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Himachal Pradesh

De Dharamsala até Dalhousie.. de Royal Enfiel

A localização de Dharamsala num dos vales da cadeia montanhosa que caracteriza a paisagem do estado do Himachal Pradesh proporciona um bom ponto de partida para visitar a região adjacente, nomeadamente o vale de Chamba.

A povoação de Dalhousie deve o seu nome ao Lorde inglês com o mesmo nome, que durante o British Raj foi Governador Geral do Punjab, e encontrou aqui um clima mais brando para fugir às tórridas temperaturas do estado vizinho, transformando-se numa espécie de retiro para militares e pessoal administrativo. Situada aos quase 2000 metros de altitude, esta zona oferece Invernos são rigorosos, e mesmo em Março, apesar dos dias limpos de soalheiros as noites são húmidas e quase geladas.

Para além da paisagem pouco há que mereça uma estadia de mais do que uma noite, sendo constituída predominantemente por edifícios modernos, de arquitectura duvidosa que nos remete para paisagens suíças, mas com telhados de chapa metálica, onde os edifícios parecem escorregar pelas íngremes encostas. Contudo, gozando da localização elevada proporcionada pelo topo da montanha, Dalhousie oferece uma ampla vista para os picos cobertos de neve da cordilheira de Dhauladhar, que é a parte mais ocidental dos Himalayas.

O percurso por estradas secundárias, que sinuosamente sobem e descem encostas, deixam para trás as zonas mais planas, onde verdejantes campos de arroz e trigo, pontuados por casas e por onde calmamente pasta gado, surgindo encostas rochosas onde o cinzento do granito aflora por entre a vegetação densa e diversificada onde se destacam os rododendros e os bambus.

Dhauladhar
Dhauladhar
Cordilheira de Dhauladhar, onde os picos estão permanentmente cobertos de neve mas onde os vales e zonas mais baixas oferecem obrigo para povoações e agrigultura.
Cordilheira de Dhauladhar, onde os picos estão permanentmente cobertos de neve mas onde os vales e zonas mais baixas oferecem obrigo para povoações e agrigultura.
paragem numa das incaracterísticas povoações que surgem à beira da estrada, geralmente em cruzamentos, que pouco mais oferecem do que um pequeno mercado de frutas e legumes, refeições ligeiras e um punhado de lojas para satisfação das necessidades básicas da população local, fortemente virada para a agricultura- Banca de venda de amendoins, grão e lentilhas tostadas, salgadas ou picantes.
paragem numa das incaracterísticas povoações que surgem à beira da estrada, geralmente em cruzamentos, que pouco mais oferecem do que um pequeno mercado de frutas e legumes, refeições ligeiras e um punhado de lojas para satisfação das necessidades básicas da população local, fortemente virada para a agricultura- Banca de venda de amendoins, grão e lentilhas tostadas, salgadas ou picantes.
Entre Dharamsala e Chamba os vales são muitas das vezes serpenteados por rápidos rios de claras e geladas águas
Entre Dharamsala e Chamba os vales são muitas das vezes serpenteados por rápidos rios de claras e geladas águas
as poucas povoações atravessadas não oferecem muitas opções para refeições, conseguindo-se contudo um prato de arroz com lentilhas e caril, servido em mesas corridas protegidas por um telhado de chapa, num dos dhabas de beira de estrada, pouco habituados a receber estrangeiros, mas onde uma refeição fica por menos de 80 rupias
as poucas povoações atravessadas não oferecem muitas opções para refeições, conseguindo-se contudo um prato de arroz com lentilhas e caril, servido em mesas corridas protegidas por um telhado de chapa, num dos dhabas de beira de estrada, pouco habituados a receber estrangeiros, mas onde uma refeição fica por menos de 80 rupias
nos vales concentram-se as povoações, rodeadas de verdes campos agrícolas e gado
nos vales concentram-se as povoações, rodeadas de verdes campos agrícolas e gado

Alojamento:

Em Dalhousie existem inúmeras opções de alojamento, centenas de hotéis e guest houses, mas pouco atractivas para backpackers, sendo o standard mais elevado e focado no turismo indiano de classe média e média-alta.

Mesmo as poucas guest houses que se podem encontrar na povoação de Dalhousie cobram preços demasiado elevados oferecendo quartos sujos e bafientos. Apesar de Março ainda não ser época alta e de os hotéis estarem praticamente vazios foi i possível negociar o preço, verificando-se uma espécie de ‘acordo’ entre os vários hotéis de forma a cobrarem valores demasiados elevados aos visitantes estrangeiros.

Perante este desolador cenário a escolha recaiu para o Hotel Monal, com um quarto duplo, com casa de banho a 800 rupias, que se apresentou com melhores condições e um pouco de simpatia, numa povoação onde, por motivo desconhecido, muitos dos hotéis se recusam a receber estrangeiros, dizendo estarem lotados, qd na verdade nem um só quarto está ocupado….!!!!

Hotal Monal. Contactos
Hotal Monal. Contactos

Onde comer:

Quanto a restaurantes a oferta é vasta, tendo a escolha recaído para o Sher-e-Punjab Restaurant, que serve em ambiente mais sofisticado a tradicional gastronomia do Punjab, bem confecionada e servida com simpatia ao som dos kirtan, músicas sagradas emitidas pelo canal Sikh onde os televisores estão sintonizados.

Restaurante Sher-e-Punjab, um dos três com o mesmo nome situados lado a lado, o que é normal na Índia, onde é possível abrir uma loja, restaurante ou guest house, com o mesmo nome, mesmo ao lodo do negócio original, sem que dai venha qualquer ilegalidade ou constrangimento. De entre todos este pareceu ser o ‘original’.

Restaurante Sher-e-Punjab, um dos três com o mesmo nome situados lado a lado, o que é normal na Índia, onde é possível abrir uma loja, restaurante ou guest house, com o mesmo nome, mesmo ao lodo do negócio original, sem que dai venha qualquer ilegalidade ou constrangimento. De entre todos este pareceu ser o ‘original’.

Transportes:

Dalhousie pode ser alcançada numa viagem de bus desde Dharamsala, que demora cerca de 6 horas.

Contudo a opção foi o aluguer de mota, o que proporciona mais liberdade para percorrer estradas secundarias, que serpenteiam pelo meio das montanhas. Parte das estradas está em boas condições mas a maioria, apesar de pavimentada apresenta muitas irregularidades, tornado o percurso lento e desconfortável, obrigando a paragens para descanso que oferecem magníficas paisagens.

Aluguer de Royal Enfiel: 1000 rupias/dia

Custo de gasolina: 70 rupias/litro (preço variável)

Melhor altura para visitar:

Apesar do tempo primaveril, algumas estradas podem estar cortadas, nos pontos mais altos, pela neve, o que obriga a desviar por percurso menos interessantes e mais movimentados.

Esta região de Chamba, assim como Dharamsala, oferecem duas alturas propícias aos visitantes:

  • entre meados de Março ao inicio de Junho
  • de Setembro até final de Outubro

De Novembro a Fevereiro as temperaturas são baixas e grande parte de hotéis, restaurantes e lojas encontram-se fechados. Junho, Julho e Agosto é a época das monção, sendo a constante e intensa chuva pouco convidativa a percurso nas sinuosas estradas de montanha.

Dharamsala… revisited

O chilrear das pequenas aves que se ouve logo que os primeiros raios de sol surgem por trás das montanhas, anunciam o fim do chuva que durante dois dias escureceu o vale de Daramkot, trazendo gelo, granizo e frio mas deixando um manto branco no cimo das montanhas mais próximas, da cordilheira de Dhauladar, parte da cadeia montanhosa que constitui os Himalayas.

Este é o cenário de uma povoação dispersa ao longa da encosta numa época que antecede a primavera que para além dos dias amenos e primaveris trás consigo centenas de visitantes que procuram refúgio do calor do sul da Índia, acordando e dando vida à sonolenta Daramkot e à despovoada Bagshu.

Menos calma pela presença da comunidade Tibetana, a vila de McLeod Ganj, mantem a calma rotina, somente interrompida pelo afluxo de visitantes oriundos essencialmente de Delhi e do estado vizinho do Punjab, que nos fins-de-semana entopem as estreitas ruas, de um frenesim urbano em busca do exotismo das montanhas coroadas de neve.

Não sendo esta a primeira estadia por estas paragens, houve tempo de rever locais, encontrar diferenças, notar ausências e encontrar novidades. Houve tempo para assistir aos ‘teachings’ do Dalai Lama, para saborear os momo em versão street-food, para descobrir novos percurso pelas encostas das montanhas, praticar yoga no HIYC, assistir a palestras budistas no Centro Tushita e fazer o curso de meditação Vipassana.

Weather report/forecast: //mcleodganj-weathergeek.blogspot.in/

das encontras de Daramkot avista-se o vale por onde se espalha a povoação de Dharamsala, que Março acorda geralmente envolta numa espessa neblina
das encontras de Daramkot avista-se o vale por onde se espalha a povoação de Dharamsala, que Março acorda geralmente envolta numa espessa neblina
de McLeod Ganj existem várias opções para chegar a Daramkot, sendo o caminho pedonal pela encosta poente o mais calmo e o que proporciona uma atmosfera mágica envolto pela densa floresta de coníferas
de McLeod Ganj existem várias opções para chegar a Daramkot, sendo o caminho pedonal pela encosta poente o mais calmo e o que proporciona uma atmosfera mágica envolto pela densa floresta de coníferas
encosta onde se encontra Daramkot
encosta onde se encontra Daramkot
Daramkot ainda conserva o ambiente rural mas que aos poucos vai sendo substituído pelo cimento de mais guest houses e restaurantes
Daramkot ainda conserva o ambiente rural mas que aos poucos vai sendo substituído pelo cimento de mais guest houses e restaurantes
Daramkot: em Março os campos de trigo ainda estão verdes longe das colheitas que começas em meados de Maio
Daramkot: em Março os campos de trigo ainda estão verdes longe das colheitas que começas em meados de Maio
Daramkot
Daramkot
no cruzamento principal de McLeod Ganj reunem-se diariamente homens vindos do estado vizinho de Kashmir para o comercio de frutos secos e de açafrão
no cruzamento principal de McLeod Ganj reunem-se diariamente homens vindos do estado vizinho de Kashmir para o comercio de frutos secos e de açafrão
Bilheteira da companhia local de transportes, a HRTC
Bilheteira da companhia local de transportes, a HRTC

Alojamento:

…. centenas de opções desde hotéis, guest houses e quartos em casas particulares dos habitantes locais… mais perto da povoações, mais perto da montanha, com acesso por estrada ou por caminhos pedonais… mas calmas ou mais ‘animadas’…

Pink Guest House, em Upper Daramkot, com quartos entre as 300 e 500 rupias, variando de acorcom o tamanho e com o facto de terem ou não casa-de-banho partilhada. No wi-fi.
Pink Guest House, em Upper Daramkot, com quartos entre as 300 e 500 rupias, variando de acordo com o tamanho e com o facto de terem ou não casa-de-banho partilhada.

Pink House: quartos desde 300 rupias (com casa de banho partilhada) até 500 rupias para quarto duplo com casa de banho; contudo este valor pode subir rápidamente assim que se aproxima a época-alta (especialmente em Maio); alguns quartos com cozinha cujo aluguer diário é de 600 rupias; no Wi-fi 🙁 Para quem pretende ficar por longas temporadas, mais do que um mês, o preço pode ser negociado.

Kamal Guest House à frente da qual está o simpático Rajesh, que para além dos quartos dispões também de restaurante, onde se destaca o delicioso ‘kitchari’, um básico prato da cozinha indiana, uma mistura de arroz, lentilhas e vegetais servido numa versão mais próxima de uma sopa cremosa. A Kamal Guest House situa-se em Daramkot, junto ao Himalayan Iyengar Yoga Center. Wi-fi free and good
Kamal Guest House à frente da qual está o simpático Rajesh, que para além dos quartos dispõe também de restaurante, onde se destaca o delicioso ‘kitchari’, um básico prato da cozinha indiana, uma mistura de arroz, lentilhas e vegetais servido numa versão mais próxima de uma sopa cremosa. A Kamal Guest House situa-se em Daramkot, junto ao Himalayan Iyengar Yoga Center.

Kamal Guest House: 300 rupias por quarto individual com casa de banho; mas este valor pode subir rápidamente assim que se aproxima a época-alta (especialmente em Maio); free and good Wi-fi

Conifer Lodge. Mesmo ao lado da Kamal Guest House, em Daramkot, junto ao Himalayan Iyengar Yoga Center. Wi-fi free
Conifer Lodge. Mesmo ao lado da Kamal Guest House, em Daramkot, junto ao Himalayan Iyengar Yoga Center. 300 rupias por quarto individual com casa de banho. Wi-fi free

Conifer Lodge: 300 rupias por quarto individual com casa de banho; mas este valor pode subir rápidamente assim que se aproxima a época-alta (especialmente em Maio); quartos pequenos e básicos. Um apartamento disponível. free Wi-fi

Onde comer:

É vasta a oferta em termos de restaurantes, quer em Daramkot, Bagshu ou em McLeod Ganj, sendo esta ultima a que reúne as melhores opções em termos qualidade, sobressaindo a deliciosa comida Tibetana, à base de momos, sopa de noodles e o tradicional thenduk.

Para comida ao estilo indiano, mais concretamente ao estilo do Punjab e com a presença das especialidades de Amritsar a melhor opção é sem duvida Bagshu.

Para Daramkot ficam os restaurantes que servem o habitual mix de comida ocidental, indiana, mexicana, chinesa e israelita, mas onde se podem encontrar boas pizzas… contudo não se destaca nenhum em particular.

Trimurti Garden: restaurante onde também aluga quartos, mas cuja disponibilidade depende dos cursos de yoga e outras actividades que têm lugar no Trimurti Garden. A comida, num misto de opções de comida ocidental com alternativas de comida indiana, mas cozinhada com a suavidade do ‘gosto’ ocidental, onde são valorizados produtos biológicos e orgânicos. Bom café, bons bolos e variadas opções para pequeno-almoço, onde o pão home-made, é acompanhado por compotas caseiras.
Trimurti Garden: restaurante onde também aluga quartos, mas cuja disponibilidade depende dos cursos de yoga e outras actividades que têm lugar no Trimurti Garden. A comida, num misto de opções de comida ocidental com alternativas de comida indiana, mas cozinhada com a suavidade do ‘gosto’ ocidental, onde são valorizados produtos biológicos e orgânicos. Bom café, bons bolos e variadas opções para pequeno-almoço, onde o pão home-made, é acompanhado por compotas caseiras.
restaurante japonês Lung Ta em McLeod Ganj; vegetariano, que para além do menu apresenta para cada dia da semana um ‘special set’ por 200 rupias. Comida deliciosa servida num bom ambiente.
restaurante japonês Lung Ta em McLeod Ganj; vegetariano, que para além do menu apresenta para cada dia da semana um ‘special set’ por 200 rupias. Comida deliciosa servida num bom ambiente.
uma das opções do restaurante japonês Lung Ta em McLeod Ganj
uma das opções do restaurante japonês Lung Ta em McLeod Ganj
‘Coffee Meal’ espaço minimalista mas acolhedor, situada na rua principal de McLeod Ganj, mas afastado da confusão, com uma varanda com vista para as montanhas. Deliciosos bolos, bom café, wi-fi e o simpático serviço fazem deste espaço um dos locais de eleição. Partilha a entrada com a Shambhala Guest House.
‘Coffee Meal’ espaço minimalista mas acolhedor, situada na rua principal de McLeod Ganj, mas afastado da confusão, com uma varanda com vista para as montanhas. Deliciosos bolos, bom café, wi-fi e o simpático serviço fazem deste espaço um dos locais de eleição. Partilha a entrada com a Shambhala Guest House.
varanda do ‘Coffee Meal’ com vista para as montanhas de Dhauladar que em Abril ainda em espesso manto de neve
varanda do ‘Coffee Meal’ com vista para as montanhas de Dhauladar que em Abril ainda em espesso manto de neve

Transportes:

Amritsar – Dharamsala: não existindo estação de comboios em Dharamsala, a estação mais próximo é na pouco atractiva cidade de Pathankot no extremo norte do estado do Punjab. Daqui é necessário ir até ao terminal de bus, recorrendo a uma viajem em tuk-tuk. Para evitar transbordos a alternativa é efectuar o percurso entre Amritar e Dharamsala em autocarro público, pois não se encontram disponíveis serviços turísticos, sendo geralmente necessário efectuar transbordo no terminal de bus de Pathankot.

Contudo, existe um autocarro directo que parte do terminal em Amritsar pelas 12 horas, sendo conveniente chegar mais cedo para reservar um bom lugar, pois os veículos são velhos, desconfortáveis e o percurso no estado de Himachal Pradesh, para além de sinuoso, não oferece uma estrada em boas condições.

  • Bus: Amritsar – Dharamsala: a viagem, de pouco mais de 200 quilómetros demora entre 5 a 6 horas. Custo: 240 rupias.

Delhi – Dharamsala: Os autocarros partem do Terminal de Bus (Maharana Pratap Inter-state Bus Terminal – ISBT) situado junto a Majnu Ka Tilla, o bairro tibetano em Delhi, e servido pela estação de Metro “Kashmiri Gate”. É possível adquirir bilhetes nas muitas agências de viagens de Pahar Ganj, com alguns autocarros a iniciarem serviço perto desta zona ou perto de Old Delhi Train Station.

  • Bus: Delhi – Dharamsala: cerca de 12 horas de viagem, geralmente efectuadas de noite, que pode ser em autocarro local ou serviço turístico, com o preço a variar entre 550 e 1200 rupias, conforme o grau de conforto.

Para a viagem: McLeod Ganj – Delhi (Maharana Pratap Inter-state Bus Terminal – ISBT) existem diversas opções, todos efectuando a viagem de noite:

  • Os autocarros da companhia local HRTC (Himachal Road Trasnport Corporation), que constituem a opção mais barata, com várias versões dependendo da qualidade e sofisticação dos veículos, tendo em atenção que parte da estrada é de montanha o que exclui uma viagem confortável. Nestes veículo é raro encontrar estrangeiros. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira existente na praça principal de McLeod Ganj, não sendo necessário grande antecedência a não ser que se queira reservar um lugar especifico, o que dado o mau estado da estrada e da suspensão do veículo é de todo recomendável escolher um lugar na parte da frente do autocarro.
  • Os chamados turísticos, onde os preços variam entre 800 e 1200 rupias, em função do conforto e da arco do veículo, sendo os ‘Volvo’ os mais caros. Existem muita empresas e por isso não é difícil arranjar bilhete, que pode ser adquirido nas muitas agências de viagens que se encontram em McLeod Ganj, Daramkot ou Bagshu.

Mais alternativas em termos de horários são possíveis a partir de Dharamsala.

horários e preços dos autocarros de McLeod Ganj to Delhi
horários e preços dos autocarros de McLeod Ganj to Delhi
existem várias opções para efectuar a viagem de regresso a Delhi, sendo a mais barata os autocarros decrépitos da companhia de transportes local, a HRTC, que para além se serviços de longo curso efectua também a ligação entre as diversas cidades, vilas e aldeias do estado de Himachal Pradesh
existem várias opções para efectuar a viagem de regresso a Delhi, sendo a mais barata os autocarros decrépitos da companhia de transportes local, a HRTC, que para além se serviços de longo curso efectua também a ligação entre as diversas cidades, vilas e aldeias do estado de Himachal Pradesh
de entre as muitas opções de ‘autocarros turísticos’ explorados por empresas particulares. O melhor veículo a efectuar este serviço pertence à Bholenath, um Volvo novo que sai de McLeod Ganj pelas 6 pm
de entre as muitas opções de ‘autocarros turísticos’ explorados por empresas particulares. O melhor veículo a efectuar este serviço pertence à Bholenath, um Volvo novo que sai de McLeod Ganj pelas 6 pm
.... claro que nem todos os ‘volvo’ são efectivamente ‘volvo’ ;)
…. claro que nem todos os ‘volvo’ são efectivamente ‘volvo’ 😉

Melhor altura para visitar:

Apesar do tempo primaveril, algumas estradas podem estar cortadas, nos pontos mais altos, pela neve, o que obriga a desviar por percurso menos interessantes e mais movimentados.

Esta região de Dharamsala, oferece duas alturas propícias aos visitantes:

  • entre meados de Março ao inicio de Junho
  • de Setembro até final de Outubro

De Novembro a Fevereiro as temperaturas são baixas e grande parte de hotéis, restaurantes e lojas encontram-se fechados. Junho, Julho e Agosto é a época das monção, sendo a constante e intensa chuva pouco convidativa a percurso nas sinuosas estradas de montanha.

VIPASSANA

(este post encontra-se cronologicamente fora do contexto, pois corresponde ao início de Maio, quando estávamos em Dharamkot, mas a hesitação em escrever sobre a minha experiência no Vipassana, fez com que só agora este texto visse a luz do dia… ou dos pixelsJ)

 

Depois de muita espera pelo início de um novo curso, tivemos que acordar de madrugada para colocar o nosso nome na lista de espera, na esperança que houvessem desistências e conseguisse-mos vaga no curso de Vipassana, pois à meses que as inscrições estava completas.

Às quatro da tarde desse dia, tivemos a confirmação do sentimento que tinha desde o inicio, de que íamos conseguir entrar os dois.

Mutámo-nos da guesthouse onde estávamos de “armas e bagagens” para o Centro de Vipassana de Dharamkot, para enfrentarmos o burocrático processo de inscrição.

Só à chegada ao quarto que me foi atribuído é que me apercebi e tomei pela primeira vez consciência do que me estava a propor fazer: dez dias, afastada do mundo, sem falar ou comunicar, por olhar ou gestos, com as outras pessoas, cumprindo um rígido horário para dormir, descansar e para tomar as refeições, tendo como objectivo principal a meditação.

Chama-se Curso de Meditação mas não se trata propriamente de um conjunto de instruções ou métodos para aprender a meditar: trata-se de um caminho (dhama) que tem que ser percorrido por cada um, solitária e individualmente, seguindo para isso as orientações proferidas diariamente pelo senhor Goenka, que criou este método.

O quarto que me foi atribuído, um verdadeiro luxo tendo em conta as condições do  centro e o país em que estamos, era um pequeno compartimento, ocupado por uma estreita e curta cama, e com o espaço suficiente para passar até à porta de acesso à casa de banho, de onde podia ver a floresta de cedros que envolve todo o centro, através do vidro partido da janela.

Pela claraboia existente no tecto do quarto podia ser o sol a atravessar as árvores e pelas sombras projectadas nas paredes do quarto ia tendo a noção da passagem do tempo, durante os intervalos para descanso; é interdito o uso de telemóvel, máquinas fotográficas, ou de outros equipamentos elétricos, assim como de livros, cadernos, canetas ou qualquer outro objecto que nos possa distrair os nossos pensamentos do objectivo de estarmos em contacto connosco.

A maior parte do dia era passado no maior edifício do centro, o “Meditation Hall”, uma sala grande, ventilada, mantida permanente na penumbra apesar de, a toda a volta, ser rasgada por janela que emolduravam a paisagem densamente de pinheiros. Este era o único local que homens e mulheres partilhavam, pois tanto o refeitório, os dormitórios e as zonas envolventes estavam separadas.

Os quatro dias que lá passei fizeram-me perder totalmente a noção de tempo, pois a rígida rotina e a falta de contacto com os outros ou com o exterior, fazem-nos perder intensionalmente as referências, de forma a ficarmos mais focados em nós para assim fazermos o nosso percurso, caminho, com o mínimo de distrações ou dispersões.

De início pareceu-me exagerada essa atitude tão escrupulosa, mas logo ao segundo dia a vontade de comunicar com alguém foi desparecendo, sendo substituída por uma necessidade de solidão. Mesmo o entusiasmo inicial de passear e de ir conhecendo os limites do espaço ou de apanhar alguns dos raios de sol que corajosamente atravessam a densa floresta de cedros, foi rapidamente substituída pela necessidade de descanso e de isolamento, que me levavam a ir directamente para o quarto, nos intervalos dos períodos de meditação.

Todo o quarto convida ao isolamento desde o momento em que entrei: básico, sem decoração ou mobiliário, para além da cama e de uma minúscula prateleira feita em pedra. Sentia-me como um monge numa cela; inicialmente chamava-lhe catre com alguma ironia, mas rapidamente se transformou num refúgio.

O vespertino horário de ir para a cama, à 9h da noite, tornou-se o momento mais ansiado do dia, que começava implacavelmente às 4h da manhã com o toque de uma campainha e meia hora mais tarde com o som do gongo que marcava o inicio da meditação matinal.

Estranhamente o acordar não era difícil, mas durante as duas horas de meditação que se seguiam o meu estômago reclamava por comida.

As duas principais refeições, o pequeno-almoço às 6.30h da manhã e o almoço às 11h, eram uma verdadeira consolação. O jantar, por volta 5h da tarde era bastante pobre tendo em conta as horas que ainda tínhamos pela frente, consistindo em fruta, tostas e algum arroz tufado.

Para compensar o pequeno-almoço, também servido em estilo de buffet, tinha pão caseiro, fruta, grão e sempre presente “chai”, chá preto com leite, disponível a todas as refeições. A ementa variava a todas as refeições, e a comida foi ficando cada vez melhor ao ponto de no quarto dia o pequeno-almoço apresentar “idlys” e “sambar”, típicos do sul da Índia e difíceis de encontrar por estas paragens, e que já não comida desde a primeira vez que estive na Índia, à cinco anos.

Ao almoço houve sempre arroz servido com deliciosos carris de legumes que formam sempre variando entre batata, courgettte, abóbora e couve-flor, juntamente com sopa de lentilhas ou por um caldo de legumes; tudo acompanhado de “chapatis”, pães indianos, mas feitos em versão miniatura. Muitas foi também servida sobremesa… iogurte, bolinhos, tudo com muito açúcar, e geralmente pouco convidativos como a maioria dos doces indianos.

Parece exagerado estar a descrever com tanto detalhe a comida, ainda para mais tendo sido recomendado para não exagerar nas doses pois tal prejudica a concentração e dificulta o trabalho de meditação, mas era o momento importante para mim e marcava as várias fases do dia, divididos sempre da mesma forma entre períodos de meditação na sala principal e de descanso no quarto.

Todos os dias, ao fim do dia, ouvíamos as gravações ou víamos um video, as instruções para seguirmos no dia seguinte, assim como uma pequena palestra de cerca de uma hora proferido pelo Goenka, sobre o modo de funcionamento do método Vipassana e a forma como devíamos trabalhar para conseguir percorrer o “caminho” e tentar tomar contacto com a nossa consciência.

Havia momentos em que tudo parecia sem sentido, uma farsa, um conjunto de tiques e regras complicadas para parecer mais eficaz e verídico… mais uma das muitas ofertas “espirituais” que se encontram pela Índia, mas no fim do primeiro dia mudei de ideias: parecia que o que o Goenka dizia se encaixava com o que eu sentia, com as duvidas que eu tinha e eram proferidas as frases certas para incentivar e encorajar a continuação do trabalho…. “star again”… “you are bond to succed”… “work hard and diligently”… Todas as frases eram repetidas duas ou mais vezes, inicialmente em hindi e depois repetidas em inglês. Às vezes encorajava, mas às vezes cansava e parecia que a voz do Goenka soava sinistra e cavernosa.

Mas vamos ao que verdadeiramente interessa: o método usado para atingir a meditação. Inicialmente tenta-se diminuir a dispersão dos pensamentos que passam pelo nosso cérebro, fazendo com que a atenção se foque na passagem do ar pelas narinas, mesmo que seja somente durante instantes. Ao fim do primeiro dia essa concentração deve ser conseguida por períodos cada vez mais prolongados. No dia seguinte foca-se a tenção à zona entre as narinas e o lábio superior. No terceiro dia reduz-se a área onde nos focamos, para uma triângulo imaginário entre as narinas e o lábio superior. Assim pretende-se diminuir a intensidade dos pensamentos que constantemente afluem à nossa cabeça como uma cascata ou um rio tumultuoso. Os pensamentos estão constantemente a saltar do passado, antigo ou recente, para o futuro, com previsões e conjecturas sobre o que há-de vir, sempre construindo complexas e instáveis arquiteturas de pensamentos, sem aparente continuidade ou sequer relação. É extenuante o esforço para manter a mente focada no presente.

Quando me apercebia que a minha mente vagueava para outra paragens, voltava a focar-me na espiração, para segundos depois estar novamente alheada dessa intenção.

As horas foram passando e o esforço foi sendo cada vez maior; sentia dores no corpo, não as resultantes de estar sentada muitas foras no chão, de pernas cruzadas, mas uma dor intensa, vinda do interior e espalhada por todo o corpo, como se fosse o sintoma de uma gripe ou a aproximação de um estado febril.

No dia seguinte, após as primeiras horas de meditação essa sensação, que tinha desaparecido com o repouso, voltou, mais intensa e acompanhada de lágrimas que me humedeciam as pestanas, e que não tinham qualquer justificação.

Milhares de pensamentos e de recordações forma passando pela minha cabeça, mas a nenhum eu conseguir atribuir o motivo desta vontade de chorar; nem tão pouco consegui perceber o motivo das dores e do mal estar que sentia. Um pouco desorientada fui falar com a professora, que sempre estava presente durante as meditações, durante o intervalo existente após o almoço e que está reservado para os alunos colocarem questões e duvidas sobre o método; fui esclarecida em relação ao que sentia: era perfeitamente normal e bastante frequente, fazia parte do processo e que devia de continuar… era uma etapa do percurso.

No fim desse dia, o segundo, o mal estar que até então sentia foi substituído por uma certa leveza o que fez com que ganhasse confiança e aumentasse o meu esforço e a minha capacidade de concentração. Pela primeira vez deixei de ansiar pelo som da campainha que marcava o fim de cada uma das secções na sala de meditação.

O terceiro dia foi passado em grande luta interior, mas desta vez deixei-me levar por alguns pensamentos e não me preocupei tanto com a respiração pois estava as sentir que me fazia bem enfrentar alguns assuntos do passado que acho que ainda se manifestam em alguns dos mus comportamentos e medos. Numa das noites, já não consigo situar em qual, sonhei com pessoas e situações que pensava já não terem lugar nas minhas memórias… talvez o passado não tenha ainda passado totalmente.

O quarto dia, que para mim foi o ultimo, foi efetivamente o primeiro dia do processo do Vipassana. Até então tínhamos estado a percorrer um caminho de preparação: inicialmente o “shila” e depois o “samadi” que são como níveis de concentração e que correspondem a uma diminuição da atividade cerebral e a uma maior focagem no presente.

As duas horas que durou o Vipassana, que marca o primeiro contacto com o “pannã”, sempre a ouvir as instruções do Goenka emitidas pelas colunas espalhadas pela sala, foram extremamente intensas, onde a atenção deixou de estar focada na respiração, mas passou a ser dirigida para a procura de sensações, como calor, frio, comichão, movimentos sob a pele, etc… inicialmente no topo da cabeça e daí passando por todo o corpo até aos pés, membro a membro, articulação a articulação…

Pouco depois da primeira hora, o meu corpo começou a dar sinais de que precisava de sair daquela postura de pernas cruzadas. Apesar das indicações para manter a imobilidade durante estas duas horas, não consegui evitar e tive procurar outra posição, mas mesmo assim não consegui evitar uma dor intensa da fundo das costas até à perna, na zona do nervo ciático. Fui chamada à atenção, para me manter na postura inicial, mas foi-me impossível e a partir daí foi um verdadeiro tormento em que ansiava por deixar de ouvir a voz lenta e arrastada do Goenka que em vez de funcionarem de incentivo, só contribuíam para o meu desespero.

Perante esta situação acabei por desistir, sem ter completado os dez dias do curso, mas com vontade de fazer nova tentativa num centro com melhores condições.

 

Algumas frases do discurso do Goenka durante os vários dias do Vipassana, que ajudam a compreender o método; por comodidade optei por manter o texto em inglês:

 

“The final aim of this meditation is not concentration of mind. Concentration is only a help, a step loading to a higher goal: purification of mind, eradication all the mental defilements, the negativities within and thus attaining liberation from all misery, attaining full enlightenment.”

 

“Every time an impurity arises to the mind, such as anger, hated, passion, fear, etc… one becomes miserable. Wherever something unwanted happens, one becomes tense and start tying knots inside. Wherever something wanted does not happen, again generates tension within. Throughout life, one repeats this process until the entire mental and physical structure is bundle of Gordian knots. And one does not keep this tension limited to oneself, but instead distributes it to all whom one comes into contact.”

 

“… meditation course to learn the art of living: haw to live peacefully and harmoniously within oneself, and to generate peace and harmony for all others.”

 

“Breath is a tool with which to explore the truth about oneself.”

 

“On this path, whatever is unknown about yourself must become known to you. For this purpose respiration will help. It acts as a bridge from the known to the unknown…”

 

“One reality of mind (…) is its habits of always wondering from one object to another. It does not want to stay on the breath, or on any single object of attention; instead it runs wild.”

 

“The goal of this technique is to purify the mind, to free it from misery by gradually eradicating the negativities within. It is an operation deep into ones own unconscious, performed in order to uncover and remove the complexes hidden there.”

 

“The contact of these positive and negative forces produces an explosion. Some of the impurities hidden in the unconscious rise to the conscious level, and manifest as various mental or physical discomforts.”

 

“… what seems to be a problem is actually a sign of success in the meditation, an indication that in fact the technique has started to work.”

 

“Continuity of the practice is the secret of the success. You have to do the work; no one else can do it for you. (…) you receive the support of all “Dhamma” forces, but still you have to work yourself. You have to work entire path yourself.”

 

“You will take your first steps in the field of “pannã” when you star to practice Vipassana (…) to penetrate to penetrate in the deeper levels and eradicate the impurities hidden there.”

 

“Work patiently, persistently and continuously for your own good, your own liberation.”

 

“May all being be happy.”

 

Glossary:

Sila: is morality; abstaining from unwholesome deeds of body and speech.

Samadi: is the wholesome action of developing mastery over one’s mind; practicing both is helpful, but neither can eradicate all the defilements accumulated in the mind.

Pannã: is the development of the wisdom, of insight, witch totally purifies the mind.

Vipassana: introspection, insight witch purifies the mind; specifically into the impermanent, suffering and egoless nature of the mental-physical structure; the systematic development of the insight through the meditation techniques of observing the reality of oneself by observing sensations within the body.

Dhamma: phenomenon; object of mind; nature law; law of liberation; touching of an enlightened person.

 

 

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Manali e Old Manali

Deixando para trás o rio Parvati, seguimos para norte ao longo do vale de Kullu, até à cidade de Manali, numa viagem totalmente feita em autocarros publico, com três trasbordos e que demorou umas 4 horas, sempre ao longo do turvo e tumultuoso rio Beas.

Deparámos com uma cidade que vive muito do turismo indiano, que foge das altas temperaturas que nesta altura do ano tornam praticamente toda a Índia num verdadeiro braseiro, com Delhi a atingir os 47 graus.

Aqui o tempo é ameno, mas sujeito aos caprichos da montanha, com o clima a variar  abruptamente entre sol e calor, chuva e vento, e sempre com uma descida da temperatura à noite.

Para nos afastarmos do habitual frenesim das cidades, optámos por subir uma das encostas que circunda Manali, em direção à aldeia que deu o nome à moderna cidade: Old Manali.

Ficámos alojados numa guesthouse, a Mountain Dew, situada no caminho que liga as duas povoações e que se encontra repleta de lojas de artesanato, postos de internet, agências de viagens, restaurantes, cafés, alojamentos e tudo o mais que possa ser útil para um turista ocidental. Mais acima, no topo da encosta, encontra-se a aldeia de Old Manali, que contrasta totalmente com todo este cenário, onde se conserva o ambiente rural.

Em Old Manali encontram-se ainda as habitações tradicionais construídas em madeira e pedra, com os telhados feitos com pesadas pedras de xisto, semelhantes às que encontrámos nas aldeias de Parvati, mas com a particularidade destas apresentarem as entradas das casas decoradas com motivos religiosos, como a suástica (que para os hindus representa a roda da vida), pintados rusticamente com os dedos em cores ocre.

Old Manali
Old Manali
Pequeno templo no topo da aldeia de Old Manali
Pequeno templo no topo da aldeia de Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Old Manali
Templo dedicado a Manu em Old Manali
Templo dedicado a Manu em Old Manali
Casa tipica de Old Manali
Casa tipica de Old Manali
Almoço em Manali
Almoço em Manali: Gujarati Thali (uma desilusão) e Bangan Bartha, à base de beringela, cebola e tomate… uma delícia
Subindo as montanhas junto à aldeia de Old Manali
Subindo as montanhas junto à aldeia de Old Manali

Enquanto esperávamos para que a estrada para o vale de Spiti fosse aberta, pois ainda se encontrava cortada pela neve, impedindo a circulação automóvel, os dias foram passados entre visitas à cidade de Manali para saborear a tradicional comida indiana, e uns curtos passeios pelas encostas à volta de Old Manali.

Apesar da guesthouse em que ficámos ter todas as comodidades, como casa de banho privativa com água quente todo o dia (desde que houvesse eletricidade, claro!), internet no quarto, uma varanda com vista para as montanhas, restaurante com boa comida e uma pequena esplanada, ao fim do terceiro dia deparámo-nos com algumas borbulhas na pele aparentemente resultantes de picadas de insectos; reclamámos e ficamos a saber que eram “bed bugs” que em português deve ser qualquer coisa parecida com percevejos. Nunca chegamos a ver nenhum, mas o nome é deveras nojento e foi, de longe, a pior “companhia” que tivemos ao longo desta viagem, onde já partilhamos o quarto com osgas, aranhas “peludas” do tamanho da palma da mão, centopeias, uma família de ratinhos do campo e uma grande variedade de pequenos insectos voadores.

Mudámos de quarto e toda a nossa roupa foi para a lavandaria, o que resolveu o problema; contudo ainda subsistem algumas marcas na nossa pele, ughhhh!

Os dias foram passando calmamente o que nos permitiu ir conhecendo melhor o grupo de rapazes que geriam a guesthouse, todos indianos mas de outras zonas do país, que com idades entre os 20 e os 23 anos estavam à frente deste e de outros negócios em Goa, para onde se mudam no Inverno. Representam um pouco da nova geração que nada têm a ver com a Índia tradicional e mística que é vendida nos folhetos turísticos; estão claramente virados para os negócios, para o dinheiro e tudo o que dele possa oferecer em termos materiais, procuram o estilo de vida ocidental, que transparece nas roupas, tatuagens, estilo de música, fumam, não têm qualquer vínculo religioso e para eles o casamento está fora de questão, pois a vida é para curtir! Boys will be boys…

Para nosso descontentamento, os dias na guesthouse eram “animados” com a seleção musical dos nosso amigos, que ia desde o hip-hop indiano, passando pelo rock, os clássicos da música pop e o trase-psicadélico que era debitado em elevados decibéis de umas insignificantes colunas, que nos obrigavam a procurar outros restaurantes e cafés para descansar os ouvidos!

Para compensar, o Bruno foi-se imiscuindo na cozinha da guesthouse, de onde saiam bons pitéus, e onde foi aprendendo os segredos da confecção de alguns dos pratos que íamos comendo, como por exemplo do “dal makhani”, um prato tradicional no norte da Índia e do Nepal, à base de lentilhas e feijão que é acompanhado de arroz.

Ficámos a saber o “segredo” de ter sempre arroz solto, sem ter que o preparar na hora nem ficar com o aspecto e o sabor requentado… Até agora o arroz preparado pelo nosso amigo foi o mais saboroso que até agora comemos aqui na Índia, pois geralmente é confecionado particamente sem sal, e por vezes servido aos grumos.

Cozinha da Mountain Dew Guesthouse, em Old Manali
Cozinha da Mountain Dew Guesthouse, em Old Manali
Cozinha da Mountain Dew Guesthouse, em Old Manali
Os ingredientes…
Os ingredientes secretos....
Os ingredientes secretos….
A equipe!
A equipe!
Preparando o Dal
Preparando o Dal Makhani
O sempre presente leite da marca AMAL, que também tem manteiga e natas... uma constante em toda a India
O sempre presente leite da marca AMAL, que também tem manteiga e natas… uma constante em toda a India
Na cozinha...
Na cozinha… a todo o gaz!
Eis o resultado!!
Eis o resultado!!

Parvati Valley. Keerganga

Por sugestão de muitas das pessoas com quem falámos enquanto nos demorámos pelo vale do Rio Parvati decidimos ir a Keerganga (também aparece escrito como Khir Ganga) ainda para mais tinha o atrativo de lá perto realizar-se durante o mês de Maio o Rainbow Gathering que reúne informalmente centenas de pessoas em várias partes do mundo.

O percurso até Keerganga, situada a 2960 metros de altitude, é o mais famoso trekking do vale do Rio Parvati e segundo informações que recolhemos demora cerca de 4 a 5 horas da aldeia de Pulga onde estamos alojados, pelo que saímos de manhã cedo, munidos de fruta, bolachas e água, e dirigimo-nos para a aldeia próxima, Kalga, para nos encontrar-mos com a Tree, com quem fizemos amizade desde os primeiros dias que chegámos Apple Garden Guesthouse.

Recolhemos informações sobre o percurso que devíamos seguir e mantivemo-nos atentos às setas pintadas nas rochas e nas árvores que indicavam o caminho; o trilho era claro e bem visível, pouco inclinado e o tempo estava fresco e o sol brilhava, mas a floresta de cedros protegidos, pelo que tudo indicava uma caminhada agradável até Keerganga.

Passado pouco mais de uma hora, chegados a uma clareira no meio da floresta onde havia inúmeros trilhos não se destacando nenhum em particular que parecesse levar-nos ao nosso destino, pelo que andámos um pouco desorientados até concluirmos que estávamos perdidos e sem pontos de referencia, pois à nossa volta tudo era constante e uniforme: as árvores, as rochas e o rio Parvati.

Foi nessa altura que me senti vulnerável, pequena e à mercê da vasta floresta que mostrava todo o seu poder. As gralhas com o seu grasnar apreciam que escarnecer de nós. É incrível tumulto de sons que a natureza produz quando tudo aparenta estar imóvel e em silêncio.

Foi nesta altura que avistamos um grupo de pessoas que se aproximava, quatro rapazes indianos que se dirigiam para o mesmo sitio e que conheciam o caminho, recorrendo diversas vezes a fotografias que tinham no telemóvel para se orientarem. Percebemos mais tarde que também eles se tinham perdido e tivemos que fazer um percurso bastante difícil para subir uma encosta até alcançar-mos novamente o trilho, tendo-nos atrasado quase uma hora.

O resto do percurso foi pacifico em termos de orientação pois fomos encontrando várias pessoas no sentido contrário que regressavam de Keerganga, mas foi-se tornando mais difícil, com maiores inclinações e por vezes demasiado estreito; atravessamos linhas de água, que enlameavam o caminho, ou outras maiores que formavam cascatas e que cruzávamos pisando cuidadosamente pedras que se encontravam acima da linha de água, ou mesmo passando por cima de troncos de árvore que serviam de ponte sobre as águas que seguiam velozmente encosta abaixo.

A ultima hora do percurso foi bastante dura devido ao cansaço acumulado e à altitude a que estávamos, mas o esforço das quase 5 horas de caminhada foi altamente recompensado com a paisagem que nos esperava: uma vasta clareira coberta de erva verde por onde pastavam algumas mulas, rodeada a toda a volta por montanhas onde nas zonas mais altas o branco da neve reflectia o brilho do sol. Pelas encostas escorriam largas cascatas que desapareciam na densa floresta de cedros e pinheiros.

A paisagem é deslumbrante e esmagadora na sua beleza, mostrando-se com toda a sua imponência, fazendo-nos sentir o quão pequenos nós somos e como estamos sujeitos à sua poderosa força.

Keerganga não se trata propriamente de uma povoação mas sim de um aglomerado de construções precárias feitas em madeira, plástico e chapa de zinco, que funcionam durante o verão como restaurantes, uma ou duas barracas de venda de artigos de higiene e mercearia, e algumas construções destinadas ao alojamento.

Junto a Barshani está a ser construída uma barragem para produção de energia elétrica e que mudará definitivamente o Rio Parvati. Contudo, à boa maneira indiana, a construção já tem mais de 10 anos de atraso, devido a alguns problemas técnicos e ao constante desvio de fundo previstos para a sua construção, encontrando-se ainda longe de estar concluída
Junto a Barshani está a ser construída uma barragem para produção de energia elétrica e que mudará definitivamente o Rio Parvati. Contudo, à boa maneira indiana, a construção já tem mais de 10 anos de atraso, devido a alguns problemas técnicos e ao constante desvio de fundo previstos para a sua construção, encontrando-se ainda longe de estar concluída
Inicio da caminhada na aldeia de Kalga na companhia da Tree
Inicio da caminhada na aldeia de Kalga na companhia da Tree
A caminho de Kerrganga
A caminho de Kerrganga
A caminho de Kerrganga
A caminho de Kerrganga
Pausa para descanso
Pausa para descanso
Uma das várias cascatas que atravessámos
Uma das várias cascatas que atravessámos
Chegada a Kerrganga
Chegada a Kerrganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga
Keerganga

Outro do grande atractivos de Keerganga são as nascentes de água quente, onde nos banhamos em tanques construídos no cimo da encosta, junto a um pequeno templo hindu. À boa maneira indiana, existem tanques separados para homens e para mulheres; os homens podem assim apreciar a paisagem das montanhas cobertas de neve, tendo ao lado sido construída uma alta vedação em madeira, coberta com plástico e chapa zincada para as mulheres se poderem banhar longe dos olhares dos homens.

Piscina de água quente reservada aos homens. ao lado, pos trás das tábuas de madeira encontra-se o tanque reservado às mulheres
Piscina de água quente reservada aos homens. ao lado, pos trás das tábuas de madeira encontra-se o tanque reservado às mulheres
Tanque das nascentes de água quente reservado às mulheres
Tanque das nascentes de água quente reservado às mulheres
Na companhia de Tree, depois de um banho revigorante nas águas quentes que nascem em Keerganga
Na companhia de Tree, depois de um banho revigorante nas águas quentes que nascem em Keerganga
Um aviso, simples e directo!!!
Um aviso, simples e directo!!!
Keerganga vista das nascentes de água quente
Keerganga vista das nascentes de água quente
Keerganga
Keerganga
Mais um amigo que nos fez companhia enquanto esperávamos pelo por do sol... no fim teve uma bolacha como recompensa!
Mais um amigo que nos fez companhia enquanto esperávamos pelo por do sol… no fim teve uma bolacha como recompensa!
casas de banho de um dos alojamentos existente em Keerganga
Casas de banho de um dos alojamentos existente em Keerganga

Como chegamos um pouco tarde não conseguimos arranjar sitio para dormir nos alojamentos existente, e empreender no mesmo dia o caminho de volta estava fora de questão, pelo que ficamos a dormir nos restaurantes, que já está preparados para estas situações, fornecendo cobertores e disponibilizando espaço junto a grande fornos a lenha de forma circular, que aqui se chamam tandori. À noite fazia realmente muito frio, e sentia-se o vento gelado que vinha das montanhas e que entrava facilmente pelas inúmeras frestas destas construções rudimentares. Pagámos 50 rupias por pessoa, e lá passamos duas noites, pouco confortáveis, juntamente com a nossa amiga Tree e muitos outros estrangeiros. Todas estas povoações, Pulga, Kalga, Tosh (que fica do outro lado do rio Parvati mas que não visitamos) e Keergana ficam cobertas de neve durante o Inverno; segundo nos disseram em Abril ainda havia neve em Pulga.

O restaurante onde passámos a primeira noite. No dia seguinte procurámos outro pois aqui fazia muito frio; só mais tarde é que percebemos porquê, quando os vimos a montar as janelas onde se encontrava somente um plastico
O restaurante onde passámos a primeira noite. No dia seguinte procurámos outro pois aqui fazia muito frio; só mais tarde é que percebemos porquê, quando os vimos a montar as janelas onde se encontrava somente um plastico
Um dos restaurantes onde passamos a noite
Um dos restaurantes onde passamos a noite

O regresso foi sem a Tree que decidiu ficar acampada no Rainbow Gathering, foi mais rápido pois dominavam as descidas, mas apesar da total confiança que tínhamos, apercebemo-nos que estávamos no caminho errado ao encontrar-mos uma ponte que cruzava o rio Parvati e que nunca tínhamos atravessado. Uma coisa boa que o excesso de população que a Índia tem, é que encontra-se sempre alguém mesmo nos sítios mais recônditos e improváveis. Desta vez avistamos ao longe um carregador com as suas mulas que aqui são o único meio de transporte, e esperámos até ele se aproximar para nos indicar a direcção que devíamos tomar para retomar-mos ao trilho que nos levaria de volta a Kalga, a aldeia mais próxima.

Talvez devido à rapidez com que fizemos o percurso, com bom ritmo e poucas paragens, tendo demorado cerca de 3 horas, ou devido ao cansaço acumulado por duas noites mal dormidas, fez com que o pequeno trajecto que separa Kalga da aldeia de Pulga parecesse uma eternidade, onde nas subidas cada passo requeria um esforço monumental.

Mal chegamos esperámos pela água quente, tomámos um merecido banho e pouco de pois de comermos uma reconfortante refeição, fomos dormir, só acordando no dia seguinte com o nascer do sol; foi um longo sono de 11 horas…

O Rainbow Gathring, a pouco mais de 15 minutos de Kerrganga, reunia poucas dezenas de pessoas, acampadas pela floresta à volta de uma clareira onde foi construída uma tenda para preparação de refeições e onde havia uma fogueira, que funcionavam como local de encontro.

A manhã foi preenchida com a preparação da refeição, onde diversas pessoas participavam ajudando o “chef” indiano, a quem toda a gente chamava baba (que significa pai, mas que é também usada para mostrar respeito por alguém). A refeição, um carril de vegetais e arroz, foi partilhada por todos os que ali estavam reunidos em circulo. O ponto alto, foi a preparação do pão que serviu de acompanhamento: uma especialidade do Rajastão chamada bati, e que é geralmente acompanha pratos de lentilhas.

A massa deste pão é a mesma dos rotis e das parathas: farinha, água e pouco sal. Como não leva fermento não precisa de levedar, sendo o pão sempre confecionado na hora, estendido e cozinhado numa frigideira. Os batis que acompanharam a nossa refeição tiveram um tratamento diferente, pois foram cozinhados directamente no lume, mas com a particularidade deste não ser feito com madeira mas sim com “bosta” de vaca seca. Pode parecer um pouco nojento mas o resultado foi muito bom, traduzido em pequenos pães tostados por fora, densos por dentro e com um característico sabor a fumeiro.

Rainbow Gathering
Rainbow Gathering
Rainbow Gathering
Rainbow Gathering
Preparação do almoço orientado pelo baba no Rainbow Gathering
Preparação do almoço orientado pelo baba no Rainbow Gathering
Bati, pão tradicional do Rajastão, cozinado em
Bati, pão tradicional do Rajastão, cozinado em “bosta” seca de vasa
Bati
Bati

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Rainbow Gathering
Rainbow Gathering

Parvati Valley. Requiem por Swazni

No nosso ultimo dia em Manikaran, enquanto tomávamos o pequeno-almoço, estava ao nosso lado um inglês que comia avidamente a sua paratha recheada de ovo e queijo; nunca tinha visto e resolvi pedir o mesmo. Revelou-se um óptima escolha e serviu de deixa para estabelecermos conversa com o nosso “vizinho”, que nos deu inúmeras informações e dicas importantes sobre caminhadas ao longo do Parvati Valley, pois este é o seu destino à 22 anos.

Como ele ia subir a montanha junto à aldeia de Pulga, para onde nos dirigíamos, combinámos encontrar-nos lá passado quatro dias, para fazermos a caminhada juntos até uma zona chamada swazni (esta é uma tentativa de transcrever a fonética correspondente ao nome que ouvimos).

Enquanto terminávamos o pequeno-almoço juntamente com a nossa companheira de guesthouse, a Tree, surgiu à hora marcada o nosso amigo Green, juntamente com dois carregadores que transportavam o equipamento para uma estadia de três noites na montanha.

Foi uma caminhada suave num ameno dia de sol, feita com várias paragens para descansar, o que permitiu observar com mais detalhes a paisagem, inicialmente composta por escura e densa floresta, até chegarmos ao topo da encosta onde nos esperava um clareira dominada pelo verde da vegetação rasteira que serve de pastagem ao gado, que é levado para zonas mais altas durante o verão, à medida que a neve derrete.

Pelo caminho o Green foi-nos dando dicas sobre orientação na floresta e cuidados, ao mesmo tempo que nos indicava pontos de referência para depois empreendermos o caminho de regresso sozinhos e que nos permitirão, um dia, lá voltar. Foi como se nos estivesse a passar um legado, algo que ele descobriu  e que neste momento está prestes a abandonar, não só porque se sente já velho (são palavras dele) como devido ao aumento de insegurança e à invasão do turismo que tem vindo a descaracterizar estas e muitas outras paragens pela Índia.

Foi como um requiem.

Inicio da caminhada pouco depois de sairmos de Pulga
Inicio da caminhada pouco depois de sairmos de Pulga
Pausa para descanso e conversa
Pausa para descanso e conversa
Pela floresta
Pela floresta
Chegada à zona de clareira no cimo da encosta. Para trás ficou a densa e escura floresta de cedros
Chegada à zona de clareira no cimo da encosta. Para trás ficou a densa e escura floresta de cedros
Mais uma pausa. Nesta altura um dos carregadores já tinha desistido e ido embora, tendo o Green que carregar uma das pesadas mochilas
Mais uma pausa. Nesta altura um dos carregadores já tinha desistido e ido embora, tendo o Green que carregar uma das pesadas mochilas
A caminho de Swazni
A caminho de Swazni

Fizemos a caminhada até à zona onde o Green ia montar acampamento, um gruta formada por uma grande rocha, junto a um riacho e numa zona de clareira acima da densa floresta de cedros, já muito perto da linha de neve. A toda a volta vêm-se montanhas que nos pontos mais elevados estão cobertas de neve, de onde sopra um ar fresco que atenua os efeitos dos raios solares.

A convite do nosso anfitrião, acabámos por almoçar com ele, uma refeição à base de arroz e vegetais, preparada rapidamente numa panela de pressão e cozinhada num portátil fogão a gás…. claro que todos estes luxos juntamente com cobertores, saco-cama, almofadas e muitos mais requintes só foram possíveis a esta altitude com a ajuda dos carregadores.

Pouco depois do almoço, com a aproximação de algumas nuvens cinzentas que ameaçavam chuva, deixamos o Green a preparar o resto do acampamento e juntamente com a Tree, iniciamos a descida para a aldeia de Pulga. Mesmo com todas as indicações que nos foram dadas, falhámos o caminho de regresso, quando saímos da zona de clareira e nos embrenhamos na floresta, mas fomo-nos orientando pela cascata que corria ao nosso lado e que foi companheira de grande parte do trajecto e pelo som dos tambores que vinham da aldeia e que assinalavam o segundo dia de festa.

Foi uma caminhada revigorante, não só pela envolvente como pela contagiante energia do Green. Obrigada Green pela experiência; espero que os nosso caminhos se voltem a cruzar.

A caminho de Swazi
A caminho de Swazi
Este é um dos vários abrigos que encontrámos pelo caminho, que serviu de acampamento ao Green em anteriores visitas
Este é um dos vários abrigos que encontrámos pelo caminho, que serviu de acampamento ao Green em anteriores visitas
Chegada à gruta onde terminou a nossa caminhada
Chegada à gruta onde terminou a nossa caminhada
Preparação do almoço
Preparativos para o almoço
neve!!!!
Neve!!!!
Um pouco mais acima da zona onde o Green montou o acampamento para passar os dias seguintes
Um pouco mais acima da zona onde o Green montou o acampamento para passar os dias seguintes
Os ultimos toques nos temperos do almoço
Os ultimos toques nos temperos do almoço
Momento de descontração antes de inicarmos a descida
Momento de descontração depois do almoço, antes de inicarmos a descida

Parvati Valley. Pulga

As trovoadas têm sido uma constante neste percurso pela Índia: em Delhi, Jaipur e Pushkar, eram uma promessa de uma temperatura mais amena e menos poeira no ar. Nas montanhas, tanto em Dharamkot como aqui no Parvati Valley, trazem quase sempre chuva, frio e muitas vezes granizo.

Enquanto escrevo estas notas, num rústico mas confortável quarto todo construído em madeira, observo através das janelas que rasgam a toda a largura duas das paredes do quarto, as nuvens negras que aos pouco vão cobrindo os picos das montanhas, ainda cobertos de neve, que se avistam da aldeia de Pulga.

Acordo com o sol a aquecer-me a cara e com o chilrear dos pássaros, enquanto os aldeões encaminham o gado para as montanhas ao som de assobios. Dos telhados das casas sai o fumo dos fogões e dos aquecedores de água a lenha, que aos poucos vão enchendo a aldeia com uma neblina que lentamente se encaminha para o céu.

Pulga
Pulga
Pulga
Pulga
Pulga
Pulga
Pulga
Pulga

Pulga, situada a cerca de 2269 metros de altitude, não acessível por automóveis, existindo somente um trilho pedonal que também é percorrido por mulas que aqui asseguram o abastecimento desta aldeia e das que se encontram próximas. Devido a um problema numa central eléctrica também não tem luz há cerca de uma semana… não há música, os frigoríficos não passam de armários, a noite é iluminada por velas e as refeições são cozinhadas a lenha.

Em frente à Apple View Guesthouse, onde estamos alojados, do outro lado do rio Parvati, encontra-se a feia povoação de Barshani, onde termina a estrada por onde chegamos, vindos de Manikaran. Foi uma viagem feita de autocarro, que demorou uma hora para percorrer os cerca de 14 quilómetros que separam as duas povoações. O estado da estrada, sem pavimento e com várias linhas de água a travessá-la, juntamente com o estreito e sinuoso traçado que acompanha de perto o Rio Parvati, fizeram desta viagem uma aventura cansativa, obrigando a paragens frequentes e a manobras complicadas cada vez que o autocarro se cruzava com outro veículo. Por diversas vezes saltamos literalmente do assento quando passávamos por cima de buracos e lombas que eram uma constante ao longo da estrada.

Para compensar, a paisagem que íamos avistando ia-se tornando cada vez mais  deslumbrante com a aproximação das montanhas ainda cobertas de neve, mas olhar para o vale e para o rio que corria lá em baixo obrigava a uma dose de coragem, dada a proximidade com que o autocarro circulava do precipício.

Autocarro que nos levou de Manikaran para Barshani
Autocarro que nos levou de Manikaran para Barshani enquanto esperávamos quase uma hora para a partida. Nos lugares do lado esquerdo cabem duas pessoas, nos do lado direito cabem três, mas tudo muito apertado!!!
Bilhetes da viagem de autocarro entre Bhunter e Pulga
Bilhetes da viagem de autocarro de um das viagens que fizemos no Parvati Valley
Restaurante em Barhsani
Restaurante em Barshani, com a habitual decoração dominada por divindades hindus, gurus e  actores de cinema

Pulga não deve ter mais do 300 habitantes mas é surpreendente a quantidade de jovens e de crianças que se vês nas ruas… ruas é uma forma de identificar os caminhos, muitas vezes enlameados que separam as casas. No centro, entre os dois templos, encontra-se praticamente toda a actividade comercial da aldeia: três mercearias que vendem de tudo um pouco, desde produtos alimentares a alfaias agrícolas. Muitas das casa mantêm a arquitectura tradicional, em que o corpo central é constituído por uma estrutura de madeira, preenchida com pedra e forrada com uma argamassa argilosa; o piso térreo é destinado a armazenamento de forragem , madeira ou destinado aos animais, enquanto que os pisos superiores, rodeados com as características varandas de madeira que circundam toda a casa, são destinados à habitação. As casa de banho são invariavelmente no exterior.

Os dias passados em Pulga foram dominados pela falta de luz, que acentuou o carácter rural da aldeia, cobrindo-a com um silêncio só interrompido pelo mugir das vacas, pelas vozes alegres das crianças enquanto apanham erva para os animas, pelo grasnar das gralhas e pelo ranger dos ciprestes agitados pelo vento, na floresta que envolve parte da povoação e que se estende até às zonas mais altas, com neve.

Este ritmo foi interrompido para a festa anual de Pulga, que reuniu os homens da terra, junto ao templo mais antigo, todos com a cabeça coberta com o tradicional chapéu de feltro, decorado com fitas coloridas feitas em teares manuais, com motivos e cores tradicionais da região.

Ao som de tambores e do som soprado por cornos de vaca, os homens da aldeia foram-se encaminhando para a floresta, para uma zona sagrada onde existe um templo, para aí procederem ao sacrifício de um carneiro, cuja carne é depois é dividida pela população, que apesar deste costume, segue a dieta vegetariana.

Templo no centro de Pulga
Templo no centro de Pulga
Junto ao templo de Pulga
Junto ao templo de Pulga
Concentração de homens junto ao templo no dia da festa
Reunião dos homens da aldeia junto ao templo no dia da festa
Floresta sagrada junto à aldeia de Pulga
Floresta junto à aldeia de Pulga onde existe uma zona considerada sagrada e cujo acesso nos está interdito

No dia seguinte, também ao som de tambores acompanhados por longas trombetas, a população reuniu-se no centro da aldeia. Somente nesta ocasião vimos as mulheres participar na festa, dançando juntamente com os homens, e envergando trajes tradicionais. Como não havia electricidade a festa terminou ao anoitecer.

Apesar das diversas guesthouses existente na aldeia apresentarem uma grande variedade de comida internacional, que não explorámos, a comida em Pulga não apresenta grande diversidade, dominado a batata, a couve flor e por vezes o feijão verde ou umas ervilhas. Como não havia electricidade o panner, que é um queijo tradicional indiana usado frequentemente na culinária de todo o país estava excluído da ementa.

 Apesar da aparente falta de conforto, resultante em parte de não termos luz, nem das comodidades a que estamos habituados, como água quente corrente para tomar banho foram dias muito bons, onde o sono chegava cedo à luz das velas.

À medida que a chuva deixava de nos visitar e em que os dias iam ficando mais quentes, aproveitámos para fazer algumas caminhadas pela floresta e pelas montanhas nas redondezas de Pulga, a uma aldeia próxima chamada Kalga, situada a cerca de uma hora de caminho e a Keerganga que consistiu na “joia da coroa” desta estadia no Parvati Valley.

Pulga
Pulga
Crianças a jogar cricket em Pulga
Crianças a jogar cricket em Pulga junto ao templo mais antigo da aldeia
Pulga
Pulga
Jogo de cricket que reúne semanalmente os rapazes da aldeia de Pulga e das povoações vizinhas, numa das poucas zonas planas da floresta
Jogo de cricket que reúne semanalmente os rapazes da aldeia de Pulga e das povoações vizinhas, numa das poucas zonas planas da floresta
Apple Garden Guesthouse
Apple Garden Guesthouse

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Chill-out da Apple Garden Guesthouse
Chill-out da Apple Garden Guesthouse
Casa de banho da Apple Garden Guesthouse
Casa de banho da Apple Garden Guesthouse. O edificio ao lado era a cozinha
Apple Garden Guesthouse
Apple Garden Guesthouse. O nosso quarto situava-se no segundo andar o que nos obrigava a frequentes descidas e subidas pela estreita e íngreme escada, que rangia a cada passo que dávamos… aliás como toda a estrutura em madeira da casa
Visto do quarto na Apple Garden Guesthouse
Visto do quarto na Apple Garden Guesthouse
Apple Garden Guesthouse
Apple View Guesthouse, que efetivamente estava rodeada de macieiras, mas cujas maçãs só são esperadas para Setembro.
Aquecendo água para o banho na guesthouse onde estávamos instalados
Aquecendo água para o banho na guesthouse onde estávamos instalados, processo que demorava perto de uma hora e que custava 30 rupias (cerca de 0.40€). Um balde dava para tomar-mos banho os dois e ainda sobrava um resto de água quente para lavar a roupa, pois sem electricidade não havia lavandarias a funcionar.
Dado não haver electricidade e o uso de botijas de gás está excluído devido ao facto de a aldeia de Pulga não ter acesso automóvel e de ficar a cerca de 1 hora a pé da estrada mais próxima, a água para os banhos é aquecida neste engenhoso equipamento, onde a lenha é queimada até fazer brasa, e por onde é despejada água que após alguns segundos sai quente, mesmo quente!
Dado não haver electricidade e o uso de botijas de gás está excluído devido ao facto de a aldeia de Pulga não ter acesso automóvel e de ficar a cerca de 1 hora a pé da estrada mais próxima, a água para os banhos é aquecida neste engenhoso equipamento, onde a lenha é queimada até fazer brasa, e que tem um funil por onde é despejada água que após alguns segundos sai quente, mesmo quente!
Pulga
Pulga
Pequeno almoço tradicional indiano com uma paratha, um dos tradicionais e mais comuns pães indianos, que pode ser recheado com vegetais ou ovo. Ao centro está um pickle de vegetais que inclui rebentos de fetos apanhados na floresta... picante e salgado, mas que dá um toque delicioso à paratha, que vem sempre barrada com manteiga. Uma energética refeição para começar um dia nas montanhas!
Pequeno almoço tradicional indiano com uma paratha, um dos tradicionais e mais comuns pães indianos, que pode ser recheado com vegetais ou ovo. Ao centro está um pickle de vegetais que inclui rebentos de fetos apanhados na floresta… picante e salgado, mas que dá um toque delicioso à paratha, que vem sempre barrada com manteiga. Uma energética refeição para começar um dia nas montanhas!

Parvati Valley. Manikaran

Inicialmente o vale por onde corre o Rio Parvati e as aldeias em redor não estavam no nosso itinerário inicial, mas à medida que fomos falando com outros viajantes pareceu-nos um destino apetecível, para fugir ao calor do verão que já invadia a zona de Dharamkot.

Para tornar a viagem menos penosa, em termos de conforto e de numero de horas, optámos por um autocarro turístico, em vez dos velhos e desconfortáveis autocarros públicos, que nos obrigariam a vários transbordos.

Somente conseguimos bilhete para um mini-bus, que saiu de Mcleod Ganj às 9 horas da noite e nos deixou ao nascer do dia na adormecida e desinteressante cidade de Bhunter, para aí esperar-mos pelo autocarro publico que faz o percurso pelas várias povoações ao longo do Rio Parvati.

Foi uma viagem extenuante, pois devido ao estado das estradas e ao percurso sinuoso pelas montanhas os esforços para arranjar uma posição confortável para dormir foram infrutíferos. Contudo os restantes passageiros lá foram dormitando e houve alturas e que eu e o motoristas éramos as únicas pessoas acordadas…. bem, quanto ao motorista não tenho grande certeza, pois por diversas vezes vi o autocarro a sair da faixa de rodagem e circular pelo meio da via só se afastando quando vinha outro veículo em sentido contrário, se bem que por aqui na Índia, esta forma de conduzir é uma prática frequente.

Parámos por diversas vezes em restaurantes desertos à beira da estrada, uma para jantar, já perto da meia-noite e outra para o motorista descansar. Como a espera se estava a prolongar e a conversa com os ouros passageiros esmorecia pelo cansaço e pelo adiantado da hora, fomos saber a causa da demora e informaram-nos que o motorista estava cansado e tinha decidido ir dormir por uma hora.

Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar
Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar
Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar
Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar
Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar
Restaurante à beira da estrada entre Mcleod Ganj e Bunthar

Pelo caminho fomos passando por filas de camiões parados à beira da estrada, envoltos na espessa escuridão da noite, somente iluminada pelos faróis do autocarro, esperando pelo nascer do dia para iniciarem o resto da jornada.

Com o nascer do dia, mesmo antes de se verem os primeiros raios de sol, percorremos o troço final da nossa viagem sempre ao lado do Rio Beas, e das suas águas tumultuosas e turvas, que percorrem o escarpado vale, pelo qual a estrada corajosamente serpenteava.

Em Bhuntar, a espera pelo próximo autocarro que nos levaria ao nosso destino, a aldeia de Pulga, foi amenizada pela alegre companhia da Zia, uma rapariga argentina que conhecemos na viagem, e que nos sugeriu ficar em Manikaran onde podíamos ficar a descansar e a aproveitar as nascentes de águas quentes pela qual é famosa, antes de nos dirigirmos para Pulga. Bem precisávamos, pois os 32 quilómetros que percorremos demoraram cera de duas horas, por uma sinuosa estrada sempre ao longo do rio Parvati, encaixado entre altas montanhas densamente cobertas de pinheiros e cedros.

Manikaran é também um local de peregrinação de Hindus e especialmente de Sikhs que aí têm um grande templo dedicado a Shiva.

Ficamos dois dias em Manikaran, onde o som das revoltas águas do Rio Parvati são uma presença constante, onde para além dos templos e das piscinas de água quente, não apresentava muitos mais atrativos, mas que representou um agradável “regresso” ao tradicional modo de vida indiano, sem as lojas de artesanato, restaurantes com comida internacional e música transe que por vezes transformam zonas como Dharamkot em refúgios para ocidentais, mas que perdem alguma da sua identidade.

Contudo, no segundo dia fomos surpreendidos quando o templo Sikh que foi construído sobre uma das nascente de água quente, o que faz com que todo o complexo de edifícios adjacentes esteja permanentemente envolto numa nuvem de vapor, e onde são cozinhadas refeições em potes de barro emersos nas águas borbulhantes e ligeiramente sulfurosas, e que são servidas gratuitamente a qualquer pessoa, diariamente durante todo o dia.

Quando visitámos o templo aproveitámos para ir ao refeitório onde serviam a comida. Tivemos que deixar os sapatos à entrada e só podemos entrar com a cabeça coberta; depois foi seguir as indicações que nos iam sendo dadas pelos funcionários do templo. Munimo-nos de prato e copo e fomo-nos sentar no chão junto das dezenas de peregrinos, em tapetes corridos que formavam corredores ao longo da grande sala, permanentemente envolta uma morna nuvem de vapor, à espera que nos servissem.

Foi uma refeição simples, constituída por sopa de lentilhas, carril de grão, arroz e chapatis, retirados de balde metálicos e servidos por Sikhs. Pelo que percebemos, todo este ritual tem o nome de parshad, e representa um gesto de hospitalidade que não deve ser recusado.

Foi uma experiencia intensa e muito interessante, não pela refeição em si, mas por toda a envolvência e pelo significado de oferecer comida a qualquer pessoa sem pedir nada em troca. De seguida fomos para o local onde se realizam as cerimónias religiosas, o Gurudwara, onde ouvimos cânticos retirados do livro sagrado dos Sikhs, o Guru Granth Sahib, entoados ao som de tablas e tambores, e que se prolongaram pela noite dentro.

Manikaran
Manikaran
Manikaran
Manikaran. Vendedor de oleos medicinais
Manikaran
Uma das pontes que liga Manikaran à estrada principal que acompanha o Rio Parvati
Templo Sikh em Manikaran
Templo Sikh em Manikaran dedicado a Shiva, constantemente envolvido pelo vapores libertados pelas nascentes de água quente
Templo Sikh em Manikaran onde é cozinhada o prashd
Templo Sikh em Manikaran onde é cozinhada o prashad que é uma refeição servida gratuitamente, durante todo o dia
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Uma das muitas lojas dedicadas à venda de artigos religiosos e de oferendas para os rituais religiosos que se encontram nas ruas junto ao templo Sikh
Manikaran. Rio Parvati
Manikaran. Rio Parvati
Guesthouse O-Rest em Manikaram
Guesthouse O-Rest onde ficamos duas noites em Manikaran na companhia de um pequeno roedor que não nos importunou
O nosso quarto na O-Rest Guesthouse que servia também de armazém de arroz e de açucar
O nosso quarto na O-Rest Guesthouse que servia também de armazém de arroz e de açucar
Manikaran. Rio Parvati visto da janela do nosso quarto na O-Rest Guesthouse
Rio Parvati visto da janela do nosso quarto na O-Rest Guesthouse em Manikaran
Casa de banho da Guesthouse O-Rest em Manikaran, onde a água quente vinha directamente da nascente para um tanque de onde tirávamos a água para o banho
Casa de banho da Guesthouse O-Rest em Manikaran, onde a água quente vinha directamente da nascente para um tanque de onde tirávamos a água com um pequeno púcaro de plástico para nos lavar-mos
Ponte sobre o Rio Parvari, entre Manikaran e Kasol
Ponte sobre o Rio Parvari, entre Manikaran e Kasol, a povoação mais próxima onde estivemos só de passagem
Caminho pedonal entre Manikaran e Kasol
Caminho pedonal entre Manikaran e Kasol
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