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Stepping Out Of Babylon

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Kashmir

Srinagar e a John Friends Guesthouse

Mesquitas, mausoléus, jardins, lagos, pontes, canais, houseboats e shikaras… nada foi mais marcante em Srinagar, do que o tempo que passamos na John Friends Guesthouse.

Fica situada junto ao lago Dal, numa zona próxima de uma comporta que dá acesso ao Rio Jhelum, daí chamada Dal Gate. Percorremos um caminho pedonal ao longo do lago afastando-nos da movimentada rua principal, onde somos diariamente saudados e convidados a entrar nas várias lojas de recordações e de artesanato de Kashmir, postos de internet w agencias de viagens, intercaladas com alfaiates, talhos, barbeiros, mercearias, padarias… daqui percorremos um estreito caminho em madeira, assente sobre estacas, que apesar de seguimos a direcção oposta ao logo, é todo feito sobre a água.

Na primeira noite ficamos num quarto situado no piso superior da antiga, pequena e aparentemente frágil casa de madeira, onde vive a família do Javid, que é a pessoa que está à frente do “negócio” da guesthouse.

Os restantes quartos situam-se numa construção mais recente, em tijolo, que se esconde por trás da casa da família.

Entre as duas casa temos os jardim, relvado, com flores e árvores de fruto, que juntamente com a restante vegetação da vizinhança cria um ambiente bastante agradável, onde abundam aves, desde o comum pardal, até às águias… e claro as barulhentas gralhas que são muitas das vezes responsáveis pelo matutino despertar.

A varanda da casa onde estamos, como mesa cadeiras e um sofá, tem sido o local de eleição para passar-mos languidamente as horas de maior calor, ou os dias em que a chuva faz descer as temperaturas. Aqui comemos as refeições que compramos diária e “religiosamente” no New Krishna Daba e pomos a conversa em dia com os nossos “vizinhos” que são maioritariamente ocidentais.

Com todas estas condições, e dispondo de um frigorífico que partilhávamos com os donos da casa, fomos aproveitando a abundância de fruta que se encontra por Srinagar, libertando-nos da forçada dieta de bananas e mangas a que temos estado sujeitos desde que chegamos à Índia; aqui temos cerejas, melão, maçãs, alperces… mas foi a melancia que ganhou e serviu para refrescar os lanches nos dias mais quentes.

Sexta-feira é dia santo para os muçulmanos e durante toda a manhã os altifalantes das várias mesquitas espalham pela cidade as orações e os textos do Alcorão, entoando uma monótona melodia que se sobrepõe ao som das buzinas que dominam a atmosfera da cidade. É quase lua cheia, está quente e um pouco húmido. Da casa em frente vêm os sons de uma família que convive após o jantar. As mulheres, sempre de cabeças coberta por um véu, saem pouco de casa para além das deslocações para algumas compras na mercearia mais próxima; cabem-lhes as tarefas domésticas de preparar a comida, lavar a roupa e cuidar das crianças. A casa não dá muito trabalho, pois praticamente não têm mobília nem tão pouco objectos de decoração. Aos homens da casa, que falam inglês, fica entregue o negócio da guesthouse e da venda de pashminas.

Num dos dias que aqui estivemos fomos convidados a jantar com a família do Javid, no alpendre situado à entrada da casa e que funciona como cozinha, local para tomar as refeições, receber os amigos e passar os tempos livres. A comida foi bastante simples e reflecte o que é habitual: arroz, muito arroz, lentilhas (dahl) e um carril de legumes. Ficámos finalmente a conhecer as relações de parentesco entre as dez pessoas que habitam na casa.

Foi por estarmos tão bem nesta casa que fez com que a estadia em Srinagar se prolongasse por dezassete dias!!!

Vista da marginal que circunda o Lago Dal, chamada Boulevard, perto do Dal Gate, onde se situava a John Friends Guesthouse
Vista da marginal que circunda o Lago Dal, chamada Boulevard, perto do Dal Gate, onde se situava a John Friends Guesthouse
A casa da família
A casa da família
... num dia de chuva
… num dia de chuva
O quarto onde ficámos na primeira noite, situado por cima da casa da família
O quarto onde ficámos na primeira noite, situado por cima da casa da família
John Friends Guesthouse
John Friends Guesthouse
O nosso quarto na John Friends Guesthouse
O nosso quarto na John Friends Guesthouse
John Friends Guesthouse
John Friends Guesthouse
Refeição no New Krishna Daba, antes de termos tido a ideia de passar a lá comprar a comida e levar para casa, onde relaxadamente a podiamos apreciar, sem a pressão que se sente enquanto outras pessoas esperam por lugar
Restaurante New Krishna Daba, pertencente a hindus, que servia comida tipicamente indiana, antes de termos tido a ideia de passar a lá comprar a comida e levar para casa, onde com calma a podiamos apreciar, sem a pressão que se sente enquanto dezenas de pessoas lutam por um lugar no restaurante. Ficámos fãs e clientes diários; nós e os restantes “vizinhos” da guesthouse a quem fomos espalhando a dica. A comida foi sempre boa e em conta… experimentámos praticamente todos os pratos. Aqui estamos a comer uma Dosa, que é servida tradicionalmente ao pequeno-almoço no sul da Índia, acompanhada de um carril leve mas picante (sambar) e por um refrescante chutney de côco.
John Friends Guesthouse
John Friends Guesthouse
Mercearia que frequentávamos asiduamente. Ao lado, pertencendo aos mesmo donos, era o posto de internet, com optimas condições de ligação mas com péssimo aspecto
Mercearia que frequentávamos assiduamente. Ao lado, pertencendo aos mesmo donos, era o posto de internet, com optimas condições de ligação mas com péssimo aspecto
o posto de internet que era uma verdadeira barraca, mal construída em tijolo, madeira e plastico, mas que se aguentava firmemente nos seus três andares
o posto de internet que era uma verdadeira barraca, mal construída em tijolo, madeira e plastico, mas que se aguentava firmemente nos seus três andares
A padaria onde diáriamente íamos comprar o pão para o pequeno almoço, e por vezes para o lanche da tarde.... a manteiga era comprada na mercearia próxima que vendia cubinhos de manteiga por 5 rupias.
A padaria onde diáriamente íamos comprar o pão para o pequeno almoço, e por vezes para o lanche da tarde…. a manteiga era comprada na mercearia próxima que vendia cubinhos de manteiga por 5 rupias.

 

John Friends Guest House

Opp. Dal Gate, Ghat nº1, Pedestrian Mall Road

Srinagar, Kashmir

Tel: 0194-2458342

 

 

Srinagar. Mercado flutuante

Mercado flutuante no Lago Dal
Ainda antes do nascer do sol, enquanto nos encaminhava-mos para o mercado

A vida no lago Dal começa cedo, mesmo antes do nascer do sol e do início da actividade das aves que povoam os molhos de nenúfares e de flores de lótus.

Acordámos bem cedo, para nos dirigirmos na companhia de dois dos nossos vizinhos da guesthouse para a zona onde se realiza diariamente o mercado de legumes, que começa às 4.30h da manhã e termina pouco depois das 7h.

Os vendedores, todos homens, moviam-se agilmente as “shikaras” que se aglomeravam numa zona mais amplas do lago, onde confluíam vários canais. Os produtos transaccionados são resultado da produção dos terrenos alagados existentes no lago, não apresentando muita variedade: couve, nabo, pepino, curgetes…

Da nossa “shikara” fomos observando esta actividade, enquanto éramos abordados por vendedores de bolos, flores e de açafrão.

A chuva que carregava o céu desde que saímos de casa, começou a aumentar de intensidade fazendo com os vendedores se apressassem e o mercado terminasse mais cedo.

O regresso feito também calmamente, mas sob a chuva que pouco depois de chegar-mos ao mercado começou a cair, com a “shikara” deslizando pelo lago, embalando-nos com o suave balanço do barco e com o som dos remos a mergulhar na água, à medida que o sol ia iluminado a paisagem.

Mercado flutuante no Lago Dal
Viagem pelos vários canais do Lago Dal até chegar-mos ao mercado flutuante
Mercado flutuante no Lago Dal
Uma das muitas pequenas ilhotas existentes no Lago Dal, onde se formam pequenas povoações, somente acessíveis por barco
Mercado flutuante no Lago Dal
Mister Happy Flower que vende flores e sementes, mas destinadas aos turistas
Mercado flutuante no Lago Dal
Mister Delicious, que percorre de barco o mercado e aborda as “shikaras” dos turistas para vender bom-bons de chocolate e bolachas
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
A "shikara" onde fomos levados até à zona do mercado
A “shikara” onde fomos levados até à zona do mercado
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal
Mercado flutuante no Lago Dal

Srinagar

Da mesma forma que a viagem pela estrada que liga a Manali e Leh, revelou uma outra Índia, a estrada que fizemos entre Leh e Srinagar, trouxe uma nova realidade; passámos da seca e árida paisagem dominada no alto pelos mosteiros budistas, para uma zona verde onde a presença de água é uma constante e onde os costumes se baseiam na religião muçulmana e na cultura persa, de que Kashmir é herdeira.

Deixámos para trás as saudações habituais hindus, como o “namasté, o “julê” dos habitantes do Ladakh, para passar-mos para o “salamu alekum”. Aqui os indianos são a minoria. O único templo hindu que visitámos está sob fortes medidas de segurança, sendo proibida a entrada com máquinas fotográficas, telemóveis, isqueiros, etc, sendo necessário passar por detectores de metais, tudo isto sob o olhar atento de inúmeros militares e polícias armados. Contudo são bem vindos como turistas, pois representam uma das fontes de rendimento da região, que tem o atractivo do clima ameno, que contrasta com a maior parte do território indiano que nesta altura está sob o domínio das monções ou sujeito a altas temperaturas.

O clima nesta altura do ano é ameno, com dias quentes e noites agradáveis, notando-se bem a humidade que resulta da proximidade do lago; quando começa a fazer mais calor, e as temperaturas ultrapassam os 30ºC, surge a chuva e por vezes trovoadas, que logo atenuam o calor. No Inverno neva.

Srinagar é conhecida internamente como a Veneza da Índia, e muitas vezes eleita como destino para lua-de-mel dos indianos. Para além dos vários rios que serpenteiam pela cidade ligando os vários lagos, poucas mais semelhanças se encontram entre as duas cidades. Aqui as gôndolas são substituídas pelas “shikaras”, pequenos barcos de madeira, compridos e estreitos, movidos a remos, que são usados nas deslocações diárias e nos passeios pelo lago, que constituem a principal atracção turística da cidade com centenas de “shikaras” a percorrer os canais que se formam por entre as “ilhas” de nenúfares e de flor-de-lótus. Neste habitat, apesar de algum lixo doméstico, abundam os peixes, e é frequente encontrarem-se pessoas à pesca, usando canas e utensílios rudimentares, disputando o peixe com as águias, que em voo picado caçam nas águas pouco profundas do lago Dal.

Outras das atracções da cidade são as chamadas “houseboats”, que basicamente são casas flutuantes, que originalmente foram construídas pelos ingleses que aqui estavam proibidos de comprar terreno, e que encontraram assim uma solução para se estabelecerem em Srinagar; actualmente quase todas as “houseboats” são destinados ao turismo. Apesar de à primeira vista ser uma opção atractiva para passarmos alguns dias, depressa mudámos de ideias, não só pelo preço, que triplica em relação a uma guesthouse, mas em principalmente porque estão estacionadas muito próximos umas das outras, formando uma barreira compacta que se estende ao longo das margens do lago.

Nas deambulações pela parte antiga da cidade, onde as casas são construídas numa estrutura triangulada preenchida com pedra, pintando um cenário dominado pelo castanho e cinzento, visitámos a mesquita mais antiga, Jamia Majid, que data do século XVI, mas que tem sofrido melhoramentos que a têm desfigurado, apresentando poucos atractivos.

Da passagem dos mongóis ficaram vários jardim, construídos em alamedas rectilíneas, atravessadas por geométricos lagos e ladeadas por plátanos gigantescos com centenas de anos. São local de eleição para passeios de família em especial aos fins de semana.

Srinagar foi uma surpresa agradável. Desconhecia a existência desta cidade, temia o facto de aqui dominar a cultura muçulmana e receava pelas histórias de guerra e de atentados, o que fazia prever uma estadia curta de alguns dias, para segui rumo para sul.

Contudo o verde, a vida da cidade, o clima e em particular a diferença em termos culturais, fez com que a estadia se fosse prolongado por mais de quinze dias.

Nota-se uma grande diferença fisionómica nos rostos dos habitantes de Kashmir, com traços mais fortes e masculinos, muitos com olhos verdes, cor de avelã e mesmo azuis, talvez herança dos antepassados persas, que criam um forte contraste com a pele morena e escura.

Muitos vestem roupa tradicional, túnica sobre calças largas, geralmente branca, que por vezes lhes confere um ar distinto. As barbas são quase uma constante, em particular nos homens mais velhos. Somente as mulheres hindus andam com a cabeça descoberta, sendo frequente cruzarmo-nos com mulheres com o rosto totalmente coberto, por véus pretos que lhes escondem o olhar.

Quando nas ruas e nos autocarros, cruzamos olhares tanto com homens como com mulheres que nos observam com curiosidade, a reacção inicial é de indiferença ou de desconfiança, mas rapidamente é substituída por um sorriso amigável.

Aqui em Kashmir, ao sermos abordados nas ruas com as habituais perguntas sobre de onde somos, o nosso nome, etc… pode surgir um convite para tomar chá. Foi o que nos aconteceu numa tarde ao passearmos pela parte antiga da cidade, onde fomos interpelados por um rapaz que nos convidou para sua casa, onde estivemos na conversa juntamente com o pai, enquanto bebíamos chá em delicadas chávenas de porcelana e debicávamos bolinhos. Este situação repetiu-se e revelou-se uma excelente oportunidade para tentar perceber mais um pouco desta cultura, das tradições, da forma como encaram a vida e também o sentimento que existe em relação á criação de uma Kashmir independente da Índia e do Paquistão.

Kashmir soa a exótico, frutos secos, açafrão, pashminas… de Srinagar fica a memória de uma cidade verde, abundante e orgulhosa.

Srinagar
Srinagar vista do templo hindu Shakaracharya que se situa no topo de uma das colinas existentes na cidade; ao longe, encontra-se o forte Hari Parbat construído durante a ocupação Mongol
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Vista da zona próxima do Dal Gate, onde se concentra uma parte significativa do comércio da cidade
Dal Gate onde, no meio do arvoredo, se situa a guesthouse onde estivemos alojados
Dal Gate onde, no meio do arvoredo, se situa a guesthouse onde estivemos alojados
Mesquita Jamia Majid; ao longe, no cimo da colina situa-se o forte Hari Parbat
Mesquita Jamia Majid; ao longe, no cimo da colina situa-se o forte Hari Parbat
Lago Dal
Lago Dal, onde as houseboats ocupam uma grande parte das margens
Shikaras estacionadas no Lago Dal
Shikaras estacionadas no Lago Dal, destinadas a passeios turísticos onde também se podem tirar fotografias usando trajes tradicionais e segurando cestos com flores de plástico… muito apreciado pelos turistas indianos
Jardim Salimar Bagh
Jardim Salimar Bagh
Lago Dal
Lago Dal
Lago Dal
Lago Dal ao fim do dia, com a neblina que frequentemente cobre a vista das montanhas que circundam o lago
Passeio por um caminho que atravessa o Lago Dal, entre o Jardim Salimar Bagh e a zona antiga da cidade, que fizemos com a Rebecca e o Olaf
Passeio por um caminho que atravessa o Lago Dal, entre o Jardim Salimar Bagh e a zona antiga da cidade, que fizemos com a Rebecca e o Olaf
uma das muitas hortas existentes no Lago Dal, onde se produzem legumes e flores de lótus cuja raiz é usada para cozinhar
Uma das muitas hortas existentes no Lago Dal, onde se produzem legumes e flores de lótus cuja raiz é usada para cozinhar, e que somente são acessíveis por barco
Concerto de musica Sufi
Vendedores de legumes fritos durante o concerto de musica Sufi
Concerto de musica Sufi onde os homens se sentam na tenda em frente aos musícos; às mulheres está reservada uma outra tenda, situada lateralmente ao palco
Concerto de musica Sufi onde os homens se sentam na tenda em frente aos musícos; às mulheres está reservada uma outra tenda, situada lateralmente ao palco
Concerto de musica Sufi, que comemorou a inauguração de um mausoléu na parte antiga da cidade
Concerto de musica Sufi, que comemorou a inauguração de um mausoléu na parte antiga da cidade
Concerto de musica Sufi durante o qual ia sendo distribuido gratuitamente chá, sumos e pão pela assistência
Concerto de musica Sufi durante o qual ia sendo distribuido gratuitamente chá, sumos e pão pela assistência
Concerto de musica Sufi
Concerto de musica Sufi
Um dos edificios situados na zona antiga da cidade
Um dos edificios situados na zona antiga da cidade
Viagem de autocarro que fizemos no tejadilho, pois à hora de ponto não tinha-mos espaço lá dentro
Viagem de autocarro que fizemos no tejadilho, juntamente com a Rebecca e o Olaf, pois à hora de ponto não tinhamos espaço lá dentro

Eis um pequeno video da aventura:

Viajem de autocarro
Viajem de autocarro
Zona antiga da cidade de Srinagar
Zona antiga da cidade de Srinagar
Uma das muitas lojas que se podem encontrar na zona antiga da cidade onde predomina o comercio tradicional
Uma das muitas lojas que se podem encontrar na zona antiga da cidade onde predomina o comercio tradicional
Zona antiga da cidade de Srinagar
Zona antiga da cidade de Srinagar
Lago Dal
Lago Dal
Lago Dal
Um dos vários caminhos de acesso à guesthouse onde estávamos alojados que liga as pequenas ilhas existente no Lago Dal às ruas principais da cidade
Lago Dal
Uma das muitas espécies de aves que povoam o Lago Dal
Uma das muitas padarias e lojas de doces que encontramos pela cidade. Os doces são realmente muito doces...
Uma das muitas padarias e lojas de doces que encontramos pela cidade. Os doces são realmente muito doces…

Sobre Kashmir

Kashmir é o principal ponto de discórdia ente a Índia e o Paquistão, tendo tornado estes dois países inimigos, com inúmeros episódios de guerra, massacres e atentados, tendo até hoje deixado um rasto de sangue de mais de 60.000 vítimas.

A raiz do conflito remonta a 1947, aquando da independência em relação ao Império Britânico, o Marajá de Kashmir, de origem hindu, optou por se juntar ao território Indiano, em detrimento do Paquistão, apesar de noventa por cento dos seus habitantes serem muçulmanos. Desde então tem crescido um sentimento independentista, apoiado pelo Paquistão, que pretende a criação de um novo estado. Os habitantes de Kashmir reclamam uma herança genética, religiosa e cultura Persa, falam uma língua própria, o kashmiri, derivado do persa, com o correspondente alfabeto em caracteres árabes.

O estado de Jammu e Kashmir, faz fronteira com o Paquistão e com a China, na região do Ladakh, com parte do seu território interdito por questões de segurança, chamadas “zonas de controlo”. Culturalmente é dominado pela cultura e religiões muçulmana, com excepção do zona mais a este, que é claramente influenciada pelo Tibete.

Até à cerca de 10 anos esta região era considerada zona de guerra, e apesar de não estar interdita aos visitantes, era fortemente desaconselhada, em especial a turistas estrangeiros.

Hoje em dia, diminuiu consideravelmente a presença militar na cidade de Srinagar, contudo ainda se vêm, nas principais avenidas, nos cruzamentos e junto a edifícios públicos, postos de controle protegidos por sacos de areia, barreiras feitas de arame farpado, carros blindados e grupos de militares fortemente armados.

Aparentemente a situação na cidade é calma, mas nota-se alguma tensão em especial às sextas-feiras, dia sagrado para os muçulmanos, com o aumento do numero de militares nas zonas mais movimentadas da cidade.

Para mim é bastante estranho estar a caminhar pelas ruas e passar a menos de meio metro de militares vestidos de camuflado, armados com metralhadoras, e protegidos por capacetes e coletes à prova de bala. Acho que nunca tinha estado tão próximo de armas de fogo… vistas de perto até não aparentam serem tão perigosas, se comparar-mos com o que vemos nos filmes, mas por vezes sinto crescer em mim um certo terror que me faz acelerar o passo a afastar-me rapidamente destes locais. Mas estranhamente sinto-me bem nesta cidade.

Recentemente a visita do primeiro-ministro indiano a Srinagar, provocou uma greve-geral, e um onda de protestos e manifestações que culminaram com a morte de cerca de uma dezena de policias, durante confrontos na zona mais antiga da cidade, e onde se localizam as maiores e mais importantes mesquitas. Nas duas noites seguintes houve recolher obrigatório, e mesmo durante o dia fomos aconselhados a não nos afastar-mos muita da zona onde se localiza a nossa guesthouse, que fica junto ao Lago Dal, a meio caminho entre a zona antiga e a parte mais moderna de Srinagar.

Na volta que demos pelas redondezas, no primeiro dia da greve, deparámos com um silêncio invulgar e impensável para uma cidade, e que permitia ouvir o som dos pássaros, em resultado de muitas das ruas principais estarem encerradas ao trânsito como medida de segurança.

Para agravar as coisas, a chegada do primeiro ministro, de religião sikh, coincidiu com as celebrações do inicio da quinzena, que antecede o Ramadão, e que reuniu milhares de pessoas nas inúmeras mesquitas, ao fim doa dia, enquanto pelos altifalantes o som das orações e dos versos do Alcorão se espalhavam por toda a cidade de Srinagar, prolongando-se pela noite dentro, terminado muito depois da meia-noite.

 Estranhamente o dia-a-dia em Srinagar, decorre sem grandes sobressaltos totalmente alheio a todo este aparato militar, com a habitual confusão de trânsito de uma cidade indiana comandada pelo som das buzinas, com o frenético movimentos de pessoas, os vendedores de frutas e legumes à beira da estrada, as crianças a caminho da escola envergando os seus uniformes, as mulheres de cabeça coberta fazendo compras ou lavando a roupa no lago, as vozes dos ajudantes de motorista repetindo o destino do autocarro cada vez que chega a uma paragem, as galinhas engaioladas à espera do seu fim, os carneiros pendurados nos talhos… e o sempre presente som dos “mullah” entoando cânticos e convocando os crentes para as orações, que se repetem cinco vezes durante o dia.

Srinagar. Junto ao Rio Jhelum
Srinagar. Junto ao Rio Jhelum
Srinagar. Junto ao Rio Jhelum
Srinagar. Junto ao Rio Jhelum
Sinagar
Sinagar
Mausoléu Hazratbal
Mausoléu Hazratbal
Sinagar
Sinagar
Srinagar. Lago Dal
Srinagar. Lago Dal

pela estrada fora… entre Leh e Srinagar

Agora que nos aproximamos do dia de sairmos de Srinagar, depois de uma estadia de cerca de duas semanas, é altura de contar como cá chegamos.

Depois da longa viagem de autocarro que nos levou de Manali a Leh, pensávamos que não teríamos que enfrentar novamente semelhante provação, mas deparámo-nos com o facto de a única forma de sair de Leh, ponde de parte o avião, era fazer novamente o caminho de volta a Manali, ou então seguir-mos em “frente” o que significava irmos para a cidade de Srinagar.

Srinagar e toda a região envolvente estiveram até à cerca de dez anos fora do circuito turístico, nem sequer aparecendo nos guias de viagem pois estava vedada a estrangeiros devido à guerra civil entre tropas indianas e os movimentos separatistas que reclamam pela independência de Kashmir, que envolvem também o Paquistão.

Apesar deste cenário, as informações que nos chegarás dos viajantes que encontrámos em Leh, eram bastantes positivas, referindo uma cidade bonita, com forte presença muçulmana mas sem aparentes problemas de segurança. Seringar passou a ser o nosso próximo destino.

Tínhamos pela frente uma viagem de dez horas, para percorrer 434 quilómetros, feita durante a noite num jeep, onde éramos os únicos passageiros. Cedo percebemos que não iria ser uma viagem fácil e iriamos demorar muito mais tempo… o condutor era bastante mau, muitas vezes circulava em contramão, desviando-se no limite com bruscas guinadas no volante, enquanto tentava escrever mensagens no telemóvel.

Um das muitas paragens que fizemos durante a noite, foi em Mulbekh, que curiosamente era um local que queríamos visitar pois aí encontra-se uma estátua de Buda com cerca de sete metros de altura, esculpida na rocha entre os séculos VII e VIII. Mas esta não foi só uma paragem para comer ou beber um “chai”: aqui o motorista decidiu dormir. Assim passamos umas horas dentro do Jeep, parados à beira da estrada, num local completamente isolado, e desértico aquelas horas, rodeados pela densa escuridão sob o olhar protector do Buda.

Com o nascer do dia, passamos por Kargil, a partir de onde se tornaram claros os sinais da cultura muçulmana: mesquitas, bandeiras com as cores do islão, caligrafia árabe, mulheres com a cabeça coberta por véus… nem parecia que estávamos na Índia.

À medida que avançávamos a paisagem foi tornando-se cada vez mais verde, com a estrada a descrever sinuosas curvas ao longo das montanhas, coroadas de neve e vales revestidos de relva por onde serpenteavam rios e pastavam rebanhos de ovelhas e cabras, conduzidos por pastores nómadas, que transportavam os seus haveres em pequenas caravanas de mulas.

Depois de passar-mos Dras, mais uma vila sem aparente interesse, à medida que fomos subindo a montanha em direcção ao ponto mais alto, Zoji La, situado a 3529 metros de altitude, a temperatura começou a baixar a as condições de visibilidade foram drasticamente diminuído com o nevoeiro que por vezes formava uma densa barreira branca. Ao mesmo tempo as condições da estrada foram piorando, transformando-se num trilho estreito e lamacento, que cortava corajosamente a encosta que se desenvolvia quase a pique.

As dificuldades em circular, agravadas pela intensa chuva, pelas linhas de água que atravessavam a estrada, ou por zonas onde o desmoronamento de terras tornava a estrada ainda mais estreita, tornavam o cruzamento de veículos numa tarefa difícil e arriscada, obrigando a longas paragens foram criando longas filas de camiões e de autocarros. Nos pontos mais críticos da estrada, militares controlavam a circulação e vigiavam as condições de segurança da estrada, que por vezes tem que ser encerrada, em resultado de acidentes ou de desmoronamentos.

Perante todo este cenário que piorava à medida que avançávamos, o motorista do nosso Jeep ia buzinando furiosamente e tentando fazer perigosas e impensáveis ultrapassagens, que tentámos algumas vezes impedir.

Foi um acumular te tensão, que me deixou à beira do desespero, ao ponto de ter saído do carro com a intensão de prosseguir o resto do caminho a pé; a persistente chuva, o frio e a lama, que quase me fez escorregar assim que pus os pés na estrada, obrigaram-me a refrear o impulso.

Todo este pesadelo somente abrandou quando começamos a descer em direcção a Sonamarg, e o sol foi timidamente despontando por entre as nuvens; o resto do percurso foi feito sem sobressaltos, por entre vales verdes e floridos, com a estrada a atravessar inúmeras povoações.

À chegada a Srinagar, por volta das duas da tarde, depois de 18 horas de viagem, fomos deixados pelo nosso motorista numa larga e movimentada avenida, ao som da sinfonia de buzinas, que nos tínhamos desabituado de ouvir, enquanto estivemos no Ladakh. Voltámos à Índia!

Leh-Srinagar
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