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Como ir de Singapura para a Malásia de bus
Entre Kampong Glam e Little India, no fim da Arab Street, cruzamento com a Queen Street, antes do Rochor Canal, encontra-se um pequeno terminal de autocarros Queen Street Bus Terminal (or Ban San Bus Terminal).
Daqui partem diariamente autocarros com destino a Johor Bahru (cidade mais a sul da Malásia) de onde também partem autocarros com destino a Kuala Lumpur e a Melaka.
A viagem de bus até Melaka (Malacca) demora 3.30h contudo a viagem pode demorar mais pois depende do tempo que se demora a passar nos serviços de imigração. Do lado da Malásia o processo não demora mais de 1 minuto, para se obter o carimbo de 30 ou 90 dias, sem custos. Do lado de Singapura o processo demorou perto de 1 hora com extensas e longas filas, provavelmente por se tratar de um Domingo.
Do terminal situado em Queen Street Bus Terminal (or Ban San Bus Terminal) a companhia “707-inc” tem autocarros com destino a Melaka Sentral (Melaka Bus terminal) nos seguintes horários: 08.30, 09.00, 11.00, 13.30, 15.30 e 19.00h.
Ticket: 23 S$
A comida em Singapura
Singapura orgulha-se de ser a capital gastronómica da Ásia, recebendo influência da culinária Chinesa, Malaia, Indiana e Indonésia, estendendo-se ao Sri Lanka e à Tailândia. Surgem ainda vestígios da presença Portuguesa e Inglesa na região, encontrando-se à venda a “portuguese egg tart” que não é mais do que o famoso pastel de nata.
Singapura como qualquer grande cidade apresenta uma grande variedade de escolha em termos de restaurantes, não só em termos de cozinha, onde domina a comida asiática, mas onde são muitas as opções de comida ocidental, como também em termos de custo de uma refeição.
E percorrendo a cidade, encontramos os restaurantes mais simples e modestos, cujo espaço é aberto para a rua, até aos restaurantes mais modernos e sofisticados, passando pelos muitos restaurantes “à la carte” que apresentam uma grande gama de preços. Pelo meio fica uma infinidade de escolhas, mostrando que a comida tem um papel importante na vida social dos Singapurenses, que dado o elevado poder de compra enchem restaurantes, especialmente às sextas-feiras e sábados
E aqui deparamo-nos com a questão qual é verdadeiramente a comida típica de Singapura… pois a resposta é que é um pouco de tudo, não uma mistura de influências de onde tenha resultado uma gastronomia própria que seja o reflexo da posição geográfica, do clima, da fauna e da flora da região, mas sim uma diversidade de oferta em termos gastronómicos que reflecte a diversidade étnica e religiosa que é o que melhor define este país-estado-cidade.
As zonas de Little India, Kampong Glam e Chinatown são as mais atractivas em termos de comida, com qualquer uma delas com opções para todas as “bolsas”. Os centros comerciais também têm muitas opções em termos de restaurantes, para além do fast-food e das grande cadeias internacionais.
Em Singapura a comida apesar de mais cara do que nos países vizinhos é acessível, desde que se opte pelos food-courts e mercados, não existindo em Singapura “comida de rua”. Estes locais fornecem refeições a partir de 4 S$, o que corresponde a 2.5€.
Nos mercados, nas zonas comerciais e um pouco por toda a cidade, com excepção das zonas mais sofisticadas e ricas (Wafles Place, Marina Bay, etc…) existem os chamados food-courts que são áreas compostas de vários quiosques ou pequenos restaurantes agrupados no mesmo espaço, cada um servindo diferentes tipo de comida ou bebidas, geralmente em sistema de take-away, e com uma zona comum composta de mesas e cadeiras. Estes food-courts podem gigantescos ao ponto de uma pessoa quase se perder lá dentro ou de dimensões mais modestas, mas são sempre a opção mais rápida e económica e a que atrai a maioria da população local.
Geralmente apresentam diversas opções em termos de comida, comida chinesa, malaia, indiana… mas alguns são mais direcionados para comida chinesa, onde por vezes não é fácil encontrar comida vegetariana. Os fried-rice e fried-noodles são fáceis de encontrar um pouco por todo o lado e também muito popular é o sistema a que aqui se chama de fast-food, onde a comida está exposta em tabuleiros, e cada pessoa prepara os eu prato, tendo por base o arroz, pagando pelo numero de variedades de que se serviu.
Com tanta diversidade não faltam restaurantes vegetarianos ou mesmo vegan, mas estes geralmente em zonas mais sofisticadas da cidade. Mas Singapura reúne diversos tipos de gastronomias e quase todos os locais apresentam pelo menos uma opção vegetariana, sendo a comida Chinesa a mais difícil neste campo, e a Indiana a mais fácil, pois em Singapura existe uma grande comunidade hindu. A comida malaia também tem alguns pratos tradicionais, que dependendo do restaurante podem ter ou não produtos de origem animal, contudo é geralmente possível pedir para confecionar determinado prato substituído carne, peixe ou marisco por tofu, que devido à influência chinesa é bastante popular.
Mas atenção pois os molhos que acompanham a comida, são muitas das vezes feitos com fish-souce ou outros condimentos de origem animal. Para vegans é mais difícil, pois os ovos são uma presença constante em muitos dos pratos, sejam ou não vegetarianos.
Em Kampong Glam, o chamado Arab Quarter dispondo-se em volta da mesquita Masjid Sultan, podem-se encontrar restaurantes de comida Marroquina, Tunisina, Turca e Iraniana, mas pelo meio existem muitas mais opções sendo um local ideal para saborear os tradicionais pratos Malaios: laksa, lontong, nasi lemak, nasi goreng… em que “nasi” significa arroz, sendo apresentado salteado (ou frito) nas mais diversas formas, e sabores, com vegetais, frango, vaca ou marisco… ficando a carne de porco excluída da gastronomia de um país muçulmano.
O nasi lemak pode ser considerado um dos pratos mais populares da Malásia e é consumido geralmente ao pequeno almoço, sendo básico e muito simples de preparar, constituído à base de arroz, anchovas fritas, amendoins fritos, umas rodelas de pepino e ovo, que pode ser cozido ou frito, e que pode ser servido no prato ou embrulhado em folha de bananeira. Mas o que torna este prato especial é o sambal, uma pasta avermelhada feita à base de chilis, cebola, gengibre alho e mais uns quantos condimentos, resultando numa mistura picante, mas muito saborosa.
Laksa é outro dos populares pratos Malaios que se encontra facilmente em Singapura, constituído por um caril à base de leite de côco, doce e picante, com gengibre e lemongrass, que envolve noodles de arroz e alguns vegetais. Pode ser também de marisco.
Lontong, um prato tradicional da Indonésia que foi incorporado na cozinha malaia encontrando-se também em Singapura. Feito com arroz prensado, formando um rolo que depois é cortado em pedaço e regado com um caril de vegetais à base de leite de côco, ao qual se junta tofu, tempeh e ovo cozido. À semelhança do nasi lemak, é adicionado um sambal à base de peixe.
Kampong Glam é um dos locais indicados para experimentar os biryani, um prato indiano à base de arroz, tradicional das zonas muçulmanas, mas com um “twist” malaio onde predomina a carne. Mas também aqui se podem saborear os roti prata, ou simplesmente roti, ou paratta, que é tradicional do Sul da Índia mas que foi incorporado na gastronomia da Malásia, sendo popular também em Singapura. Trata-se de um pão achatado, não levedado, mas cuja massa é estendida até ficar muito fina, com a ajuda de muito óleo, e depois trabalhada e espalmada, de forma a criar camadas de forma tosca, que depois de frita sob chama metálica fica ligeiramente estaladiça. É servida com um pequeno prato de caril, onde o roti é demolhado, podendo-se encontrar várias versões deste prato, com o roti recheado de ovo.
Para quem aprecia comida indiana, Little India é o local que oferece melhor variedade, em especial comida tradicional do sul da Índia, pois a maior parte da comunidade indiana aqui residente é do estado de Tamil Nadu. Para além de todo o tipo de snacks o mais popular são os thalis que em muitos restaurantes são servido em folha de bananeira, podendo ser vegetarianos ou não-vegetarianos. Aqui também são populares os rotis, as dosa, uttapam, vada, puri, etc… Little India é também o local de eleiçãoo para adquirir produtos de origem indiana, como especiarias e condimentos, encontrando-se nas mercearias uma grande variedade de vegetais.
Em Chinatown, ainda mais do que noutras zonas da cidade, fervilha a actividade em volta da comida, dominando os food-courts, onde se podem reunir centenas de bancas de comida, onde se pode encontrar um pouco de tudo em termos de culinária asiática, atraindo milhares de pessoas que aqui fazem refeições desde a manhã até ao fim do dia, com comida a ser servida durante todo o dia. Um dos mais populares é o Chinatown Complex, onde o ambiente é barulhento e agitado mas que proporciona um visão interessante sobre o modo de vida, a cultura e a forma de estar da população. Um refeição nestes food-courts pode custar entre 4 e 5 S$, com os pratos de carne e marisco de preço mais elevado.
Uma das especialidades chinesas é o popiah, um rolo de massa muito fina que envolve uma mistura de alface, rebentos de soja, amendoim, cenoura cozinhada e um molho picante. São deliciosas e um óptima opção vegetariana para um snack.
Também em Chinatown, no Buddha Tooth Relic Temple, existe na cave uma cantina onde somente é servida comida vegetariana, mas seguindo a gastronomia chinesa, onde a carne é substituída por derivados de origem vegetal que em aspecto e consistência se assemelham a carne. Uma optimo forma de explorar a rica gastronomia chinesa para vegetarianos. Cada refeição, que é constituída por um prato de arroz com dois acompanhamentos custa 3 S$. Somente está aberto até às 3 pm. A comida é boa, o ambiente é calmo e o lucro tem fins de caridade.
Em termos de bebidas o chá é muito popular entre a comunidade chinesa, sendo visto com fins medicinais; mas é o ice-tea, que é chá ao qual é adicionado leite-condensado e que pode ser servido quente ou com gelo que ganha em termos de popularidade. Uma bebida doce e fresca que sabe bem com o clima quente e húmido de Singapura.
O café é também muito popular e pode ser encontrado nas sofisticadas coffee-shops, nas vertentes de expresso, cappuccino, latte, etc… ou em alternativa pode-se saborear o singaporean coffee, kopi, um café de “filtro” mas extremamente denso e bastante forte em termos de cafeína, e que é servido de diversas formas:
- kopi entende-se café com leite condensado, servido quente
- Kopi C: café quente servido com leite e açucar
- Kopi O:com açucar
- Kopi O Kosong:sem açucar e sem leite
Onde comer em China Town:
- Tooth Relic Temple: cantina com comida vegetariana chinesa: 3 S$
Address: 288 S Bridge Rd, Singapore 058840
- Chinatown Complex: o mercado de frescos na cave, roupa no piso térreo e comida no primeiro andar onde as opções são tantas que é difícil a escolha com diversos tipos de gastronomias e bancas especializadas em pratos específicos; refeições a partir de 3 S$
Onde comer em Little India:
- Komala Villas: comida típica do sul da Índia a preços acessíveis; thali servido em folha de bananeira.
Address: 76 Serangoon Rd, Singapore 217981
- Famous Indian Curry Food Restaurant: serve em ambiente informal deliciosos thali em folha de bananeira, com opção vegetariana. 6 S$
Address: 30/32 Upper Dickson Road, Singapore 207489
Onde comer em Kampong Glam (Arab Quarter):
- Kampong Glam Cafe: boa comida com uma grande variedade de pratos malaios (lontong, laksa, nasi lemak, nasi goreng e muitos mais), rotis e também com a opção de self-service onde tendo por base arroz se pode compor o prato com vários acompanhamentos à escolha que variam diariamente, e onde também é possível encontrar opções vegetarianas. Optimo local para tomar uma bebida (sem álcool) e observar o modo de vida local. Refeições a partir de 3.5 S$
Address: 17 Bussorah St, Singapore 199438
- Singapore Zam Zam Restaurant: muito popular pelos byriani (só de carne) e pelos rotis
Address: 697-699 N Bridge Rd, Singapore 198675
Onde comer em Geyland:
- Rice House (Zhou Da Wang): este informal restaurante confeciona as receitas típicas da gastronomia chinesa mas usando derivados de produtos vegetais, essencialmente soja, que se assemelham em textura à carne, podendo-se assim saborear “hainanese chicken rice” sem sacrificar animais J
Address: Blk 129 #01-102 Geylang East Avenue 2, Singapore380129, Singapore
- Rochor Beancurd House: aqui produzem-se e servem-se produtos à base de soja, por exemplo soy-milk e o beancurd (também chamado soybean pudding) um pudim feito de tofu muito macio e suave que é servido como sobremesa ou snack, regado com xarope de cana-de-açúcar, um produto típico da culinária chinesa. Aqui também se encontra a “portuguese egg tart”!
Address: 745 Geyland Road (Lor 39), Singapore 389653
Singapura, is not just about shopping!
O que sobressai numa primeira caminhada pelas largas e amplas avenidas de Singapora é a sucessão de lojas e centros comercias, situadas em edifícios de moderna e arrojada arquitectura que em comum têm a gigantesca altura, e que são a imagem de marca desta uma ilha-país-cidade, cuja dimensão é aproximadamente a da ilha da Madeira.
Mas um percurso mais alargado mostra-mos o lado mais atractivo deste local: a diversidade étnica e cultural, que reúne em harmoniosa convivência chineses, malaios e indianos aos quais se juntam muitos imigrantes dos países asiáticos vizinhos, e que representam quase 20% dos 5.4 milhões de habitantes. Singapura atrai também muito ocidentais que trabalham nas companhias multinacionais que aqui têm sede ou delegações, pois a “Lion City” (singa significa leão em Sânscrito) é reconhecida com um dos locais que oferece melhores condições para implantação, crescimento e sucesso de uma empresa.
A história de sucesso deste território começou com a presença Britânica que viu aqui, pelo século XVIII um local estratégico na rota comercial entre o oriente e o ocidente, oferecendo condições naturais para a localização de um porto, fazendo com que esta ilha passasse de um povoado dedicado à pesca para um importante entreposto comercial. Depois da Invasão Japonesa que terminou com o fim da II Guerra Mundial, Singapura tornou-se independente depois de uma curta “passagem” sob o nome de “Federação da Malásia” que incluía a Malásia Peninsular, Sarawak e Sabah, no Borneo. A independência de Singapura, que em 2015 comemora os 50 anos, não foi por iniciativa própria, mas resultou dos intensos conflictos étnicos, que levaram a Federação a decidir a saída de Singapura, evitando o alastramento destes conflictos ao restante território. Num território escasso em recursos naturais, onde até a água é fornecida pela Malásia, a opção do governo foi para criar políticas económicas capazes de captar o investimento estrangeiro.
Num país tão recente e multicultural, onde 74% da população é de étnica Chinesa, 13% Malaios e 9% de origem Indiana, será que existe uma identidade em Singapurense?! Sim, existe, resulta precisamente desta diversidade étnica e religiosa, onde a tolerância assenta num acelerado crescimento económico, onde as muitas superfícies comerciais sempre fervilhantes de consumidores espelham a aposta deste sistema político que governa Singapura, onde o sucesso económico esconde a restrição de algumas liberdades, num país onde existe pena de morte e castigos corporais. Contudo esta política repressiva resulta numa baixa criminalidade e elevada segurança, com os cidadãos a abdicar um pouco da sua privacidade e aceitando a permanente vigilância das câmeras de CCTV que são uma constante na cidade, seja em lojas, centros comerciais, hotéis, metro, hostels, na entrada de edifícios, nas ruas, etc…
Apesar de muito moderno, de acordo com os padrões ocidentais, onde tudo está planeado e pensado formando uma sociedade “perfeita” e previsível, é impossível esconder que estamos na Ásia… pelos mercados, pela comida, pelos cheiros, pelo fervilhar da vida urbana.
Mas o mais atraente nesta cidade-estado, é a diversidade cultural, que é visível por toda o lado, mas que ganha relevo em certos zonas onde se encontra maior concentração de um determinado grupo étnico; é o caso da Chinatown, da Little India, do Arab Quarter, onde se sente de imediato as diferenças, como se três ou mais gerações não tenham sido suficientes para apagar as tradições e religiões, os usos e os costumes, mantendo-se cada grupo senhor de uma identidade muito forte, onde a língua é o melhor exemplo. O inglês é língua-franca, mas o mandarim, o malaio e o tamil são também línguas oficiais, sendo comum cada individuo falar duas línguas: o inglês e a correspondente ao seu grupo étnico.
Obviamente que estes bairros atraem a população destas etnias, tanto os singapurenses como os imigrantes, que aqui encontram a sua cultura, templos, língua, comida, vestuário, etc… E curiosamente, chega-se a Little India, depois de uma rápida viagem de metro, onde os veículos que circulam sem condutor, e encontra-se aqui o mesmo ritmo, os mesmo cheiros, os mesmos sabores, os mesmos produtos em mercados em mercearias, a comida servida nos mesmos pratos metálicos, os mesmo sharees, os mesmos lungis, o mesmo toque dos sinos nos templos… onde tudo nos transporta de imediato para a Índia.
O chamado Arab Quarter (Kampong Glam), que de árabe tem essencialmente os comerciantes de carpetes e onde se encontram também alguns restaurantes de comida Turca e Iraniana, é local ideal para saborear os tradicionais pratos Malaios, onde domina a carne, mas onde não é servido porco, de acordo com as tradições muçulmanas, numa zona onde brilha o dourado da mesquita Majid Sultan. Curiosamente é próximo desta zona, na sofisticada e hipster Bugis que se concentram muitos bares ao longa da Haji Lane, sendo local de animada vida nocturna.
Em Chinatown, fervilha a actividade em volta da comida, seja em restaurantes ou nos denominados food-courts, que são a opção mais económica e a que atrai a maioria da população local, criando um burburinho que não se limita somente às chamadas horas de refeições, conceito que na Ásia é bastante extenso. Pelas ruas de Chinatown surgem as organizadas e irrepreensivelmente limpas lojas de chá, as farmácias de produtos de Medicina Tradicional Chinesa e as lojas de venda de bird-nest (ninhos construídos com saliva por andorinhas ou de outra ave) e que são uma das especialidades da culinária chinesa, que também tem funções medicinais, constituindo um das comidas mais caras do mundo.
Em Chinatown, ao longo da South Bridge Road, em pouco mais de 500 metros encontra-se a mesquita Majid Jamae, o templo hindu Sri Mariamman e o templo budista Buddha Tooth Relic Temple. Este ultimo apresenta-se mais grandioso que os restantes, com um faustoso templo com centenas de imagens de Buddha, que domina o piso térreo do edifício, e que também alberga um museu, uma cantina, a sala onde se encontra a relíquia e um jardim situado no terraço, que é um pequeno paraíso. Diariamente a diferentes horas do dia, no Buddha Tooth Relic Temple, monges entoam hipnóticos cânticos que enchem o espaço de uma atmosfera mística que dá um brilho ainda mais intenso à rica decoração do templo.
Mas o local que nos faz esquecer por momentos que estamos em Singapura, situa-se junto ao Chinatown Visitor Center, nas traseiras do Buddha Tooth Relic Temple, onde diariamente se reúnem homens que aqui passam a maior parte do dia, jogando cartas e xadrez, conversando, lendo o jornal ou simplesmente dormindo. Aos Domingos a praça existente mesmo ao lado transforma-se em pista de dança, com música debitada por altifalantes que atrai várias gerações de homens e mulheres, que aqui se reúnem dançado as elaboradas coreografias.
Wafles Place, é o centro financeiro de Singapura e onde se concentram os maiores edifícios da cidade, criando a famosa sky-line de arranha-céus que é a imagem de Singapura e da bem sucedida política económica, num país que o Banco Mundial considera o “Easiest place to do business”. Pelas ruas sombrias de Wafles Place, cujos edifícios escondem os raios de sol, circulam homens de negócios de camisa branca e fatos cinzentos, numa sóbria azáfama.
Apesar de dominarem edifícios, avenidas e vias-rápidas a cidade tem bastantes zonas verdes, onde as árvores são bastante frequentes ao longo das ruas, acrescendo algumas zonas reservadas a parques naturais, mais afastados do centro, que conservam alguma vida selvagem. Os Botanic Gardens, um jardim botânico milimetricamente organizado com os espécimes vegetais minuciosamente identificados merecem uma visita e servem como agradável passeio. O clima tropical de Singapura cria condições óptimas para a vegetação com temperaturas próximo dos 30ºC e humidade de 80%, com o clima constante ao longo do ano, e trovoadas frequentes que trazem chuva e aumentam ainda mais a humidade do ar.
Junto à Marina Bay, por trás do icónico conjunto de edifícios Marina Bay Hotel, fica outra grande mancha verde mas numa vertente mais artificial e de entretenimento, com as Supertree Grove, um conjunto estruturas metálicas em forma de árvores que ficam iluminadas ao fim do dia, ganhando cores fantásticas.
Para além dos arranha-céus, surgem muitos nichos onde a parte antiga da cidade, dominada pelas shophouses (edifícios com o piso térreo destinado a comércio e habitação por cima) de típica influência chinesa, se mantêm impecavelmente conservadas, alojando diversas actividades comerciais, destacando-se lojas e restaurantes, que com os seus 5 foot inn (passeios sob as arcadas formadas pelo primeiro andar das shophouses) são as zonas mais atractivas para caminhar pela cidade, mas que invariavelmente desembocam em amplas e retilíneas avenidas onde o organizado trânsito flui calmamente.
Singapura uma cidade-estado, tecnologicamente moderna, planeada e organizada, onde convivem harmoniosamente diferentes culturas, etnias e religiões, onde tudo é controlado por CCTV, onde o wi-fi está disponível gratuitamente em quase todos os locais, onde comer no metropolitano dá direito a multa, onde o sempre presente ar-condicionado quase faz esquecer clima tropical, onde esta florescente economia se apoia na mão-de-obra emigrante e onde a população com elevado poder de compra se mantem entretida em lojas e centros comerciais.
Actividades gratuitas em Singapura:
Numa cidade cara, onde em quase todos os entretenimentos e locais turísticos é cobrada entrada, é possível encontrar em Singapura actividades gratuitas:
- Supertree Grove, e parte dos Garden By the Bay
- Botanical Gardens
- Concertos no Esplanade Theaters
- Lion Dance Performace (Pagoda St)
- Buddha Tooth Relic Temple
Alojamento:
O alojamento em Singapura, numa cidade que luta pela falta de espaço, representa a maior fatia do orçamento de quem aqui vem em visita, pelo que os hotels, com o sistema de quartos partilhados com 4 ou mais camas é a opção mais popular e económica. E não é difícil encontrar hostels, em Kampong Glam, Little India ou Chinatown, mas onde o preço por noite é superior a 20 S$.
5 foot way inn… um conceito feito de pequenos quartos, quase todos com bunk beds, ar-condicionado, casa-de-banho partilhada, pequeno-almoço incluído (pão, cereais, leite, margarina, doce e fruta); uma máquina servindo café, chá, cappuccino, leite com chocolate, etc… está disponível gratuitamente todo o dia.
Estes hostels partilham o mesmo conceito, quartos de dimensões mínimas quase todos sem janelas, alinhados em estreitos corredores que formam um labirinto ocupando antigas shophouses; destinam-se basicamente a estadias de curta duração e a quem passa a maior parte do tempo passeando pela cidade, sendo também usados para quem vem aqui em trabalho.
5 foot way inn está localizado em vários pontos da cidade com diferentes standards em termos de qualidade e conforto, e com diferentes preços. Os preços variam de dia para dia, com valores mais elevados ao fim de semana, ou quando ocupação é maior. As reservas não podem ser feitas na recepção sendo necessário usar o web-site ou enviar um mail para o centro de reservas.
A escolha foi para o Chinatown 2 e para o Bugis situado junto a Kampong Glam. Os preços por noite variam entre os 20 S$ e os 30 S$ para quarto partilhado por 4 pessoas.
5footway.inn Project Bugis
Address: 10 Aliwal Street, Bugis, Singapore 199903
5footway.inn Project Chinatown 2
Address: 227 South Bridge Rd, Singapore 058776
Transportes:
A melhor forma de se movimentar em Singapura é o MRT, o metropolitano, que cobre de uma forma eficiente a cidade, com serviços regulares. Confortável, rápido e de fácil orientação.
Nas máquinas automáticas de venda de bilhetes existentes nas estações compra-se na primeira viagem um cartão com o custo adicional de 0.10 S$, e que pode ser reutilizado, no máximo de 6 viagens sendo o valor do cartão reembolsado ao fim do terceiro carregamento. É possível comprar bilhete de ida-e-volta, e caso não se utilizem as duas viagens é possível pedir o reembolso junto da bilheteira.
O custo da viagem é proporcional à distância com o mínimo de 1.4 S$ (Singaporean Dolar).
Os autocarros também são modernos e confortáveis, e permitem ver a cidade enquanto se fazem as deslocações.
Sudoeste Asiãtico
Sobre mim
Olá! Sou a Catarina: viajante e aspirante a fotógrafa.
Sou de Lisboa, onde passei a maior parte da minha vida, mas tenho passado os últimos anos a viajar!
A minha primeira longa viagem começou em 2013 e durante 15 meses levou-me até ao Sudeste Asiático e ao Subcontinente Indiano: Índia, Nepal, Laos, Camboja, China,Myanmar (Burma), Vietname e Tailândia. Mais tarde o percurso estendeu-se pela Malásia, Singapura, Sri Lanka e Indonésia… e também pelo Norte de Africa e Médio Oriente como o Irão, Marrocos e Turquia
O distante Japão e Taiwan são os meus mais recentes destinos, como Myanmar que eu tenho visitado repetidas vezes nos últimos anos.
Com este blog, partilho as minhas viagens e experiências, fornecendo informações e dicas sobre como viajar com um pequeno orçamento e em segurança, esperando assim ajudar outros viajantes e inspirar aqueles que ainda não começaram a viajar.
Não sei ao certo o que me faz continuar, mas a fotografia é com certeza uma das razões para continuar, tentando capturar o espírito e a atmosfera dos lugares, o estilo de vida local e retratar as pessoas.
E comida… a comida é com certeza uma das coisas que mais me entusiasma quando viajo. Mas ser vegetariana traz novos desafios e dificuldades, e espero que a minha experiência(s) possam ajudar a tornar as viagens mais fáceis e deliciosas!
Amor e respeito
“Sê dono apenas do que podes transportar contigo. Conhece línguas, conhece países, conhece pessoas. Deixa que a tua memória seja o teu saco de viagem.”Alexander Solzhenitsyn
Um chamamento para o que é novo, um frémito pelo desconhecido, um impulso que me leva ao movimento e uma vontade de conhecer outras culturas, arrastou-me para viagens de termo incerto, onde cada momento é um desafio à imaginação e um romance com a vida.
Kandy: o lago e o dente
Sem motivo aparente há locais que não cativam, que não estimulam, que nos tiram energia… apesar de racionalmente nada apresentarem de negativo. E Kandy é um desses locais, onde tem tudo para ser agradável: um lago central, encostas de densa vegetação, um centro animado em termos de comércio, autêntica vida local, diversos locais históricos, património… mas mesmo assim Kandy não deixou saudades, mas mais um conjunto de sensações negativas.
Desta imagem salvou-se o lago que proporciona passeios mais ou menos agradáveis, se se conseguir esquecer o barulho de autocarros e buzinas que constantemente passam na estrada que circunda o lago, e as cores com que a paisagem se tinge depois do pôr do sol.
Kandy tem a fama de ser a capital cultural do Sri Lanka, mas uma visita de alguns dias não revelou manifestações culturais significativas apesar de ser evidente a presença do colonialismo britânico nos edifícios públicos e outros convertidos em hotéis e zonas comerciais. Contudo Kandy mantem a sua importância no panorama nacional por ter sido a capital de um dos maiores reinos que governou o Sri Lanka, tendo resistido durante bastante tempo aos ataques dos invasores: inicialmente os portugueses, seguidos dos holandeses e culminando com os britânicos que somente abandonaram o território em 1948.
Mas o que sobressai em Kandy é a religião, pois este é considerado um dos principais locais sagrados do Sri Lanka para a religião budista, pois é aqui que se encontra a famosa relíquia de Buddha, um dente salvo no processo de cremação, que no meio de muitas peripécias foi trazido para a ilha e encontrando-se guardado no chamado Buddha Tooth Relic Temple, mesmo no centro da cidade junto ao Kandy Lake.
Apesar da proximidade com a vizinha Índia, a religião dominante no Sri Lanka é o Budismo seguido por 70% da população; segue-se o hinduísmo com 8%, os muçulmanos com 7% e a restante população dividida pelas várias correntes do cristianismo deixado pela presença portuguesa, holandesa e britânica.
Kandy com a sua localização entre montanhas mas a baixa altitude proporciona um clima ameno que contrasta com as temperaturas sempre elevadas da capital, Colombo, situada somente a 115 quilómetros. Mesmo os Invernos não são demasiado frios como noutras partes do chamado “Hill Country”.
Dado que a principal atracção da cidade é o Buddha Tooth Relic Temple, cuja entrada para estrangeiros custa 1500 LKR (10$) o que a coloca fora do itinerário “backpacker”; acresce o fact de em Singapura existier um outro “dente” de Buda que pode ser visitado gratuitamente, independentemente da nacionalidade de cada um.
Sobraram assim os passeios pelas ruas da cidade, observando a azáfama das cargas e descargas, a visita ao mercado de frescos, a observação do modo de vida local e a degustação de apetitosos snacks (rotis, samossas, vadai, parippuvada, etc…) que aqui tanto servem como pequeno-almoço como podem ser consumidos no intervalo das refeições, encontrando-se à venda m pouco por todo o lado, tanto em vendedores ambulantes como e restaurantes e cafés… onde Kandy revelou ter a melhor qualidade e oferta.
Onde dormir em Kandy:
Kandy tem muitas opções em termos de alojamento. No centro da cidade num raio de 2 quilómetros do Clock Tower Bus Terminal existem alguns hostel com quartos partilhados (dorms), desde 900 LKR. De resto no centro da cidade os restantes alojamentos são de gama superior com excepção do Olde Empire, que cobra demasiado para as condições oferecidas.
A maioria das homestays situam-se na encosta sul do lago, ao longo da Saranankara Road, com os preços a variar bastante em função dos quartos e do facto de terem ou não vista sobre o lago. Têm o inconveniente de obrigarem a uma caminhada até ao centro de Kandy, de 10 minutos ou mais caso se situarem no topo da colina. Para ficar numa homestay é conveniente fazer uma reserva durante a época alta pois neste tipo de alojamento existem mais do que três ou quatro quartos.
Pink House (homestay)
Address: 15 Saranankara Road, South Kandy Lake, 20000 Kandy
Phone: +94 77 961 8552
Boa localização, no inicio da colina do lado sul do lago, não muito longe da estrada mas suficientemente afastada para não se ouvir o barulho das buzinas. Desde o Bus Terminal como da Train Station é uma distância possível de ser feita a pé, mas autocarros passam na estrada principal e o bilhete custa 8 LKR. Para se chegar ao centro da cidade, local mais próximo com restaurantes, ATMs e comércio não se demora mais do que 10 minutos a pé, num percurso feito ao longo do lago.
O ambiente é familiar, numa atmosfera descomprometida e simpática, ideal para quem gosta de participar no quotidiano familiar e conhecer melhor o modo de vida local.
Os quartos variam em tamanho e conforto, mas são todos com casa de banho partilhada. Os quartos junto à entrada da casa são os mais agradáveis ao passo que os que se situam na parte das traseiras, depois do pátio, são pequenos e desconfortáveis. Refeições podem ser encomendadas com antecedência à proprietária.
Quarto duplo: 1200 LKR
Casa-de-banho partilhada; chuveiro com água quente.
Wi-fi disponível mas extremamente lento.
Olde Empire Hotel
Address: 21 Temple St, 20000 Kandy
Phone: +94 77 632 1867
Óptima localização no centro da cidade mesmo em frente ao Buddha Tooth Relic Temple. Contudo bastante barulhento devido à proximidade com uma das avenidas principais da cidade. Os melhores quartos situam-se no piso superior, alguns com vista para a entrada do templo, mantendo o estilo antigo e colonial dado pela pesada mobília e pelo soalho de madeira de onde emana o cheiro da cera. Os quartos situados no piso inferior não têm janelas, somente uns respiradores na parede junto ao tecto, que eliminam qualquer hipótese de privacidade entre os quartos assim como permitem a entrada de mosquitos, do frio da noite (em Dezembro e Janeiro as noites são frias em Kandy) e do barulho da rua, de vozes, motores, buzinas…
O staff é pouco simpático e pouco útil em termos de informações.
Quarto duplo (piso superior): 3000 (com casa-de-banho)
Quarto duplo (piso superior): 1800 (com casa-de-banho partilhada)
Quarto duplo (piso inferior): 2000 (com casa-de-banho)
Não há água quente no duche, quer nos quartos quer na casa-de-banho partilhada.
No Wi-fi
Atenção: alguns quartos têm bed-bugs (percevejos), mas à data da estadia (Janeiro 2016) estavam a ser feitas grandes limpezas com substituição de colchões.
Onde comer em Kandy:
Também em termos de restaurantes Kandy oferece muitas opções, desde restaurantes sofisticados, cadeias internacionais de fast-food, comida indiana, a restaurantes locais com ementa para todos os orçamentos. Dada a influência da religião budista assim como do hinduísmo é muito fácil encontrar comida vegetariana.
Pela novidade e pela atmosfera sobressaiu o Kandy Muslim Hotel (no Sri Lanka assim como no Sul da Índia a palavra “hotel” refere-se a restaurantes simples, despretensiosos e baratos), onde se podem encontrar ao longo do dia os populares roti nas suas muitas variantes com diferentes formatos e recheios e os kottu, cuja preparação é sempre envolta em muito barulho com o cozinheiro oferecendo um pequeno show.
Como o nome indica o espaço é gerido por muçulmanos de longas barbas e muita simpatia, que juntamente com a patina e decoração do restaurante criam uma boa atmosfera, que acompanha os apetitosos pratos, que não são recomendáveis a que seja sensível ao picante ou a quem não goste de comida “gordurosa”!
Kandy Muslim Hotel
Address: Dalada Vidiya (no centro de Kandy a curta distância da Clock Tower)
Óptimo para rotis e kottus, mas onde também se podem encontrar outras refeições como fried rice, caris, lentilhas, legumes e carne ou não fosse este um restaurante muçulmano!
Ambiente local, informal, barato mas barulhento.
Devon Restaurant & Bakery
Address: 11, Dalada Vidiya (no centro de Kandy a curta distância da Clock Tower e do lado oposto ao Muslim Hotel)
O restaurante fica no primeiro andar, mas o melhor situa-se ao nível da rua onde num ambiente de café se vendem deliciosos snacks (vegetarianos, com carne ou com peixe). De manhã as pessoas fazem fila para o take–away. Como abre às 6 a.m. é uma boa opção para abastecer de comida para as longas viagens de comboio ou de bus que são incontornáveis para quem viaja no Sri Lanka. Cada um destes snacks custa entre 30 a 40 LKR.
A estadia em Kandy proporcionou também tempo para saborear diversas variações do popular rice and curry, que se pode considerar o prato nacional do Sri Lanka, e que se encontra em todos os restaurantes, seja qual for a categoria.
Como o nome indica trata-se de arroz acompanhado de uma, duas ou mais variedades de caril, pol sambol (um tempero picante à base de côco) ou gotukola sambol (um mistura crua de um legume de folha verde com côco e chilli).
Servido desde a manhã o rice and curry é mais popular como almoço, mas raramente se encontra ao jantar nos restaurantes.
Transportes:
Kandy está servida por caminho de ferro, numa ligação directa com Colombo e a meio caminho do chamado Hill Country. Apesar da curta distância que separa Kandy da capital a viagem de comboio demora mais de 4 horas. A alternativa é são os autocarros que dependendo do trânsito podem demorar mais tempo. De Colombo-Fort partem autocarros com ar-condicionado que fazem menos paragens ao longo do percurso e que demoram entre 3.5 a 4 horas, 265 LKR .
Existem 3 terminais de autocarros em Kandy, todos localizados no centro da cidade, e perto da estação de comboios. O Goods Shed Bus Terminal e o terminal de autocarros privados (Private Bus Terminal) funcionam para serviços de longa distância. O terminal de autocarros 500 metros mais a norte, junto à Clock Tower – Clock Tower Bus Stop – é destinado ao serviço urbano e sub-urbano.
Tanto de qualquer dos terminais de autocarros como da estação de comboios é relativamente fácil chegar ao centro da cidade, ou seja ao lago, e daí optar pela zona urbana que fica do lado esquerdo, ou caminhar para o lado direito e aceder à colina onde se concentram a maioria das homestays e guest houses.
População: 112.000
Altitude: 500m
Kuching, a capital de Sarawak
O estado sul do Borneu Malaio é Sarawak, sendo conhecido pela presença cultural do maior grupo étnico de Sarawak, os Iban, famosos pelas suas longhouses, uma espécie de casa comum a várias famílias e centro de toda a actividade de uma comunidade, mas que actualmente servem quase exclusivamente para fins turísticos.
Mas a cidade de Kuching agradavelmente situada junto ao rio, é um ponto de confluência de várias culturas, encontrando-se uma forte presença colonial britânica visível em alguns edifícios que são marcos na cidade pela sua brancura e arquitectura imponente, e pela religião onde o cristianismo tem forte presença contrastando com o resto do país de forte influência muçulmana. Ao longo do Main Bazar alinham-se as shophouses, edifícios destinados ao comércio, com o primeiro piso reservado para habitação, típicas da comunidade chinesa que aqui reside à muitas gerações mantendo contudo a sua cultura muito presente. Não muito longe encontra-se a Little India (Jalang India), onde ao longo de uma rua se concentram várias lojas, muitas com produtos indianos, tanto de mercearia como de roupas e tecidos. Pelo meio algumas lojas vendendo camisas e tecidos com os padrões tradicionais da Indonésia.
Mas ao longo do Main Bazaar é possível encontrar à venda muitos dos artigos tradicionais da cultura Iban, em particular trabalhos em madeira, cestos e tecelagem com os padrões geométricos típicos deste grupo étnico, cuja cultura está a ser rapidamente substituída pela cultura malaia.
Kuching significa “gato” e por todo o lado existem referencias a estes animais, seja em esculturas ou street-art… mas não se encontram muitos felinos pelas redondezas…
Sarawak to sarawakians
A terceira maior ilha do mundo, e está dividida por três países: Malásia, Indonésia (que detém 73% do território) e Brunei (com 1% do território).
Pela longa história deste território que é hoje a Malásia, passaram Portugueses, Holandeses, e Ingleses; com a segunda guerra mundial vieram as tropas Japonesas e somente em 1963 a Malásia se tornou independente, agrupando os Malásia, Sarawak e Sabah, incluindo também Singapura, que dois anos mais tarde foi excluída deste território tornando-se autónoma.
Durante a presença Britânica, em particular na primeira metade do século XX foi fortemente incentivada a vinda de imigrantes da China e da Índia, o que em pouco tempo duplicou a população no território.
Actualmente dos 30 milhões de habitantes da Malásia, 50% são Malaios, 23% são Chineses, 12% indígenas, 7% Indianos e os restantes 8% são residentes mas não detêm cidadania, sendo comum a presença de imigrantes Indonésios.
Apesar da aparente harmonia e tolerância que se vive entre os diferentes grupos étnicos, onde apesar do país considerar como religião oficial o Islão aceita a prática de outras cultos, na realidade existe uma descriminação entre os Malaios que detêm o poder e os cargos mais importantes na administração do país, e os restantes grupos étnicos.
No Bornéu, particularmente em Sarawak, onde dominam é evidente um desejo de autonomia ou de independência em relação à Malásia, pois os diferentes grupos étnicos todos agrupados sob a designação de Dayaks não se consideram reconhecidos como cidadão de pleno direito em relação ao maior grupo étnico, os malaios.
Os Iban são o maior grupo indígena na região de Sarawak e luta por manter a sua cultura, mas actualmente já poucos falam a língua nativa que não é ensinada nas escolas, ficando a cultura indígena praticamente reservada a festivais. Com a presença inglesa também as práticas animistas que dominavam a espiritualidade destes povos foi substituída pelo cristianismo.
Alojamento:
Kuching oferece muitas opções em termos de alojamento e com boas opções para backpackers, onde não é difícil encontrar hostel com dormitórios.
A escolha foi para Nomad Backpackers:
First floor, 3 Jalan Green Hill T082/237062
Quatro duplo com casa-de-banho: 65 RM (pequeno-almoço incluído, free wi-fi)
Onde comer:
O centro da actividade em termos de restaurantes é a Chinatown que se situa ao longo da Jalang Carpenter e a Jalang Padungan, situada mais a Este.
Mas para opções mais económicas o restaurante situada ao longo do passeio pedonal que se estende em frente ao rio denominado de Waterfront, no centro histórico de Kuching. Aqui no meio de alguns quiosques destaca-se um que serve comida local, confecionada por duas simpáticas raparigas muçulmanas: o Meeting Point. Em frente encontram-se umas mesas onde se pode desfrutar da simples refeição e mesmo ao lado outro quiosque vende bebidas… ice-tea, ice-cofee, etc… A comida é simples e boa, à base de arroz ou noodles, mas com opção de ser vegetariana e com os preços a rondar os 5 RM.
Transportes:
A cidade pode ser percorrida a pé, com o centro histórico bastante compacto desenvolvendo-se em volta do Edifício Courthouse e da Waterfront. Daqui chega-se facilmente a Chinatown e a Little India, ao Sarawak Museum e às principais mesquitas.
Para visitar o Baku National Park ou o Semmenggoh Nature Reserve é necessário recorre a transportes públicos. (ver próximos posts)