Mumbai ou Bombay!
Em 1996 Bombay foi renomeada de Mumbai, como parte da política do partido nacionalista do estado de Maharashtra, do qual é capital, de substituir nomes associados ao império britânico. De facto o nome Bombay remonta da presença Portuguesa que à chegada a este porto, no século XVI, o denominaram de “Bom Bahia”.
Mumbai a grande cidade. Esta é mais uma faceta da Índia ainda desconhecida para mim. Uma Índia moderna, sofisticada e cosmopolita.
A grande urbe de 15 milhões de habitantes que é Mumbai e os seus extensos arredores pode parecer um pouco assustadora à primeira vista, mas para a maioria dos visitantes que fica em Colaba, a zona situada no extremo sul da península onde se situa a cidade, entre o Mar Arábico e o delta do Rio Thane Creek, é mais acolhedora e confortável com as suas grandes avenidas, por onde o trânsito circula densamente, pesados edifícios aos estilo colonial inglês de arquitectura deixada pelo Raj e um extenso parque que aos fins de semana se enche de gente para jogar críquete.
Um grande contraste com os subúrbios expostos a quem aqui chega de comboio, onde por quase uma hora de viagem desfila um cenário de miséria, repleto de barracas, lixo e de cheiro a esgoto emanado das águas estagnadas.
Mais uma vez um país de fortes contrastes, onde a opulenta riqueza choca com a extrema pobreza.
Na zona de Colaba, rodeada de mar dos dois lados, gozando de uma aragem refrescante que compensa o calor e a humidade tropicais, onde a surpreendente presença de árvores e zonas verdes torna as grandes avenidas mais acolhedoras, sobressaem os imponentes e majestosos edifícios construídos durante a presença britânica, numa arquitectura pesada em estilo neo-gótico, onde Victoria Terminus é o exemplo mais dramático com a estação de comboios a assemelhar-se a uma catedral.
De longe o local mais popular de Colaba é a Gateway of India, o maciço arco de pedra ao estilo “arco do triunfo”, construído em 1924 para comemorar a visita à Índia do rei George V e da rainha Mary e por onde ironicamente saiu o ultimo contingente de tropas britânicas, em 1948. Ao fim do dia, mas em especial aos fins de semana este local é inundado de visitantes, grupos e famílias, tirando fotografias e petiscando snacks, que tornam por si só um espetáculo muito mais atractivo do que o pesado marco de pedra.
Não muito longe, no pequeno bairro de Kala Godha vive-se uma atmosfera que nos remete para uma cidade francesa, lojas, cafés e pastelarias, se apresentam com estilosa e sofisticada decoração, oferecendo atractivas e deliciosas iguarias a uma clientela elegantemente vestida.
O Crawford Market, localizado um pouco a norte da estação de comboios Victoria Terminus, numa zona fortemente muçulmana marca pela presença de várias mesquitas, é uma outra face da mesma cidade; uma sucessão de ruas e mais ruas onde se concentra uma intensa actividade comercial, e onde as mercadorias são transportadas, pelas estreitas e apinhadas ruas, em carros de mão ou cestas de bambu que magros e atléticos carregadores equilibram na cabeça ou nas costas, contribuindo uma criar uma quase ininterrupta corrente humana.
Alojamento:
Hotel Lawrence
Kala Godha
Address: Third floor, ITTS House, 33 Sai Baba Marg (down a side road behind the Prince of Wales Museum, off K Dubash Marg), Kala Godha
Ph: (91-22) 2284-3618.
Quarto Individual: 850 rupias
Quarto Duplo: 950 rupias
Quarto Triplo: 1500 rupias
(ver próximo post)
Onde comer:
Como qualquer grande cidade as opções em termos de restaurantes são muitas e variadas, sendo fácil encontrar comida de variados países.
A zona de Colaba, pela localização perto de hotéis e da zona turística e cosmopolita da cidade oferece muitas opções, mas onde os preços são significativamente mais elevados.
Em Kala Godha destacam-se os cafés ao estilo europeu, com preços equivalentes aos praticados na europa, onde se pode saborear um excelente café e encontrar pão, bolos, croissant ou fazer uma refeição ligeira de sandwich ou saladas.
Transportes:
Para quem chega a Mumbai de comboio, vindo de norte, a estação terminal é geralmente Bandra Terminus (BDTS), situada na zona norte da cidade, bastante longe do centro.
Para chegar ao centro, em alternativa aos preços exagerados dos taxis (500 rupias) é possível usar o comboio; contudo esta alternativa implica algum esforço visto que é necessário mudar de terminal, o que implica caminhar em direção a sul, cerca de um quilómetro, numa rua pouco convidativa, até encontrar Bandra Junction (Bandra Jn). Também se pode fazer este trajecto de tuk-tuk (30 rupias) mas uma espécie de acordo entre os condutores que se encontram à saída da estação faz com que o preço dificilmente desça abaixo das 100 rupias por pessoa, o que é um exagero para a curta distância a percorrer.
Em Bandra Junction (Bandra Jn) apanha-se o comboio para a estação de Churchgate. Daqui até Colaba é uma distância razoável para ser feita a pé, contudo o peso da bagagem pode obrigar a usar um táxi… sim, táxi, pois no centro da cidade não circulam tuk-tuks.
Muitos dos comboios com destino a sul, Goa, Kerala, etc partem da Chhatrapati Shivaji Terminus (CST), também conhecida por Victoria Terminus (VT), que é a principal estação da cidade, com serviço de comboios suburbanos e de longo curso.