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Stepping Out Of Babylon

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Assam

Os mastigadores de “paan”

"paan" chewer in the streets of Guwahati, Assam, India
preparando o tabaco de mascar numa das ruas da cidade de Guwahati, Assam, India

 

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Da intensa experiência que foi viajar nos estados do Nordeste da Índia, uma coisa houve que ficou marcada vivamente na memória dos sentidos: o paan… o cheiro, a côr, os gestos, o som do cuspir e o rasto vermelho deixado pelo chão.

Mas o que é o paan!?! Basicamente paan é noz de areca (areca nut), cujo aspecto se assemelha à noz-moscada, cortada em pequenos pedaços, e envolvida em folha de bétel, uma trepadeira de folha verde que tem efeitos estimulantes. A esta mistura junta-se muitas vezes tabaco (de mascar) e cal (hidróxido de cálcio)… sim, a mesma cal como a que se usa para revestir paredes.

A noz de areca, assemelha-se muito à noz-moscada, tanto no tamanho como no aspecto do fruto, mas em vez de nascer de uma árvore é o fruto de uma palmeira, cujas nozes crescem em cachos no topo de um fino e alto tronco.

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Areca nut still with the skin of the fruit
Fruto da árvore de Areca, uma espécie de palmeira, ainda com o fruto que envolve a noz. ao lado encontram-se as folhas de bétel indespensáveis à preparação do paan. Mokochung, Nagaland. India

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Betel Leaf sold in markets (folha de Betel à venda nos mercados)
Folha de Bétel que se encontra à venda nos mercados de vários países asiáticos. Bruma (Myanmar)

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Areca nut without skin
Noz de Areca à venda num mercado da Birmânia, já seca e sem o fruto, e cujo aspecto em muito se assemelha à noz-moscada, usada na culinária. Burma (Myanmar)

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Areca nut tree. Megahlaya. India
Palmeira de Areca, cujo fruto cresce no topo de um fino e alto tronco. Megahlaya. India

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A folha de bétel é cuidadosamente dobrada em forma de um pequeno rectângulo, conservado a noz de areca, e colocada na boca, sendo ligeiramente mastigada de forma a libertar lentamente os sucos, que aos poucos vão dando uma coloração avermelhada à saliva, que se estende aos cantos da boca e aos lábios. Ao fim de alguns anos de utilização, resulta não só os dentes deteriorados e manchados de vermelho, como também uma certa adição, devido às propriedade da folha de bétel. Misturada com tabaco, aumentam ainda mais os efeitos cancerígenos da noz de areca.

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paan street stall. Burma
banca de rua de preparação e vend de “paan”, onde estão disponíveis diversas variedades de tabaco . Burma (Myanmar)

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"paan" before being fold in the betel leaf. "paan" uma mistura de nós de areca, cal e tabaco de mascar, enbrulhada numa folha de betel)
“paan” uma mistura de nós de areca, cal e tabaco de mascar, embrulhada numa folha de betel

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O paan produz uma forte salivação, o que faz com que os seus consumidores tenham necessidade frequente de cuspir, o que é muitas das vezes feito de forma aparatosa, num jacto de saliva avermelhada, que deixa um rasto pelas ruas, passeios e até paredes!

Sendo bastante popular na Índia, o hábito de consumir paan encontra-se espalhado um pouco por todos os países asiáticos, como o India, Nepal, Bangladesh, Sri Lanka e Birmânia, sendo este ultimo o país onde a presença de paan é uma constante, desde mulheres a crianças.

Mas a passagem por alguns dos estados do Nordeste da Índia, Assam, Nagaland e Meghalaya deixou uma marca mais forte deste fenómeno. Aqui, talvez mais do que em qualquer outra das regiões da Índia a noz de areca é “rainha”, sendo mesmo mastigada sem a folha de bétel ou outros ingredientes.

Sendo predominantemente um hábito masculino, comum entre a população mais pobre, é uma imagem de marca entre motoristas de autocarros e condutores de tuk-tuks; mas no Nordeste da Índia o paan é também bastante popular entre as mulheres, sendo o seu consumo transversal às várias camadas sociais, não sendo de estranhar encontrar um pastor na ilha de Majuli a cuspir o paan ou a recepcionista de um hotel em Mokokchung com os cantos da boca marcados pelo vermelho da noz de areca.

O consumo de tabaco de mascar é também bastante popular, sendo misturado com cal, de forma a humedecer as folhas formando uma pasta que se coloca junto à gengiva. A preparação do tabaco, esfregando a mistura na palma da mão com os dedos, que depois é ligeiramente batida para ficar espalmada, são um dos gestos que se vêm constantemente… nas cidades ou nas vilas, nas ruas ou nas lojas, em autocarros e comboios…

Apesar do acto de mascar tabaco ser desagradável, pois produz também a necessidade frequente de cuspir, o paan, com o seu cheiro adocicado criou ao fim de três semanas de viagem pelo Nordeste da Índia, uma certa repugnância pela combinação do som com o jacto de saliva vermelha libertado pelos mastigadores de paan, que não se esforçam por ser discretos ou delicados, fazendo do acto de cuspir uma arte, onde por certo a trajetória e distância do rasto vermelho deixado no chão é motivo de orgulho.

E um pouco por todo o lado, vêm-se sempre marcas brancas deixadas pela cal que colada aos dedos, é que depois são esfregando em ombreiras das portas, junto à lojas de paan, ou nos bancos dos autocarros e comboios…

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paan shop, that are small stall where the paan is prepared and sold, usually in pack of six. Mokokchung, Nagaland. India
paan shop, pequena loja ou quiosque que vende o “paan” preparado e que é geralemnte vendido em pacotes de seis unidades. Mokokchung, Nagaland. India

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marks left by the fingers with lime that is used to mix with the tobacco and the areca nut (marcas deixadas pela cal usada para misturar o tabaco de mascar com o noz de areca).
marcas pelos dedos sujos da cal usada para misturar o tabaco de mascar com o noz de areca. Nagaland. India.

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E o cheiro deixou também uma forte marca na minha memória, com quartos de hotel a cheirarem a paan, e com viagens longas de autocarro ou the sumo, a serem feitas na companhia de activos mastigadores de paan, cujo cheiro adocicado impregna o espaço, e a cruzam regularmente o meu campo de visão para cuspirem pela janela.

Uma negativa mas forte memória que criou em mim uma repugnância ao paan, ao qual os meus sentidos não conseguem ficar indiferentes.

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tuk-tuk driver spiting the paan, leaving a red trace on the streets (condutor de tuk-tuk
condutor de tuk-tuk junto às marcas deixadas no pavimento pela saliva tingida pelo vermelho deixado pela noz de areca… uma imagem sempre presente em muitas cidades da India, Sri Lanka e Birmânia

Das planícies de Assam para as montanhas de Nagaland… de Majuli para Mon

É dia de deixar a quietude de Majuli e as planícies de Assam para rumar à montanhosa e exigente Nagaland. Com o nascer do sol foi tempo para sair da cama e preparar a partida da ilha de Majuli, com os campos ainda envoltos numa fina neblina. O primeiro ferryboat a deixar a ilha parte às 7 da manhã, mas para lá chegar é preciso esperar à beira da estrada por um dos apinhados autocarros que se dirigem ao improvisado cais, que se vê obrigado a mudar de localização ao sabor das subidas e descidas das águas do rio Brahmaputra.

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Ferry boat Pier at Majuli Island. Assam
Ferry boat Pier at Majuli Island. Assam

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Ferry boat Pier at Majuli Island. Assam
Ferry boat Pier at Majuli Island. Assam

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A viagem de barco é tranquila e a paisagem monótona convida ao sono, mas assim que desembarcamos em Nimati Gaht, espera-nos o alvoroço provocado pelos condutores de tempos, que apressadamente tentam colocar o maior numero de passageiros no seu veículo, sempre em numero do que o espaço disponível.

A viagem até Jorhat não demora mais do que meia hora mas é desconfortável o suficiente para ansiar-mos pela chegada à cidade, onde somos “despejados” numa rua onde se alinham táxis e rickshaws, e onde cada condutor nos tenta levar para um qualquer lado. Nesta situações, onde não sabemos onde estamos nem tão pouco a direcção para onde ir, o melhor é caminhar um pouco para longe deste calos e procurar informações fidedignas. Assim, foi o momento para encontrar algo para comer, mas onde não foi possível fugir novamente a monótona paratha com o habitual caril de ervilhas-amarelas e batatas. Para informações, em locais onde o inglês não é “língua franca” o melhor é tentar encontrar uma farmácia, cujos proprietários são geralmente detentores de um razoável inglês.

Com orientações precisas sobre o rumo a tomar, foi tempo de iniciar mais um sucessão de autocarros e muitos transbordos… de Jorhart para Sivasagar, de Sivasagar para Sonari, de Sonari finalmente para Mon.

Como nem tudo segue a lógica a que estamos habituados, nem sempre os autocarros nos deixam nos terminais, mas sim num local qualquer da estrada nacional, deixando-nos à mercê dos motoristas de shared-taxis que avidamente esperam estes desorientados passageiros. Mas sempre, em todos as etapas deste longo percurso houve alguém que se mostrou disponível para ajudar, ou dando indicações ou partilhando parte do percurso, com a comunicação a ser feita por palavras básica ou recorrendo a gestos.

Apesar do desconforto dos autocarros, dos muitos transbordos, das longas viagens, o percurso desde Majuli estava a ser bastante fluido, com boa articulação entre transportes e curtas esperas entre autocarros, o que me encorajou a seguir no mesmo dia directamente para Mon, poupando passar uma noite na desinteressante e poeirenta cidade de Sonari.

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"sumo" stand at Sonari. Assam
“sumo” stand at Sonari. Assam

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Nagaland tem fama de ser perigosa, em especial Mon… talvez por terem durado até à pouco tempo guerras tribais, talvez pela proximidade de Birmânia e da rota do ópio, ou mais provavelmente pelo isolamento e esquecimento a que está votada esta região, onde escasseiam infraestruturas básicas e reina um certo subdesenvolvimento. Por isso recebi muitas vezes avisos de não viajar sozinha em Nagaland, e especialmente nunca andar de noite nas ruas.

Tornou-se assim urgente chegar o mais cedo possível a Mon, numa zona do país onde o sol desaparece antes das 5 da tarde. O único sumo que estava parado em Sonari estava já cheio e não havia qualquer garantia se haver mais algum destes veículos nesse dia. Tendo vislumbrado algum espaço no banco de trás do Jeep, consegui explicar por gesto que ainda havia espaço para mais um, e o simpático motorista lá procedeu à reorganização da mercadoria para eu poder caber no exíguo espaço disponibilizados pelos restantes passageiros, que não falando inglês não se pouparam a sorrisos.

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Nagaland_road Sonari-Mon_DSC_8624
Road from Sonari to Mon. Nagaland

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Road from Sonari to Mon. Nagaland
Road from Sonari to Mon. Nagaland

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É fácil saber quando saímos de Assam e entramos em Nagaland: Assam é plana… assim que começam as montanhas estamos em Nagaland!

A estrada que sai de Sonari, apesar de asfaltada está em péssimas condições, mas segue plana por entre plantações de chá. Nagaland começa na povoação de Tizit, e daqui para a frente sempre a subir a montanha, por uma estrada de terra batida, onde Jeep e camiões avançam com dificuldade, vencendo lombas, evitando buracos, e cruzando linhas de água que atravessam a estrada. Uma estrada aberta nas encostas da montanha, onde raramente se vêm povoações, mas onde o impacto da presença humana é evidente pela intensa desflorestação que deixa o pobre solo expostos à erosão, roubado a vida a esta montanha que de verde passa a castanha.

Como estamos perto da fronteira com a Birmânia é evidente que entrámos numa zona sensível do território Indiana, por estar-mos na rota do ópio e pelas lutas étnicas e tribais que mantiveram esta zona em guerra até à pouco mais de 10 anos. Pelo caminho somos parados diversas vezes, em check-points, por polícia e exército, e até por civis, que efectuam toscas inspeções aos veículos, à mercadoria e à documentação dos passageiros, onde os estrangeiros são sujeitos a mais burocracia.

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One of the checkpoints along the road from Sonari to Mon. Nagaland
One of the checkpoints along the road from Sonari to Mon. Nagaland

 

A chegada a Mon foi um pouco sinistra, ainda para mais depois dos avisos de esta ser uma zona “perigosa”, de perigos nunca revelados nem especificados, mas que deixam uma sombra de preocupação no ar.

O optimismo e entusiasmo que caracterizou esta viagem desde as planícies da ilha de Majuli, esmoreceu à chegada a Mon… talvez pelo cansaço, talvez pelo chuvoso clima… mas provavelmente por aqui se sentir uma energia pesada. Mas a hora tardia e o dia chuvoso não deixou ver mais do que um aglomerado de casas que se espalha pelas encostas das colinas, onde o tom cinzento do céu se mistura com a ferrugem dos telhados de chapa metálica.

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Paisagem a caminho de Mon. Nagaland
Paisagem a caminho de Mon. Nagaland

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Autorizações (permits):

Não é necessária qualquer autorização para entrar e viajar no estado de Nagaland. Contudo é necessário entregar uma cópia do passaporte num dos check–point existentes pelo caminho, em Tizit. Caso não se tenha uma cópia é possível fazer uma fotocópia numa das lojas em frente, por 5 rupias.

Não é necessária qualquer autorização para entrar e viajar no estado de Nagaland. Contudo é necessário entregar uma cópia do passaporte num dos check–point existentes pelo caminho, em Tizit. Caso não se tenha uma cópia é possível fazer uma fotocópia numa das lojas em frente, por 5 rupias.

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Como ir de Majuli para Mon:

E uma viagem longa e exigente, mas que com sorte é possível de ser feita num único dia, poupando uma noite na desinteressante cidade de Sonari. Mas caso seja necessário Sonari dispõem de alojamento. Uma outra alternativa é ficar em Sivasagar um dia, aproveitando para visitar os famosos templos e iniciar a segunda etapa do percurso no dia seguinte.

  • A viagem começa pelas 6.30h da manhã para se apanhar o primeiro ferry que sai de Majuli às 7 am.
  • Depois é seguir num dos tempos (pequenos táxis partilhados que levam mais de 8 passageiros muito apertados) que fazem a ligação até Jorhat. Todos terminam numa transversal à estrada principal de Jorhat, junto a uma bomba de gasolina. Em frente à bomba de gasolina estão tempos ou tuk-tuk (também partilhados) que seguem até ao Jorhat Bus Terminal, situado à entrada da cidade.
  • No terminal é necessário perguntar por autocarros que vão para Sonari ou caso não haja serviços directos para a cidade de Sivasagar. Fora do terminal, param autocarros de empresas privadas com destino a Dibrugarh, e que passam em Sivasagar. Esta foi a opção para não ter que esperar por um dos autocarros da ASTC (empresa pública) mas tem a desvantagem de pararem em todos os locais para recolher passageiros… mas mesmo assim são mais rápidos.
  • De Sivasagar é necessário apanhar outro autocarro para Sonari, que parte do Bus Terminal. Como são cidades próximas serviço é regular e funciona como local bus, onde se pode comprar o bilhete no interior do veículo, mas onde não se assegura lugar sentado.
  • Em Sonari, o bus termina na rua principal, sendo necessário apanhar um tempo para o local de onde partem os sumos para Mon, que fica numa rua secundária, paralela à estrada principal. Não há qualquer indicação sobre destino ou horários dos sumos… quanto mais tarde se chega menores são as hipótese de se encontrar um sumo para Mon. Caso seja necessário, neste local existem quartos e é possível fazer uma refeição à base de arroz e caril (50 rupias) enquanto se espera.
  • A viagem de sumo até Mon é longa e penosa, com a primeira parte de pavimento degradado mas numa zona plana, mas que depois de se passar a fronteira com o estado de Nagaland, assinalado por um check-point da Polícia/Exército em Tizit, prioram as condições da estrada, passando a ser em terra-batida, em muito mau estado, num sinuoso percurso de montanha. Ao longo do percurso fazem-se várias paragens para deixar mercadoria e passageiros, mas não existe nenhuma povoação. Somente a meio do caminho encontram-se uma sequência de bancas vendendo fruta e legumes, e onde se pode comprar água.
  • A viagem de Sonari até Mon demora cerca de 3 horas, dependendo do numero de paragens, de obstáculos na estrada, e dos vários check-points que obrigam por vezes os passageiros a sair do Jeep.
  • A chegada a Mon faz-se quase ao fim do dia, antes das 5 horas da tarde.

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food at the "sumo" stand at Sonari, before start the trip to Mon. Assam
food at the “sumo” stand at Sonari, before start the trip to Mon. Assam

 

Resumo

Bus até Kamalabari Ghat: 15 rupias (15 minutos)

Ferry de Kamalabari Ghat (Majuli) para Nimati Gaht: 20 rupias (1.15h)

tempo de Nimati Gaht para Jorhat: 30 rupias (30 minutos)

tempo de Jorhat (petrol station) para Jorhart Bus terminal: 10 rupias (10 minutos)

bus de Jorhat para Shivasagar: 50 rupias (2 horas)

tempo Shivasagar para bus stand: 20 rupias (5 minutos)

Bus de Shivasagar para Sonali: 30 rupias (2 horas)

tempo de Sonali para a sumo stand (para Mon): 10 rupias (10 minutos)

sumo de Sonali para Mon: 200 rupias (3 horas)… para 65 km!!!

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Majuli e as “satras”

Da ilha de Majuli ficou uma tranquila memória onde os dias foram passando calmamente ao ritmo de passeios de bicicleta, por estradas ladeadas de bambus, que cortam gentilmente campos de arroz cujo verde se esbate sob o cinzento do céu, cujas camada de nuvens traz uma promessa de chuva.

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Sente-se a presença de um misterioso silêncio, somente interrompido pelo som ritmado do piar de invisíveis aves, ocultas na densa copa das árvores. Garças e cegonhas vasculham o fundo lodoso das pequenas lagoas deixadas pela monção, enquanto pequenos pássaros debicarem insectos junto à berma da estrada, num ritmo apressado.

A paisagem plana a perder de vista, com a linha do horizonte a esbater-se na neblina que se liberta dos campos constantemente ensopados em água. A este cenário difuso junta-se o fumo que lentamente se desprende das fogueiras onde restos da colheita anterior são queimados, na preparação dos campos para mais uma sementeira de arroz, numa ilha onde a agricultura é a principal actividade da população que pouco ultrapassa as 150 mil pessoas.

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Brahmaputra, o mítico e barrento rio, cujas aparentemente suaves águas se tornam violentas durante a monção, extravasando o leito, e provocando sérias inundação. É esta poderosa força que está a provocar uma acelerada erosão das margens do ilha, que anualmente vê a sua área ser reduzida, tendo algumas aldeias já sido varridas pelas águas. Segundo previsões analíticas ás águas do Brahmaputra poderão fazer desaparecer a totalidade da ilha de Majuli em 20 anos…. as mesmas águas que em 1750 provocaram gigantescas cheias e que deram origem a esta ilha.

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Mas são as satras espalhadas um pouco por todo o estado de Assam, mas que em Majuli se encontram a maior concentração, que atraem as atenções e que contribuem para tornar este pedaço de terra, plano e verde, num local especial.

As satras são como mosteiros dedicados ao Hinduísmo, que foram criados no século XVI pelo rei de Assam, e que apesar de mudanças e reformas, funcionam desde então como centro de artes e cultura paralelamente às praticas religiosas. Mas práticas religiosas destes mosteiros diferem do Hinduísmo que se encontra no resto do país, tendo divergido e ganho contornos próprios pela mão de Srimanta Sankardeva que professou uma forma monoteísta do hinduísmo, denominada de Vaishnavism. Depositárias de escrituras sagradas do Vaishnavism, cujo santo Sankardeva encontrou refúgio em Majuli, as satras continuam a ser actualmente local de peregrinação entre a população de Assam.

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Majuli Island_DSC_8558
Majuli Island. Assam

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Existem centenas destes mosteiros espalhados pelo estado de Assam, com 65 dos quais concentradas nos 1250 km2 da ilha de Majuli, onde somente 26 se encontram ainda em funcionamento.

Diferindo de importância, antiguidade e tamanho, basicamente todas as satras seguem a mesma estrutura, ocupando uma área ampla, cujo acesso é simbolicamente identificado por um pórtico, decorado com leões, elefantes, peixes, cavalos, por vezes representados com asas ou detalhes que nos remetem para uma mitologia desconhecida. No centro da satra encontra-se um amplo pavilhão reservado para o ensaio e apresentação de música e de dança, onde uma gigantesca estátua de madeira representa garuda, uma figura alada de nariz longo, um misto de homem e ave, que de costas para a entrada protege o local. Anexo a este espaço comunitário encontra o altar, cujo melhor exemplo é o da Sri Sri Auniati Satra, ricamente decorado. Em redor, formando geralmente um rectângulo, dispõem-se dormitórios e demais instalações, alinhadas sob galerias de piso térreo.

Das satras visitadas a Uttar Kamalabari, situada muito próxima da povoação com o mesmo nome, é a mais atraente, mantendo bem conservada a sua estrutura antiga, o que confere uma atmosfera capaz de nos transportar no tempo.

Bengenaati e Garamur são outras duas satras facilmente acessíveis de bicicleta, que valem a pena visitar com tempo para apreciar a quietude e tranquilidade do lugar. Mas são também um bom pretexto para explorar a ilha, e observar o quotidiano da população, apreciando os cambiantes de luz, capazes e tornar a monotonia de uma paisagem plana em surpreendentes e misteriosos cenários.

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Garuda. Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam
Garuda. Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam

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Anoitece cedo em Majuli, visto que estamos muito a Este do que constitui o corpo central da Índia, pelo que pouco depois das quatro horas da tarde o céu começa a escurecer, ficando breu pelas 5 horas. Isto faz parecer os dias curtos para quem não tem o hábito de acordar cedo, mas aqui a população começa cedo as rotinas diárias, com o trabalho nos campos a dominar o quotidiano em Majuli.

E é com o anoitecer que algo de mágico parece acontecer em algumas das satras, que se mostram quase desertas durante o dia. Sob a luz débil e amarelada, rapazes e jovens adultos reúnem-se no espaço comunitário da Uttar Kamalabari, e ao som de discretos tambores e de suaves melodias, executam danças e representações teatrais, onde os mudras são fundamentais. Em volta, sentados sob esteiras, Bhakats (monges celibatários) mais velhos observam atentamente os movimentos destes aprendizes, corrigindo e incentivando, e por vezes tenho papel activo nos ensaios. As satras, para além do carácter religioso, funcionam também com centros de artes, onde a dança, teatro, canto e música são pilares fundamentais da difusão do Vaishnavism.

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Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam
Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam

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Satras:

Das dezenas de satras estas são facilmente acessíveis de bicicleta. Para outras é necessário contratar um táxi.

Bengenaati: a mais antiga das satras

Garamur: ampla e bem preservada

Sri Sri Auniati Satra: a mais ricamente decorada

Uttar Kamalabari: a que conserva melhor as características arquitectónicas originais e a que tem mais atmosfera.

Existe um museu na Sri Sri Auniati Satra (50 rupias) mas que não tem grande interesse, com algumas das peças em mau estado, e com escassa informação sobre o que está exposto. Algumas das outras satras têm também museu mas encontram-se fechados sendo necessário encontrar quem tenha as chaves e disponibilidade para abrir o espaço aos visitantes.

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Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam
Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam

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Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam
Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam

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Garuda. Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam
Garuda. Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam

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Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam
Sri Sri Auniati Satra. Majuli. Assam

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Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam
Satra Uttar Kamalabari. Majuli. Assam

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Tecelagem em Majuli:

Se bem que a maior atração de Majuli são as satras, uma visita mais demorada não deixa escapar o modesto mas elaborado trabalho de tecelagem, diariamente executado pelas mulheres.

Em precários telheiros, por baixo das casas, nos quintais, nos alpendres… mulheres passam horas tecendo elaboradas tramas em simples teares de madeira de onde resultam coloridos e intrincados padrões.

Poderia pensar-se que se trata de uma importante actividade económica que ocupa as mulheres durante a época em que os campos e a plantação de arroz não necessita de tanta mão-de-obra. Mas estas bonitas peças de tecelagem são para uso das mulheres que as fazem, sendo as mais simples usados no dia-a-dia, e as mais elaboradas e vistosas para ocasiões especiais como a ida a uma satra, que é sempre feita em família.

Os Assameses, em particular os homens usam frequentemente um pano ao pescoço em forma de lenço, o gamosa, onde sob fundo branco surgem padrões geométricos ou figurativos construídos em fio vermelho que sobressaem no fundo liso. Estes panos, que facilmente se confundem com toalhas têm várias utilizações e servem não só de adorno em volta do pescoço, em volta da cintura, como também como tolha de banho, ou decorando mesas e altares. O vermelho e branco destes panos é um elemento comum à decoração das figuras que se encontram nas satra, assim como adorno do indispensável garuda, de longo nariz e amplas asas.

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

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Majuli Island. Assam
Majuli Island. Assam

 

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Onde dormir em Majuli:

Em Kamalabari existem várias guest houses a uma distância razoável de ser feita a pé de mochila às costas. Contudo algumas recusam-se a receber estrangeiros argumentando que estão cheias. Outras oferecem fracas condições. De qualquer das formas o alojamento na ilha, assim como nas principais cidades dos estados do Nordeste, é mais caro do que o habitual, com um quarto duplo, com casa-de-banho partilhada, a custar no mínimo 400 rupias.

Dos vários locais visitados em Kamalabari e em Garamur a melhor opção é sem dúvida o Ygdrasill Bamboo Cottage, situado próximo da estrada que liga as duas povoações. É possível alugar bicicleta (50 rupias) e encomendar refeições, com um delicioso jantar composto por variados e deliciosas pratos, a custar 150 rupias… mas com a comida adaptada ao “gosto” ocidental, ou seja, sem picante.

Existem vários tipos de quartos, mas todos construídos em madeira e bamboo. Um quarto duplo, com casa-de-banho pode variar entre 600 e 1000 rupias.

Ygdrasill Bamboo Cottage (na estrada entre Kamalabari e Garamur)

Contact: [email protected]

Telef: 08876707326; 088 222 42244

Em paralelo com esta actividade hoteleira, e com sede nas mesmas instalações existe um NGO – Amar Majuli – dedicada a apoiar projectos de desenvolvimento local, em especial mulheres.

//rupias.facebook.com/pages/Amar-Majuli/706510102708825

Contact: [email protected]

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Ygdrasill Bamboo Cottage. Majuli Island. Assam
Ygdrasill Bamboo Cottage. Majuli Island. Assam

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Ygdrasill Bamboo Cottage. Majuli Island. Assam
Ygdrasill Bamboo Cottage. Majuli Island. Assam

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Onde comer em Majuli:

Na Ygdrasill Bamboo Cottage é servido jantar que vale bem a pena, pois as opções em termos de restaurantes, tanto em Kamalabari como em Garamur são deveras pobres e pouco atractivas. Ao pequeno-almoço pode-se encontrar samosa ou puris (pão achatado frito) acompanhados de um fraco caril de batata. Ao almoço o habitual arroz com caril de batata e mais uns escassos vegetais acompanhados por um dal (caril de lentilhas) aguado. Contudo o prato mais popular é paratha, que aqui é feita sem recheio, que não é mais do que um pão espalmado cozinhado na frigideira com um pouco de óleo. Para acompanhar esta espécie de panqueca é servido um caril de batata onde se uns grãos de leguminosas e um chutney doce que mais se assemelha a uma compota de fruta.

Claramente Assam não é um destino para quem a comida é um dos atractivos das viagens!!! Ficou a memória de batatas a todas as refeições! Contudo a comida é bastante barata, com uma samosa a custar 5 rupias, uma refeição de paratha cerca de 25 rupias e uma refeição à base de arroz a custar 60 rupias.

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Transportes em Majuli:

Entre Kamalabari e Garamur circulam shared-taxis, localmente chamados de tempos, ou sumos, caso sejam um Jeep, que ligam as principais povoações até ao Kamalabari Gaht, de onde parte o ferry. Assim o melhor é caminhar pela estrada e esperar que passe algum destes veículos ou um dos poucos autocarros que fazem a ligação ao ferryboat.

  • bus de Garamur para Kamalabari Gaht: 15 rupias
  • tempo ou sumo (táxis partilhados) de Garamur para Kamalabari: 10 rupias
  • táxi de Garamur para Kamalabari Gaht: 200 rupias

Outra opção é pedir boleia, aos pouco carros que passam, não sendo contudo difícil conseguir uma boleia dada a generosidade das pessoas.

Mas o melhor é alugar uma bicicleta. As estradas são planas mas têm algumas zonas em más condições. Não existe nenhuma loja especializada neste negócio, pelo que é necessário ir perguntado à população local. Algumas das guest houses alugam bicicletas.

Raja é um taxista simpático que foi muito prestável na busca por alojamento, numa altura em que quase tudo estava cheio por causa da visita do primeiro ministro à ilha. Contacto: 8811 9777 51

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Internet em Majuli:

Como é normal nos alojamentos em Assam e nos restantes estados do nordeste da Índia, não há wi-fi. É necessário procurar um posto de internet: “web-cafe” ou “cyber-cafe”. Contudo nem sempre há wi-fi, mas somente computadores.

Mas Kamalabari tem um posto de Internet com wi-fi e com boa ligação e velocidade razoável, situado entre o cruzamento principal e a bomba de gasolina.

  • Wi-fi: 20 rupias por hora.

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wi-fi cyber cafe. Kamalabari. Majuli Island. Assam
wi-fi cyber cafe. Kamalabari. Majuli Island. Assam

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altitude: 84 m

população: 153.400

 

… de paraíso em paraíso, passando pelo inferno… de Nongriat para Majuli

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Missão: deixar Nongriat e a fantástica paisagem das Khasi Hills, no estado de Megahlaya e ir para a ilha fluvial de Majuli, situada na mítico Brahmaputra, rio que domina as planícies do estado de Assam.

Obstáculos: primeiro era necessário vencer os cerca de 3000 degraus que separam Nongriat de uma qualquer estrada acessível a transportes públicos. Depois, ir de Sohra para Shillong, e de Shillong para Guwahati. E por fim, chegar a Jorhart a tempo de apanhar o último ferryboat para Majuli.

Meios de transporte: sumo (shared-taxi), tuk-tuk, tempo (shared tuk-tuk), bus e ferry boat.

Equipa: três intrépidos viajantes de diferentes nacionalidades, com vasta experiência a viajar pela Índia.

***

Olhando para o mapa, conhecendo um pouco o modo de viajar pela Índia, e estando já familiarizados com os meios de transporte usuais no Nordeste do país, este percurso, apesar de ambicioso não apresentava problemas de maior, para além do facto de serem necessários dois dias para vencer os quase 470 quilómetros que separam Nongriat de Majuli, A estes factores junta-se a necessidade de passar uma noite na cidade de Guwahati, cuja hospitalidade deixou muito a desejar na ultima visita.

Mas os Northeast States têm as suas particularidades que criaram obstáculos e contrariedades imprevisíveis, obrigando a muita paciência e esforço. Primeiro foi a o Holi Festival, comemorado por Hindus em Assam, que sendo um feriado próximo do fim-d-semana provocou um grande movimento de pessoas dificultando o acesos a transportes. Por acaso, ou não, a Páscoa coincidiu nesse mesmo fim-de-semana, e sendo o estado de Megahlaya fortemente cristão, era quase garantido que desde sexta-feira Santa até Domingo de Páscoa não haveria qualquer tipo de transporte púbico, nem sequer táxis, o que obrigaria a ficarmos “encalhados” na desinteressante vila de Sohra por três dias. Por ultimo as eleições regionais no estado de Assam, que colocaram a pacata ilha de Majuli no itinerário da campanha eleitoral do primeiro-ministro indiano, que arrastou consigo milhares de pessoas numa espécie de peregrinação.

Subir de Nongriat para Sohra deixou as pernas cansadas, o corpo ensopado em suor, e alguma melancolia por ter abandonado tão paradísico lugar. Mas a bucólica calma da paisagem rural foi rapidamente substituída pela pressa e pelo stress de sair rapidamente de Sohra, para chegar a Shillong a tempo de apanhar um sumo para Guwahati, numa altura em que a aproximação do fim-de-semana juntamente com o Holi Festival colocou muita gente em movimento, diminuído as hipóteses de conseguir lugares num dos sumos que ligam as capitais de Meghalaya e Assam. Missão cumprida com sucesso, apesar da longa espera junto de antipáticos e alcoolizados funcionários da empresa de “sumos”, que se aproveitaram da situação para cobrar umas rupias extras pelo bilhete.

Na chegada a Guwahati repetiu-se a frustrante busca por alojamento, numa cidade em que muitos dos hotéis e guest houses não têm licença para receber estrangeiros, empurrando-nos para opções demasiado dispendiosas. Depois de uma dose de antipatia restou o pouco atractivo dormitório do Youth Hostel, que nestas circunstâncias se mostrou bastante acolhedor, onde a decadência ganhou um toque de “patina”.

Apesar da reconfortante refeição e de uma noite de sono, o grupo estava desmoralizado com a perspectiva de fazer uma viagem de mais de 6 horas até Jorhat. Mas o autocarro que nos esperava, um moderno e luxuoso veículo da ASTC (recomendável companhia estatal), de confortáveis e espaçosos assentos, deram ânimo para mais esta jornada.

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Campos de arroz. Assam
Campos de arroz. Assam

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Plantações de chá. Assam
Plantações de chá. Assam

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À medida que a plana e monótona paisagem de Assam, de campos de arroz e plantações de chá, ia desfilando pelas janelas os olhos foram ficando pesados e o corpo entregou-se a sonolento torpor. Mas nada dura, e abandonando o conforto do ar-condicionado que nos protegeu do calor das planícies de Assam, somos de repente despejados à beira da estrada nacional, entregues ao pó e ao barulho das buzinas, sem saber exactamente onde estávamos. Assim chegamos a Jorhat!

Em Jorhat não houve tempo para paragens, e de tuk-tuk em tuk-tuk, no meio do trânsito desorganizado da cidade. Depois de uma viagem turbulenta por uma estrada cheia pó, num pequeno tempo (shared tuk-tuk), dimensionado para quatro mas onde viajaram oito passageiros com bagagem, eis-nos finalmente nas barrentas margens do Brahmaputra.

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Nimati Gaht, Jorhart. Assam
Nimati Gaht, Jorhart. Assam

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No Nimati Gaht, um improvisado cais de acesso ao ferry, onde a subida e descida do tempestuoso rio não permite estruturas duradouras, segue-se uma tranquila viagem até Majuli, num apinhado ferry onde o tejadilho do compartimento de passageiros serve para transportar mercadorias e motas, havendo ainda espaço para alguns passageiros. A viagem no tejadilho do barco, para além do ar fresco, proporciona o um curioso ponto de observação para a ilha, cuja superfície totalmente plana se confunde com a linha do horizonte.

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Brahmaputra. Assam
Brahmaputra. Assam

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Brahmaputra. Assam
ferry boat que atravessa o Brahmaputra até Majuli. Assam

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Brahmaputra. Assam
Brahmaputra. Assam

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Brahmaputra. Assam
Brahmaputra. Assam

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Assim de saímos do ferry, directamente para o banco de areia fina que forma esta ilha fluvial, oficialmente a maior do mundo, somos apressadamente conduzidos no meio de muita confusão, para um todo-o-terreno, onde nos temos que contorcer-se para conseguir caber no espaço sobrelotado. Mas por sorte, um autocarro reservado para militares ofereceu-nos espaço e um pouco de simpatia. Depois do percurso pela areia segue-se uma paisagem verde e rural, onde a estrada nos leva à primeira povoação: Kamalabari.

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Assam_Brahmaputra River_Ferry_Majuli_DSC_8592
local onde o ferryboat atraca na Ilha de Majuli, que dada a subida e descida das águas do Rio Brahmaputra, obriga a mudança de local ao longo do ano

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Majuli junto ao local onde os ferry boats atracam. Assam
Majuli junto ao local onde os ferry boats atracam. Assam

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E quando finalmente, depois de quase dois dias em viagem, parecia termos sido bem sucedido a chegar destino, em Kamalabari, surgiu o maior obstáculo do itinerário: arranjar alojamento.

As opções não são muitas na ilha, mas para agravar a situação a nossa chega coincidiu com a visita do primeiro-ministro indiano à ilha, numa das etapas da campanha eleitoral das eleições regionais de Assam. As campanhas eleitorais na Índia, muitas vezes chamada a “maior democracia do mundo”, mobilizam muita gente, mas neste caso a situação dramatizou-se com a presença de Modi, sobre o qual recai uma espécie de veneração quase-religiosa, atraiu uma invulgar multidão à ilha. Este fenómeno insólito, pois foi a primeira vez que um primeiro-ministro visitou este local desde a independência da Índia, encheu praticamente todos os alojamentos.

Com a ajuda de alguns habitantes, de vendedores de legumes, de taxistas e até de militares destacados para assegurar a segurança do primeiro-ministro, foi possível ao fim de 3 horas de buscas encontrar um alojamento, um pouco afastado do centro de Kamalabari, e onde o proprietário tirou partido da situação, inflacionando o preços dos quartos.

Apesar de pouco agradável, o quarto ofereceu condições para um merecido descanso, depois de uma refeição terrível, onde a um desinteressante caril de batata acompanhado de uma paratha oleosa, se juntou um banal estufado também de batata e ervilha amarela, criando um monótono parto em tons amarelados e marcando o inicio de uma série de refeições, onde tive que rever a minha máxima “de que a comida indiana mesmo não sendo boa, nunca é má!”… pois Assam fez-me mudar de ideias!!!

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Como ir de Nongriat até Guwahati:

  • subir os mais de 3000 degraus até à estrada principal;
  • caminhar até Tyrna, cerca de meia hora; daqui é possível apanhar um táxi directamente para Sohra;
  • bus ou shared-taxi de Tyrna para Sohra: 40 rupias (20 minutos)
  • sumo de Sohra to Shillong: 70 rupias (1.5 horas)
  • em Shillong o sumo termina no Bara Bazaar, dentro de um terminal, no piso superior. Para encontrar os sumo para Guwahati é necessário ir para um terminal maior, num edifico em betão situado mais à esquerda, a cerca de 5 minutos, subindo uma movimentada rua. Caso não haja aqui sumos disponíveis, é necessário ir de táxi (ou a pé) até Police Bazaar, e aí descer a Keating Road (à esquerda da GS Road) até encontrar os sumos para Guwahati, estacionados do lado esquerdo.
  • sumo de Shillong para Guwahati: 170 rupias (2.50 horas, mas pode ser mais de 3 horas, conforme o trânsito).
  • Em Guwahati o sumo termina no Paltan Bazaar, perto do terminal de autocarros e da estação de comboios.

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"tempos" uma espécide de taxi partilhado entre Jorhart e o Nimati Gaht. Assam
“tempos” uma espécie de de taxi partilhado entre Jorhart e o Nimati Gaht. Assam

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Como ir de Guwahati até Majuli:

  • Bus de Guwahati para Jorhat: 330 rupias (a viagem demora 7 horas, com paragem para pequeno-almoço). O autocarro deixa os passageiros à entrada da cidade, na estrada principal, que fica a uma distância que pode ser feita a pé.
  • Shared-taxi (tempo) até ao centro de Jorhat: 20 rupias (10 minutos)
  • De Jorhat (bazaar) shared-taxi para Nimati Gaht: 20 rupias (20 minutes)
  • Ferry Nimati Gaht to Majuli Island: 30 rupias (1 hour)
  • Shared-taxi do local onde atraca o ferry até Kamalabari (a povoação mais próxima): 30 rupias (20 minutes)

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Tarifas do ferryboat para Majuli. Assam
Tarifas do ferryboat para Majuli. Assam

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Horário do ferryboat para Majuli. Assam
Horário do ferryboat para Majuli. Assam

 

Guwahati… a entrada nos estados do Nordeste

Guwahati, não sendo a capital do estado de Assam, é a cidade que serve de porta de entrada nos chamados Northeast States, devido principalmente à sua posição geográfica, no extremo Nordeste da Índia, numa zona de planície entre o Butão e as montanhas do estado de Megahlaya.

Sob o genérico nome de Northeastern States, reúnem-se sete estados, também chamados de Seven Sisters, situados no extremos Nordeste da Índia, fazendo fronteira com o Butão, o Bangladesh, a Birmânia (Myanmar) e Tibete (China). Estes estados juntamente com Sikkim encontrando-se “ligados” ao resto do país por uma estreita faixa de território situado no estado de West Bengal, o chamado “chicken’s neck”, uma faixa de território entre o Nepal e o Bangladesh cuja largura em certo ponto é de somente 23 quilómetros.

Assim estas Seven Sisters, são compostas por: Arunachal Pradesh, Assam, Megahlaya, Tripura, Mizoram, Manipur e Nagaland. Até recentemente estes estados tinham restrições aos visitante sendo necessárias autorizações (permits), mas actualmente, somente o estado de Arunachal Pradesh exige permits para os visitantes, tanto estrangeiros como de nacionalidade indiana, dada a delicada fronteira com a China.

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Guwahati
Guwahati

 

Depois de uma viagem de comboio de cerca de 30 horas, espera-nos a habitual agitação das cidades, com barulho, trânsito e movimentos apressados das pessoas. Mas Guwahati tem a vantagem de ter a estação de comboios situada mesmo no centro da cidade, o que evita o habitual stress de negociar tarifas com os ávidos motoristas de tuk-tuks.

E sendo a porta de entrada dos estados do Nordeste, nota-se logo à chegada, com uma grande diversidade étnica, onde sobressaem os rostos de traços mongóis, mas onde são predominantes os traços fisionómicos típicos indianos .

Saindo da estação de comboios deparamo-nos com o Paltan Bazaar situado do lado esquerdo da movimentada estrada nacional que atravessa a cidade, a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). No Paltan Bazaar, a menos de cinco minutos da estação e do terminal de autocarros, concentram-se os alojamentos, dominando os hotéis, de maior ou menor qualidade. Mas é aqui que as dificuldades começam. Muitos dos hotéis não aceitam estrangeiros, pois é necessário uma licença especial e dado os pouco visitantes não-indianos muitos optam por não pagar. Por isto, os alojamentos mais modestos não aceitam estrangeiros, argumentando que se encontram cheios, quando na verdade as chaves dos quartos aguardam pacientemente na recepção. Assim somos empurrados para hotéis mais caros, alguns tirando partido das poucas alternativas cobrando preços elevados e oferecendo condições miseráveis… 600 rupias que não dão direito a lençóis lavados!

Nesta busca por um local onde dormir surgiu no meu caminho a placa Youth Hostel instituição que desconhecia existir na Índia. No edifício que já viu melhores dias, reina uma atmosfera de vazio e abandono, o quarto precisa de algumas reparações e a casa-de-banho é decrépita, mas o preço, os lençóis lavados e a simpatia dos funcionários fizeram deste local um abrigo para passar um noite antes de seguir viagem para as montanhas de Megahlaya.

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Fancy Bazzar
Fancy Bazaar

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Da tarde passado na cidade não houve oportunidade para ir longe do centro da cidade e do confuso Paltan Bazaar e do Fancy Bazaar, que apesar do nome pouca diferença fazem. Mas houve tempo para caminhar até às margens do gigantesco Brahmaputra, de águas castanhas e calmas oferece uma paisagem serena que contrasta com o movimento das ruas da cidade. O Brahmaputra, um dos maiores rios asiático, atravessa todo o estado de Assam, seguindo para Sul até desaguar na Baia de Bengal, atravessando as planícies do Bangladesh.

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Brahmaputra
Brahmaputra

Na religião Hindu, é popular representação de yoni juntamente com o lingam, que correspondem aos elementos feminino e masculino da criação cósmica, de acordo com a corrente que segue Shiva. Mas poucos são os templos dedicados exclusivamente ao lado feminino desta energia: Shakti (também referida como Devi), a deusa que representa as energias da criação e da mudança, associada à fertilidade e também à criatividade. Em Guwahati encontra-se um dos mais importantes templos dedicados deusa-mãe: o Kamakhya Temple, onde durante Ambubachi Mela são sacrificados animais, de acordo com a tradição tântrica, onde o sangue de cabras simboliza a menstruação anual da deusa Kamakhya.

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Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Para quem visita o local, o que sobressai é a côr vermelha, simbolizando a menstruação, o ciclo reprodutivo feminino e a fecundidade: o vermelho das vestes dos pujari (seguidores da deusa Kamakhya), o vermelho das flores que adornam estátuas, o vermelho do pigmento que cobre as estátuas da deusa Kamakhya, junto da qual se acendem incensos e velas, o vermelho que parece jorrar das vaginas de estátuas associadas à fertilidade.

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Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Como ir até ao Kamakhya Temple:

Para ir ao Kamakhya, pode-se apanhar um dos autocarros que passam na GS Road. Basta perguntar por “kamakhya” e pára na estrada principal (AT Road). O bilhete de bus custa 8 rupias. Depois de passar por um pórtico (gate) encontram-se autocarros da ASTC que fazem o percurso até ao cimo da colina, por 7 rupias; partem quando estão cheios e o percurso demora uns 10 minutos. Existem um acesso pedonal, uma escadaria coberta, que acede ao templo mas que parece ser pouco utilizada face ao conforto e rapidez dos autocarros.

Para visitar o interior do templo é necessário juntar-se às dezenas de peregrinos que aguardam pacientemente numa longa fila, para depositar as oferendas junto do altar da deusa Kamakhya. Mas como acontece muitas vezes na Índia, onde se cultiva a distinção entre classes sociais, existe um acesso VIP que poupa aos peregrinos e visitantes a uma longa espera, mediante o pagamento de 501 rupias… sim, quinhentas e uma… vá-se lá saber o porquê desta modesta rupias no meio de outras 500!!?!?

 

Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati
Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati

 

autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati
autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

Onde dormir em Guwahati:

Para quem fica somente por uma noite, a GS Road e as ruas transversais oferecem dezenas de opções com variados preços. Da busca efectuada não se consegue um quarto com casa-de-banho partilhada por menos de 500 INR, que contudo não garantem lençóis lavados.

Inesperadamente surgiu o Youth Hostel que fica num discreto acesso do lado direito da GS Road, na esquina com MD Shah Road. O edifico parece abandonado e de facto ninguém ocupa os quartos, sendo o usado com escritórios de uma organismo estatal ligado ao turismo. O quarto disponibilizado funciona em regime de dormitório, com 4 camas e cada-de-banho, mas encontram-se em más condiarntudi m.em o quarto ficou ssment euma noite e se encontra com orçameto usado com escritório, mulheteções, a precisar de reparações profundas em especial a casa-de-banho. A cama é confortável e os lençóis são limpos; tem rede mosquiteira.

Uma opção para quem pretendi ficar somente uma noite em Guwahati e se encontra com orçamento muito limitado.

Youth Hostel Guwahati: Quarto em dormitório, com casa-de-banho: 250 INR (pelo quarto, independentemente do numero de ocupantes). Apesar de ser um dormitório, como não há mais ninguém o quarto ficou só para mim.

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Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

Onde comer em Guwahati:

Muitos restaurantes, aqui chamados de “hotel” alinham-se junto à estação de comboios e ao longo da GS Road, assim como nas ruas transversais do Paltan Bazaar, com thalis vegetarianos aceitáveis por 60 rupias. Domina a comida típica indiana, mas numa versão mais pobre, com arroz, caris à base da batata e dal aguados. Quase todos os restaurantes servindo pratos veg (vegetariano) e non-veg (não vegetarianos), o que reflecte o gosto dos Assameses pela carne.

Óptimas parahtas durante a manhã nos dois pequenos restaurantes no inicio da GS Road, o Greenview e o Deepak Restaurant, localizados do lado direito de quem vem da saída sul da estação de comboios.

 

"parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
“parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

restaurante de comida indiana e deliciosas "parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
restaurante de comida indiana e deliciosas “parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

Caso se esteja no Fancy Bazaar e se sinta o apelo do estômago, o Rajhans Hotel, num segundo andar de um anónimo edifício é uma simpática opção, com comida vegetariana, atendimento acolhedor e uma decoração que nos remete para uma cantina de escola, onde o passar do tempo deixou um certo carisma.

Rajhans Hotel: S.S. Road, Fancy Bazaar, Guwahati. Thali vegetariano por 70 rupias.

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Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Transportes em Guwahati:

Tanto a estação de comboios como o terminal de autocarros públicos (ASTC) ficam convenientemente situados no centro da cidade, perto de alojamentos e restaurantes e demais actividade comercial.

De Guwahati existem comboios que atravessam o estado de Assam, em direcção a Norte, até Dibrugarh, passando por Dimapur.

Nota: a estação de comboios de Guwahati tem duas entradas: o lado Norte (do mesmo lado do rio) e que é a entrada principal, e uma outra do lado Sul que dá directamente para a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). O Reservation Office (para bilhetes de longa distância) fica num edifício a uns metros da entrada Norte da estação (oposta ao Paltan bazaar).

 

Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar
Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar

 

Guwahati Train Station. North entrance.
Guwahati Train Station. North entrance.

 

O terminal de autocarros públicos fica mesmo à saída da estação de comboios (perto do Paltan Bazaar). A bilheteira da ASTC é no interior do edifício, apesar de haver vários quiosques de empresas privadas que também vendem bilhetes da empresa pública.

  • O bus (ASTC) de Guwahati para Shilong parte às 7.30 am, e a viagem demora 4 horas.Bus ticket de Guwahati para Shilong: 135 rupias (a/c)… de facto o ar-condicionado não funciona, mas é suportável pois o autocarro circula sempre com a porta aberta, e à medida que nos afastamos das planícies de Assam a temperatura é mais fresca.

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Terminal de bus ASCT em Guwahati
Terminal de bus ASCT em Guwahati

 

Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Em alternativa aos autocarros existem os sumo, um todo-o-terreno partilhado, que é um modo de transporte muito comum nos estados do Nordeste, e que faz a ligação entre as principais cidades. No interior do Guwahati Bus Terminal, na zona onde estacionam os autocarros encontra-se um quiosque onde se podem comprar bilhetes para os sumo. Em geral estes veículos não têm horário definido, circulando durante o dia desde manhã muito cedo, e partem quando estão cheios.

  • sumo de Guwahati para Shilong: 170 rupias (a viagem demora cerca de 2.45h, dependendo do trânsito e do número de paragens)

bilheteira de "sumo" no Terminal Central de autocarros
bilheteira de “sumo” no Terminal Central de autocarros

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Internet em Guwahati

A maior parte dos hotéis não tem internet, os que têm cobram por vezes 100 rupias por dia. A melhor opção são os postos de internet que são raros e nem sempre são fáceis de encontrar.

Na GS Road, do lado esquerdo de quem se afasta da estação de comboios, existem um edifício de lojas “complex” onde no primeiro andar existe um posto de Internet, Virtual Office-Cyber Café, com boa ligação e com wi-fi.

  • Wi-fi: 30 rupias por hora.

 

altitude: 56 m

população: 809.895

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