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Stepping Out Of Babylon

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Tailândia: epílogo

O que fica de três meses passados na Tailândia… ficam sem duvida o colorido das vestes dos monges que marcam de açafrão a memória visual da paisagem urbana, ficam os templos ricamente decorados e impecavelmente limpos, onde a imagem de Buda é respeitosamente venerada.

Sempre presente é também o Rei Bhumibol, cuja figura, muitas vezes acompanhado da rainha se encontra em todos os edifícios oficiais, habitações, lojas, assim como pelas ruas das cidades e estradas do país, com o seu retrato em várias fases da sua vida, emoldurado por dourados e rodeados de flores e bandeiras amarelas.

O respeito é algo que marca a sociedade e a cultura tailandesas, e que é evidente na forma como os habitantes e comportam e se relacionam entre si, sem discussões ou tons de voz elevados, sem encontrões, não deitando lixo para o chão, mesmo escasseando o número de caixotes de lixo nas cidades, não enganando com os trocos, respeitando filas e a ordem nas entradas e saídas dos transportes públicos. De todo o grupo há que excluir obviamente os taxistas que aqui, como em todo o lado, tentam sempre aproveitar-se dos estrangeiros.

Outra ideia que ficou foi a de um país rico e de abundância, que apesar de ter pobreza, mais evidente nos meios rurais, se encontra bastante desenvolvido, bem organizado, limpo, um elevado nível de educação, capaz de produzir comida em quantidade suficiente para alimentar a sua população de 64 milhões e habitantes e de ser o maior exportador de arroz do mundo, proeza possível com o favorável clima e pela abundância de água que permite obter várias colheitas por ano e onde fruta como a banana, papaia e manga cresce um pouco por todo o lado.

Fica a memória de um país verde, onde a selva ainda resiste à pressão demográfica humana em busca de espaço para viver e de terreno para cultivar; ficam as praias de calmas e tépidas águas que proporcionam claros tons de azul que contrastam com o verdes das palmeiras.

Ficam também os mercados com o seu vibrante movimento e os seus exóticos produtos de utilização indecifrável, e a grande variedade oferecida, onde domina a carne, mas onde se pode encontrar uma grande variedade de legumes, e onde a colorida e exótica fruta se torna uma tentação.

E de facto, o mais saudades deixa é a deliciosa comida tailandesa, com os seus aromáticos caris à base de leite de côco, as fumegantes sopas de noodles, as picantes saladas de papaia-verde, as massas e vegetais salteados, os rottes de banana, o sticky-rice… tudo preparado no local em pouco mais do que um minuto, e que pode sempre ser embalado para ser consumido enquanto se percorrem as ruas e se assiste ao desenrolar do movimentado quotidiano tailandês.

Norte da Tailândia, na ultima viagem de comboio entre Bangkok e Chiang Mai, antes de rumar definitivamente em direcção à fronteira com o Laos
Norte da Tailândia, na ultima viagem de comboio entre Bangkok e Chiang Mai, antes de rumar definitivamente em direcção à fronteira com o Laos
Goodbye Thailand.... "kóbum káa"
Goodbye Thailand…. “kóbum káa”

Itenerário

Tailândia e os mercados

Os mercados são sem duvida um dos pontos altos da visita a uma cidade, onde a diversidade de produtos e o seu exotismo prendem a atenção e despertam a imaginação numa tentativa por vezes frustrante de decifrar a utilidade de algum ingrediente, distinguir entre um fruto e um legume ou simplesmente perceber espécie de animal se encontra exposto para venda.

Todas as cidades e pequenas povoações têm um ou mais mercados, alguns iniciando-se mesmo antes do nascer do sol e terminando perto da hora do almoço, outros começando pelas cinco da tarde e prolongando-se pela noite. Podem ser em espaços criados para o efeito, com bancas devidamente organizadas ou simplesmente surgindo de forma aparentemente espontânea a longo das ruas.

Existem os mercados dedicados à venda de produtos alimentares, tanto frescos como embalados, mas onde sempre se encontra uma zona destinada a servir refeições simples, como sopas de arroz e de noodles, peixe ou carne grelhados no carvão, ou salteados no wok juntamente com alguns vegetais; tudo preparado no momento e em poucos minutos.

Muita desta comida pode ser também embalada em pequenos sacos de plástico para ser transportada para casa ou para o local de trabalho, não sendo raro ver pessoas a debicarem comida à medida que vão caminhado pelas ruas da cidade.

O mesmo se aplica à furta, que é descascada e cortada em pedaços para poder ser consumida pela rua com a ajuda de um pequeno pauzinho de bambu que funciona como garfo.

As bananas são uma presença constante nos mercados, podendo-se também encontrar à venda em pequenas bancas improvisadas nas ruas das cidades, junto a um terminal de autocarros ou simplesmente frente ao portão de uma das casas que se alinham ao longo das pequenas ruas secundárias das cidades.

Para além das bananas vendidas frescas, em grupos de dez ou doze, os tailandeses desenvolveram criativamente muitas formas de as confecionarem: cortadas em pequenas lâminas e fritas em óleo, ou em grossas fatias envolvidas numa mistura de farinha de arroz, água e sésamo que são também fritas e comidas ainda quentes, podem ser grelhadas no carvão, inteiras e com casca, descascadas, cortadas em rodelas, intactas ou esmagadas, dispostas ao longo de um fino pau de bambu, servindo de recheio a rottes, em sumos e batidos…

Todos os passeios pelos mercados despertam muitas e intensas sensações, não só pelo visual como também pelos cheiros que se libertam das panelas fumegantes, dos grelhados, do peixe e do marisco vendidos secos que enchem sacas, dando vontade de experimentar muita desta vasta oferta, em especial a fruta, onde descobri uma enorme variedade de sabores, cheiros e texturas, nem sempre tão interessantes como poderiam à partida parecer.

Mas sem dúvida que a pior experiência alimentar que vivi na Tailândia, e quiçá a pior da minha vida prende-se com este fruto chamado durian, de cheiro intenso e pouco atractivo, bastante popular entre os tailandeses, mas capaz de provocar as melhores e as piores reações, havendo mesmo pessoas com repulsa pelo cheiro, ao ponto de ser proibido transportar durian em transportes públicos e consumidos junto a templos e monumentos.

Os doces são também uma presença constante nos mercadas da Tailândia, vendendo-se também pelas ruas da cidade, embalados e apresentados de forma colorida e cativantes, mas extremamente doces, como quase toda a comida na Tailândia, mesmo os pratos de massas e sopas de noodles.

É frequente as cidades terem mais do que um mercado, mesmo as de dimensão mais modesta, muitos dedicados à venda de alimentos mas outros mais focados em artigos de utilidade e de roupa. Nas cidades com mais turismo, como Chiang Mai, muitos destes mercados são vocacionados para a venda de artesanato tradicional da Tailândia, como as roupas características das povoações das montanhas, que se destina não só aos visitantes ocidentais como também aos muitos turistas nacional, que aqui encontram muitos “souvenires”.

Grande panelas onde fervem diversos caldos, quase sempre de carne, que servem para preparar as populares sopas de noodles, refeição consumida em diferentes alturas do dia, inclusive ao pequeno almoço
Grande panelas onde fervem diversos caldos, quase sempre de carne, que servem para preparar as populares sopas de noodles, refeição consumida em diferentes alturas do dia, inclusive ao pequeno almoço
Arroz... uma pãlida amostra das muitas variedades de arroz disponiveis na Tailândia
Arroz… uma pálida amostra das muitas variedades de arroz disponiveis na Tailândia
Legumes
Legumes
Tofu fresco, vendido diáriamente
Tofu fresco, vendido diáriamente
Paste de carril que serve de base a muitos caris
Paste de carril que serve de base a muitos caris
Cogumelos secos e demais molhos utilizados abundamentemnte nos pratos tailandeses
Cogumelos secos e demais molhos utilizados abundamentemnte nos pratos tailandeses
peixe seco
peixe seco
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Apesar de não ser dos países onde se podem encontrar alimentos “estranhos” à gastronomia europeia, nos mercados espalhados pela Tailândia, em especial os situados nas cidades mais pequenas, é possível encontrar algum alimentos exóticos como sapos, insectos, larvas, cobras…
Noodles, massa de arroz, que é vendida fresca, em vários formatos
Noodles, massa de arroz, que é vendida fresca, em vários formatos
peixe seco, que asim como o marismo é muito popular nos mercados tailandeses
peixe seco, que asim como o marismo é muito popular nos mercados tailandeses
Algo não identificado...
Algo não identificado…
Peixe frito, percado no Rio Ping, de Chiang Mai
Peixe frito, percado no Rio Ping, de Chiang Mai
Mecado nocturno de Ayuttahya
Mercado nocturno de Ayuttahya
Sompet Market: grande variedade de legumes, nem todos tradicionais da cozinha tailândesa, mas que se vendem nos mercados mais proximos dos bairros onde se alojam os farang
Sompet Market: grande variedade de legumes, nem todos tradicionais da cozinha tailândesa, mas que se vendem nos mercados mais proximos dos bairros onde se alojam os farang
refeições prontas vendidas para serem consumidas em casa, escola ou local de trabalho.
refeições prontas vendidas para serem consumidas em casa, escola ou local de trabalho.
Peixe seco, já cozinhado
Peixe seco, já cozinhado
uma das pequenas mercearias existentes no Sompet Market de Chiang Mai
uma das pequenas mercearias existentes no Sompet Market de Chiang Mai
Dragon Fruit: muito apelativos pelo exótico formato e pelas cores, este fruto que nasce duma planta semelhante a um cacto é pouco saboroso e pouco doce
Dragon Fruit: muito apelativos pelo exótico formato e pelas cores, este fruto que nasce duma planta semelhante a um cacto é pouco saboroso e pouco doce
Durian, o fruto que mais reações provoca pelo seu cheiro e gosto intenso e único
Durian, o fruto que mais reações provoca pelo seu cheiro e gosto intenso e único
Doces... coloridos e exóticos onde domina o leite condensado como adoçante, complementando o habitual açucar
Doces… coloridos e exóticos onde domina o leite condensado como adoçante, complementando o habitual açucar
Espetadas de carne, que se vendem juntamente com caldos e arroz que são vendidos como acompanhamento, e consumidos logo pela manhã
Espetadas de carne, que se vendem juntamente com caldos e arroz que são vendidos como acompanhamento, e consumidos logo pela manhã
Apesar de o inverno não ser a melhor época para comer mangas, estas são abundam nos mercados e são suficientemente doces para serem um dos frutos mais populares
Apesar de o inverno não ser a melhor época para comer mangas, estas são abundam nos mercados e são suficientemente doces para serem um dos frutos mais populares
Banca de vegetais no Sompet Market de Chinag Mai
Banca de vegetais no Sompet Market de Chinag Mai

Pela estrada fora… viajar na Tailândia

Três meses na Tailândia… muitas viagens, muitos quilómetros percorridos num país que pela sua geografia é pouca convidativo a viagens “circulares”, com perto de 5000 quilómetros percorridos em autocarro e pouco mais do que 2000 quilómetros percorridos de comboio, o que dá uma ideia bem precisa da bem mais estruturada e abundante oferta proporcionada pelo transporte rodoviário. A todos estes quilómetros acresce as horas passadas em barcos nas viagens para as ilhas e mais um inúmero conjunto de pequenos percursos efectuados em táxis-colectivos e mini-vans que permitem fazer ligações entre terminais de autocarros, cais, estações de comboios e as principais cidades.

Pode-se dizer que viajar pela Tailândia é bastante fácil, mesmo para quem não queira optar pelos autocarros turísticos, pois todas as principais povoações dispõem de um terminal de autocarros onde facilmente se consegue fazer a ligação para outros destinos.

Todos as viagens feitas neste país, foram efectuadas maioritariamente em transportes públicos, preferencialmente de comboio, mas nem sempre possível devidos à pouca oferta e aos rígidos horários que não são compatíveis com os vários transbordos necessários; como foi por exemplo, para percorrer os mais de 1400 quilómetros que me propus fazer quando saí de Chiang Mai, principal cidade do norte do país e que foi o meu poiso quase permanente durante esta estadia na Tailândia, com destino às praias das ilhas do Mar de Adamão e do Golfo da Tailândia.

As viagens de barco foram também uma boa dose de aventura nas deslocações que fiz às ilhas, obrigando a pelo menos um percurso marítimo, que pode ser de ferry, no caso de ilhas mais turísticas e com maior população; nas ilhas mais isoladas o meio de transporte é geralmente numa embarcação mais modesta, em barcos de madeira, mas que nem sempre podem chegar a terra, pois nem sempre existe um cais de embarque, obrigando a um transbordo para um simples barco de pesca movido a motor que permite transportar os passageiros até ao areal.

De inicio as minhas viagens de comboio começaram por ser em carruagem cama, primeiro em segunda-classe com ar-condicionado, o que se mostrou muito agressivo devido à baixas temperaturas, mais tarde em carruagens somente equipadas com ventoinhas que da mesma forma proporcionam um sono confortável; mas a opção que dominou foi a viagem em terceira classe, atrativa pelo seu baixo custo, sem camas, lençóis ou cortinas, mas onde os desconfortáveis bancos corridos de três lugares, proporcionam razoáveis noites e onde durante o dia se pode apreciar a paisagem pelas janelas abertas que vai arrefecendo o ambiente durante a tarde, quando as ventoinhas se mostram insuficientes.

Percorrendo as diversas carruagens, e atravessando a antiquada carruagem restaurante, é possível chegar ao fim do comboio e pela porta, que tal como as outras, se encontra quase sempre aberta, apreciar o desfilar da paisagem e o ritmo hipnótico das travessas de betão e o aparente ondular dos carris ao ritmo do balanço constante do comboio.

Estas viagens de comboio e autocarro proporcionam um maior contacto com a população tailandesa, que não sendo muito comunicativa, aparentemente pela barreira linguística, sempre dá a conhecer um pouco da sua forma de estar, mostrando respeito pelos outros, não provocando grande agitação à chegada, mantendo-se calma e ordeiramente no seu lugar e que ao abandonar o comboio ou um autocarros ao fim de umas quinze horas de viagem, recolhe quase sempre o lixo que produziu, o que para mim foi um grande contraste com as viagens que fiz pela Índia.

Os autocarros, tanto os da empresa pública como os das companhias privadas, oferecem nas viagens de longo curso um serviço semelhante ao de um avião, tanto para as classes mais baixas como para os lugares VIP: todos equipados com casa de banho, televisão, e respectiva hospedeira, que de inicio distribui garrafas de água e algum snack, como bolachas ou batatas-fritas, e pela manhã um café, uma em embalagem de sumo ou de leite de soja, e antes da chegada um toalhete para higienizar as mãos… um luxo!

As viagens de longo curso, quase sempre feitas durante a noite, com chegada ao destino pela manhã, implicam a paragem em algum terminal de autocarros, que está preparado para receber as centenas de passageiros, com casas-de-banho, mini-mercados e restaurantes, alguns dos quais servem a refeição que se encontra incluída no preço do bilhete, sendo disponibilizada em alguns locais, para além de pratos vegetarianos, refeições halal, destinadas à população muçulmana que é bastante notória no sul do país.

Estes locais surgem no meio da noite, isolados de povoações, longe de qualquer ponto de referencia, iluminados fortemente pelas frias luzes eléctricas que conferem a estes espaços um ambiente artificial parecendo transportar-nos para uma outra realidade.

Tanto nos comboios como no metropolitano em Bangkok, existem lugares reservados para monges
Tanto nos comboios como no metropolitano em Bangkok, existem lugares reservados para monges
ultima carruagem dos comboios tailandeses com vista previligiada para a linha férrea
ultima carruagem dos comboios tailandeses com vista previligiada para a linha férrea
barcos de ligação entre Krabi e a ilha de Koh Jum
barcos de ligação entre Krabi e a ilha de Koh Jum
Um dos muitos transbordos necessários para quem viaja em transportes públicos, com estes pequenos veículos a fazerem a ligação entre cais de embarque e terminais de autocarro ou estações de comboio
Um dos muitos transbordos necessários para quem viaja em transportes públicos, com estes pequenos veículos a fazerem a ligação entre cais de embarque e terminais de autocarro ou estações de comboio
interior de um autocarro tahilandês onde nos ecrãs passam filmes ou programas musicais
interior de um autocarro tailandês onde nos ecrãs passam filmes ou programas musicais que se fazem ouvir por todo o veículo
um dos muitos restaurantes que surgem nas estações de serviço junto às principais estradas e que a meio da noite servem refeições simples, muitas vezes já pre-confecionadas
um dos muitos restaurantes que surgem nas estações de serviço junto às principais estradas e que a meio da noite servem refeições simples, muitas vezes já pre-confecionadas
restaurante de uma estação de serviço  de apoio aos autocarros que efectuam ligações nocturnas entre as principais cidades
restaurante de uma estação de serviço de apoio aos autocarros que efectuam ligações nocturnas entre as principais cidades
talvez a pior refeição consumida durante os três meses de viagem pela tailândia, num das estações de serviço
talvez a pior refeição consumida durante os três meses de viagem pela tailândia, num das estações de serviço

Apontamentos da Tailândia

Calendário

O calendário tailandês inicia-se 543 anos antes do inicio do calendário ocidental e a passagem de ano comemora-se a 15 de Abril, com as celebrações a começarem dia 12 com a limpeza das casas e a desenrolarem-se com idas aos templos e convívio com amigos e familiares.

Contudo o dia a dia é seguido pelo calendário internacional, com a passagem do ano a ser também comemorada pelo tailandeses, que de forma discreta se reúnem nos alpendres das casas em volta da mesa ou vêm para as ruas, que se transforma em mercados, lançar foguetes e fogo de artifício juntamente com lanternas de papel que vão enchendo o céu numa pálida imitação da comemoração do Loi Krathong e do Yi Peng, com a festa a terminar cedo, longe dos excessos que caracterizam as comemorações nos países ocidentais.

Este foi o cenário que presenciei em Chiang Mai, onde passei também o Natal, que na Tailândia não tem qualquer expressão fora do circuito farang, onde os estrangeiros se reúnem para um jantar entre amigos, mas longe das decorações e do simbolismo do natal a que estamos habituados.

Jantar de Natal que reuniu os residentes da Giant Guest House
Jantar de Natal que reuniu os residentes da Giant Guest House
Loja situada proximo do mercado de Sompet, em Chiang Mai, que nos dias anteriores ao Natal expôs decorações natalícias, constituindo uma excepção à tradição tailandesa que ignora o Natal
Loja situada proximo do mercado de Sompet, em Chiang Mai, que nos dias anteriores ao Natal expôs decorações natalícias, constituindo uma excepção à tradição tailandesa que ignora o Natal

 

Espiritualidade

A Índia é conhecida pela sua espiritualidade, mas do que vi, a maioria dos indianos vive intensamente a religiosidade, repetindo convictamente os ritos iniciados à gerações, mas cada vez mais desligados da sua verdadeira essência, e não transportando para o quotidiano os valores espirituais do hinduísmo que tanto atraem os ocidentais. Na Tailândia, onde todas as manifestações sejam de fé, de desagrado ou de afecto, são mais comedidas e discretas, encontrei nas poucas pessoas com quem consegui falar, uma enraizada espiritualidade, e que é perceptível nos vários momentos da vida quotidiana.

É essa espiritualidade que está por trás do respeito mostrado perante os usos e costumes dos ocidentais que visitam a Tailândia e muitos que aqui fazem vida, que apesar de contrastarem fortemente com a cultura local, são educadamente tolerados, sem contudo serem aceites.

Respeito é a palavra que fica da Tailândia. Do budismo vem um sentimento de evitar os julgamentos, e de fazer o bem, e que se transparece pelos “actos bondade” como alimentar os cães e gatos que habitam nas ruas, fazer trabalho voluntário, como as pessoas que fazem massagens junto aos templos, sendo as receitas entregues aos monges, ou mesmo em pequenos gestos como as bananas oferecidas pelo pessoal da Giant House, em Chiang Mai, no primeiro dia do ano.

Nos mercados nocturnos é possível encontrar grupos de pessoas, muitas das vezes adolescentes, que empunhando uma caixa para donativos, cantam num misto de entusiasmo e timidez com vista a recolherem dinheiro para ajuda das vítimas de alguma catástrofe natural ou simplesmente para alimentar animais abandonados. A estes grupos juntam-se por vezes polícias e bombeiros, que nos mercados nocturnos de Chiang Mai, tocam e cantam com fins caritativos, envergando os seu uniformes impecavelmente engomados, muito justos ao corpo, onde brilham distintivos e medalhas.

 

Monges

Como na maioria dos países asiáticos, o dia na Tailândia começa cedo, pouco depois do nascer do sol, com os monges de cabelo rapado circulando descalços seja qual for a temperatura, pelas ruas recolhendo as dádivas e oferecendo orações, colorindo as ruas com os seus robes de açafrão.

Esta é uma das imagens mais marcantes deste país, encontrando-se por todo o lado, junto aos templos, percorrendo a cidade, em autocarros, barcos e comboios… os mais velhos com ar grave e austero, mas por vezes não dispensando um cigarro fumado discretamente junto à porta do comboios; os mais novos passando o tempo entre brincadeira infantis e jogos de computador ou perdidos algures num ecrã de um smart-phone, mas mantendo atenta disciplina durante as orações pronunciadas nos templos logo pela manhã ou pelas cinco da tarde.

monge percorrendo as de Ayutthaya de manhã bem cedo
monge percorrendo as de Ayutthaya de manhã bem cedo

Relações entre thais e franangs

Apesar do aparente distanciamento e desinteresse mostrado de uma forma geral pela população tailandesa em relação aos estrangeiros, tanto turistas como residentes, e que é mais evidente nas grandes cidades, os relacionamentos entre homens ocidentais e mulheres tailandesas são muito frequentes e aparentemente aceites.

Aparentemente este tipo de relações é aceite pela sociedade e pelas famílias, havendo contudo uma expectativa de algum retorno material, que se estende também à família da mulher tailandesa.

É relativamente fácil para um homem ocidental conviver com uma mulher tailandesa, independentemente da diferença de idades, sem que tal seja considerado ofensivo, muitos constituindo família e vivendo permanentemente no país.

 

Massagens

As massagens estão por todo o lado, fazendo parte da cultura e dos hábitos tradicionais da população tailandesa, sendo consideradas necessárias ao saudável bem-estar, mas constituindo também um negócio florescente entre os turistas, tanto pelo número de espaços dedicados às massagens como pelas escolas existentes, sendo particularmente notório na cidade de Chiang Mai, onde muita gente permanece semanas ou meses recebendo formação nas diversas vertentes que a massagens tailandês pode oferecer: a tradicional, baseada em pressões e alongamentos, muito próxima da medicina tradicional chinesa, a massagem com óleo, aos pés e a massagem abdominal.

Não sendo fã deste tipo de massagem, não deixei de aproveitar a oportunidade de receber os benefícios desta terapia, tendo usufruído da grande oferta disponibilizada em Chiang Mai e os simbólicos preços, com uma massagem de uma hora a custar entre 120 e 200 bahts.

Depois da primeira experiência num dos locais existentes junto aos templos budistas, demasiada agressiva para os meus fracos músculos, decidi experimentar uma instituição destinada a integrar profissionalmente deficiente visuais, que por 150 bahts, menos do que 4€, efectuam uma hora de massagem seguindo os métodos tradicionais da escola de massagem tailandesa.

Escola de cegos em Chiang Mai onde os alunos aprendem e praticam massagem tailandesa
Escola de cegos em Chiang Mai onde os alunos aprendem e praticam massagem tailandesa

Hino nacional

Diáriamente, duas vezes ao dia, de manhã às 8h e à tarde às 6h, o hino nacional tailandês é entoado, tanto na televisão como em diversos locais públicos, fazendo parar todos os cidadãos que respeitosamente se colocam de pé enquanto é emitida a música, por meio de altifalantes que se encontram um pouco por todo o lado: nas diversas instituições publicas, escolas, estações de comboios, terminais de autocarros, mercados e em algumas ruas das cidades.

É curioso observar este ritual, que é repetido

Uma das muitas fotografias do Rei e da Rainha que se encontram um pouco por todo o país
Uma das muitas fotografias do Rei e da Rainha que se encontram um pouco por todo o país
"Pelo país, pelas religiões, pela monarquia, pelo povo" é o lema do exército tailândes
“Pelo país, pelas religiões, pela monarquia, pelo povo” é o lema do exército tailândes

pelos tailandeses, quase que parando o país por cerca de um minuto, correspondente à duração abreviada da música nacional, e onde mesmo locais fervilhantes de agitação, como um terminal de autocarro ou um mercado, observam um minuto de contida e quase imóvel postura, interrompendo uma corrida para apanhar um autocarro prestes a partir ou a escolha de algum legume para o jantar!

Este costume é de forma geral segundo pelos estrangeiros, que mesmo não se pondo de pé, mostram respeito mantendo o silêncio.

 

A comida na Tailândia

A fama da gastronomia tailandesa é inteiramente merecida, apresentado grande diversidade de pratos onde predominam os caris, aromáticos e suavemente picantes, e os noodles, suave e macia massa feita à base de farinha de arroz, que dá corpo a muitos dos pratos, podendo ser servida em sopas, ou salteada.

De uma forma geral o arroz encontra-se sempre presente em qualquer casa, sendo frequente ao percorrer as ruas dos bairros sentir em qualquer altura do dia o cheiro quente do arroz cozido, que é quase sempre confecionado em panelas elétricas, tanto ao nível doméstico como nos restaurantes.

Perto dos mercados, ou mesmo nas ruas da cidade encontram-se pequenas bancas que vendem arroz cozido, tanto glutinoso como o normal, em pequenos sacos de plástico, servindo de acompanhamentos a caris, estufados ou a peixe ou carne fritos, e vendidos em forma de pequenas espetadas.

O sticky rice, ou arroz glutinoso, serve de acompanhamento a muitos dos pratos tailandesas, servindo também de sobremesa, onde é comido juntamente com pedaços de manga, e muitas vezes regado com leite de coco adocicado, constituindo uma boa combinação. Em alguns mercados é ainda possível encontrar este tipo de arroz, que depois de cozido é introduzido no interior de um tronco de bamboo que depois é levado a grelhar em carvão; pode ser somente de arroz simples ou ser misturado com feijão, sementes de alfafa, banana, carne…. a escolha é sempre arriscada pois a maioria dos vendedores não fala inglês e mesmo os sons que tento pronunciar de forma a expressar a minha opção por comida vegetariana não são compreendidos, na maioria das vezes.

Este tipo de arroz de grão longo de sabor adocicado, proveniente originalmente da região de Issan (nordeste da Tailândia), onde se adapta bem a terrenos pouco férteis, depois de cozido mantem a consistência firme mas que se agrega com grande facilidade o que permite ser mergulhado em molhos, é deixado de molho em água durante a noite, para de manhã estar pronto para ser cozinhado.

Muito popular, em especial entre os estrangeiros é o chamado “fried rice” que não é mais do que arroz previamente cozido que é salteado no wok, com alguns pedaços de vegetais e aromatizado com molho de soja e molho de peixe. Pode-se consideram uma opção de recurso, em especial quando se chega fora de horas a um restaurante que já está prestes a fechar!!

Pode-se considerar que a pasta de carril é a base de quase todos os pratos tradicionais da gastronomia tailandesa, e pode ser confecionada com diferente ingredientes, mas tem geralmente presente o gengibre, o alho, sal, malagueta, folha de caril, lemon-grass… finamente triturados e esmagados formando uma pasta à qual se acrescenta sal e especiarias que se pode conservar por várias semanas. De acordo com o prato a confecionar existem diversos tipos de pastas de caril: verde, vermelha, massaman, panang…. que se vendem em todos os mercados.

Outra constante são as sopas de noodles, preparadas em menos de um minuto e muito populares como comida de rua, onde pequenas bancas, somente precisam de uma grande panela com um caldo fumegante, que ao ser destapado enche o ar de suaves aromas, ao qual se juntam, já no prato pedaços de legumes de folha verde, carne, ou tofu, sendo acrescentado no final os noodles de arroz, fresco, que instantaneamente ficam prontos a comer.

MSG, glutamato de sódio. Esta é a verdadeira praga da comida tailandesa que compete fortemente com o açúcar, e se encontra presente em quase todos os pratos, tanto nos restaurantes como na comida de rua, que consiste num produto químico usado para realçar o sabor dos alimentos, mas de polémica utilização pois não é bem tolerado por toda a gente, podendo provocar problemas gástricos.

O “pad thai”, é sem duvida o mais popular, talvez por se ter tornado popular entre os turistas e por ser barato e fácil de confecionar, o que o torna presente em todos os restaurantes, mercados ou banca de rua, sendo feito à base de noodles salteados com rebentos de soja e uns escassos vegetais, e salpicada com amendoim triturado. Apesar de ter ovo, é uma boa opção para vegetarianos, mas muitas vezes aparecem são adicionados pequenos camarões secos que arruínam esta opção.

De uma forma geral a gastronomia tailandesa não é muito “amigável” para vegetarianos, pois é frequente muitos dos pratos terem porco, galinha ou camarão, inclusive as sopas de noodles que são muitas vezes confecionadas com caldos de carne; mais difícil ainda é para os vegan, onde a presença de ovo é quase obrigatória quando se pede algo vegetariano, onde facilmente se pode encontrar tofu.

Não existe propriamente um horário rígido para as refeições, nem tão pouco um tipo de comida específico para cada refeição, podendo uma sopa de noodles ou um pedaço de frango frito acompanhado de arroz servir de pequeno almoço, de almoço ou de jantar.

restaurante de rua em Bangkok que surge diáriamente ao fim do dia dedicada exclusivamente à preparação de um prato feito à base de legumes e de carne ou marisco, que são cozinhados numa chapa aquecida sobre lume forte, enquanto são vigorosamente mexidos e regados com caldos e molhos
restaurante de rua em Bangkok que surge diáriamente ao fim do dia dedicada exclusivamente à preparação de um prato feito à base de legumes e de carne ou marisco, que são cozinhados numa chapa aquecida sobre lume forte, enquanto são vigorosamente mexidos e regados com caldos e molhos
restaurante junto à estação de comboios de Ayutaya, que logo pela manhã, ainda antes do nascer do dia já serve refeições simples, como sopa e noddles e pad thai
restaurante junto à estação de comboios de Ayutaya, que logo pela manhã, ainda antes do nascer do dia já serve refeições simples, como sopa e noddles e pad thai
uma das muitas sopas de noodles que podem ser encontradas pelos restaurantes tailandeses; esta é uma variante vegetariana com tofu, mas a base é a mesma das tradicionais sopas à base de carne: caldo que está sempre fumegante numa panela ao lume, que é deitado sobre os legumes e onde são colocados os noodles (massa de arroz) que é cozinhada pouco mais de trinta segundos numa outra panela com água a ferver. Tudo isto é feito em menos de um minuto.
uma das muitas sopas de noodles que podem ser encontradas pelos restaurantes tailandeses; esta é uma variante vegetariana com tofu, mas a base é a mesma das tradicionais sopas à base de carne: caldo que está sempre fumegante numa panela ao lume, que é deitado sobre os legumes e onde são colocados os noodles (massa de arroz) que é cozinhada pouco mais de trinta segundos numa outra panela com água a ferver. Tudo isto é feito em menos de um minuto.
Uma das bancas de venda de salsichas, e outros derivados de carne ou de peixe, apresentado uma consistência estranha, de textura compacta e cor artificial, mas que, a avaliar pelo numero destas bancas, são bastante apreciadas pelos tailandeses, que as consomem enquanto andam pela rua ou levam para casa juntamente com sacos de arroz, já cozinhado
Uma das bancas de venda de salsichas, e outros derivados de carne ou de peixe, apresentado uma consistência estranha, de textura compacta e cor artificial, mas que, a avaliar pelo numero destas bancas, são bastante apreciadas pelos tailandeses, que as consomem enquanto andam pela rua ou levam para casa juntamente com sacos de arroz, já cozinhado
Em alguns mercados é ainda possivel encontrar leite de coco feito na hora, que é vendido juntamente com o coco ralado resultante do processo de obtebção do liquido
Em alguns mercados é ainda possivel encontrar leite de coco feito na hora, que é vendido juntamente com o coco ralado resultante do processo de obtebção do liquido
Sopa de arroz acompanhada de massa frita, que é um dos tradicionais pratos consumidos pela manhã, mas que tb se pode encontrar em algusn restaurantes ao longo do dia. A base é muito semelhante à sopa de noodles, sendo feita à base de um caldo de legumes, onde é colocado o arroz muito coziso e por vezes ligeiramente triturado, e que pode ser servido com ovo que lentamente cozinha no caldo que é serviso a escaldar
Sopa de arroz acompanhada de massa frita, que é um dos tradicionais pratos consumidos pela manhã, mas que tb se pode encontrar em algusn restaurantes ao longo do dia. A base é muito semelhante à sopa de noodles, sendo feita à base de um caldo de legumes, onde é colocado o arroz muito coziso e por vezes ligeiramente triturado, e que pode ser servido com ovo que lentamente cozinha no caldo que é serviso a escaldar
Sticky-rice em bambu; esta é a variante com alfafa
Sticky-rice em bambu; esta é a variante com alfafa

Apesar de não estar muito frio, esta época do ano é a correspondente ao Inverno, e as temperaturas baixam significativamente durante a noite; e como não podia deixar de ser surgem as castanhas a lembrar o Inverno em Portugal… mas estas são mais pequenas e cozinhadas ao vapor!

pad thai, numa variante feita por mim, nos dias que passei na Giant Gouse, em Chiang Mai; esta tem mais legumes para além dos habituais rebentos de soja, e não tem ovo
pad thai, numa variante feita por mim, nos dias que passei na Giant Gouse, em Chiang Mai; esta tem mais legumes para além dos habituais rebentos de soja, e não tem ovo
tiras de carne a secar ao sol
tiras de carne a secar ao sol
Bananas, bananas, bananas.... estão por todo o lado, de diversas variedades, e vendidas frescas, verdes, secas, fritas, assadas....
Bananas, bananas, bananas…. estão por todo o lado, de diversas variedades, e vendidas frescas, verdes, secas, fritas, assadas….
Uma das bancas de venda de "papaia salad" no mercado de Sompet, em Chiang Mai
Uma das bancas de venda de “papaia salad” no mercado de Sompet, em Chiang Mai
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cinco da tarde e com a proximação do fim do dia, começam a surgir pelas ruas a muitas bancas que preparam refeições ou simples snacks
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rotee… uma espécie de crepe, mas com uma massa à base de farinha de arroz, muito fina, que é recheada com banana e pode ser regada com chocolate ou leite condensado; tb se pode optar pela opção vegetariana. Apesar das semelhanças com o crepe francês, este snack é oriundo da malásia, sendo a maior parte dos vendedores que se encontram na tailandia, de origem muçulmana
Papaia Salad, feita com papaia verde, cortada em tiras finas, juntamente com cenoura e pepino, e que é envolvida num molho picante feito à base de chili, alho e algusn molhos
Papaia Salad, feita com papaia verde, cortada em tiras finas, juntamente com cenoura e pepino, e que é envolvida num molho picante feito à base de chili, alho e algusn molhos
Um dos muitos caris que a dá fama à gastronomia tailandesa, sempre acompanhados de arroz. Podem ser servidos numa espécia de sopa, em taças e que aos poucos se deita sobre o arroz ou nesta versão, menos liquida
Um dos muitos caris que a dá fama à gastronomia tailandesa, sempre acompanhados de arroz. Podem ser servidos numa espécia de sopa, em taças e que aos poucos se deita sobre o arroz ou nesta versão, menos liquida
Sopa de noodles vegetariana
Sopa de noodles vegetariana
Caril de marisco, vendido nos mercados para ser consumido em casa ou no trabalho, juntamente com o arroz vendido em doses individuais e embrulhado em sacos de plastico
Caril de marisco, vendido nos mercados para ser consumido em casa ou no trabalho, juntamente com o arroz vendido em doses individuais e embrulhado em sacos de plastico

Viajar na Tailândia

Viajar na Tailândia constitui uma tarefa fácil e confortável. Para além da popular opção pelas viagens de avião, tanto o comboio como os autocarros constituem boas alternativas, mesmo para as grandes deslocações.

A rede ferroviária, não sendo extensa, liga as zonas mais povoadas, e os comboios, com várias categorias, permitem efectuar viagens nocturnas em carruagem-cama, com bastante conforto. Ao fim do dia, um dos funcionários do comboio prepara rápida e eficientemente a cama onde vamos dormir, com lençóis, almofada e colcha, pendurando inclusive os cortinados que oferecem alguma privacidade durante o sono; tudo impecavelmente limpo, engomado e embalado em inúmeros sacos de plástico.

Quanto aos autocarros existem inúmeros operadores que oferecem serviços, com bastante pontualidade e com uma grande frequência, ligando particamente todas as cidades do país entre si, em especial a Bangkok, e aos postos de fronteira com o Laos, Camboja e Birmânia.

Os autocarros de longo curso, em especial os que efectuam longas distância, têm geralmente uma hospedeira que para além de encaminhar os passageiros para o respectivo lugar e de anunciar as várias paragens, providencia assistência durante a viagem, fornecendo snacks como bolachas, batatas fritas, água, leite de soja para o pequeno-almoço, e terminado sempre com a entrega de toalhetes para limpar as mãos antes de terminar a viagem.

Dependendo do operador, pode-se geralmente escolher entre várias classes de autocarros: desde os que oferecem somente assentos inclináveis mas pouco espaçosos, até aos que se transformam em camas e que incluem refeições e outros confortos; tudo depende da duração da viagem e do que se quer gastar.

Paralelamente a este serviço existem muitos outros pequenos operadores também particulares, geralmente em carrinhas doze lugares que efectuam serviços mais personalizados, que têm a vantagem de recolher os passageiros junto dos vários hotéis e guest houses, e de os deixar no centro das cidades, o que poupa o esforço e alguns bahts nas deslocações para os terminais de camionagem que frequentemente se situam longe do centro. O custo é sempre mais elevado, pois incluem sempre a comissão da agência ou do hotel onde é necessário recorrer para obter este tipo de serviço.

De uma forma geral as estradas são boas, com pavimento em bom estado e bem sinalizadas; as principais cidades estão ligadas por estradas que por vezes podem ter três faixas de rodagem, sendo contudo raro haver cruzamentos desnivelados, fora dos acesso às grandes cidades.

Os táxis são bastante populares, limpos e em bom estado, todos dispondo de taxímetro o que evita o processo de negociação do preço. Em Bangkok, existe um serviço semelhante ao táxi, mas de mota, os “motorbike-taxi”. Neste caso o preço tem que ser negociado assim como para os tuk-tuks. Em Chiang Mai substituído os autocarros, circulam os chamados “red cab” que são um meio de transporte colectivo, que efectua um percurso numa determinada zona da cidade, e que vai distribuído e recolhendo pessoas pelo caminho mas que pode também funcionar como táxi, tornando-se neste caso mais caro.

Viajar de táxi ou de autocarros e mesmo em algumas classes dos comboios, obriga ao uso de roupa quente, devido à obsessão dos tailandeses pelo ar-condicionado, que talvez resulte de numa tentativa de agradar ao padrão de conforto ocidental, mas que tornam cada viagem numa aventura polar!!!

Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Carruagem "sleeper class" do comboio que liga Bangkok a Chiang Mai
Carruagem “sleeper class” do comboio que liga Bangkok a Chiang Mai onde à noite estes assentos se trasnformam em camas
Carruagem restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai
Carruagem restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai, que com os seus bancos em madeira e pintura gasta contrastam com as carruagens cintilantes da “sleeper class” envolta no seu manto gélido do ar-condicionado
Carruagem-restaurante do comboio entre Bangkok
Carruagem-restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai
Estrada nacional que liga a cidade de Chiang Mai a Chiang Rai, a cerca de 150 km mais a norte, mas que demorou perto de três horas com várias paragens para descanso, almoço e paragem para ver templos... este é o resultado de optar por autocarros de turismo!
Estrada nacional que liga a cidade de Chiang Mai a Chiang Rai, a cerca de 150 km mais a norte, mas que demorou perto de três horas com várias paragens para descanso, almoço e paragem para ver templos… este é o resultado de optar por autocarros de turismo!
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Red-Cab em Chiang Mai
Red-Cab em Chiang Mai
Decoração de um dos "red-cab" com a tradicionais oferendas de bananas e arroz, e os talismã budistas, muito populares na Tailândia
Decoração de um dos “red-cab” com a tradicionais oferendas de bananas e arroz, e os talismã budistas, muito populares na Tailândia
Estação de comboios de Ayutthaya
Estação de comboios de Ayutthaya
segunda classe, lugares sentados sem ar-condiciondo. Apesar do aspecto moderno e confortável, é bastante antiga, o interior desta carruagem é revestido a madeira, onde se nota as muitas camadas de tinta
segunda classe, lugares sentados sem ar-condiciondo. Apesar do aspecto moderno e confortável, é bastante antiga, o interior desta carruagem é revestido a madeira, onde se nota as muitas camadas de tinta
Carruagem de terceira classe
Carruagem de terceira classe
casa de banho do comboio
casa de banho do comboio
Carruagem de terceira classe dos comboios tailandeses, com os seus assentos duros mas onde é possivel dormir deitado, pois durante a noite o comboio fica com pouca gente. Não tem lugares marcados nem ar-condicionado, mas as ventoinhas do tecto e a possibilidade de viajar de janela aberta compensam o desconforto
Carruagem de terceira classe dos comboios tailandeses, com os seus assentos duros mas onde é possivel dormir deitado, pois durante a noite o comboio fica com pouca gente. Não tem lugares marcados nem ar-condicionado, mas as ventoinhas do tecto e a possibilidade de viajar de janela aberta compensam o desconforto

Caminhando pelas aldeias da tribo Palaung

Estranha sensação esta de estar numa remota povoação onde as colinas e as sinuosas e íngremes estradas de terra batida criam uma barreira com o mundo moderno.

Uma sensação de isolamento que é intensificada com o cair da noite, onde um manto de escuridão envolve a aldeia, onde o negrume da noite sem lua entra pela janelas, criando uma espessa barreira entre nós e os habitantes da casa onde vamos passar a noite, e onde as diferenças culturais e linguísticas não permitem romper.

Habitações amplas e feitas de madeira e bambu, simples, confortáveis as acima de tudo funcionais, onde o fogo é o centro da casa, sendo mantido aceso durante todo o dia, desde os primeiros raios de sol até à hora de dormir… que aqui não é muito depois das nove horas. Um fumo fino e discreto, que faz arder os olhos e deixa um rasto odorífero nas roupas, lembrando-nos quão diferente é o modo de vida do campo.

Pouco depois do pôr-do-sol, assim que o céu escurece, cessam os movimentos nas ruas da aldeia Palaung, aquietam-se os balados dos burros, o cacarejar das galinhas, o chilrear das aves e os risos das crianças. Todos os habitante recolhem às casas, envoltos nos rituais de preparação de comida. Rituais onde todos os habitantes, incluindo as crianças, parecem saber de cor o seu papel, fazendo com que o quotidiano se assemelhe a numa peça de teatro mudo.

Uma camada fina de fumo permanece na principal divisão da casa, uma área ampla desprovida de mobília que funciona como sala e cozinha. Os poucos pertences esperam dias festivos em armários embutidos nas paredes de madeira, quase se tornando invisíveis na penumbra que preenche permanentemente o espaço, apesar das várias janelas que olham para a sucessão de colinas cobertas de vegetação.

Desta primeira paragem numa aldeia nos arredores de Kyaukme, seguiram-se mais dois dias de caminhada pela região Oeste do estado de Shan, onde domina a tribo Palaung, cuja população partilha a herança étnica com a China, mas que durante séculos desenvolveu características próprias como a língua e a gastronomia.

Os Palaung, cujas feições são mais asiáticas do que a etnia Bamar (dominante em Myanmar) são facilmente reconhecíveis pela forma como as mulheres vestem, com sarongs de cores garridas em tons de púrpura, azul e verde, e pelo lenços branco que cobrem descuidadamente as cabeças, cujo cabelo é mantido rapado, seguindo uma desconhecida tradição.

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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A tecelagem é parte do quotidiano das mulheres da tribo Palaung
A tecelagem é parte do quotidiano das mulheres da tribo Palaung

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Palaung_Kyaukme_Shan State_Myanmar_DSC_2934
interior de uma das casas onde pernoitamos durante os três dias de caminhada pelas aldeias Palaung

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
nas principais aldeias existe sempre um pequeno mosteiro anexo à pagoda, pelo que é comum encontrar crianças com os trajes monasticos

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

 

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altar decorado com motivos birmaneses numa das aldeias
altar decorado com motivos birmaneses numa das aldeias

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mulheres da tribo Palaung, com o tradicional lenço que cobre a cabeça rapada
mulheres da tribo Palaung, com o tradicional lenço que cobre a cabeça rapada

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
durante o dia crianças brincam descontraídamente nas ruas das aldeias, praticamente sem trânsito

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Mas também aqui a religião adquire contornos próprios. Apesar do domínio do Budismo que aqui chegou no século XI, sobrevivem ainda vestígios de rituais e crenças relacionados com o animismo. Um pequeno grupo de habitantes, reúne-se numa das casas da aldeia trazendo oferendas, onde uma mulher em transe comunica com os espíritos… questões práticas sobre o paradeiro de uma vaca perdida ou sobre as colheitas são respondidas por espíritos pela voz de uma mulher possessa.

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Sessão espírita numa das aldeias, mostrando que o Budismo não esmagou totalmente as práticas animistas
Sessão espírita numa das aldeias, mostrando que o Budismo não esmagou totalmente as práticas animistas

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As ruas das aldeias por onde passámos parecem sempre cheias de crianças que correm livremente nas ruas, acenando e sorrindo, curiosas e excitadas pela presença invulgar de estrangeiros. Mas não são só as crianças que mostram a curiosidade, pois os adultos, não conseguem disfarçar o orgulho com que posam para as fotografias, escondendo dentes escuros estragados, sob um sorriso de lábios cerrados. Mas são os homens, que apesar das diferenças de língua se mostram mais comunicativos, mostrando as tatuagens que cobrem o corpo, com símbolos e inscrições, que servem de proteção, uma prática comum entre a população masculina e também entre os monges Budistas, tanto em Myanmar como no Tailândia.

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Palaung village. Kyaukme region. Shan State
Palaung village. Kyaukme region. Shan State

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as tattoos para proteção com símbolos e inscrições Budistas são comuns entre os habitantes mais velhos
as tattoos para proteção com símbolos e inscrições Budistas são comuns entre os habitantes mais velhos

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Como visitar as aldeias Palaung na região de Kyaukme

Estes três dias de caminhada foram organizados pelo Thura, um birmanês da etnia Shan, cuja mãe é da tribo Palaung, cujo bom domínio do inglês e os contactos com as populações locais lhe permite circular por esta região, que é provavelmente impossível de visitar sem um guia que fale a língua local.

O percurso é feito a pé e de mota. Os percursos a pé são curtos e faceis, mas por vezes em zonas com pouca sombra.

O grupo é pequeno, não mais do que seis pessoas.

As noites são passadas em casas de famílias locais, em improvisadas camas no chão da sala, com cobertores e mantas. As casas de banho são básicas (uma pequena cabana no exterior da casa) e as lavagens são ao ar-livre numa torneira na parte de trás da casa, o que oferece pouca privacidade, sendo mais fácil para quem tem um sarong/dhoti.

As refeições (podem ser vegetarianas ou não) são em casa de famílias ou em restaurantes locais…. e foram sempre deliciosas e são uma optima oportunidade de experimentar comida local e caseira!

Tudo incluído (mota, gasolina, refeições, água) são 25€ por pessoa/dia… o que é pouco mais do que o custo diário para quem viaja em Myanmar.

Contacto: //thuratrips.page.tl/

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casa de aldeia onde o fogo é o centro da casa seja para aquecimento seja para cozinhar
casa de aldeia onde o fogo é o centro da casa seja para aquecimento seja para cozinhar

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Refeição preparada por uma das famílias que nos acolheu durante os três dias de caminhada
Refeição preparada por uma das famílias que nos acolheu durante os três dias de caminhada

Kyaukme… a primeira etapa em território Shan

Kyaukme não é propriamente um dos lugares mais populares como ponto de partida para explorar o do estado de Shan, ao contrário de Hsipaw e Pyin Oo Lwin.

Esta região nordeste de Myanmar, que faz fronteira com a China, o Laos e a Tailândia destaca-se pela presença de diferentes grupos étnicos, genericamente denominados por “Shan people” que incluem diferentes tribos originárias da China e que partilham a mesma língua, semelhante com Thai e ao Lao.

Mas há muitas razões para ficar na vila de Kyaukme: é pequena o suficiente para ser percorrida a pé, de fácil de orientação e com alguns pontos de interessante para ocupar um ou dois dias: alguns pontos de interesse turístico, um mercado agradável, muita comida de rua… e uma atmosfera descontraída.

Apesar da proximidade com as aldeias vizinhas, onde predominam os Palaung, uma das tribos que compõem o mosaico étnico da estado de Shan, não se vislumbram os tradicionais coloridos trajes as mulheres Palaung em Kyaukme. Contudo nota-se nos rostos das pessoas desta região traços orientais, distintos dos Bamar, o grupo étnico dominante em Myanmar.

Como resultado das diferenças étnicas e culturais, o Estado de Shan tem tido o seu nome ligado a confrontos entre o exército a grupos armados pertencentes a diversas tribos. Estes conflitos são um misto da luta pelo reconhecimento das diferenças étnicas e culturais, mas foram também uma forma de combate à ditadura militar que governou o país por 54 anos. Presentemente, apesar da recente democracia, os conflitos continuam, com os chamados grupos “rebeldes” controlando a região do topo das colinas.

Mas a vida diária em Kyaukme começa cedo, quando os primeiros raios de sol a aquecerem as manhãs frias e iluminando com uma luz especial o mercado que surge informalmente numa das ruas de Kyaukme. Esta é uma boa oportunidade para observar os alimentos que aqui se consomem, onde se nota a influência chinesa com a gastronomia birmanesa, mas para isso é preciso acordar cedo, pois o mercado termina por volta das 7 horas. deixando a rua quase deserta, sem qualquer vestígio da agitação quer marcou o inicio do dia.

Ao longo das ruas, monges caminham pedindo esmolas e apesar dos rostos sérios de olhos postos no chão, os mais novos não conseguem evitar um sorriso quando olham curiosamente para os estrangeiros.

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Kyaukme
Kyaukme

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Kyaukme
Kyaukme

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Kyaukme
Kyaukme

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Kyaukme
Kyaukme

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Kyaukme_DSC_3153

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Onde dormir em Kyaukme:

Como Kyaukme está a impor-se a como alternativa a Hsipaw são cada vez mais as opções de alojamentos disponíveis para estrangeiros.

A escolha foi para a Northen Guest House, provavelmente a guesthouse com o staff mais simpático e sorridente da cidade. O edifício tem caráter, e mantem um certo charme colonial. Existem diferentes tipos de quartos, alguns com casa de banho partilhada e alguns sem janela.

  • Quarto duplo com casa-de-banho: 21 USD
  • Quarto duplo com casa-de-banho partilhada: 12 USD

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Accommodation Kyaukme
Accommodation Kyaukme

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Accommodation Kyaukme
Accommodation Kyaukme. contacts

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Onde comer em Kyaukme:

Depois de terminar o matinal mercado de rua, começa um outro situado num edifício que ocupa um dos quarteirões de Kyaukme, focado mais em roupas e artesanato tradicional birmanês com alguns produtos importados da China.

Nas ruas em redor, outro mercado inicia-se pelo fim da tarde oferecendo uma grande diversidade de produtos, sendo uma boa oportunidade para experimentar a tradicional sopa de noodles confecionadas ao estilo Shan, cujos condimentos têm um toque oriental em comparação com as sopas birmanesas, como mohinga.

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Shan noodles soup
Shan noodles soup

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Wi-Fi em Kyaukme:

A Cherry Pan Tea Shop, que apesar do aspecto pouco sofisticado e da predominância de trabalho infantil, é o local que oferece melhor ligação wi-fi em Kyaukme, a não ser que se queira ir para a opção mais ocidentalizada da Bayan Tree Cafe.

Do outro lado da rua há outra Tea Shop com wi-fi… mas atenção pois o que é servido como chá neste tipo de estabelecimentos é uma bebida extremamente doce, adocicada com leite condensado, que pouco tem a ver com chá. Quanto ao café é servido o chamado “coffee mix” uma bebida industrial instantânea feita com açúcar, natas em pó (na milagrosamente são feitas sem leite) e um pouco de café… mas só um pouco!

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wi-fi in Accommodation Kyaukme
wi-fi in Accommodation Kyaukme

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Como ir de Mandalay para Kyaukme:

Do Pyi Gyi Myat Shin Bus Terminal, em Mandalay partem diariamente dois autocarros, de duas empresas diferentes, para Hsipaw que param em Pyin Oo Lwin e Kyaukme. Os melhores autocarros mais modernos e confortáveis são da empresa Ye Shinn Express, cuja bilheteira se localiza

Os autocarros partem às 2 da tarde, seja qual for a empresa escolhida. O bilhete custa 4000 kyats e a viagem demora cerca de 3,5 horas… mas pode ser muito mais longa, pois a estrada tem que passar por uma área de montanha, que devido ao intenso tráfego de camiões de mercadorias, fica frequentemente interrompida quando há avarias ou acidentes.

O terminal de Pyi Gyi Myat Shin é um terminal muito pequeno, com condições básicas que podem tornar penosa uma espera mais prolongada.

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Bus Schudule Mandalay to Kyaukme
Bus Schudule Mandalay to Kyaukme

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Pyi Gyi Myat Shin Bus Terminal at Mandalay
Pyi Gyi Myat Shin Bus Terminal at Mandalay

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