Guru-ka-Langar… este é sem duvida um dos locais mais fascinante do Golden Temple: a gigantesca cantina e respectiva cozinha. Um mundo de permanente actividade que funciona 24 horas por dias, baseado exclusivamente no trabalho de voluntários e que revela um elevado grau de organização e eficiência pelo qual os Sikhs são conhecidos.
Em números esta cantina serve cerca de 60 mil refeições diariamente (podendo duplicar o número em celebrações especiais) totalmente grátis, a todos os visitantes, sejam peregrinos ou simplesmente turistas, independentemente de religião, casta ou sexo. Este conceito de igualdade, onde a comida é igual para todos, servida no mesmo local e onde a refeição é partilhada entre estranhos, é um dos princípios base da religião Sikh, onde foi abolido o sistema de castas pelo terceiro guru Amar Das, no século XVI.
A refeição é simples variando pouco, sendo baseada num dhal de lentilhas escuras acompanhado de chapatis, sendo por vezes servido um sabji, caril de legumes, ou arroz. Para terminar a refeição é também servido um morno uma espécie de arroz doce, mais liquido, cozinhado em leite e açúcar e aromatizado com cardamomo.
A refeição é servida num amplo espaço, desprovido de mobília, com os peregrinos e visitantes sentados no chão sobre tapetes de juta, com o respectivo prato, colher e taça dispostos no chão em frente a cada um. Vários funcionários, transportando baldes vão servindo a comida nos pratos, sendo que os chapatis devem ser recebidos com as duas mãos em forma de concha em sinal de gratidão e respeito. Um carrinho com um engenhoso sistema despeja água as taças que se encontram no chão.
Finda a refeição, cada um leva prato e utensílios usados e encaminha-se para a zona das lavagens, enquanto na cantina se segue a rápida e eficiente operação de limpeza do chão preparando o espaço para o grupo seguinte.
Em diversas zonas do templo e até mesmo junto à principal entrada está disponibilizada água potável, servida em taças que são zelosamente mantidas limpar por voluntários.
Junto à entrada da cantina é servido, também em taças metálicas o indispensável chai, quente e doce, que se bebe no fim da refeição ou em qualquer outra altura do dia como motivo para uma pausa na intensidade que é a visita ao Golden Temple.
Como todo o trabalho no Golden Temple é baseado no generosidade do trabalho de centenas de voluntários, todos os visitantes, sejam peregrinos ou turistas, são convidados a participar nas diversas tarefas, em especial as que não envolvem conhecimentos específicos, como lavar a loiça, descascar alho e batatas, preparar legumes, distribuir e receber loiça, servir comida, limpar o chão, barrar ghee nos chapatis, transportar alimentos, etc… a opção mais atrativa e popular entre os estrangeiros é o fabrico de chapatis, não no processo semi-industrializado mas numa outra zona onde são produzidos manualmente por dezenas de pessoas.
![Milhares de pratos esperam os visitantes à entrada da cantina, a Guru-ka-Langar](http://i0.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126716.jpg?resize=470%2C313)
![Dado o elevado número de visitantes foi necessário criar uma zona extra de produção de chapatis, que são indispensáveis numa refeição em especial no norte da Índia. O sistema funciona numa espécie de linha de montagem, onde numa extremidade é colocada a massa de pão, e na outra saem os chapatis já prontos, depois de dividida a massa, estendida e cozinhada num forno a gás. No final fica o trabalho manual de barrar estes pães com ghee](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126731.jpg?resize=470%2C313)
![Grupos de pessoas aglomeram-se à porta da cantina esperando o fim do turno anterior, para tomarem a refeição, cada um com o respectivo prato, taça e colher, que no final é levado para a zona das lavagens](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126782.jpg?resize=470%2C313)
![na cantina do Golden Temple centenas de refeição são servidas em cada ‘turno’ que não demora mais do que dez a quinze minutos, terminado o qual se procede à limpeza do espaço para dar lugar a mais pessoas que aguardam ordeiramente à entrada](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126785.jpg?resize=470%2C314)
![trabalhar voluntariamente no Golden Temple para beneficio de todos faz parte das boas práticas dos peregrinos, que se juntam às dezenas e durante horas descascam batatas, olhos e cebolas e preparam legumes para as refeições servidas na cantina](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3136817.jpg?resize=470%2C313)
![terminada a refeição, pratos, taças e colheres são entregues na zona de lavagem, onde trabalham em simultâneo dezenas de pessoas; o manusear apressado de pratos e utensílios metálicos faz um barulho estridente e incessante](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126797.jpg?resize=470%2C313)
![Milhares de chapatis são servidos diariamente na cantina do Golden Temple, que funciona 24 horas por dia, servindo refeições a todos os visitantes, sejam peregrinos ou turistas, independentemente de religião ou credo](http://i0.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3136849.jpg?resize=470%2C323)
![Praparação do chai (chá com leite) na cozinha da Guru-ka-Langar](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126760.jpg?resize=470%2C313)
![Gigantescas panelas em ferro na cozinha da Guru-ka-Langar, onde dhal e baji (basicamente estufado de legumes) são cozinhados](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p31267581.jpg?resize=470%2C313)
![Pausa para chai de um dos voluntários responsáveis pela confecção de comida](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2015/05/p3126790.jpg?resize=470%2C313)