Bako é o Parque Nacional mais antigo da Malásia, criado em 1957 e deve o seu nome ao lamacento rio que desagua nas águas do Mar do Sul da China.
Mesmo antes de chegar ao parque, o percurso feito pelo rio proporciona uma paisagem memorável com a luz suave da manhã a incidir sobre as águas quase imóveis do rio, que forma um espelho que se funde com o céu e onde a linha do horizonte se esbate pela presença de uma fina camada de névoa que se desprende das águas quentes do rio.
Existem vários trilhos possíveis de serem percorridos num dia, e outros que exigem mais tempo a permanência de pelo menos uma noite no parque. Aquando desta visita a parte Oeste do parque estava interdita, mas o terço da área aberta a visitantes dispões de muitas opções, com 10 trilhos possíveis.
A opção foi para o Litang Trail com 5.8 quilómetros e que como foi feito em cerca de 3 horas ainda deu para fazer parte do percurso até Telok Paku, que apesar dos seus singelos 800 metros tem mais obstáculos e demora bastante tempo.
O Litang Trail é o que entra mais na floresta, apresentando diversas paisagens, desde densa e húmida selva, até planaltos rochosos quentes e secos. Como Novembro é já época das chuvas grande parte do trilho estava empapado em água, mas não lamacento pois o solo é predominantemente arenoso. Quase no fim do percurso, chega-se a um ponto alto de onde se avista o mar por entre os ramos das árvores; daqui é uma descida fácil até aos headquarters do parque.
O Telok Paku é o que oferece mais hipóteses de observar vida selvagem em especial o Proboscis monkey, mas dado o numero de visitantes, alguns bastante barulhentos as hipóteses de observação de animais é reduzida.
Mas o verdadeiramente marcou esta visita foi o percurso pelo Litang Trail, onde durante as cerca de três horas, pude caminhar pela selva, sem encontrar outros visitantes, podendo assim desfrutar de um contacto mais intenso com a natureza, em que a mente, focada na caminhada, nos movimento dos pés e no ritmo da respiração, se esvazia de pensamentos.
Caminhando em total isolamento, os barulhos da selva trazem os os nosso medos e fantasmas que tentamos esconder com o ritmo agitado de vida, fazendo com que a floresta nos mostre o seu lado ameaçador. Mas aceitando o poder da floresta somos conduzidos e acarinhados pela energia emanada destas árvores, fazendo-nos sentir parte desta magia a que chamamos Natureza.
Esta foi das mais interessantes e impressionantes experiências em parque naturais, deixando uma memória intensa destas horas passadas em contacto com a selva.
*Novembro de 2015
Alojamento:
O Baku National Park situa-se próximo de Kuching pelo que pode ser visitado numa day-trip. Contudo é possível fica nos alojamentos que se encontram junto aos Park headquarters. Convém reservar.
Onde comer:
Na entrada do parque junto ao headquarters encontra-se uma cafetaria. Contudo para uma day-trip basta levar alguma fruta e água. A água é fundamental e não é exagero 1.5 litros por pessoa.
Equipamento e orientação:
Os trilhos são bastantes fáceis e acessíveis, sendo a parte mais difícil os primeiros 500 metros que são comuns a todos os trilhos e que obrigam a subidas tanto por escadas como por trilhos entre as raízes das árvores e rochas.
Todos os trilhos estão muito bem sinalizados, com a respectiva cor, pintada em rochas e nos trocos de árvores, sendo quase impossível perder o trilho. O Litang Trail tem marcos de 100 em 100 metros com a distância percorrida o que não só facilita a orientação como o doseamento do esforço e do ritmo imposto à caminhada. A parte final do trilho, na chegada aos headquarters é feita em estrado de madeira.
O Telok Paku Trail não tem estes marcos, mas está muito bem definido, com partes do percurso em estrados de madeira e escadas que facilitam a passagem em zonas mais íngremes.
Em termos de equipamento não é necessário nada de especial, nem sequer botas de caminhada. Uns ténis ou umas sandálias servem perfeitamente. Há zonas do percurso em que o trilho tem alguma água e que não é possível evitar.
O calor e a humidade fazem suar copiosamente, pelo que toda a roupa fica ensopada em pouco tempo.
É necessário repelente de mosquitos, pois são uma presença feroz nas zonas mais húmidas do percurso.
Muita água para beber.
Como ir de Kuching para o Bako National Park:
O autocarro para o Bako Park passa na Jalan Market junto ao Chinese History Museum, mas neste local não existe nenhuma indicação ou abriga que indique que aqui param autocarros; um pouco mais à frente, na Jalan Tunku Abdul Rahman, em frente ao edifício Riverside Shopping Center existe uma outra paragem.
O bus passa por volta das 7.00 am e a viagem demora cerca de uma hora.
Bus Ticket: 3.5 RM
O percurso do autocarro terminal em Bako Bazar, um pequeno aglomerado de casas onde se encontra a recepção do Bako Park: Bako Terminal; aqui compra-se o bilhete para o parque assim como o bilhete para o barco que transposta os visitantes até à entrada oficial do parque onde se situam os headquartes. O barco é a única forma de chegar ao parque e parte de um pequeno cais junto à recepção do parque.
Park fee: 20 RM
Boat: 20 RM (somente ida, o bilhete de regresso tem que ser adquirido nos headquartes do parque e convém ser adquirido com antecedência pois os barcos que partem durante a tarde ficam rapidamente cheios; o ultimo barco é às 16.00h.
A viagem de barco demora cerca de 10 minutos. Se a maré estiver baixa o barco não chega aos pequeno cais, tendo os passageiros que desembarcar na praia. O mesmo se passa no regresso.
Junto aos headquartes é fornecido mapa e todas as informações sobre os diversos trilhos, incluído grau de dificuldade, duração e extensão do percurso.
No fim é necessário reservar o barco para o regresso, e pagar o bilhete junto aos headquartes.
Os autocarros para Kuching partem do Bako Bazar a todas as horas, sendo o ultimo pelas 18.00 horas.
Atenção: o clima é quente e extremamente húmido e nem sempre os trilhos têm sobra em toda a extensão do percurso, o que provoca suor abundante e perda de líquidos, pelo que beber água é extremamente importante.