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Transportes

Viajar de autocarro no Sri Lanka… um desafio!

Nenhum relato sobre o Sri Lanka pode ficar completo sem se mencionar os autocarros… esse meio de transporte praticamente incontornável numa viagem pela ilha, em que apesar de existir uma razoável linha de caminho de ferro, esta está longe de cobrir todo o território.

Assim os autocarros têm o papel fundamental de ligar cidades, vilas e aldeias… e não é exagero dizer que praticamente todo o território está coberto por uma rede de autocarros, cujo serviço pode ser lento, mas é garantido! Existe sempre um serviço de autocarros ligando as principais cidades, e caso os horários não sejam convenientes, há sempre a possibilidade de seguir até uma paragem intermédia, e aí apanhar outro autocarro. Por vezes uma viagem de 150 quilómetros pode implicar dois ou três transbordos.

Uma vantagem de viajar de autocarro no Sri Lanka é que os terminal de autocarros, localmente designado de “bus station” é localizado no centro da cidade, geralmente a uma distância possível de ser coberta a pé da estação de comboios. Como inconveniente é o facto de nas grande cidades, como Colombo, atravessar a cidade para chegar ao terminal de autocarros pode implicar uma hora, mesmo fora das horas de ponta!

Trincomalee Bus station. Sri Lanka
Trincomalee Bus station. Sri Lanka
Monaragama Bus station. Sri Lanka
Monaragama Bus station. Sri Lanka
Ktaragama Bus station. Sri Lanka
Kataragama Bus station. Sri Lanka
Pottuvil Bus station. Sri Lanka
Pottuvil Bus station. Sri Lanka

Os terminais de autocarros podem ser gigantescos, como em Colombo, ou modestos como em Pottuvil, onde os autocarros se alinham ao longo da estrada. Também variam em termos de organização e sinalização, mas em geral todos dispõem de indicações do local de paragem de cada autocarro em função do destino a que se dirigem. Quanto a horários a informação é inexistente, sendo necessário recorrer ao posto de informações, ou mais facilmente aos motoristas que esperam junto aos autocarros.

Bus Stand. Sri Lanka
Bus Stand. Sri Lanka

Dada a popularidade num país onde a esmagadora maioria da população (cerca de 8%) não tem automóvel os autocarros são a opção, não só para percursos urbanos, mas também para cobrir longas distâncias, como por exemplo os cerca de 400 quilómetros que separam Colombo de Jaffna, com a epopeica duração de mais de 12 horas.

Sim… as viagens de autocarro são lentas... muito lentas, feitas a uma velocidade média de 35 km/h. Não significa que os autocarros circulem necessariamente a esta velocidade, mas devido ao trânsito que por vezes é intenso mesmo ao longo das estradas nacionais, e essencialmente devido às múltiplas paragens para recolher e deixar passageiros e intervalos para descanso ou refeições. Os autocarros privados, que são a maioria dos que circulam nas estradas nacionais, são ainda piores em termos dos números de paragens pois recolhem passageiros em qualquer ponto, não se limitando somente às paragens oficiais.

As viagens em autocarros nocturnos demoram menos tempo mas são pouco os itinerários em que este serviço está disponível.

É um sistema de exploração onde não existem autocarros expresso, ou sejam que não efectuam paragens intermédias. Contudo os autocarros com ar-condicionado, que somente existem nas zonas mais populosas, fazem muito menos paragens, e algum chegam mesmo a usar as novas “expressways” uma espécie de autoestrada, que encurto o tempo de viagem e aumenta o conforto.

Ar-condition Bus from Colombo to Kandy. Sri Lanka
Ar-condition Bus from Colombo to Kandy. Sri Lanka

Apesar da lentidão, ninguém parece preocupar-se, aceitando o facto como garantido, o mesmo se aplica à sobrelotação, sendo normal os autocarros circularem “mais do que cheios”, ou seja com passageiros pendurados junto às portas. Situação que se agrava em fins-de-semana e feriados, ocasiões aproveitadas para visitar familiares e para peregrinações a locais religiosos.

Contudo dada a eficiente cobertura da rede de autocarros, quer públicos quer privados, e a elevada frequência, donde resulta reduzidos tempos de espera entre transbordos, os autocarros tornam-se numa forma atraente de viajar pelo Sri Lanka.

Em comparação com o comboio, igualmente lento, os autocarros a maioria das vezes não são capazes de oferecer tão interessantes paisagens, em especial nas zonas de montanha, onde o comboio circula por “trilhos” longe das povoações. As estradas nacionais, em especial as que ligam as principais cidades, ou que se desenvolvem em zonas mais densamente povoadas, como Colombo-Kandy e Colombo-Galle, estão longe de oferecerem uma paisagem agradável, com construções ao longo de quase todo o percursos, seja casas, prédios, lojas, armazéns, oficinas, vendedores ambulantes, etc.. que cria uma paisagem desinteressante e visualmente poluída. Para além desta poluição há a juntar os gases de escape dos restantes veículos, maioritariamente autocarros e camiões, aos quais se juntam motas e tuk-tuks. Impossível ficar indiferente ao infernal, constante e perturbador buzinar, que nenhum veículo evita, inclusive o próprio motorista do autocarro, que guia mantendo sempre uma mão na buzina, que está longe de produzir um som discreto, sendo alta e estridente, tornado as viagens de autocarros mais cansativas.

Contudo ficaram paisagens bonitas e viagens memoráveis!

Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka
Bus trips. Sri Lanka

Nenhum autocarro no Sri Lanka tem sistema de cobrança automático, pelo que para além do motorista existe sempre um ajudante, geralmente um rapaz novo, que para além de cobrar os bilhetes apregoa o destino do autocarro, cada vez que este passa por uma paragem ou por um aglomerado de pessoas à beira da estrada.

Bus Driver. Sri Lanka
Bus Driver. Sri Lanka

Os bilhetes podem ter os mais variados aspectos e formatos, alguns com a informação escrita em inglês, outros só em cingalês. O preço é muitas vezes escrito à mão no bilhete em função da distância percorrida… onde os valores são um mistério pois não se encontram afixados. Esta situação leva a que por vezes alguns ajudantes de motorista tentem cobrar mais dinheiro, contudo é uma situação pouco frequente notando-se um elevado grau de honestidade, que não se limite somente às viagens de autocarros mas à população em geral. Os autocarros da companhia estatal SLTB (Sri Lanka Transport Board) têm muitas vezes bilhetes impressos onde consta a origem e destino, assim como a distância e o custo associado à viagem.

Bus Price. Sri Lanka
Bus Price. Sri Lanka
Bus Ticket. Sri Lanka
Bus Ticket. Sri Lanka

Mas seja qual for o valor, o custo é sempre reduzido, contribuindo também para a popularidade dos autocarros, que sendo mais caros que o comboio, têm a vantagem de maior flexibilidade em termos de horários e imbatíveis em termos de frequência.

Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka

E não se pode falar de autocarros sem referir a Lanka Ashok Leyland, nome impresso na frente de qualquer veículo, correspondente à empresa que no Sri Lanka fabrica ou procede à montagem de praticamente todos os autocarros, camiões, tratores e tuk–tuks. Sendo todos da mesma fábrica, todos obedecem ao mesmo modelo, somente com pequenas variações de acabamentos, com o conforto a variar em função da antiguidade do veículo. Sabiamente os veículos mais antigos limitam-se aos percursos curtos e zonas urbanas. Para viagens longas, intercidades os autocarros encontram-se em bom estado, sem contudo apresentarem um maior elevado nível de conforto. Seja qual for o tipo percurso, os veículos são sempre de 5 lugares por fila, dois de um lado e três do outro, sobrando um exíguo corredor, onde é difícil os passageiros cruzarem-se em especial se transportam mercadorias. Os assentos são pouco macios e com o encosto demasiado vertical, e sem apoio para a cabeça, o que se torna incómodo em viagens longas.

Talvez como forma de personalizar esta massiva uniformidade, o interior do autocarros é geralmente decorado de acordo com o gosto e orientação religiosa do motorista, com autocolantes, pósteres, grinaldas de flores de plástico, bonecos de peluche, imagens de Buda, flores, a iconografia hindu ou o rosto de Cristo.

Inside bus. Sri Lanka
Inside bus. Sri Lanka
Sri Lanka_bus inside_Lanka Ashok Leyland_DSC_7698
Bus decorated with plastic flowers and “neem” leaves. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka

O tecto assim como os assentos também são personalizados em cada veículos, forrado com materiais plásticos, por vezes de motivos floridos, outros mais discretos. Seja qual for a opção o interior do veículo está geralmente limpo e em razoável estado de conservação.

Todos, mas TODOS os autocarros têm musica, geralmente num volume excessivo, debitado por um ou vários altifalantes, sempre com música local. Alguns podem até ter um televisor que passa sempre um estilo de musica semelhante.

Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka

Estes veículos que se assemelham a volumosos paralelepípedos pintados de vermelho escuro ou de branco e azul só um marco incontornável na paisagem do Sri Lanka, seja nas cidades seja ao longo das estradas nacionais, onde por vezes circulam a velocidade excessiva tendo em conta o numero de peões e de outros veículos que ocupa ou crua as estradas. Contudo são uma forma eficiente e prática de viajar pelo Sri Lanka.

Governamental bus vs Private Bus. Sri Lanka
Governamental bus vs Private Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka

… para quem viaja de autocarro no Sri Lanka:

  • Nunca usar a bagageira, está sempre cheia de pó ou de lama, caso chova; mesmo que o motorista insista em colocar a mochila na bagageira, nunca deixar que isso aconteça, insistindo em coloca-la no interior, seja junto ao condutor seja junto à porta da frente, num espaço que não tem assentos.
  • Pode-se dizer que é desnecessário perguntar pela duração da viagem, pois a resposta obriga a longa considerações por parte do motorista e resulta quase sempre “3 horas”… que por vezes se revelam em 4 ou mais. O melhor á fazer um cálculo em função da distância (que geralmente os motoristas também não sabem) e considerar uma velocidade média de 35 km/h.
  • Para poder apreciar a paisagem a melhor opção é ficar sentado no banco da frente, do lado esquerdo (oposto ao condutor) e junto à janela. Caso se fique do lado do corredor, tem-se o desconforto de levar alguns encontrões com a passagem e das pessoas e bagagem. Ficar sentado à frente, no autocarro, tem outro inconveniente que é o som persistente da buzina, que se fazer sentir mais intensamente; em compensação tem-se mais ar fresco que entra pela porta, que geralmente está sempre aberta.
  • A entrada nos autocarros faz-se pela porta de trás, sendo a da frente reservada para a saída dos passageiros. Mas esta regra está longe de ser rígida, sendo por vezes mais fácil entrar pela porta da frente, para pedir informações directamente ao motorista sobre o local de paragem e destino do autocarro.
  • Os veículos pintados de vermelho-escuro pertencem à companhia pública, a SLTB. Os veículos das companhias privadas são geralmente brancos com algumas faixas em azul.
  • Não existem “sleeping buses” no Sri Lanka.
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Lanka Ashok Leyland Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka
Bus. Sri Lanka

on the road… de Gokarna para Arambol

Parece simples…. cerca de 200 quilómetros separam estas duas povoações banhadas pelas cálidas águas do Mar Arábico: Gokarna no extremo norte do estado de Karnataka e Arambol, no topo norte do estado de Goa… mas obrigam a mais de 8 horas de viagem e a múltiplos transbordos.

O comboio é uma opção, se bem que pouco atractiva pois ambas as povoações se encontram afastadas de estações de caminho de ferro. De Gokarna a estação mais próxima é Ankola, mas é Karwar, um pouco mais a norte que oferece mais ligações ferroviárias quer para norte como para sul, para as principais cidade de Karnataka como para o estado vizinho de Kerala.

Para chegar a Arambol, as estações de comboios mais próximas são Prenem e Thivim, mas sendo servidas por poucos comboios podem implicar um tempo de espera considerável ou horários menos convenientes.

Perante este cenário o autocarro afigurou-se como a melhor opção. Existem serviços turísticos directos entre os dois locais, mas para quem está em Gokarna é mais difícil encontrar este serviço. Já para quem está em Arambol, é fácil encontrar agências de viagem que vendem bilhetes para estes autocarros.

Assim a solução são os autocarros públicos que para além do atractivo preço oferecem também um serviço com bastante regularidade e razoavelmente pontual, em especial dentro do estado de Goa.

Do terminal de autocarros de Gokarna parte diariamente um autocarro para Margao, segunda cidade de Goa e a que constitui o cerne dos transportes rodoviários e ferroviários no interior do estado.

De Margao à que apanhar um autocarro para a cidade de Panjim, capital do estado de Goa; pode-se usar um dos muitos autocarros locais mas a melhor opção é o suttle que faz a ligação directa, sem paragens.

De Panjim segue-se outro suttle para Mapusa, principal cidade do norte de Goa.

Em Mapusa junto ao mercado local, encontra-se o bus que segue para norte, passando por Arambol. O autocarro não chega propriamente a Arambol, ficando a paragem na estrada principal, sendo necessário seguir a pé pouco mais do que um quilómetro ou em alternativa recorrer a um moto-taxi ou a um taxi.

Parece complexo, mas as ligações são eficientes e a espera não é mais do que 10 a 15 minutos. Os autocarros nem sempre são muito modernos, mas o esforço é compensado pelos sorrisos afáveis dos passageiros, pela animada música de Bollywood, pela decoração de ícones hindus, flores e néon e pela paisagem de verde tropical que a espaços é interceptada por largos e calmos rios.

Resumindo:

Gokarna – Margao (partida 8.15 am; chegada por volta das 12.00 pm) – 118 rupias

Margao – Panjim (suttle) – 40 rupias

Panjim – Mapusa (suttle) – 15 rupias

Mapusa – Atambol (local bus) – o peço varia ente 20 e 30 rupias dependendo da honestidade do cobrador.

horários dos autocarros que partem do Bus Terminal de Gokarna
horários dos autocarros que partem do Bus Terminal de Gokarna
Suttle service Margao-Panjim
Suttle service Margao-Panjim
Suttle bus de Panjim to Mapusa
Suttle bus de Panjim to Mapusa
Um dos vários buses usados no percurso entre Gokarna e Arambol
Um dos vários buses usados no percurso entre Gokarna e Arambol
bilhetes de alguns dos autocarros
bilhetes de alguns dos autocarros
horário da bilheteira da estação de comboios de Margao, a unica onde se pode adquirir bilhetes quando os bihetes já sem encontram esgotados, como a 'turistic quota', 'emergency tickets' e 'tadka system', sem ter que recorrer a intermediários
horário da bilheteira da estação de comboios de Margao, a unica onde se pode adquirir bilhetes quando os bihetes já sem encontram esgotados, como a ‘turistic quota’, ’emergency tickets’ e ‘tadka system’, sem ter que recorrer a intermediários
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On the road again… do Rajastão para Gujarat

On the road again… novamente em modo de viajante, de cidade em cidade, de bus para bus, passando por longas esperas em poeirentos terminais de autocarros, saboreando lentamente chai atrás de chai que adoçam a boca e reconfortam o estômago. Sem tempo para repousar numa cama, sem hipótese de tomar um duche… as noites são aproveitadas para viagens de autocarro onde há sempre tempo para ir saboreando a fruta e os snacks que servem de refeição durante as lonas horas passadas nos autocarros.

Depois de uma noite passada no deserto de Thar, com um pequeno-almoço à base de chá e pharatas de mel, mais um percurso de camelo de volta a Khuhri, uma hora de viagem, de pé na parte de trás de uma carrinha de caixa-aberta, de um delicioso thali em Jaisalmer é hora de seguir viagem em mais um autocarro-cama em direção ao estado vizinho situado a sul do Rajastão: Gujarat.

Após 17 horas de viagem acorda-se numa outra Índia. Ou melhor, outra face da mesma incrível Índia, rica em diversidade…. outros rostos, outra forma de vestir, outra comida, outra língua, outras cores outros cheiros… até num simples chai, que por definição é um chá com leite e açúcar, apresenta-se no Gujarat escuro, intenso de sabor, rico em especiarias deixando na boca o pungente do gengibre.

... rectas a
… rectas a “perder de vista”
on the bus....
on the bus….
autocarros cama, com compartimentos individuais e duplos, muito comuns em percursos longos, circulando geralmente durante a noite; os chamados night-buses
autocarros cama, com compartimentos individuais e duplos, muito comuns em percursos longos, circulando geralmente durante a noite; os chamados night-buses
Chai tomado no autocarro numa das muita paragens para descanso, refeições e tomada de passageiros
Chai tomado no autocarro numa das muita paragens para descanso, refeições e tomada de passageiros
fim do dia ainda na planicies do Rajastão
fim do dia ainda na planices do Rajastão; mais uma noite passada num autocarro, com o sono embalada pelo solavancos da estrada e pelo som do i-pod

Pela estrada fora… de Hpa-an até Bago

Começou por ser uma curta viagem de quatro horas, pelo que a opção mais económica de viajar numa carrinha de caixa-aberta não se apresentou desfavorável: para além de ser o meio de transporte colectivo mais popular na Birmânia, é também o que oferece a melhor ventilação, sendo mais atractivo do que os decrépitos autocarros, muitos deles de origem japonesa, que após terminarem a sua vida útil em terras nipónicas, conhecem uma nova e prolongada vida nas estradas birmanesas.

O destino era a povoação junto ao Monte Kyaytyo, para visitar um dos mais importantes locais de peregrinação budista do país. Por força de um conjunto de circunstâncias, como o elevado preço do decrépito e sujo quarto disponível, o bilhete de entrada exigido aos estrangeiros mais o custo do transporte para subir até ao templo, fizessem com que a estadia em Kinpun se resumisse a pouco mais de uma hora para descanso e espera pelo próximo transporte com destino a Bago.

Posto isto seguisse mais uma etapa na viagem, desta vez com destino a Bago, cidade situada a cerca de duas horas. Um percurso que se previa fácil revelou-se verdadeiramente penoso, feito também numa carrinha de caixa-aberta, mas desta vez sobrelotada e com a agravante de grande parte do espaço ter sido ocupado com dois bidões de gasolina, dos quais emanava o típico cheiro que se confundia com os gases libertados pelo escape, tanto da carrinha como dos restantes tráfego, na maioria veículos pesados, que com a aproximação a Yangon se iam tornando mais frequentes.

O imprevisto prolongamento da viagem que se estendeu por mais tempo do que o previsto, feita em condições rudimentares de conforto, com bancos corridos de madeira, dispostos longitudinalmente, tendo por encosto as barras metálicas que constituem a estrutura que reveste a carrinha, e o facto de não haver limite para o numero de passageiros, fazendo com que muitos tenham que se sentar em mini-bancos de plástico disputando o espaço com a mercadoria e os restantes passageiros, tornou as duas horas finais do percurso até Bago penosamente lentas e desconfortáveis, quase fazendo esquecer o inicio da viagem, saboreando o ar fresco da manhã e deslizando o olhar pela paisagem agrícola.

De uma forma geral as estrada na Birmânia não apresentam boas condições, sem qualquer sinalização, com a faixa de rodagem demasiado estreita para o cruzamento de dois veículos pesados ou para efectuar ultrapassagens, sem bermas, atravessando povoações cujas casas e lojas se dispõem ao longo da estrada e com muitos troços em que o pavimentos se apresenta muito deteriorado; contudo boa parte do troço entre Hpa-an e Bago foi alvo de recente beneficiação o que permitiu ao motorista dar largas ao seu entusiasmo pela velocidade, provocando mais desconforto com os solavancos provocados pelas constantes travagens e bruscas acelerações para ultrapassar dos veículos mais lentos.

inicio da viagem em Hpa-an, pelas 7h da manhã, ainda longe do calor que se foi impondo durante o dia.
inicio da viagem em Hpa-an, pelas 7h da manhã, ainda longe do calor que se foi impondo durante o dia.
Hpa-An
Hpa-An
Hpa-An
Hpa-An
Hpa-An... enquanto se aguardava que a carrinha ficasse cheia para inicial a viagem até Kinpun
Hpa-An… enquanto se aguardava que a carrinha ficasse cheia para inicial a viagem até Kinpun
Kinpun que funciona como base para acolhimentos de peregrinos e visitantes antes de iniciarem a subida, em camião ou a pé, até ao mosteiro junto ao qual se situa a Golden Rock, local sagrado para os budistas birmaneses.
Kinpun que funciona como base para acolhimentos de peregrinos e visitantes antes de iniciarem a subida, em camião ou a pé, até ao mosteiro junto ao qual se situa a Golden Rock, local sagrado para os budistas birmaneses.
Nestas carrinhas de caixa aberta, ou pick-ups, as mulheres e crianças a viajarem na parte de baixo, ocupando os bancos de madeira e os homens e a mercadoria a ocupam a cobertura. Os dois lugares junto ao motoristas são reservados para quem está disposto a pagar um pouco mais.
Nestas carrinhas de caixa aberta, ou pick-ups, as mulheres e crianças a viajarem na parte de baixo, ocupando os bancos de madeira e os homens e a mercadoria a ocupam a cobertura. Os dois lugares junto ao motoristas são reservados para quem está disposto a pagar um pouco mais.
... pela estrada fora
… pela estrada fora

 

Pela estrada fora… viajar na Tailândia

Três meses na Tailândia… muitas viagens, muitos quilómetros percorridos num país que pela sua geografia é pouca convidativo a viagens “circulares”, com perto de 5000 quilómetros percorridos em autocarro e pouco mais do que 2000 quilómetros percorridos de comboio, o que dá uma ideia bem precisa da bem mais estruturada e abundante oferta proporcionada pelo transporte rodoviário. A todos estes quilómetros acresce as horas passadas em barcos nas viagens para as ilhas e mais um inúmero conjunto de pequenos percursos efectuados em táxis-colectivos e mini-vans que permitem fazer ligações entre terminais de autocarros, cais, estações de comboios e as principais cidades.

Pode-se dizer que viajar pela Tailândia é bastante fácil, mesmo para quem não queira optar pelos autocarros turísticos, pois todas as principais povoações dispõem de um terminal de autocarros onde facilmente se consegue fazer a ligação para outros destinos.

Todos as viagens feitas neste país, foram efectuadas maioritariamente em transportes públicos, preferencialmente de comboio, mas nem sempre possível devidos à pouca oferta e aos rígidos horários que não são compatíveis com os vários transbordos necessários; como foi por exemplo, para percorrer os mais de 1400 quilómetros que me propus fazer quando saí de Chiang Mai, principal cidade do norte do país e que foi o meu poiso quase permanente durante esta estadia na Tailândia, com destino às praias das ilhas do Mar de Adamão e do Golfo da Tailândia.

As viagens de barco foram também uma boa dose de aventura nas deslocações que fiz às ilhas, obrigando a pelo menos um percurso marítimo, que pode ser de ferry, no caso de ilhas mais turísticas e com maior população; nas ilhas mais isoladas o meio de transporte é geralmente numa embarcação mais modesta, em barcos de madeira, mas que nem sempre podem chegar a terra, pois nem sempre existe um cais de embarque, obrigando a um transbordo para um simples barco de pesca movido a motor que permite transportar os passageiros até ao areal.

De inicio as minhas viagens de comboio começaram por ser em carruagem cama, primeiro em segunda-classe com ar-condicionado, o que se mostrou muito agressivo devido à baixas temperaturas, mais tarde em carruagens somente equipadas com ventoinhas que da mesma forma proporcionam um sono confortável; mas a opção que dominou foi a viagem em terceira classe, atrativa pelo seu baixo custo, sem camas, lençóis ou cortinas, mas onde os desconfortáveis bancos corridos de três lugares, proporcionam razoáveis noites e onde durante o dia se pode apreciar a paisagem pelas janelas abertas que vai arrefecendo o ambiente durante a tarde, quando as ventoinhas se mostram insuficientes.

Percorrendo as diversas carruagens, e atravessando a antiquada carruagem restaurante, é possível chegar ao fim do comboio e pela porta, que tal como as outras, se encontra quase sempre aberta, apreciar o desfilar da paisagem e o ritmo hipnótico das travessas de betão e o aparente ondular dos carris ao ritmo do balanço constante do comboio.

Estas viagens de comboio e autocarro proporcionam um maior contacto com a população tailandesa, que não sendo muito comunicativa, aparentemente pela barreira linguística, sempre dá a conhecer um pouco da sua forma de estar, mostrando respeito pelos outros, não provocando grande agitação à chegada, mantendo-se calma e ordeiramente no seu lugar e que ao abandonar o comboio ou um autocarros ao fim de umas quinze horas de viagem, recolhe quase sempre o lixo que produziu, o que para mim foi um grande contraste com as viagens que fiz pela Índia.

Os autocarros, tanto os da empresa pública como os das companhias privadas, oferecem nas viagens de longo curso um serviço semelhante ao de um avião, tanto para as classes mais baixas como para os lugares VIP: todos equipados com casa de banho, televisão, e respectiva hospedeira, que de inicio distribui garrafas de água e algum snack, como bolachas ou batatas-fritas, e pela manhã um café, uma em embalagem de sumo ou de leite de soja, e antes da chegada um toalhete para higienizar as mãos… um luxo!

As viagens de longo curso, quase sempre feitas durante a noite, com chegada ao destino pela manhã, implicam a paragem em algum terminal de autocarros, que está preparado para receber as centenas de passageiros, com casas-de-banho, mini-mercados e restaurantes, alguns dos quais servem a refeição que se encontra incluída no preço do bilhete, sendo disponibilizada em alguns locais, para além de pratos vegetarianos, refeições halal, destinadas à população muçulmana que é bastante notória no sul do país.

Estes locais surgem no meio da noite, isolados de povoações, longe de qualquer ponto de referencia, iluminados fortemente pelas frias luzes eléctricas que conferem a estes espaços um ambiente artificial parecendo transportar-nos para uma outra realidade.

Tanto nos comboios como no metropolitano em Bangkok, existem lugares reservados para monges
Tanto nos comboios como no metropolitano em Bangkok, existem lugares reservados para monges
ultima carruagem dos comboios tailandeses com vista previligiada para a linha férrea
ultima carruagem dos comboios tailandeses com vista previligiada para a linha férrea
barcos de ligação entre Krabi e a ilha de Koh Jum
barcos de ligação entre Krabi e a ilha de Koh Jum
Um dos muitos transbordos necessários para quem viaja em transportes públicos, com estes pequenos veículos a fazerem a ligação entre cais de embarque e terminais de autocarro ou estações de comboio
Um dos muitos transbordos necessários para quem viaja em transportes públicos, com estes pequenos veículos a fazerem a ligação entre cais de embarque e terminais de autocarro ou estações de comboio
interior de um autocarro tahilandês onde nos ecrãs passam filmes ou programas musicais
interior de um autocarro tailandês onde nos ecrãs passam filmes ou programas musicais que se fazem ouvir por todo o veículo
um dos muitos restaurantes que surgem nas estações de serviço junto às principais estradas e que a meio da noite servem refeições simples, muitas vezes já pre-confecionadas
um dos muitos restaurantes que surgem nas estações de serviço junto às principais estradas e que a meio da noite servem refeições simples, muitas vezes já pre-confecionadas
restaurante de uma estação de serviço  de apoio aos autocarros que efectuam ligações nocturnas entre as principais cidades
restaurante de uma estação de serviço de apoio aos autocarros que efectuam ligações nocturnas entre as principais cidades
talvez a pior refeição consumida durante os três meses de viagem pela tailândia, num das estações de serviço
talvez a pior refeição consumida durante os três meses de viagem pela tailândia, num das estações de serviço

Viajar na Tailândia

Viajar na Tailândia constitui uma tarefa fácil e confortável. Para além da popular opção pelas viagens de avião, tanto o comboio como os autocarros constituem boas alternativas, mesmo para as grandes deslocações.

A rede ferroviária, não sendo extensa, liga as zonas mais povoadas, e os comboios, com várias categorias, permitem efectuar viagens nocturnas em carruagem-cama, com bastante conforto. Ao fim do dia, um dos funcionários do comboio prepara rápida e eficientemente a cama onde vamos dormir, com lençóis, almofada e colcha, pendurando inclusive os cortinados que oferecem alguma privacidade durante o sono; tudo impecavelmente limpo, engomado e embalado em inúmeros sacos de plástico.

Quanto aos autocarros existem inúmeros operadores que oferecem serviços, com bastante pontualidade e com uma grande frequência, ligando particamente todas as cidades do país entre si, em especial a Bangkok, e aos postos de fronteira com o Laos, Camboja e Birmânia.

Os autocarros de longo curso, em especial os que efectuam longas distância, têm geralmente uma hospedeira que para além de encaminhar os passageiros para o respectivo lugar e de anunciar as várias paragens, providencia assistência durante a viagem, fornecendo snacks como bolachas, batatas fritas, água, leite de soja para o pequeno-almoço, e terminado sempre com a entrega de toalhetes para limpar as mãos antes de terminar a viagem.

Dependendo do operador, pode-se geralmente escolher entre várias classes de autocarros: desde os que oferecem somente assentos inclináveis mas pouco espaçosos, até aos que se transformam em camas e que incluem refeições e outros confortos; tudo depende da duração da viagem e do que se quer gastar.

Paralelamente a este serviço existem muitos outros pequenos operadores também particulares, geralmente em carrinhas doze lugares que efectuam serviços mais personalizados, que têm a vantagem de recolher os passageiros junto dos vários hotéis e guest houses, e de os deixar no centro das cidades, o que poupa o esforço e alguns bahts nas deslocações para os terminais de camionagem que frequentemente se situam longe do centro. O custo é sempre mais elevado, pois incluem sempre a comissão da agência ou do hotel onde é necessário recorrer para obter este tipo de serviço.

De uma forma geral as estradas são boas, com pavimento em bom estado e bem sinalizadas; as principais cidades estão ligadas por estradas que por vezes podem ter três faixas de rodagem, sendo contudo raro haver cruzamentos desnivelados, fora dos acesso às grandes cidades.

Os táxis são bastante populares, limpos e em bom estado, todos dispondo de taxímetro o que evita o processo de negociação do preço. Em Bangkok, existe um serviço semelhante ao táxi, mas de mota, os “motorbike-taxi”. Neste caso o preço tem que ser negociado assim como para os tuk-tuks. Em Chiang Mai substituído os autocarros, circulam os chamados “red cab” que são um meio de transporte colectivo, que efectua um percurso numa determinada zona da cidade, e que vai distribuído e recolhendo pessoas pelo caminho mas que pode também funcionar como táxi, tornando-se neste caso mais caro.

Viajar de táxi ou de autocarros e mesmo em algumas classes dos comboios, obriga ao uso de roupa quente, devido à obsessão dos tailandeses pelo ar-condicionado, que talvez resulte de numa tentativa de agradar ao padrão de conforto ocidental, mas que tornam cada viagem numa aventura polar!!!

Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Estação de Hualamphong em Bangkok
Carruagem "sleeper class" do comboio que liga Bangkok a Chiang Mai
Carruagem “sleeper class” do comboio que liga Bangkok a Chiang Mai onde à noite estes assentos se trasnformam em camas
Carruagem restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai
Carruagem restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai, que com os seus bancos em madeira e pintura gasta contrastam com as carruagens cintilantes da “sleeper class” envolta no seu manto gélido do ar-condicionado
Carruagem-restaurante do comboio entre Bangkok
Carruagem-restaurante do comboio entre Bangkok e Chiang Mai
Estrada nacional que liga a cidade de Chiang Mai a Chiang Rai, a cerca de 150 km mais a norte, mas que demorou perto de três horas com várias paragens para descanso, almoço e paragem para ver templos... este é o resultado de optar por autocarros de turismo!
Estrada nacional que liga a cidade de Chiang Mai a Chiang Rai, a cerca de 150 km mais a norte, mas que demorou perto de três horas com várias paragens para descanso, almoço e paragem para ver templos… este é o resultado de optar por autocarros de turismo!
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Estação de autocarros em Chiang Rai
Red-Cab em Chiang Mai
Red-Cab em Chiang Mai
Decoração de um dos "red-cab" com a tradicionais oferendas de bananas e arroz, e os talismã budistas, muito populares na Tailândia
Decoração de um dos “red-cab” com a tradicionais oferendas de bananas e arroz, e os talismã budistas, muito populares na Tailândia
Estação de comboios de Ayutthaya
Estação de comboios de Ayutthaya
segunda classe, lugares sentados sem ar-condiciondo. Apesar do aspecto moderno e confortável, é bastante antiga, o interior desta carruagem é revestido a madeira, onde se nota as muitas camadas de tinta
segunda classe, lugares sentados sem ar-condiciondo. Apesar do aspecto moderno e confortável, é bastante antiga, o interior desta carruagem é revestido a madeira, onde se nota as muitas camadas de tinta
Carruagem de terceira classe
Carruagem de terceira classe
casa de banho do comboio
casa de banho do comboio
Carruagem de terceira classe dos comboios tailandeses, com os seus assentos duros mas onde é possivel dormir deitado, pois durante a noite o comboio fica com pouca gente. Não tem lugares marcados nem ar-condicionado, mas as ventoinhas do tecto e a possibilidade de viajar de janela aberta compensam o desconforto
Carruagem de terceira classe dos comboios tailandeses, com os seus assentos duros mas onde é possivel dormir deitado, pois durante a noite o comboio fica com pouca gente. Não tem lugares marcados nem ar-condicionado, mas as ventoinhas do tecto e a possibilidade de viajar de janela aberta compensam o desconforto

Viajar de autocarro no Nepal

Bilhete de autocarro... onde pouca informação aparece em caracteres ocidentais, inclusive os numeros
Bilhete de autocarro… onde pouca informação aparece em caracteres ocidentais, inclusive os numeros

Qualquer percurso de autocarro no Nepal é por si uma viagem.

Num país que somente nos anos 50 começou a abrir as suas fronteiras ao estrangeiros, e onde até então Kathmandu permanecia acessível somente a pé, onde não existe via férrea, as únicas formas de viajar pelo Nepal são de avião ou as estrada que gradualmente têm sido construídas e que cobrem praticamente todo o território.

O avião que é a opção preferida pelos turistas, não só pela rapidez associada ao reduzido custo, mas especialmente para evitar as longas e sinuosas estradas que atravessam as montanhas e que invariavelmente se encontram ao mau estado, com lombas, buracos e por vezes com zonas praticamente sem pavimento, onde cada monção arrasta consigo parte do esforço despendido na construção de novas vias e na manutenção das existentes, e que dados os fracos recursos económicos do país são difíceis de recuperar.

Contudo os autocarros são a forma mais barata de viajar, para quem tem tempo para apreciar o colorido e a agitação de uma destas viagens, em autocarros degradados pelos anos e pelo estado das estadas, mas onde se nota um cuidado muito particular na sua manutenção, não só pelas sucessivas camadas da colorida pintura exterior realçadas pelos elaborados desenhos de “Shiva” como na decoração com fitas de aplicações metálicas que tornam cada veículo diferente de todos os outros.

O interior é também por vezes uma verdadeira obra-de-arte, com painéis coloridos a revestirem o tecto e as paredes do veículo, e coloridos panos cobrindo os assentos que por vezes se encontram partidos ou substituídos por bancos que deve ter pertencido a outro veículo. A música é uma constante em todas as viagens, sendo debitada pelo improvisado sistema de som que cada autocarro tem.

Em todos os autocarros, tanto os que circulam em meio urbano como os de longo curso, para além do condutor existe o cobrador de bilhetes, que acumula com a função de arrumar a diversificada bagagem que é transportada tanto no interior como no exterior do veículo; tem um papel importante na angariação de “clientes”, saindo em cada paragem e gritando pela rua o destino do autocarro, e dando pancadas com a mão no exterior do veículo para indicar ao motorista que ainda tem que esperar por mais algum passageiro atrasado que se apressa a correr para o autocarro.

Provocam um frenesim cada vez que chegam a uma paragem, mas são uma grande ajuda para saber qual o autocarro certo para o nosso destino e para nos indicarem ao local onde queremos sair, especialmente num país onde poucas indicações existem em caracteres ocidentais, incluindo a numeração que usa frequentemente os caracteres nepaleses.

Encontrar uma paragem de autocarro também não é tarefa fácil, pois, com excepção de algumas zonas dentro das cidades e ao longo das principais estradas, não existe qualquer indicação quanto ao local de paragem. A solução é perguntar aos solícitos habitantes que prontamente nos indicam o local, onde geralmente se encontram outras pessoas já à espera. Não há horários certos, iniciando-se a viagem geralmente quando o autocarro está cheio ou quase; pára-se se o motorista quer ir comer alguma coisa ou cumprimentar alguém… e pára-se muitas vezes… Esta ausência de paragens proporciona a entrada e saída do autocarro em praticamente todo o lado, o que torna alguns curtos percursos numa longa viagem, tornando imprevisível a hora de chegada ao destino.

Num país onde o transporte individual é raro, o autocarro serve para transportar de tudo; é preciso arranjar espaço, num veículo já cheio para uma mulher que entra carregando o seu cesto de bambu, com produtos para vender nos mercados, entram sacas de arroz, bilhas de gás… no tejadilho vão uns móveis e mais sacas, umas cabras, que de inicio protestam ao serem içadas mas que permanecem sossegadas o resto do caminho…

Para além dos autocarros, os camiões de mercadorias são também uma presença constante nas estradas, provocando longas filas nas íngremes subidas das estradas de montanha, onde estes veículos acusam o peso da idade, mas cuja decoração é orgulho dos motoristas, com desenhos de deuses hindus e de outra simbologia religiosa, fazendo com que cada veículo seja diferente.

Autocarro de passageiros, que efectuam os maiores percursos; no meio urbano ou entre aldeias os veículos são mais pequeno ao ponto de não terem altura suficiente para uma pessoa viajar de pé.
Autocarro de passageiros, que efectuam os maiores percursos; no meio urbano ou entre aldeias os veículos são mais pequeno ao ponto de não terem altura suficiente para uma pessoa viajar de pé.
Autocarro em Pokhara
Autocarro em Pokhara
Tecto de um autocarro em Pokhara
Tecto de um autocarro em Pokhara
Bus entre Lumbini e Pokhara... o melhor autocarro de todas as viagens que fiz pelo Nepal
Bus entre Lumbini e Pokhara… o melhor autocarro de todas as viagens que fiz pelo Nepal
Estação de autocarros em Bhaktapur
Estação de autocarros em Bhaktapur
Transporte de Mercadorias
Camião de transporte de Mercadorias, numa das muitas paragens na estrada que liga Lumbini a Pokhara
Cabra
Cabra

 

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