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China: epílogo
O que ficou da China?… um país moderno e organizado, onde uma revolução apagou referências culturais e religiosas e onde um regime ditatorial continuam a dominar e a manipular a vida e a forma de pensar dos cidadãos, onde a liberdade e o acesso à informação é controlado mas onde o consumo é incentivado deixando para trás os ideias socialistas.
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Um pais onde tudo é novo, quase novo ou pouco antigo; onde se constroem zonas “antigas” em cidades modernas de ortogonais e amplas avenidas. Um pais onde a gastronomia é levada muito a sério, e onde cada refeição é um desafio ao paladar.
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Um país onde, comparando com os seus vizinhos asiáticos, salta à vista a população idosa e o número de filhos únicos, mas sobressai também o facto das mulheres estarem praticamente em pé de igualdade com os homens, em termos sociais e profissionais e onde a escolaridade abrange a vasta população.
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Fica a memória da diversidade e da riqueza cultural dos diferentes grupos étnicos que orgulhosamente perpetuam costumes e tradições.
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Fica também a coragem e o orgulhos dos tibetanos em manter a sua identidade cultural e religiosa, apesar da pesada presença chineses, mantendo viva a língua e as tradições, ostentando as tradicionais roupas, mostrando-se numa postura orgulhosa e destemida que assenta bem nos seus corpos robustos e rostos de traços duros, onde facilmente surge um amigável e curioso sorriso.
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Fica a memória de um país onde a população, à primeira vista pouco afável, se mostra calorosa e acolhedora, generosa e hospitaleira, quando dificilmente é vencida a barreira linguística
Um país vasto e interessante mas onde a previsibilidade, as regras de boa conduta social e a forçada moderação não deixam surgir a paixão que outros locais despertam.[clear]
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A comida na China… para vegetarianos!
Este é um tema difícil de abordar dada a diversidade gastronómica que a China apresenta, e que a curta visita às províncias de Sishuan e Yunnam oferecem bons exemplos, sendo assim difícil eleger um prato tradicional ou uma refeição típica que homogeneamente se encontre em todos os locais.
Contudo, nas zonas visitadas encontra-se com facilidade restaurantes cujo denominador comum é a existência de uma arca frigorifica onde os alimentos disponíveis estão expostos, desde legumes, carne, cogulemos, tofu, ovos… e de onde se escolhe as combinações desejadas, para um ou mais pratos, que são confeccionadas em poucos minutos. Os pratos são sempre partilhados entre o grupo de amigos ou familiares reunidos em volta da mesa, sendo de boa educação retirar um pedaço de comida de cada vez e coloca-la na tigela, de onde, depois de misturado com um pedaço de arroz é ingerido. No final das refeições é de “bom tom” deixar sempre alguma comida nos pratos, sinal de abundância de comida.
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Ao contrário do que é comum nos países asiáticos, na China é raro encontrar a chamada “street-food”, sendo a opção mais popular e económica o recursos a pequenos restaurantes familiares, todos eles abertos para a rua, onde a cozinha fica quase fora do restaurante, e onde se servem geralmente sopa de noodles com as suas diferentes variações de carne de porco, vaca, galinha, vísceras…
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Em Sishuan, famosa pela sua aromática pimenta, a gastronomia destaca-se pelo picante presente em quase todos os pratos, desde sopas, salteados e grelhados, com os ingredientes, geralmente legumes e carne, a serem muitas vezes cozinhados numa mistura espessa de especiarias picantes envoltas em óleo.
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Nas áreas mais perto da Região Autónoma do Tibete é possível encontrar alguns dos pratos típicos tibetanos, apesar do números de restaurantes que os servem ser mínimo em comparação com a esmagadora presença de restaurantes de comida chinesa. Sobressai a tradicional tupka, uma sopa de legumes ou de carne, de caldo espesso e com massa cortada toscamente em grande pedaços. Tradicionais são também os dumplings que na versão Tibetana se chamam de momos.
Tradicional do Tibete é chá de manteiga (butter tea) que acompanha refeições e onde sobressai o paladar salgado da manteiga que à medida que vai arrefecendo cria uma camada de fina gordura à superfície que deve ser soprada antes do chá ser bebido.
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Viajar de comboio pela China.. fácil, fácil
A estação de comboios de Kunming mais se parece com salas de embarque de um aeroporto, com controle de segurança das bagagens, verificação dos bilhetes, e com as suas várias portas, cada uma identificada com o numero do comboio e o destino, e onde eficientes funcionários validam os bilhetes, e a partir das quais os passageiros são directamente encaminhados para a o cais de embarque. À porta de cada uma das carruagens que compõem o comboio, encontra-se um formal funcionário, envergando uma autoritária e complexa farda de aparência militar, num gesto seco direccionam os passageiros para as respectivas carruagens.
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À entrada do comboio somos recebidos pelo som de uma orquestra de música clássica, cujo tom épico evoca a chegada da cavalaria que vai crescendo de intensidade, enquanto os passageiros procuram pelo lugar e acomodam as bagagens, até atingir o auge no momento exacto em que o comboio inicia a sua marcha. Segue-se uma longa sequência de instruções ou informações, proferidas em chinês, que os passageiros parecem ignorar, absorvidos pelos vários dispositivos electrónicos, entretidos com jogos, mensagens, fotografias e conversas telefónicas, comida e bebidas.
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Esta viagem, assim como a anteriormente realizada entre Kunming e Dali, ofereceu grande conforto, não só pela qualidade das carruagens como pela bom estado da via, que aparenta ser relativamente nova, oferecendo amplas estações com generosos cais de passageiros, aparentemente sobredimensionados para a actual procura.
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Info
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For information about China trains timetable, prices and duration of the trip:
Fronteira Lao/China… de Vientiane até Kunming
…“keep on moving” acabei de ler esta mensagem inscrita a negro sobre o fundo branco de uma t-shirt: é este o espírito dos últimos meses de viagem. Longos percursos de autocarro, comboio e barcos, muitas horas de espera em terminais de bus e estações de comboios… muitas noites passadas em autocarros. Laos, Camboja, Myanmar… e agora China. Um mês em cada país. Duas estadias em Bangkok para preparação do próximo passo: menos de uma semana em Vientiane para tratar do visto para a China… “keep on moving”!
Mais uma vez sou a única não-asiática; a única que fala inglês; a única tem a mochila numa bagageira cheia de sacas, pacotes, caixas e embalagens; a única incapaz de falar a língua dos restantes passageiros limitando a comunicação aos gestos e à boa vontade de quem está por perto.
Desta vez o percurso é entre Vientiane e Menglá, a primeira cidade chinesa que surge no mapa após a passagem da fronteira com o Laos.
O inicio da viagem não se revelou auspicioso, com o céu coberto de nuvens cinzentas que têm oferecido episódios de chuva diários que antecedem o inicio da monção, e com um mal-entendido junto do antipático funcionário da bilheteira do terminal de autocarros de Vientiane, relativamente ao preço do bilhete, superior ao que está afixado e que me obrigou a gastar os últimos kips e alguns dos yuan que já tinha adquirido para a China.
Este imprevisto fez com que ficasse sem dinheiro para as refeições durante o resto do dia, limitando-me a uma ração composta de bananas, amendoins, uns pães de massa frita que sobraram do dia anterior e umas bolachas de arroz tufado; os trocos que sobraram nem para a água chegaram, tendo recorrido à desagradável água da torneira devidamente desinfetada com pastilhas purificadoras.
As pesadas nuvens cinzentas e o ar quente e húmido de Vientiane deram gradualmente lugar a um céu cada vez mais luminoso, decorado com espessas nuvens de uma brancura imaculada que lhe confere um ar de irrealidade, e com as montanhas que a pouco e pouco se foram erguendo à frente da estrada, tornando-se íngreme e sinuosa, mas cada vez mais verde, de densa floresta de onde sobressaem os tufos dos bambus, com o ar cada vez mais fresco e leve.
A viagem em autocarro-cama, cujo facto de ter feito a viagem quase vazio, com pouco mais do que oito passageiros, ofereceu a possibilidade de ter ocupar o compartimento que é destinado a duas pessoas, proporcionado uma viagem confortável e uma agradável noite de sono que terminou com uma espera de uma hora junto ao posto fronteiriço do Laos.
Seguisse a já habitual sequência de entrada de funcionários alfandegários no autocarro, de revista de bagagens pelo exército, verificação de passaportes, carimbos e o preenchimento de documentos, que do lado chinês foi facilitado com a informatização dos serviços que permitem a leitura digital da informação constante do passaporte e a emissão electrónica do cartão de embarque. Tudo simples, rápido e eficiente.
À chegada a Menglá, cidade ampla e moderna mas pouco atraente, a ideia inicial de permanecer por uma noite foi substituída pela possibilidade de seguir viagem directamente para Kunming, capital da província de Yunnan.
Esta mudança de planos obrigou a uma espera de seis horas no moderno e luminoso terminal de autocarros de Menglá, onde o odor a urina vido da casa-de-banho se mistura com o cheiro dos cigarros fumados sem restrições na sala de espera, enquanto que nos ecrãs de televisão passam, em modo repetitivo, informação governamental sobre os malefícios do consumo de drogas.
Da paisagem do norte do Laos, dominada por montanhas de vegetação selvagem, onde nas regiões mais brandas surgem pequenas aldeias junto a tímidos compôs de arroz, passa-se para a China, onde o cenário igualmente montanhoso está coberto de árvores de borracha, geometricamente disposta ao longo das encostas, formado um monótono padrão e onde a estrada, em vez da habitual sinuosidade, desliza suavemente com viadutos a cruzar vales e túneis a trespassar montanhas.
Olá China!
Info (PT) Vientiane até Kunming via Meng La
O autocarro parte do Terminal Norte, localizado na Sithong Road, cerca de7 km do centro da cidade de Vientiane. No terminal situado junto ao mercado central é possível apanhar um autocarro directo, de meia em meia hora, que custa 5000 kip.
Kunming: 784.000 kip (aproximadamente)
Partida de Vientiane: 11.00; 14:30 (terças e sextas é autocarro-cama; nos restantes dias são lugares sentados)
Duração da viagem: 30-31 horas
Meng La: 351.000 kip
Partida de Vientiane: 11h (terças e sextas é autocarro-cama; nos restantes dias são lugares sentados)
Duração da viagem: 23-24 horas
Atenção: os preços afixados no placar do terminal de autocarros estão desactualizados; os preços actuais estão afixados junto à bilheteira numa discreta folha A4 escrita em chinês.
Info (EN): Vientiane to Kunming via Meng La
The bus departs from North Terminal, located in Sithong Road, about de7 km from the city center of Vientiane. In terminal located next to the Central Market you can take a direct bus every half hour, which costs 5000 kip.
Kunming: 784,000 kip
Vientiane Departure: 11:00; 14:30 (Tuesdays and Fridays is bus-bed and in the remaining days are seats)
Travel time: 30-31 hours
Meng La: 351,000 kip
Departure from Vientiane: 11pm (Tuesdays and Fridays is sleeping bus and in the remaining days are normal seats)
Travel time: 23-24 hours
Note: the prices displayed on the scoreboard from the bus terminal are outdated; current prices are displayed next to the box office in a discrete A4 written in Chinese
Extremo Oriente
Caminhando pelas aldeias da tribo Palaung
Estranha sensação esta de estar numa remota povoação onde as colinas e as sinuosas e íngremes estradas de terra batida criam uma barreira com o mundo moderno.
Uma sensação de isolamento que é intensificada com o cair da noite, onde um manto de escuridão envolve a aldeia, onde o negrume da noite sem lua entra pela janelas, criando uma espessa barreira entre nós e os habitantes da casa onde vamos passar a noite, e onde as diferenças culturais e linguísticas não permitem romper.
Habitações amplas e feitas de madeira e bambu, simples, confortáveis as acima de tudo funcionais, onde o fogo é o centro da casa, sendo mantido aceso durante todo o dia, desde os primeiros raios de sol até à hora de dormir… que aqui não é muito depois das nove horas. Um fumo fino e discreto, que faz arder os olhos e deixa um rasto odorífero nas roupas, lembrando-nos quão diferente é o modo de vida do campo.
Pouco depois do pôr-do-sol, assim que o céu escurece, cessam os movimentos nas ruas da aldeia Palaung, aquietam-se os balados dos burros, o cacarejar das galinhas, o chilrear das aves e os risos das crianças. Todos os habitante recolhem às casas, envoltos nos rituais de preparação de comida. Rituais onde todos os habitantes, incluindo as crianças, parecem saber de cor o seu papel, fazendo com que o quotidiano se assemelhe a numa peça de teatro mudo.
Uma camada fina de fumo permanece na principal divisão da casa, uma área ampla desprovida de mobília que funciona como sala e cozinha. Os poucos pertences esperam dias festivos em armários embutidos nas paredes de madeira, quase se tornando invisíveis na penumbra que preenche permanentemente o espaço, apesar das várias janelas que olham para a sucessão de colinas cobertas de vegetação.
Desta primeira paragem numa aldeia nos arredores de Kyaukme, seguiram-se mais dois dias de caminhada pela região Oeste do estado de Shan, onde domina a tribo Palaung, cuja população partilha a herança étnica com a China, mas que durante séculos desenvolveu características próprias como a língua e a gastronomia.
Os Palaung, cujas feições são mais asiáticas do que a etnia Bamar (dominante em Myanmar) são facilmente reconhecíveis pela forma como as mulheres vestem, com sarongs de cores garridas em tons de púrpura, azul e verde, e pelo lenços branco que cobrem descuidadamente as cabeças, cujo cabelo é mantido rapado, seguindo uma desconhecida tradição.
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Mas também aqui a religião adquire contornos próprios. Apesar do domínio do Budismo que aqui chegou no século XI, sobrevivem ainda vestígios de rituais e crenças relacionados com o animismo. Um pequeno grupo de habitantes, reúne-se numa das casas da aldeia trazendo oferendas, onde uma mulher em transe comunica com os espíritos… questões práticas sobre o paradeiro de uma vaca perdida ou sobre as colheitas são respondidas por espíritos pela voz de uma mulher possessa.
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As ruas das aldeias por onde passámos parecem sempre cheias de crianças que correm livremente nas ruas, acenando e sorrindo, curiosas e excitadas pela presença invulgar de estrangeiros. Mas não são só as crianças que mostram a curiosidade, pois os adultos, não conseguem disfarçar o orgulho com que posam para as fotografias, escondendo dentes escuros estragados, sob um sorriso de lábios cerrados. Mas são os homens, que apesar das diferenças de língua se mostram mais comunicativos, mostrando as tatuagens que cobrem o corpo, com símbolos e inscrições, que servem de proteção, uma prática comum entre a população masculina e também entre os monges Budistas, tanto em Myanmar como no Tailândia.
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Como visitar as aldeias Palaung na região de Kyaukme
Estes três dias de caminhada foram organizados pelo Thura, um birmanês da etnia Shan, cuja mãe é da tribo Palaung, cujo bom domínio do inglês e os contactos com as populações locais lhe permite circular por esta região, que é provavelmente impossível de visitar sem um guia que fale a língua local.
O percurso é feito a pé e de mota. Os percursos a pé são curtos e faceis, mas por vezes em zonas com pouca sombra.
O grupo é pequeno, não mais do que seis pessoas.
As noites são passadas em casas de famílias locais, em improvisadas camas no chão da sala, com cobertores e mantas. As casas de banho são básicas (uma pequena cabana no exterior da casa) e as lavagens são ao ar-livre numa torneira na parte de trás da casa, o que oferece pouca privacidade, sendo mais fácil para quem tem um sarong/dhoti.
As refeições (podem ser vegetarianas ou não) são em casa de famílias ou em restaurantes locais…. e foram sempre deliciosas e são uma optima oportunidade de experimentar comida local e caseira!
Tudo incluído (mota, gasolina, refeições, água) são 25€ por pessoa/dia… o que é pouco mais do que o custo diário para quem viaja em Myanmar.
Contacto: //thuratrips.page.tl/
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Kyaukme… a primeira etapa em território Shan
Kyaukme não é propriamente um dos lugares mais populares como ponto de partida para explorar o do estado de Shan, ao contrário de Hsipaw e Pyin Oo Lwin.
Esta região nordeste de Myanmar, que faz fronteira com a China, o Laos e a Tailândia destaca-se pela presença de diferentes grupos étnicos, genericamente denominados por “Shan people” que incluem diferentes tribos originárias da China e que partilham a mesma língua, semelhante com Thai e ao Lao.
Mas há muitas razões para ficar na vila de Kyaukme: é pequena o suficiente para ser percorrida a pé, de fácil de orientação e com alguns pontos de interessante para ocupar um ou dois dias: alguns pontos de interesse turístico, um mercado agradável, muita comida de rua… e uma atmosfera descontraída.
Apesar da proximidade com as aldeias vizinhas, onde predominam os Palaung, uma das tribos que compõem o mosaico étnico da estado de Shan, não se vislumbram os tradicionais coloridos trajes as mulheres Palaung em Kyaukme. Contudo nota-se nos rostos das pessoas desta região traços orientais, distintos dos Bamar, o grupo étnico dominante em Myanmar.
Como resultado das diferenças étnicas e culturais, o Estado de Shan tem tido o seu nome ligado a confrontos entre o exército a grupos armados pertencentes a diversas tribos. Estes conflitos são um misto da luta pelo reconhecimento das diferenças étnicas e culturais, mas foram também uma forma de combate à ditadura militar que governou o país por 54 anos. Presentemente, apesar da recente democracia, os conflitos continuam, com os chamados grupos “rebeldes” controlando a região do topo das colinas.
Mas a vida diária em Kyaukme começa cedo, quando os primeiros raios de sol a aquecerem as manhãs frias e iluminando com uma luz especial o mercado que surge informalmente numa das ruas de Kyaukme. Esta é uma boa oportunidade para observar os alimentos que aqui se consomem, onde se nota a influência chinesa com a gastronomia birmanesa, mas para isso é preciso acordar cedo, pois o mercado termina por volta das 7 horas. deixando a rua quase deserta, sem qualquer vestígio da agitação quer marcou o inicio do dia.
Ao longo das ruas, monges caminham pedindo esmolas e apesar dos rostos sérios de olhos postos no chão, os mais novos não conseguem evitar um sorriso quando olham curiosamente para os estrangeiros.
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Onde dormir em Kyaukme:
Como Kyaukme está a impor-se a como alternativa a Hsipaw são cada vez mais as opções de alojamentos disponíveis para estrangeiros.
A escolha foi para a Northen Guest House, provavelmente a guesthouse com o staff mais simpático e sorridente da cidade. O edifício tem caráter, e mantem um certo charme colonial. Existem diferentes tipos de quartos, alguns com casa de banho partilhada e alguns sem janela.
- Quarto duplo com casa-de-banho: 21 USD
- Quarto duplo com casa-de-banho partilhada: 12 USD
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Onde comer em Kyaukme:
Depois de terminar o matinal mercado de rua, começa um outro situado num edifício que ocupa um dos quarteirões de Kyaukme, focado mais em roupas e artesanato tradicional birmanês com alguns produtos importados da China.
Nas ruas em redor, outro mercado inicia-se pelo fim da tarde oferecendo uma grande diversidade de produtos, sendo uma boa oportunidade para experimentar a tradicional sopa de noodles confecionadas ao estilo Shan, cujos condimentos têm um toque oriental em comparação com as sopas birmanesas, como mohinga.
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Wi-Fi em Kyaukme:
A Cherry Pan Tea Shop, que apesar do aspecto pouco sofisticado e da predominância de trabalho infantil, é o local que oferece melhor ligação wi-fi em Kyaukme, a não ser que se queira ir para a opção mais ocidentalizada da Bayan Tree Cafe.
Do outro lado da rua há outra Tea Shop com wi-fi… mas atenção pois o que é servido como chá neste tipo de estabelecimentos é uma bebida extremamente doce, adocicada com leite condensado, que pouco tem a ver com chá. Quanto ao café é servido o chamado “coffee mix” uma bebida industrial instantânea feita com açúcar, natas em pó (na milagrosamente são feitas sem leite) e um pouco de café… mas só um pouco!
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Como ir de Mandalay para Kyaukme:
Do Pyi Gyi Myat Shin Bus Terminal, em Mandalay partem diariamente dois autocarros, de duas empresas diferentes, para Hsipaw que param em Pyin Oo Lwin e Kyaukme. Os melhores autocarros mais modernos e confortáveis são da empresa Ye Shinn Express, cuja bilheteira se localiza
Os autocarros partem às 2 da tarde, seja qual for a empresa escolhida. O bilhete custa 4000 kyats e a viagem demora cerca de 3,5 horas… mas pode ser muito mais longa, pois a estrada tem que passar por uma área de montanha, que devido ao intenso tráfego de camiões de mercadorias, fica frequentemente interrompida quando há avarias ou acidentes.
O terminal de Pyi Gyi Myat Shin é um terminal muito pequeno, com condições básicas que podem tornar penosa uma espera mais prolongada.
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