A estação de comboios de Kunming mais se parece com salas de embarque de um aeroporto, com controle de segurança das bagagens, verificação dos bilhetes, e com as suas várias portas, cada uma identificada com o numero do comboio e o destino, e onde eficientes funcionários validam os bilhetes, e a partir das quais os passageiros são directamente encaminhados para a o cais de embarque. À porta de cada uma das carruagens que compõem o comboio, encontra-se um formal funcionário, envergando uma autoritária e complexa farda de aparência militar, num gesto seco direccionam os passageiros para as respectivas carruagens.
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À entrada do comboio somos recebidos pelo som de uma orquestra de música clássica, cujo tom épico evoca a chegada da cavalaria que vai crescendo de intensidade, enquanto os passageiros procuram pelo lugar e acomodam as bagagens, até atingir o auge no momento exacto em que o comboio inicia a sua marcha. Segue-se uma longa sequência de instruções ou informações, proferidas em chinês, que os passageiros parecem ignorar, absorvidos pelos vários dispositivos electrónicos, entretidos com jogos, mensagens, fotografias e conversas telefónicas, comida e bebidas.
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Esta viagem, assim como a anteriormente realizada entre Kunming e Dali, ofereceu grande conforto, não só pela qualidade das carruagens como pela bom estado da via, que aparenta ser relativamente nova, oferecendo amplas estações com generosos cais de passageiros, aparentemente sobredimensionados para a actual procura.
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Info
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For information about China trains timetable, prices and duration of the trip:
Kunming… e a vida em torno do Green Lake
Kunming, capital da província de Yunnan, respira uma atmosfera moderna e cosmopolita, de amplas avenidas, organizado tráfego, alguns espaços verdes, e que apesar dos seus pouco mais de 1 milhão de habitantes oferece-se calma e descontraída.
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O chamando Green Lake domina o centro de Kunming, se é que se pode chamar centro a esta zona, pois nas modernas cidades chinesas praticamente nada resta de verdadeiramente antigo, tendo as tradicionais construções já sido substituídas por edifícios de betão que aparentam não terem mais de trinta anos, alguns já a serem demolidos para darem lugar a modernos edifícios, e com ruas de malha ortogonal, largas, de amplos passeios onde o trânsito circula ordeiramente ao ritmos de sinais luminosos.
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O estado de Yunnan, que faz fronteira com o Tibete, Birmânia, Laos e Vietname e a sua população espelha bem estas influências, com a maior concentração de grupos étnicos e onde com praticamente metade da população é não-Han, sendo a etnia Han a dominante no território chinês.
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Um pouco desta diversidade transparece na actividade que se observa em redor do parque formado pelo Green Lake, onde à sombra de inúmeras árvores diversos grupos se reúnem para executarem danças, formando rodas em volta de modestas colunas de som, enchendo o espaço com a côr e diversidade dos trajes tradicionais que muitos teimam em usar.
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População: 1.044.000 habitantes
Altitude: 1890 m
Fronteira Lao/China… de Vientiane até Kunming
…“keep on moving” acabei de ler esta mensagem inscrita a negro sobre o fundo branco de uma t-shirt: é este o espírito dos últimos meses de viagem. Longos percursos de autocarro, comboio e barcos, muitas horas de espera em terminais de bus e estações de comboios… muitas noites passadas em autocarros. Laos, Camboja, Myanmar… e agora China. Um mês em cada país. Duas estadias em Bangkok para preparação do próximo passo: menos de uma semana em Vientiane para tratar do visto para a China… “keep on moving”!
Mais uma vez sou a única não-asiática; a única que fala inglês; a única tem a mochila numa bagageira cheia de sacas, pacotes, caixas e embalagens; a única incapaz de falar a língua dos restantes passageiros limitando a comunicação aos gestos e à boa vontade de quem está por perto.
Desta vez o percurso é entre Vientiane e Menglá, a primeira cidade chinesa que surge no mapa após a passagem da fronteira com o Laos.
O inicio da viagem não se revelou auspicioso, com o céu coberto de nuvens cinzentas que têm oferecido episódios de chuva diários que antecedem o inicio da monção, e com um mal-entendido junto do antipático funcionário da bilheteira do terminal de autocarros de Vientiane, relativamente ao preço do bilhete, superior ao que está afixado e que me obrigou a gastar os últimos kips e alguns dos yuan que já tinha adquirido para a China.
Este imprevisto fez com que ficasse sem dinheiro para as refeições durante o resto do dia, limitando-me a uma ração composta de bananas, amendoins, uns pães de massa frita que sobraram do dia anterior e umas bolachas de arroz tufado; os trocos que sobraram nem para a água chegaram, tendo recorrido à desagradável água da torneira devidamente desinfetada com pastilhas purificadoras.
As pesadas nuvens cinzentas e o ar quente e húmido de Vientiane deram gradualmente lugar a um céu cada vez mais luminoso, decorado com espessas nuvens de uma brancura imaculada que lhe confere um ar de irrealidade, e com as montanhas que a pouco e pouco se foram erguendo à frente da estrada, tornando-se íngreme e sinuosa, mas cada vez mais verde, de densa floresta de onde sobressaem os tufos dos bambus, com o ar cada vez mais fresco e leve.
A viagem em autocarro-cama, cujo facto de ter feito a viagem quase vazio, com pouco mais do que oito passageiros, ofereceu a possibilidade de ter ocupar o compartimento que é destinado a duas pessoas, proporcionado uma viagem confortável e uma agradável noite de sono que terminou com uma espera de uma hora junto ao posto fronteiriço do Laos.
Seguisse a já habitual sequência de entrada de funcionários alfandegários no autocarro, de revista de bagagens pelo exército, verificação de passaportes, carimbos e o preenchimento de documentos, que do lado chinês foi facilitado com a informatização dos serviços que permitem a leitura digital da informação constante do passaporte e a emissão electrónica do cartão de embarque. Tudo simples, rápido e eficiente.
À chegada a Menglá, cidade ampla e moderna mas pouco atraente, a ideia inicial de permanecer por uma noite foi substituída pela possibilidade de seguir viagem directamente para Kunming, capital da província de Yunnan.
Esta mudança de planos obrigou a uma espera de seis horas no moderno e luminoso terminal de autocarros de Menglá, onde o odor a urina vido da casa-de-banho se mistura com o cheiro dos cigarros fumados sem restrições na sala de espera, enquanto que nos ecrãs de televisão passam, em modo repetitivo, informação governamental sobre os malefícios do consumo de drogas.
Da paisagem do norte do Laos, dominada por montanhas de vegetação selvagem, onde nas regiões mais brandas surgem pequenas aldeias junto a tímidos compôs de arroz, passa-se para a China, onde o cenário igualmente montanhoso está coberto de árvores de borracha, geometricamente disposta ao longo das encostas, formado um monótono padrão e onde a estrada, em vez da habitual sinuosidade, desliza suavemente com viadutos a cruzar vales e túneis a trespassar montanhas.
Olá China!














Info (PT) Vientiane até Kunming via Meng La
O autocarro parte do Terminal Norte, localizado na Sithong Road, cerca de7 km do centro da cidade de Vientiane. No terminal situado junto ao mercado central é possível apanhar um autocarro directo, de meia em meia hora, que custa 5000 kip.
Kunming: 784.000 kip (aproximadamente)
Partida de Vientiane: 11.00; 14:30 (terças e sextas é autocarro-cama; nos restantes dias são lugares sentados)
Duração da viagem: 30-31 horas
Meng La: 351.000 kip
Partida de Vientiane: 11h (terças e sextas é autocarro-cama; nos restantes dias são lugares sentados)
Duração da viagem: 23-24 horas
Atenção: os preços afixados no placar do terminal de autocarros estão desactualizados; os preços actuais estão afixados junto à bilheteira numa discreta folha A4 escrita em chinês.
Info (EN): Vientiane to Kunming via Meng La
The bus departs from North Terminal, located in Sithong Road, about de7 km from the city center of Vientiane. In terminal located next to the Central Market you can take a direct bus every half hour, which costs 5000 kip.
Kunming: 784,000 kip
Vientiane Departure: 11:00; 14:30 (Tuesdays and Fridays is bus-bed and in the remaining days are seats)
Travel time: 30-31 hours
Meng La: 351,000 kip
Departure from Vientiane: 11pm (Tuesdays and Fridays is sleeping bus and in the remaining days are normal seats)
Travel time: 23-24 hours
Note: the prices displayed on the scoreboard from the bus terminal are outdated; current prices are displayed next to the box office in a discrete A4 written in Chinese