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Stepping Out Of Babylon

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Yangon

Shwedagon Pagoda… o ouro e a Lua

Poder observar o nascer da Lua ao mesmo tempo que os últimos raios de Sol incidem sobre a superfície dourada da Shwedagon Pagoda, foi um momento especial que deixou uma marca forte nesta viagem a Myanmar.

Para a maioria dos visitantes, a Shwedagon Pagoda é apenas mais uma pagoda entre as muitas que se podem ver em Myanmar, e nem sequer é a maior; mas segundo a tradição é a mais antiga do país, com mais de 2500 anos, sendo particularmente importante para os Budistas por aqui estar guardada a relíquia de uns quantos cabelos de Buda.

A actual construção resulta de ampliações e melhoramentos feitos ao longos dos séculos pelos vários reis birmaneses, resultando num vasto conjunto que inclui, para além da pagoda principal, templos, santuários, pequenas pagodas e outros edifícios, tudo decorado com intrincados e complexos ornamentos florais, representando diferentes épocas da arte e história birmanesa. Um dos “melhoramentos” mais recentes são as coloridas luzes que piscam freneticamente em estilo psicadélico, decorando alguns dos altares onde se encontram as estátuas de Buda, interferindo com a solenidade de um local que se entende como sagrado.

Mas desta visita à Shwedagon Pagoda o que impressiona é o ouro!!!! O ouro está por todo o lado, seja cobrindo a gigantesca superfície da pagoda, seja em estátuas, altares, decorações, pilares, paredes, ornamentos… rodeando-nos de um irreal mundo dourado.

Mas mais interessante do que a arquitectura e a arte, é perdermo-nos no desfilar de pessoas que aqui chegam às centenas, criando uma atmosfera ao mesmo tempo cerimoniosa e descontraída, numa mistura de peregrinação e lugar de lazer. Crianças brincam em correrias aleatórias soltando risos estridentes, enquanto por perto os pais cumprem os rituais de oração. Grupos de visitantes posam para uma foto com a pagoda como fundo, uma lembrança registada por fotógrafos profissionais que deambulam pelo espaço em busca de clientes. Peregrinos que aqui chegam em excursões vindos de remotas áreas do país, cujos trajes e feições nos permitem adivinhar de onde são, misturados com estrangeiros que seguem distraidamente as explicações dos respectivos guias. Casais transportam oferendas que são depositadas solenemente em templos, enquanto por perto famílias escolhem uma zona abrigada do calor intenso que ainda se sente ao fim da tarde. Um grupo de mulheres entoam orações budistas enquanto jovens monges de mantos grená se alinham para tirarem fotos com os seus smartphones.

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DSC_1984
De acordo com as tradições Budistas em Myanmar, cada pessoa deve rezar junto à estátua de Buda correspondente ao dia da semana em que nasceu

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Offerings hanging nearby the pagoda
Oferendas colocadas junto da pagoda

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Praying at on of the temples of Shwedagon Pagoda
Rezando num dos templos em redor da Shwedagon Pagoda

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Ouro, ouro, ouro… para onde quer que se olhe na Shwedagon Pagoda

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DSC_2052
Shwedagon Pagoda

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Como ir para Shwedagon Pagoda de autocarro:

O Shwedagon Pagoda está localizada 5 km a norte do centro de Yangon.

Para visitar o Shwedagon Pagoda o mais comum é ir de táxi, mas é possível ir de autocarro (city bus), que inicia o percurso na na Sule Pagoda Road ,em frente ao Sule Shangri-La Hotel. É difícil saber o número do autocarro, pois tanto a informação na paragem como o número dos autocarros estão em Birmanês, mas basta perguntar às pessoas que estão na paragem, que eles simpaticamente iram indicar qual o autocarro certo. A paragem fica a cerca de 5 minutos da entrada Este da Shwedagon Pagoda, sendo necessário percorrer uma longa escadaria, ladeada de lojas de souvenires.

O bilhete custa 200 kyats, num autocarro com ar-condicionado e viagem demora cerca de 30 minutos.

Dentro do recinto da pagoda não é possível andar calçado, mas à entrada existem cacifos onde os sapatos podem ficar, mas é preferível aceitar um dos sacos de plásticos disponibilizados (em troca de um donativo) e transportar o calçado connosco.

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Sule Pagoda Road. The bus stand to Shwedagon Pagoda is located on the left side
Sule Pagoda Road. A paragem de autocarros para Shwedagon Pagoda está localizada do lado esquerdo

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Bilhete do Pagode Shwedagon:

Como de costume em Myanmar, há uma preço especial para estrangeiros (cidadãos de Mianmar não pagam nada) de 8.000 kyats.

Existem quatro entradas principais, orientadas de acordo com os pontos cardeais, e mais duas de pequenas entradas, mas em todas existem bilheteira, pelo que se torna impossível entrar sem um bilhete. Mas para quem quiser viver a aventura, é possível encontrar uma entrada da Pagode Shwedagon, seguindo a app maps.me. Contudo, com a compra do bilhete é fornecido um autocolante, com a data, que deve ser mantido visível durante toda a visita… e caso se tenha conseguido entrar sem pagar bilhete é preciso ter cuidado com os guardas que circulam pelo recinto, controlando quem tem o autocolante.

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Shewdagon Pagoda ticket
Bilhete de entrada na Shewdagon Pagoda

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A melhor hora para visitar a Shwedagon Pagoda:

A hora mais popular é por volta do pôr-do-sol, altura em que os últimos raios de luz oferecem um tom especial ao ouro que cobre a pagoda… e se se ficar um pouco mais de tempo, até o céu escurecer e a iluminação elétrica se acender, pode-se apreciar o local de outra forma, assistindo ao acender das velas em redor da pagoda, o que cria uma atmosfera especial.

Mas o pôr-do-sol é também a altura em que a pagoda tem mais visitas entre a população local que assim evita as horas de maior calor, e também quando a maioria dos turistas chegam, a maioria com guias e em grupos.

A melhor opção é chegar por volta das 5 da tarde. dando tempo para deambular pelo espaço, cumprindo as três tradicionais voltas à pagoda, descansar e observar o desfilar das pessoas. Uma visita à Shwedagon Pagoda pode prolongar-se facilmente por 2 horas.

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Shwedagon Pagoda at the moonrise
Shwedagon Pagoda com a Lua-cheia a criar um intenso cenário

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Shwedagon Pagoda. Yangon
Shwedagon Pagoda. Yangon

Yangon revesitada

Somente três anos se passaram desde a minha última visita a Myanmar e muitas foram as mudanças neste país: em 2014, o governo militar que controlava o país desde 1962 foi afastado, e as primeira eleições democráticas deram uma vitória esmagadora à National League for Democracy, abrindo as portas para a eleição do primeiro presidente não-militar nos últimos 54 anos, donde resultaram profundas reformas políticas, económicas e sociais num país que conquistou novamente a liberdade de expressão. Aung San Suu Kyi, o rosto da luta pela liberdade, pelos direitos humanos e pela democracia em Myanmar está um pouco por toda parte, mais visível do que nunca. O pai, Aung San, cuja figura estava impressa nas antigas notas de kyat, continua orgulhosamente a decorar as paredes das casas.

Apesar de todas estas mudanças, Myanmar ainda está longe de ser um país pacificado. Continuam os conflictos entre o exército e os grupos “rebeldes” nas colinas do estado de Shan, e as diferenças religiosas e étnicas são responsáveis pelo massacre da população Rohingya no estado de Rakhine, num país onde o budismo é a religião dominante e onde os monges exercem uma forte influência no governo de Myanmar.

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Yangon... Where bodhi tree grows freely on the buildings, taking advantage of the wall cracks, softening the austerity of colonial British-style buildings
Yangon… onde pequenas árvores bodhi crescem espontaneamente nos edifícios, aproveitando as fissuras das paredes, suavizando a austeridade da arquitectura colonial

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Mas todas estas mudanças não alteram o ritmo da antiga capital de Myanmar, noutros tempos chamada de Rangon… onde os edifícios de grandiosa arquitectura colonial Britânica mantêm o charme decadente, resultante de anos de negligência e falta de conservação…

…onde uma camada de bolor conquista lentamente o azul e o verde pálidos das fachadas dos prédios…

… onde pequenas árvores bodhi crescem espontaneamente nos edifícios, aproveitando as fissuras das paredes, suavizando a austeridade da arquitectura colonial…

… onde os pombos esperam pacientemente alinhados em cabos elétricos, junto a um esquina onde um vendedor de milho aguarda por clientes dispostos a criar bom karma, gastando algum dinheiro a alimentar as aves…

… onde todas as manhãs grupos de monges caminham descalços ao longo da cidade recolhendo donativos, tingindo a paisagem urbana com a característica de cor grená dos mantos…

… onde os mercados mantêm seu burburinho habitual, com o cheiro do peixe seco a mistura-se com o cheiro fermentado dos rebentos de bambu, e onde o som das vozes e dos pregões se sobrepõe às buzinas dos automóveis…

… onde videntes e astrólogos esperam os clientes à sombra de uma árvore, num país onde o budismo não apagou totalmente a superstição e as tradições animistas…

… onde ler o jornal é uma atividade quase obrigatória entre os homens, independentemente de religião ou grupo étnico…

… onde os condutores de rickshaw aguardam calmamente pelos raros clientes, indiferentes ao intenso movimentado da cidade, mastigando paan ou fumando um charuto…

… onde a comida de rua está presente em todos os lugares, seguindo um calendário preciso mas indecifrável, com um vendedor de parathas a desaparecer e a ser substituído por um vendedor paan num piscar de olhos…

… onde uma sinagoga está localizada a poucas centenas de metros de um templo budista, de onde se avista o minarete de uma mesquita do outro lado da rua, enquanto se ouve o som dos sinos vindos de templo hindu próximo…

… onde as casas de chá, herança da antiga presença chinesa no país, servem um chá com leite excessivamente adocicado, onde o som das vozes masculinas se dispersa com o movimento preguiçoso das ventoinhas de tecto…

… onde os sorrisos surgem facilmente em todos os rostos, revelando na maioria das vezes, dentes tingidos de vermelho pela noz de areca e pela folha de betel, sendo o mastigar do paan um vício nacional.

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Yangon... where the smiles pop up easily from any faces revealing, most of the times, the teeth red dyed by the areca nut and the betel leaf, as chewing paan is a national addiction
Yangon… onde os sorrisos surgem facilmente em todos os rostos, revelando na maioria das vezes, dentes tingidos de vermelho pela noz de areca e pela folha de betel, sendo o mastigar do paan um vício nacional

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Yangon... where the teahouses, remind us of the Chinese presence, a heritage of the Chinese presence in the country, serve an excessively sweetened milk tea mixed with the sound of the male chat, under the freshness of the lazy ceiling fans
Yangon… onde as casas de chá, herança da antiga presença chinesa no país, servem um chá com leite excessivamente adocicado, onde o som das vozes masculinas se dispersa com o movimento preguiçoso das ventoinhas de tecto

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Yangon... here every morning monks walk along the city begging for alms, dyed the street with the maroon color
Yangon… onde todas as manhãs grupos de monges caminham descalços ao longo da cidade recolhendo donativos, tingindo a paisagem urbana com a característica de cor grená dos mantos

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Yangon... where the rickshaw drivers wait quietly indifferent to the busy traffic of the city, chewing paan or smoking a cigar.
Yangon… onde os condutores de rickshaw aguardam calmamente pelos raros clientes, indiferentes ao intenso movimentado da cidade, mastigando paan ou fumando um charuto

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Yangon... where the street food is present everywhere, following a precise but indecipherable schedule, with a paratha stall vanish and replaced by a paan hawker in a blink.
Yangon… onde a comida de rua está presente em todos os lugares, seguindo um calendário preciso mas indecifrável, com um vendedor de parathas a desaparecer e a ser substituído por um vendedor paan num piscar de olhos

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Yangon... where the pigeons wait patiently aligned along electric cables, nearby a corner where a corn seller wait for customers that will come to create good karma feeding the birds
Yangon… onde os pombos esperam pacientemente alinhados em cabos elétricos, junto a um esquina onde um vendedor de milho aguarda por clientes dispostos a criar bom karma, gastando algum dinheiro a alimentar as aves

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Yangom... Where fortune tellers and astrologers wait for customers on the shade of a tree, in a country where the Buddhism didn’t erase totally superstition and the animist traditions
Yangom… onde videntes e astrólogos esperam os clientes à sombra de uma árvore, num país onde o budismo não apagou totalmente a superstição e as tradições animistas

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Yangon
Yangon… tea shop improvisada à entrada de uma loja, que após as primeiros horas da manhã desaparece misteriosamente sem deixar rasto

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Yangon definitivamente é uma cidade que seduz e cativa, onde diferentes culturas, etnias e religiões partilham pacificamente o mesmo espaço.

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Yangon... multiethnic and multicultural and multireligious
Yangon… uma cidade multicultural, multiétnica e multireligiosa

… de volta a Yangon

Depois de praticamente quatro semanas em viagem pela Birmânia, eis que é tempo de regressar a Yangon, cidade a partir da qual se fará o regresso à Tailândia.

Foi menos uma visita turística e mais um deambular pelas ruas da cidade, conhecendo-lhe os cambiantes luz, os ritmos, os sons que caracterizam cada fase do dia, com tempo para contemplar e tentar compreender o que torna este tão especial.

preparação de chamuças num dos muitos restaurantes que surgem diariamente nas ruas da cidade
preparação de chamuças num dos muitos restaurantes que surgem diariamente nas ruas da cidade
Yangon
Yangon
Templo hindu, de clara influência Tamil, numa das ruas do cento de Yangon
Templo hindu, de clara influência Tamil, numa das ruas do cento de Yangon
Aproveitando o sossego de uma tarde de sábado, é possível jogar futebol numa das avenidas do centro de Yangon
Aproveitando o sossego de uma tarde de sábado, é possível jogar futebol numa das avenidas do centro de Yangon
junto às docas de onde é possível apanhar o ferry que cruza o Rio Yangon
junto às docas de onde é possível apanhar o ferry que cruza o Rio Yangon
Yangon
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Sule Pagoda que domina o centro da cidade
Sule Pagoda que domina o centro da cidade
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Yangon, onde é bem forte a presença do colonialismo britânico nos muitos edificios de estilo neo-clássico que ocupam o centro da cidade em especial nas ruas mais próximas do porto, e que hoje são ocupados por instituições públicas
Yangon, onde é bem forte a presença do colonialismo britânico nos muitos edificios de estilo neo-clássico que ocupam o centro da cidade em especial nas ruas mais próximas do porto, e que hoje são ocupados por instituições públicas
Yangon
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Molhos de arroz colocados junto a lojas, à entrada das casas e um pouco por todo o lado para servir de alimento aos pardais, que daqui também retiram material para os ninhos
Molhos de arroz colocados junto a lojas, à entrada das casas e um pouco por todo o lado para servir de alimento aos pardais, que daqui também retiram material para os ninhos
Yangon
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Yangon. Mahabandoola Guest House

Estrategicamente colocada na parte antiga da cidade em frente à Sule Pagoda, na esquina entre a movimentada Mahabandoola Road, que lhe dá o nome, e uma esteira rua secundária, a numero 32, esta guest house situada num segundo e terceiro andar de um decrépito edifício é famosa entre o backpackers, mais pelo preço do que pelas condições oferecidas.

As condições são menos do que básica, com a maioria dos quartos a serem formados por toscas divisórias de madeira, alguns sem janelas, com uma duas ou três camas e a habitual singela lâmpada florescente a dar o tom lúgubre ao espaço. Foi num destes quartos, que mais se assemelha a uma caixa assim que se fecha a porta, que fiquei alojada nas três noites passadas em Yangon, e que estranhamente se foi tornando acolhedor e um refúgio ao intenso calor da rua.

A Mahabandoola Guest House com a sua patine e o seu ar de abandono encaixa perfeitamente no espírito decadente que caracteriza o centro da cidade.

Home sweet home... na Mahabandoola Guest House
Home sweet home… na Mahabandoola Guest House
escada exterior de acesso à Mahabandoola Guest House , que partilha o edifício com apartamentos habitados pela população local
escada exterior de acesso à Mahabandoola Guest House , que partilha o edifício com apartamentos habitados pela população local
Mahabandoola Guest House  que ocupa o segundo e o terceiro andares deste decadente e decrépito edificio de estilo colonial
Mahabandoola Guest House que ocupa o segundo e o terceiro andares deste decadente e decrépito edificio de estilo colonial
acesso à Mahabandoola Guest House
acesso à Mahabandoola Guest House
Entrada da Mahabandoola Guest House
Entrada da Mahabandoola Guest House
Mahabandoola Guest House onde o azul esverdeado domina todas as paredes, contribuindo, juntamente com o oleado que cobre o chão, para o tom lúgubre da guest house
Mahabandoola Guest House onde o azul esverdeado domina todas as paredes, contribuindo, juntamente com o oleado que cobre o chão, para o tom lúgubre da guest house
Mahabandoola Guest House
Mahabandoola Guest House

 

Mahabandoola Guest House

Address: no.453/459 (2nd Floor) Mahabandoola Road (Corner of 32nd st)

Pabedan Township Yangon

phone: +95 1 248104

 

Double room: 12 USD

Single room: 6 USD

Dorm: 4 USD

Shared-toilets

Wi-fi

Yangon

Apesar de ser a cidade com mais população do país com os seus mais de dois milhões e meio de habitantes, Yangon, anteriormente designada por Rangon, apresentou-se calma, como que abafada por um manto silenciosamente estranho para uma cidade desta dimensão, onde o tráfego apesar de constante é ordeiro e o som das buzinas  apesar de presente é menos estridentes. Um grande contraste com a agitada e poluída Bago.

Contribui para esta primeira impressão de dormência, o facto de ser proibida a circulação de motos na cidade, desde que o carro onde circulava um militar de alta patente ter sido seriamente atingido por um motociclo, e também pelo nível de vida que aqui se apresenta mais próspero, afastando os decrépitos veículos, barulhentos e libertadores de negros fumos de escape, que caracterizam o parque automóvel do país.

A parte antiga de Yangon, cujo centro é a Sule Pagoda, com as suas ruas estreitas e ordeiramente paralelas, interceptadas por desafogas avenidas desenhadas a régua, com praças de traçado geométrico, onde despontam igrejas cristãs, é sem dúvida a zona mais inspiradora da cidade, que pouco aproveita da proximidade ao rio que lhe dá o nome, mais dedicado a actividades portuárias e comerciais do que a passeios turísticos.

É principalmente nas ruas secundárias, onde prédios modernos de arquitectura inclassificável dominada vidros espelhados, alumínio e fachadas revestidas a mosaico, tentam ganhar espaço entre os edifícios construídos durante a presença inglesa, que são sem dúvida as personagens principais da decadente encenação em que parece que a cidade vive, e que é responsável pelo seu atraente charme.

Tudo está coberto por um manto de decadência, que a custo é evitado por sucessivas camadas de tinta, cujas cores tentam regatar estes edifícios do ataque de fungos que corrompe a tinta, dos pombos que se apoderam de todos os recantos, e de árvores e arbustos que estoicamente insistem em tentar a sua sorte em zonas inacessíveis, e principalmente do devastador poder da monção que corrói a estrutura dos edifícios.

Sobrevivem ainda muitos edifícios herdeiros do colonialismo britânico, uns dominando avenidas, ocupando esquinas e destacando-se pela sua imponência e arquitectura orgulhosa, de inspiração neoclássica, outros, mais modestos alinhados em ruas secundárias, com suas fachadas rasgadas por generosas janelas e enriquecidas por varandas, através das quais se pode bisbilhotar o simples e modesto quotidiano birmanês vivido por traz do aspecto majestoso das fachadas.

Yangon, espelha a diversidade cultural, religiosa e étnica que caracteriza a Birmânia e que torna este país numa feliz e tolerante mistura entre a cultura do subcontinente indiano com o sudoeste asiático, capaz de despertar intensas sensações e fortes emoções, atraente e por vezes demasiado intensa.

Uma mistura rica e tolerante, onde na mesma rua convive um templo jainista com uma mesquita, ambas a poucos passos de um templo hindu, onde numa esquina nos podemos deliciar com uns iddlys que nos transportam para o sul da Índia, e noutra provar a birmanesa mohinga retirada de panelas fumegantes, e num restaurante próximo provar um biriani de inspiração muçulmana.

Homens vestindo o lungi atado com um nó, ao estilo birmanês, muçulmanos ostentando longas barbas de bigode cortado, mulheres de véu cobrindo o cabelo e o pescoço, outras exibindo floridos e justos lungis, monges de cabeça rapada recolhendo oferendas enquanto dos discretos minaretes das mesquitas se ouvem os chamamentos para as orações. Isto é Yangon.

Nos cafés, chamados de “tea houses”, reúnem-se em volta de pequenas mesas forradas a fórmica cujo padrão se foi esquecendo de tanto ser polido por panos sujos e húmidos, homens e umas poucas mulheres, cuja diversidade de rostos espelha as diferentes origens, onde se misturam chineses e indianos com birmaneses de diferentes etnias, unidos por uma identidade birmaneses e que apresentam o denominador comum de fixarem a sua atenção nos únicos estrangeiros que por aqui decidem dar descanso à pernas. São olhares atentos e curiosos, e que quando se cruzam com os nossos, respondem com um frontal e sincero sorriso.

Uma cidade que apesar de degradada soube manter uma majestosa dignidade.

Uma cidade cativante e inspiradora.

Uma cidade para ser resgatada do abandono.

Yangon
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Linha de caminho de ferro que atravessa a cidade
Linha de caminho de ferro que atravessa a cidade
Shwedagon Pagoda, a mais importante da Birmânia, mas cujo acesso a turistas custa 8 USD, tendo por isso a visita ficado pelo exterior que contudo ofereceu um interessante espetáculo com o dourado que reveste a pagoda a mudarem de tonalidade à medida que o sol ia desaparecendo e a lua quase cheia ia surgindo por trás das palmeiras
Shwedagon Pagoda, a mais importante da Birmânia, mas cujo acesso a turistas custa 8 USD, tendo por isso a visita ficado pelo exterior que contudo ofereceu um interessante espetáculo com o dourado que reveste a pagoda a mudarem de tonalidade à medida que o sol ia desaparecendo e a lua quase cheia ia surgindo por trás das palmeiras
Yangon
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Mercado de Yangon
Mercado de Yangon
Mercado de Yangon
Mercado de Yangon
Mercado de Yangon
Mercado de Yangon
Yangon de manhã cedo com as ruas quase desertas
Yangon de manhã cedo com as ruas quase desertas
Yangon
Tanto na cidade como um pouco por todo país, encontram vasilhas de barro para conservar água que é colocada gratuitamente em frente a lojas, em templos, em mercados, etc… sendo disponibilizada gratuitamente, pois a água que sai das torneiras não é potável, sendo usada pela população local somente para lavagens
Nas ruas secundárias, ao longo do dia, mas em especial durante a manhã, começa a actividade de confeccionar comida, e que oferece uma ideia da diversidade gastronómica deste país
Nas ruas secundárias, ao longo do dia, mas em especial durante a manhã, começa a actividade de confeccionar comida, e que oferece uma ideia da diversidade gastronómica deste país
Yangon
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Casas de Chá, denominadas de Tea Houses, que para além do chá e café, servem também refeições ligeiras, em especial ao pequeno almoço e ao fim do dia
Casas de Chá, denominadas de Tea Houses, que para além do chá e café, servem também refeições ligeiras, em especial ao pequeno almoço e ao fim do dia
Tea House
Tea House
Yangon
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