Tabriz foi a primeira paragem num itinerário de um mês pelo Irão, cabendo-lhe a pesada responsabilidade ao criar uma primeira impressão de um vasto e diversificado país, que se estende desde o Mar Cáspio ao Golfo Pérsico, da Turquia ao Afeganistão, do Iraque ao Paquistão, fazendo ainda fronteira com o Turquemenistão, a Arménia e o Azerbaijão.
A cidade de Tabriz, que chegou a ser capital do Irão, mas dada a sua posição geográfica que a formava muito vulnerável aos ataque do Império Otomano, é actualmente capital da província do Azerbaijão, onde uma significativa parte da população é Azevi, constituindo o maior grupo étnico do Irão.
Tendo sido um ponto de paragem obrigatório na Rota da Seda, é ainda hoje um dos mais antigos bazares do Médio Oriente, e o maior bazar coberto do mundo, continuando a ter um papel fundamental na actividade comercial do país, em especial pelo comércio de tapetes… os lendários tapetes persas!!
O bazaar é claramente dominado pelo comércio de tapetes, que se apresentam em lã ou em seda, com motivos geométricos ou florais, com retratos ou com inscrições religiosas, negócio pelo qual Tabriz tem fama mundial. E paralelamente à venda de tapetes existem um grande diversidade de lojas que estão associadas a sua produção, como a venda matéria-prima para a sua execução, tanto os fios de algodão que servem de trama, como a lã com que são tecidos a maioria dos tapetes.
Mas apesar de grande parte da área ser dedicada aos tapetes, o Bazaar de Tabriz tem muito muito mais para oferecer: zonas dedicadas à venda de tecidos e roupa, onde sobressaem os lenços para cobrir a cabeça, que aqui se encontram num numero infindável de variações. Por vezes somos atraídos pelo cheiro das especiarias, pelo ouros dos potes de mel, pelo brilhos das tâmaras, passas, ameixas e demais frutos secos, pelas pilhas de nozes, amêndoas e pistácios… numa generosa e infindável variedade.
A visita à Kabud Mosque, a chamada Mesquita Azul (100.000 rials), apesar do peso da antiguidade que envolve o edifício construída em 1465, revelou-se pouco interessante. Ark-e Alishah, um arco gigantesco e maciço que se impõem no centro da cidade pouco tem para oferecer. Perdida no meio do intricado labirinto de ruas que compõem o bazaar encontra-se a Jameh Mosque, cujo interior oferece silêncio e conforto, em oposição à agitação envolvente, onde os carregadores empurram carros-de-mão, trazendo e levando mercadorias em ritmo acelerado, num vai-e-vem que somente acalma com a hora de almoço.
Uma cidade com longa história, onde o bazaar é o centro das atenções merecendo mais do que uma vista: diferentes horas do dia oferecendo, diferentes cambiante de luz, diferentes ritmos, diferentes pulsares como se o bazar fosse um organismo vivo.
Saindo do centro da cidade, a visita a zona envolvente à Valiasr Square, revelou uma outra faceta, mais moderna e cosmopolita, com sofisticadas lojas, cafés, restaurantes e pastelarias. Uma Tabriz mais abonada, onde a forma de vestir, mais descontraída e colorida, revela num ambiente menos conservador.
Os quatro dias passados em Tabriz serviram como adaptação a uma outra cultura, para perceber regras de comportamento social, onde a segregação entre sexos autocarros e outros locais públicos é rigorosamente respeitada, onde o uso do lenço a cobrir a cabeça, não é só obrigatório na rua, sendo indispensável numa também dentro das guest houses. A forma de vestir, em especial para as mulheres requer também alguma atenção, que não se limitando somente ao uso do lenço, incluindo mangas compridas, roupa larga e pernas cobertas… contudo as regras são sempre mais flexíveis para os estrangeiros. Uma adaptação também à alimentação, onde a carne domina a maioria da comida servida em restaurantes. Foi também tempo para a adaptação ao dinheiro, onde os “zeros” dominam o valor das notas, onde quase nada se compra com menos do que 1000 rials e onde a troca de uma nota de 50 euros faz de nós detentores de mais de um milhão de rials.
Posto de Turismo:
O posto de turismo de Tabriz, situado num primeiro andar de um dos edifícios existentes na zona pedonal que serve de entrada principal para o bazaar, é um ponto de paragem obrigatório para quem visita a cidade, onde os simpáticos e prestáveis funcionários providenciam todo o tipo de informações, seja desde excursões (organizadas pelo posto de turismo), a locais de troca de dinheiro, aurocarros públicos pra os diferentes locais a visitar (incluindo para o Terminal de Bus de Tabriz), restaurantes, etc…
Tabriz pode ser a base para visitas de um dia pelas regiões vizinhas, destacando-se Kodovan, uma cidade cujas casas são construídas na rocha, e que dada a semelhança com a recentemente visitada Cappadocia não foi eleita no itinerário.
Alojamento:
Na zona central da cidade, entre a entrada principal do bazaar e a Imam Khomeini Street encontra-se a Ferdowsi Street, onde se concentra um grande numero de guesthouses, com preços mais baratos. Existem quartos individuais, duplos ou partilhados, mas geralmente com casa de banho partilhada. Os preços variam bastante, em função das condi (com quartos sem janelas), e dempezaa de cams por quarto vairai Bus de Tabriz), restaurantes, etc…ções oferecidas em termos de ventilação (com quartos sem janelas) e de limpeza, pelo que vale a pena ver alguns quartos e comprar os preços antes de tomar uma decisão.
A escolha foi para o Hotel Mashad, que não sendo o melhor preço apresentou-se limpo e arejado, apesar das dimensões mínimas do quarto. Frequentado essencialmente por homens e por uma ou outra família esporadicamente.
Hotel Mashhad
Ferdowsi Street
Quarto Individual: 250.000 Rials + 60.000 shower (hamam)
Free wi-fi
Almost no english spoken.
Onde comer:
Uma das opções muito populares em termos de street food encontradas em Tabriz formam as batatas assadas, que esmigalhadas sobre um pedaços de pão, às quais se junta ovo cozido, tomate e algumas ervas frescas, formam um rolo.
Pelas ruas do bazar encontram-se alguns vendedores de batatas doces e outros tubérculos cozinhados numa calda de açúcar, que mantida quente liberta um nuvem de vapor de aroma adocicado.
No interior do bazar existem também alguns restaurantes, mas dado o carácter labiríntico do espaço, onde não é fácil a orientação, encontrar estes locais fica um pouco ao sabor do acaso ou entregue à sensibilidade olfativa.
Transportes:
Bus para Valiasr Square: numero 159; a paragem fica rua em frente à entrada principal do bazaar Jomhuriye Eslami Street.
Bus para o Terminal de Autocarros de Tabriz (long distance buses): número 104; a paragem fica na Amir St, uma rua perpendicular à Ferdowsi St.
Aparentemente é necessário ter um cartão para viajar nos autocarros urbanos, que é validado eletronicamente em cada viagem à entrada do autocarro. Mas é possível pagar directamente ao motorista, entre 500 a 1000 rials; no caso da mulheres a situação é mais complicada pois depois de entrar pela porta da frente e pagar o bilhetes, é necessário sai e voltar a entrar pela porta de trás para ceder à zona reservada a mulheres. Muitas das vezes o motorista não cobrou bilhete… talvez para facilitar as coisas, talvez por ser estrangeira…?!?!?