O estreito corredor que contorna um pequeno altar, onde se destaca uma imagem toscamente esculpida de Shiva, funciona como uma experiência iniciática, cujo percurso obriga a enfrentar a completa escuridão que ocupa o espaço, onde somente o tacto das paredes frias e polidas serve de orientação.
A ausência de luz, sons ou de qualquer ponto de referência, para além das esquinas que se vão contornando, faz perder a noção de espaço e de tempo ao longo deste percurso. Uma sensação de completa vulnerabilidade que exige total entrega e confiança em quem nos aponta o caminho… o caminho num corredor pesado de escuridão que nos torna vulneráveis. Perturbador.
Perto da povoação de Than, situada na região norte de Kutch, encontra-se o mosteiro tântrico, onde residem os shadus conhecidos por Kanphata (“split-ear”) cujo nome advém das grossa e pesadas argolas metálicas que penduradas nas orelhas.
Com a aproximação do meio dia, somos interpelados pelo baba do mosteiro que com as palavras chapati e dhal nos convida a para partilhar-mos a refeição com ele, na sala ampla, despida de decoração, mas ornamentada com fotografias de outros sadhus que viveram neste mosteiros, acompanhadas de uma parafernália de imagens de diversas divindades hindus; sentado no centro da sala o baba degusta a simples refeição servida numa malga de madeira, enquanto nos lança um olhar afável mas que não esconde alguma curiosidade.
Alojamento e Onde comer:
No mosteiro de Than são oferecidas refeições e alojamento mediante donativo.
É também possível pernoitar no mosteiro.
Transportes:
O Mosteiro de Than situa-se a 60 quilómetros a norte de Bhuj, sendo possível aqui chegar de autocarro; contudo a melhor opção é o aluguer de moto.
É necessário ter em atenção à gasolina pois existem poucos postos de abastecimento.