e pastas! No meio disto tudo encontram-se também alguns restaurantes que servem comida nepalesa, em particular o daal bhat, mas adaptado ao gosto ocidental: pouco condimentado e sem picante.
Muitos dos visitantes, somente permanecem em Pokhara o tempo necessário para os preparativos antes de iniciarem os trekking ou no regresso, enquanto esperam pelo autocarro ou pelo avião que os leve de volta a Kathmandu de onde partem para os países de origem, sem tempo nem disponibilidade, contaminado mais do que absorvem, de uma cultura que continuam a desconhecer. Contudo vêm-se aqui um numero significativo de ocidentais que escolheu o Nepal para viver, falando a língua e adaptando os hábitos.
Por todo o lado crescem novos hotéis e novos restaurantes, num frenesim crescente com a aproximação da época alta, de tal forma que os sete dias que passei fora da cidade, durante o trekking ao Annapurna, foram suficientes para se registarem diferenças… mais lojas abertas, mais restaurantes. E significativamente mais gente nas ruas, pois aproxima-se o pico da temporada do trekking que são os meses de Outubro e Novembro.
Mas tudo isto não é suficiente para retirar a beleza ao lago e às montanhas que o envolvem, e que deixam ver, quando as nuvens levantam um pouco de um dos cumes do Annapurna com a sua neve brilhante contra o céu azul. As suas águas tranquilas são local para canoagem e passeios em pequenos barcos, mas também para muitos pescadores que daqui tiram o peixe que se encontra na ementa dos melhores restaurantes.
O ambiente Pokhara junto ao Phewa Tal é tranquilo, quase sem trânsito, e vai ganhado animação com a aproximação do fim do dia, que proporciona noites amenas, com os passeios a encherem-se de habitantes locais e de turistas em busca de um restaurante ou de algum artigo para comprar, enquanto grupos de mulheres vestindo os tradicionais lungis, de pano pousado sobre a cabeça, conversam sentadas sob as poucas árvores de “bodhi” que são o único apontamento verde ao longo da rua principal.
Os últimos dias aqui passados, depois do trekking no Annapurna foram cinzentos e com alguma chuva, que trouxe consigo dias mais frescos, o que proporcionou condições para passeios ao longo do lago, que é usado para tomar banho e lavar a roupa, e para ruidosos mergulhos dos mais novos.
North Lake Guest House
Lakeside, Khahare, Pokhara-6
Tef: 98460-84266
e-mail: [email protected]
Quarto duplo com casa de banho: 500 rupias