Apesar de ser a terceira maior cidade do Irão, Esfahan (ou Isfahan), com os seus parques e jardins, as ruas ladeadas de árvores e o Rio Zayandeh cujas margem densamente ajardinadas são local de eleição para a população local passear saboreando o ar fresco do fim do dia, faz esquecer que aqui vivem uma população de perto de dois milhões de habitantes e que a toda a volta a paisagem pouca mais tem a oferecer do que deserto.
A cidade de Esfahan desenvolveu-se durante séculos ao longo do Rio Zayandeh, cujas águas descendo desde as montanhas Zagros (Zagros Maountains) irrigam os campos em redor tornando a paisagem cada vez mais verde à medida que nos aproxima-mos da cidade, deixando para trás extensas planícies intercaladas por desérticas montanhas. Paisagem que apesar da sua vastidão que inspira um sentimento de expansão e de liberdade se torna monótona convidando ao sono durante as viagens de autocarro.
O Rio Zayandeh, o maior localizado no planalto central do Irão, e que ao contrário de muitos outros rios apresentava caudal durante todo o ano, desde 2010 que secou quase totalmente devido à construção de barragens a montante para irrigação de campos agrícolas, deixando as mais de quatro pontes construídas durante a dinastia Safavid, que governou a Pérsia entre 1501 to 1722, e as outras construídas mais recentemente, ligando margens sobre um leito de argila seca onde cresce abundante vegetação.
Contudo a água que chega a Esfahan é bastante para manter verdes os jardins que se estendem ao longo do rio e frondosas as árvores existentes um pouco pela várias artérias do centro da cidade que para além da sombra proporcionam também uma atmosfera agradável.
À medida que o sol vai desaparecendo e o ar fica mais fresco, a população findo o dia de trabalho encaminha-se para os jardins junto ao rio, em família ou grupos de amigos, caminhado, petiscando pevides, conversando, deliciando-se com gelados… ou simplesmente admirando a calma paisagem e as magníficas cores do pôr-do-sol que tinge o céu de tons de vermelho e violeta. Ao longo das várias pontes que ligam as duas margens da parte central de Esfahan – Si-o-seh, Khaju e Joubi Bridge – músicos reúnem-se para tocar e cantar músicas iranianas cuja melancolia combina com o ar morno e as cores quentes que iluminam estas construções centenárias.
Pontes sobre o Rio Zayandeh
- Si-o-seh Pol, que apesar de oficialmente ser chamada de Allāhverdi Khan Bridge, toda a gente identifica por “ponte dos 33 arcos” ou seja em farsi Si-o-seh, construída em 1632
- Khaju Bridge (Pol e-Kanju) ponte pedonal construída em 1650
- Joubi Bridge (Pol-e Joui) mas também chamada Choobi Bridge, construída em 1665
- Shahrestan Bridge (Pol-e Shahrestan) construida no século XI, é a mais antiga e também a que fica mais afastada do centro de Esfahan
Alojamento:
Entre os backpackers Esfahan é reconhecida unanimemente como a cidade do Irão onde é mais difícil encontrar alojamento a preços acessíveis, mesmo para quem abdique de algum conforto. A opção foi o Shad Hostel, que de hostel só tem o nome sem um hotel normal, com quarto que podem ser partilhados por três pessoas.
Shad Hostel
Address: Chabar Bagh Abbassi Street (mesmo por cima de uma loja de gelados)
Quarto individual: 400.000 rials
Quarto duplo: 600.000 rials
Com casa de banho e wi-fi (com a password a mudar várias vezes ao dia).
Sem pequeno-almoço.
Os quartos são pouco espaçoso e decadentes a precisar de melhoramento, mas mesmo assim aceitáveis. O staff não fala inglês e mostra-se pouco prestável. O Shad Hostel, vale sobretudo pela boa localização a igual distância da Imam Square (officially called Naqsh-e Jahan Square) e da Si-o-seh Pol.
Onde comer:
Como não é fácil encontrar comida vegetariana nos restaurantes da chamada fast-food, e para evitar os fritos do falafel, a sopa ash-e reshteh foi a opções mais frequente durante a estadia no Irão, verificando-se que varia um pouco a receita e os ingredientes de cidade para cidade.
A melhor foi a de uma pequena loja, situada no lado direto da Hafez Street, no sentido de quem vem da Iman Square, que é servida com pão e regada com kashk, uma espécie de natas azedas; custa 30.000 rials.
Esta loja também serve o halim (haleem) feito à base de trigo em grão, leite e carne (de borrego ou peru), que são cozinhado por muito tempo, sendo depois triturada até ficar em puré espesso; encontrando-se algumas versões com açafrão. Pode ser servida simples ou com açúcar e canela e não é muitas vezes consumida ao pequeno-almoço…. uma espécie de porridge mas mais rico e calórico.
Em termos de doces, Esfahan é conhecida pelo fereni, um pudim de leite, que é servido com uma calda feita de tâmaras… deliciosa combinação. A escolha foi para a pequena loja na Hafez Street, a Hafez Golha, situada no lado esquerdo de quem vem da Imam Square ((officially called Naqsh-e Jahan Square).
Transportes:
O terminal de autocarros de Esfahan, Kaveh Bus Terminal, fica afastado do centro da cidade e não foi possível obter informações sobre como lá chegar de autocarro publico. Por isso a solução foi o táxi, que custou 100.000 rials (que foi dividido por 3 pessoas). A alternativa são ao táxi partilhados que não são fáceis de identificar para quem não está habituada aos habituais locais de paragem, sem bem que podem parar em qualquer local se assim for solicitado. Estes taxís partilhados (share-taxi) não estão identificados mas são geralmente veículos muito velhos de cor branco ou cinzenta.
Do moderno e bem organizado, mas de difícil orientação, Kaveh Bus Terminal, partem ao longo de todo o dia autocarros para os principais destinos do país, incluindo Tehran, Shiraz e Yazd, existindo muitas empresas a fazer estas ligações, não sendo necessário reserva com antecedência a não ser que se pretenda um horário muito preciso ou se esteja a viajar em fins-de-semana ou épocas festivas.