De dia para dia a cidade vai-se vestindo de amarelo, assim como os seus habitantes preparando-se para as festas de comemoração do aniversário do Rei Bhumibol no dia 5 de Dezembro. Desconheço a razão da escolha desta cor, mas está associada à figura monárquica, surgindo em bandeiras, grinaldas, faixas e flores que decoram as carros, casas, lojas e ruas e em particular nas roupas envergadas por grande parte dos tailandeses nos dias que antecedem o aniversário do rei.
Fundada em 1351, Ayutthaya foi capital do reino até à invasão Birmanesa em 1782, sendo então substituída por Bangkok, tendo durante o século XVII tido mais de um milhão de habitantes, habitando maioritariamente em barcos-casa atracados ao longo dos vários rios que circundam a cidade. Atestando a sua importância subsiste ainda um significativo conjunto de templos, sendo hoje em dia considerada património mundial pela UNESCO.
A melhor forma de conhecer a Ayutthaya e o seu património é de bicicleta, pois a cidade é plana e o trânsito flui fácil e disciplinadamente.
Mas não só de templos vive Ayutthaya; a cidade tem vida própria e apesar de estar longe de ter a importância que ostentou em tempos, matem uma vida muito própria sobressaindo os mercados, uns a funcionar durante o dia essencialmente destinados à venda de alimentos, outros que só se iniciam à noite, mais focados em roupas e na venda de comida já confecionada que constitui a maior parte das refeições dos tailandeses, e que podem ser comidas enquanto se caminha pelas ruas ou levadas para casa.
A chegada a Ayutthaya, foi mais complicada do que o previsto pois o autocarro que me levou desde Chiang Mai, em direção ao sul, numa viagem nocturna pelas estradas secundárias em direcção a Bangkok (pois o percurso pela estrada principal é mais caro) e que deveria fazer uma paragem na cidade de Ayutthaya, deixou-me algures junto à berma da via rápida. Vi-me assim às 4.30h da madrugada, a saltar separadores de betão de mochila às costas, sem saber muito bem onde estava, com a inevitabilidade e a dificuldade de negociar um preço acessível para ir de táxi para o centro da cidade. Decidi esperar que mais alguém fosse “despejado” dos vários autocarros que seguiam para sul para poder dividir a despesa. Surgiu um casal de espanhóis que foram a companhia e uma benéfica fonte de informações em termos de restaurantes e de alojamento, assim como para explorar a cidade de Ayutthaya, com a qual já estava familiarizados, enquanto pelas 6 horas da manhã íamos comendo um “pad thai” no mercado que iniciava a sua actividade junto à estação de comboios.