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Stepping Out Of Babylon

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Parques Naturais

Caminhando pelo Taman Negara National Park

O parque natural Taman Negara conserva uma das mais antigas florestas húmida do mundo, e um dos mais importantes existentes na Malásia Peninsular atraindo bastantes visitantes, tanto nacionais como estrangeiros. Por isso encontra-se bem organizado, de fácil orientação e acesso… também por isso, as hipóteses de observação de vida selvagem resumem-se à densa e húmida floresta a não se que se opte pelos trilhos mais longos que podem demorar mais do que um dia.

A melhor altura para visitar o parque é fora da época das chuvas que começa em Outubro e dura até Fevereiro. O pico de turismo é entre Abril e Agosto. Em Dezembro a chuva não é garantida, mas pode surgir de forma repentina, em geral durante a tarde, sendo quase garantida chuva nos dias em que o céu amanhece sem nuvens, o que faz com o ar aqueça bastante formando nuvens que inevitavelmente trazem chuva.

O parque é de muito fácil orientação, pelo menos nos trilhos mais próximos dos head quarters, com setas e indicação das distâncias, pelo que não é necessário recorrer a guias. O recurso a um guia é de cerca de 30 RM para o percurso até Bukit Teresek, que é o mais curto. Grande parte do percurso até Bukit Teresek é feito por um estrado planos e algumas escadas, somente com umas poucas zonas em terreno natural. O acesso ao Canopy Walkway é igualmente feito por estrados.

Nesta altura do ano, com a chuvas a serem frequentes, a opção foi pelos percurso mais próximos do parque, com a caminhada até Bukit Teresek começando pelas 8 da manhã chegando ao viewpoint na altura em que nuvens de humidade se desprendem lentamente das copas das árvores, formando um fino manto branco que esconde o azul do céu. Este espetáculo dura pouco tempo com este vapor de água a esfumar-se à medida que o sol aquece o ar.

No regresso, chega-se ao Canopy Walkway, um conjunto de pontes suspensas entre as copas das árvores que formam um percurso e cerca de 500 metros. Para além de desafiarem o equilíbrio de cada um, permitem ter um diferente ponto de observação das árvores e restante vegetação que constitui esta rica e diversificada floresta. Partes deste percurso situam-se a cerca de 30 metros do solo, e suportam-se em árvores com mais de 250 anos… obrigada árvores!

O percurso até Bukit Teresek e o Canopy Walkway demoram pouco mais do que três horas deixando tempo para um banho nas água transparentes do rio Sungei Tahan

Como em termos de vida animais pouco há a ver neste percurso, mas em compensação a floresta apresenta-se rica e diversificada, e uma caminhada lenta permite apreciar os pequenos detalhes e a forma como a luz que a custo atravessa as altas copas das árvores incide sobre os diferentes tipos de verde.

Mas é injusto dizer que não nos deparamos com vida animal, pois a sanguessugas é uma constante nas zonas mais húmidas dos trilhos, com estes persistentes animais a aninharem-se entre do dedos dos pés… desagradável experiência!

Kuala Tembeling
Kuala Tembeling

 

Kuala Tembeling
Kuala Tembeling

 

Tembeling River. Taman Negara
Tembeling River. Taman Negara

 

Canopy Walkway .Taman Negara
Canopy Walkway .Taman Negara

 

Canopy Walkway .Taman Negara
Canopy Walkway .Taman Negara

 

Canopy Walkway .Taman Negara
Canopy Walkway .Taman Negara

 

Canopy Walkway .Taman Negara
Canopy Walkway .Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara
Taman Negara

 

Taman Negara, during the storm
Taman Negara, during the storm

 

Taman Negara, after the storm
Taman Negara, after the storm

 

Kuala Tahan

A pequena povoação de Kuala Tahan, situada na confluência de dois rios, donde o nome “Kuala” significa “junção de dois rios”: o Sungei Tahan de águas límpidas e o Sungei Tembeling que arrasta uma côr barrenta e que continua até Kuala Tembeling.

Kuala Tahan vive basicamente do turismo associado ao Taman Negara, sendo pouco mais do que uma rua, onde se encontram alguns restaurantes, cafés, posto de Internet, agências de viagens e algumas lojas (que só abrem na época alta). Daqui acede-se à zona onde atracam os long-boats, e onde se encontram os “floating restaurants”, que são restaurantes construídos em jangadas e que servem ao mesmo tempo de habitação.

Pelas ruas de Kuala Tahan, sucedem-se falsos postos de informação turística, que são basicamente agências de viagem que vendem bilhetes de barco e de mini-van de regresso a Kuala Tembeling ou a Kuala Lumpur. E também não faltam quartos, bungalow e guest houses que disponibilizam quartos ou camas em dormitórios.

Em Dezembro, tendo oficialmente começado a época das chuvas a presença de visitantes era discreta, mantendo as ruas da povoação desertas durante quase todo o dia, com excepção da hora de jantar, onde o único restaurante aberto serve refeições (Que Restaurant) e funciona também como ponto de encontro para os habitantes locais se reunirem bebendo chá ou cerveja, enquanto assistem a um jogo de futebol num ecrã de grandes dimensões.

Contudo a altura de maior movimento em Kuala Tahan é de manhã, com a actividade a começar bem cedo pelas 7.00h da manhã, com a população local a concentrar-se junto ao mesmo restaurante, que nesta altura se encontra fechado. Junto à rua principal alinham-se vendedores de comida, que pode ser servida no local ou embrulhada em folha de bananeira para take-away. Deliciosa comida e ambiente agradável que aliviaram as 3 horas de espera pelo autocarro de regresso a Kuala Tembeling.

 

Kuala Tahan pier.
Kuala Tahan pier.

 

Kuala Tahan main street with bus stop at the end
Kuala Tahan main street with bus stop at the end

Custos:

Entrada no Parque: 1 RM

Uso de câmera fotográfica ou iphone: 5 RM

Canopy Walkway: 5 RM, pagos no inicio do troço ou no fim, conforme o sentido em que se faz o percurso.

Barco para atravessar o rio entre Kuala Tahan a entrada do Taman Negara: 1 RM (a viagem demora cerca de 2 minutos)

Taman Negara fees
Taman Negara fees

 

Canopy Walkway ticket. Taman Negara
Canopy Walkway ticket. Taman Negara

Alojamento em Kuala Tahan

Nos arredores de Kuala Tahan encontram-se algum resorts.

Dentro do parque, junto aos head-quarters encontra-se também um sofisticado resort, o Mutiara Taman Negara, que tem várias opções de alojamento para vários preços, e também com o sistema de dormitórios em que uma cama em quarto partilhado, com ar-condicionado fica em cerca de 28 RM. A desvantagem é que fora as caminhadas pelo parque pouco há a fazer neste lado do rio, enquanto em Kuala Tahan, sempre se pode observar o pacato quotidiano da população e encontrar opções mais baratas para refeições.

Pela rua principal de Kuala Tahan encontram-se pequenas placas indicando o nome de hotéis e guest houses, a maioria somente com quarto duplos (com preços a rondar os 60 RM) mas onde existem algumas guest-houses com dormitórios (preços ente os 20 e os 25RM).

A escolha foi para a Rayyan Hostel, situada mesmo à saída do cais, subindo a rampa do lado esquerdo que dá acesso à povoação de Kuala Tahan. Aqui somente existem dormitórios, com casa de banho partilhada, com a opção de ventoinha (20 RM) ou ar-condiconado (25 RM). O local, simples e modesto, a proprietária simpática e prestável, com razoáveis casas-de-banho e chuveiros (com água quente) tornaram agradáveis as duas noites aqui passadas.

 

Rayyan Hostel. Kuala Tahan
Rayyan Hostel. Kuala Tahan

 

Rayyan Hostel. Kuala Tahan
Rayyan Hostel. Kuala Tahan

Onde comer em Kuala Tahan

Para além dos “floating restaurants” que têm mais ambiente mas são um pouco mais caros, o Que Restaurant, situado na esquina entre a rua principal e a rua que dá acesso ao cais, em frente à escola, é uma boa opção, com comida feita na hora, e com pratos vegetarianos.

Como este restaurante se encontra fechado de manhã, a opção para o pequeno almoço são as bancas de venda de comida que se instalam no mesmo local a partir das 7.00h da manhã, servindo caris e nasi lemak que fazem parte dos hábitos alimentares dos Malaios onde o arroz é presença indispensável às refeições; por sinal o mais delicioso nasi lemak saboreado na Malásia, e sem dúvida o mais barato, por 3 RM.

Mesmo ao lado outro restaurante serve rotis desde as 8.00h.

E na mesma área, outro pequeno espaço serve chá e café, quente ou com gelo.

 

Que Restaurant. Kuala Tahan
Que Restaurant. Kuala Tahan

 

Kuala Tahan. Local food stall in mais street during mornings
Kuala Tahan. Local food stall in mais street during mornings

Como ir de Kuala Lumpur para Taman Negara

A opção mais fácil é usar os serviço de uma agência, que garante as ligações entre autocarros e o barco. A opção foi para a Han Travels que tem um balcão em Chinatown, no Complex Selancor na Jalang Sultan, em frente ao hotel Swiss Inn.

O autocarro parte às 8.30 am. Convém comprar o bilhete de véspera, em especial se for época-alta, mas também se pode comprar no próprio dia devendo-se chegar um pouco mais cedo pelas 8.00h.

A viagem em mini-van até Kuala Tembeling (demora 3 horas) mais o percurso de barco até Kuala Tahan (3 horas) custa 95 RM. A viagem em mini-van é feita em grande velocidade e com o motorista a fazer arriscadas ultrapassagens, fazendo com que a chegada a Kuala Tembeling por volta das 11.30h, sendo depois necessário esperar até às 13.00h para o barco iniciar o percurso.

Han Travel office @ Kuala Lumpur
Han Travel office @ Kuala Lumpur

Alternativa sem agências de viagens:

  • A alternativa é ir até do Perkeliling Bus Terminal em Kuala Lumpur, e apanhar um bus para Jerantut: 30 am 10.45 am 12.00 pm 3.30pm 05.30 pm; Ticket 19 RM.
  • De Jerantut não existem buses até Kuala Tembeling pelo que é necessário recorrer a um táxi (16 quilómetros de distância).
  • O barco de Kuala Tembeling para Kuala Tahan custa 45 RM.
Boat schedules. Kuala Tembeling
Boat schedules. Kuala Tembeling

 

Como ir de Taman Negara para Kuala Lumpur

O regresso pode ser feito da mesma forma, com o sem o percurso de barco a ser substituído por mini-van. A Han Travels tem um serviço que parte pelas 10.00 am; o bus deve ser reservado de véspera num dos restaurantes flutuantes que serve de escritórios a esta travel agency.

  • Alternativa sem agências de viagens:

Autocarro local de Kuala Tahan para Jerantut.

O autocarro parte da rua principal de Kuala Tahan, onde se situam os restaurante e lojas, mesmo em frente ao posto de internet.

O horário dos autocarros varia em função dos fins-de-semana e durante a época baixa, pelo que convém verificar os horários com a população local. Garantido todos os dias está o bus das 10.00h e o das 15.00h. Em época alta existem também autocarros às 7.30h, 12.00h e mesmo durante a tarde.

A viagem é agradável e demora 1.5 horas, pelo meio da floresta.

Ticket: 7 RM

Bus from Kuala Tahan to Jerantut
Bus from Kuala Tahan to Jerantut

 

Do terminal em Jerantut partem diariamente autocarros para Kual Lumpur (Pekelinling Bus Station): 8.45h, 10.00h, 13.30h, 14.45h, 16.00h e 19.30h (este ultimo somente aos Domingos).

A viagem demora 3.5 horas, dependendo do trânsito à chegada a Kuala Lumpur

Ticket: 19 RM.

Caso o autocarros estejam esgotados existe um serviço de mini-van que parte às 12.00h, que custa 40 RM, também com destino ao Pekelinling Bus Station. A viagem demora 2 horas.

 

Pekelinling Bus Station situa-se no Norte da cidade de Kuala Lumpur, e mesmo junto ao terminal situa-se a linha de Monorail. Para chegar a Chinatown, a estação de Monorail mais próxima é de Maharajalela Station. Ticket 3.3 RM.

 

Bako National Park

Bako é o Parque Nacional mais antigo da Malásia, criado em 1957 e deve o seu nome ao lamacento rio que desagua nas águas do Mar do Sul da China.

Mesmo antes de chegar ao parque, o percurso feito pelo rio proporciona uma paisagem memorável com a luz suave da manhã a incidir sobre as águas quase imóveis do rio, que forma um espelho que se funde com o céu e onde a linha do horizonte se esbate pela presença de uma fina camada de névoa que se desprende das águas quentes do rio.

Existem vários trilhos possíveis de serem percorridos num dia, e outros que exigem mais tempo a permanência de pelo menos uma noite no parque. Aquando desta visita a parte Oeste do parque estava interdita, mas o terço da área aberta a visitantes dispões de muitas opções, com 10 trilhos possíveis.

A opção foi para o Litang Trail com 5.8 quilómetros e que como foi feito em cerca de 3 horas ainda deu para fazer parte do percurso até Telok Paku, que apesar dos seus singelos 800 metros tem mais obstáculos e demora bastante tempo.

O Litang Trail é o que entra mais na floresta, apresentando diversas paisagens, desde densa e húmida selva, até planaltos rochosos quentes e secos. Como Novembro é já época das chuvas grande parte do trilho estava empapado em água, mas não lamacento pois o solo é predominantemente arenoso. Quase no fim do percurso, chega-se a um ponto alto de onde se avista o mar por entre os ramos das árvores; daqui é uma descida fácil até aos headquarters do parque.

O Telok Paku é o que oferece mais hipóteses de observar vida selvagem em especial o Proboscis monkey, mas dado o numero de visitantes, alguns bastante barulhentos as hipóteses de observação de animais é reduzida.

Bako National Park. Sarawak. Borneo
Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Bako National Park. Sarawak. Borneo
Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Bako National Park. Sarawak. Borneo
Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Bako National Park. Sarawak. Borneo
Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Bako National Park. Sarawak. Borneo
Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Mas o verdadeiramente marcou esta visita foi o percurso pelo Litang Trail, onde durante as cerca de três horas, pude caminhar pela selva, sem encontrar outros visitantes, podendo assim desfrutar de um contacto mais intenso com a natureza, em que a mente, focada na caminhada, nos movimento dos pés e no ritmo da respiração, se esvazia de pensamentos.

Caminhando em total isolamento, os barulhos da selva trazem os os nosso medos e fantasmas que tentamos esconder com o ritmo agitado de vida, fazendo com que a floresta nos mostre o seu lado ameaçador. Mas aceitando o poder da floresta somos conduzidos e acarinhados pela energia emanada destas árvores, fazendo-nos sentir parte desta magia a que chamamos Natureza.

Esta foi das mais interessantes e impressionantes experiências em parque naturais, deixando uma memória intensa destas horas passadas em contacto com a selva.

*Novembro de 2015

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Litang Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo
Telok Paku Trail. Bako National Park. Sarawak. Borneo

 

Alojamento:

O Baku National Park situa-se próximo de Kuching pelo que pode ser visitado numa day-trip. Contudo é possível fica nos alojamentos que se encontram junto aos Park headquarters. Convém reservar.

Onde comer:

Na entrada do parque junto ao headquarters encontra-se uma cafetaria. Contudo para uma day-trip basta levar alguma fruta e água. A água é fundamental e não é exagero 1.5 litros por pessoa.

Equipamento e orientação:

Os trilhos são bastantes fáceis e acessíveis, sendo a parte mais difícil os primeiros 500 metros que são comuns a todos os trilhos e que obrigam a subidas tanto por escadas como por trilhos entre as raízes das árvores e rochas.

Todos os trilhos estão muito bem sinalizados, com a respectiva cor, pintada em rochas e nos trocos de árvores, sendo quase impossível perder o trilho. O Litang Trail tem marcos de 100 em 100 metros com a distância percorrida o que não só facilita a orientação como o doseamento do esforço e do ritmo imposto à caminhada. A parte final do trilho, na chegada aos headquarters é feita em estrado de madeira.

O Telok Paku Trail não tem estes marcos, mas está muito bem definido, com partes do percurso em estrados de madeira e escadas que facilitam a passagem em zonas mais íngremes.

Em termos de equipamento não é necessário nada de especial, nem sequer botas de caminhada. Uns ténis ou umas sandálias servem perfeitamente. Há zonas do percurso em que o trilho tem alguma água e que não é possível evitar.

O calor e a humidade fazem suar copiosamente, pelo que toda a roupa fica ensopada em pouco tempo.

É necessário repelente de mosquitos, pois são uma presença feroz nas zonas mais húmidas do percurso.

Muita água para beber.

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Bako National Park. Map

Como ir de Kuching para o Bako National Park:

O autocarro para o Bako Park passa na Jalan Market junto ao Chinese History Museum, mas neste local não existe nenhuma indicação ou abriga que indique que aqui param autocarros; um pouco mais à frente, na Jalan Tunku Abdul Rahman, em frente ao edifício Riverside Shopping Center existe uma outra paragem.

O bus passa por volta das 7.00 am e a viagem demora cerca de uma hora.

Bus Ticket: 3.5 RM

O percurso do autocarro terminal em Bako Bazar, um pequeno aglomerado de casas onde se encontra a recepção do Bako Park: Bako Terminal; aqui compra-se o bilhete para o parque assim como o bilhete para o barco que transposta os visitantes até à entrada oficial do parque onde se situam os headquartes. O barco é a única forma de chegar ao parque e parte de um pequeno cais junto à recepção do parque.

Park fee: 20 RM

Boat: 20 RM (somente ida, o bilhete de regresso tem que ser adquirido nos headquartes do parque e convém ser adquirido com antecedência pois os barcos que partem durante a tarde ficam rapidamente cheios; o ultimo barco é às 16.00h.

A viagem de barco demora cerca de 10 minutos. Se a maré estiver baixa o barco não chega aos pequeno cais, tendo os passageiros que desembarcar na praia. O mesmo se passa no regresso.

Junto aos headquartes é fornecido mapa e todas as informações sobre os diversos trilhos, incluído grau de dificuldade, duração e extensão do percurso.

No fim é necessário reservar o barco para o regresso, e pagar o bilhete junto aos headquartes.

Os autocarros para Kuching partem do Bako Bazar a todas as horas, sendo o ultimo pelas 18.00 horas.

 

Bus Stop in Kuching to Bako National Park in front of Riverside Shopping Center
Bus Stop in Kuching to Bako National Park in front of Riverside Shopping Center

 

Bako Terminal
Bako Terminal

 

Bako National Park. Boat Ticket
Bako National Park. Boat Ticket

Atenção: o clima é quente e extremamente húmido e nem sempre os trilhos têm sobra em toda a extensão do percurso, o que provoca suor abundante e perda de líquidos, pelo que beber água é extremamente importante.

Os homens da selva

Na língua local “orang-utan” significa os homens da selva e são estes que sobressaem na densa selva do Bornéu, considerada a mais antiga floresta húmida do mundo, com a sua plumagem alaranjada, os seus movimentos lentos e presença descontraída e confiante.

Encontram-se espalhados um pouco por toda a ilha do Bornéu, tanto do lado da Malásia com do lado da Indonésia, onde o seu habitat não foi ainda destruído pela acção do homem, tanto pelo abate de árvores para o comércio de madeiras exóticas como para a plantação massiva de palmeiras para produção de óleo de palma. Mas como são criaturas não são fáceis de encontrar a floresta não se deixa facilmente invadir uma das opções é visitar o Semenggoh Wildlife Rehabilitation Centre, situada a poucos quilómetros de Kuching.

Este centro que está inserido numa reserva natural recolhe orang-utans vítimas ou deixados órfãos pela acção do homem, mantendo os animais em liberdade, somente disponibilizando alimento em dois locais específicos, aos quais os animais rumam em busca de comida fácil em especial na época em que há menos fruta nas árvores espalhadas pelo parque.

A presença destes mamíferos, totalmente descontraídos e habituados à presença humana atrai todas as atenções das poucas dezenas de pessoas reunidas no ponto de observação, ouvindo-se o clicar das muitas máquinas fotográficas e i-phones, tentando captar os movimentos desajeitados do animal mais novo. A presença destes “homens da selva” não é garantida, tão pouco o numero que em cada dia surge junto das zonas onde é disponibilizada comida, visto que se encontram em total liberdade. Neste dia, no meio de Dezembro, surgiram duas destas encantadoras criaturas, uma fêmea e um juvenil, em que este ultimo fez questão de mostrar um pouco das suas habilidades pendurando-se em cordas e comendo bananas de cabeça para baixo.

Orang-utans. Semenggoh Park. Kuching
Orang-utans. Semenggoh Park. Sarawak

 

Orang-utans. Semenggoh Park. Kuching
Orang-utans. Semenggoh Park. Sarawak

 

Orang-utans. Semenggoh Park. Kuching
Orang-utans. Semenggoh Park. Sarawak

 

Orang-utans. Semenggoh Park. Kuching
Orang-utans. Semenggoh Park. Sarawak

Mas a visita não se resume somente aos “homens da selva” podendo-se deambular pelos vários trilhos do parque, não sendo necessário percorrer grandes distâncias para se sentir o contacto com a natureza e o poder da selva. A humidade constante que sente, torna os passos lentos e o corpo pesado, mas proporciona tempo para se poder apreciar os pequenos detalhes do mundo vegetal que adquire um brilho especial e tons mágicos sob a luz filtrada pela copa das altas árvores que escondem o azul do céu.

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

 

Semenggoh Park. Kuching
Semenggoh Park. Sarawak

Como chegar ao Semenggoh Park

O Semenggoh Wildlife Rehabilitation Centre, situa-se a 32 km de Kuching, sendo bastante fácil lá chegar por transportes públicos. Os autocarros partem do pequeno terminal no centro de Koching (Jalan Masjid ou Jalang Mosque) e termina mesmo em frente à entrada do Semenggoh Park. Daqui é necessário percorrer uma estrada pavimentada até à zona onde os orangotangos são alimentados, o que demora uns 15 minutos.

  • O autocarro parte de Kuching às: 07.20h, 09.50h, 13.00h e 15.00h
  • No regresso a Kuching o bus parte de Semenggoh às: 08.20h, 11.05h, 14.05h e 16.05h

A viagem demora cerca de 1 hora.

O bilhete de bus custa 4 RM.

Bus to Semenggoh Park. schedule. Kuching
Bus to Semenggoh Park. schedule. Kuching

 

Para se ter oportunidade de ver os orang-utans convém ir nas horas em que é distribuída comida:

  • Manhã: 9.00 h
  • Tarde: 15.00 h

Contudo o parque está aberto mais tempo e merece uma visita:

  • Manhã: 8.00 até 11.00 h
  • Tarde: 14.00 até 16.00 h

Ticket: 10 RM.

 

Semenggoh Park. schedule. Kuching
Semenggoh Park. schedule. Sarawak

 

Semenggoh Park. Tickets. Kuching
Semenggoh Park. Tickets. Sarawak

Parque Natural de Yading

Dao Cheng é também ponto de partida para quem pretende visitar o Parque Natural de Yading, popular pelas suas paisagens montanhosas cujos cumes cobertos de neve emolduram vales de primaveril vegetação, por onde serpenteia suavemente o Gongga Silver River.

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Ao longo do parque encontram-se diversos trilhos, todos devidamente identificados e onde grande parte do percurso que se inicia junto ao Chonggu Temple, é feito em estrados de madeira ou metal que acompanham o terreno, facilitando subidas e descidas com degraus e suaves rampas. Por estas estruturas é possível chegar à Luorong Pasture e dai empreender uma caminhada até ao Milk Lake situado a 4600 metros de altitude e que constitui um dos principais atractivos do parque.

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Toda a zona visitável do parque está devidamente organizada com informação, mapas, zonas de descanso, casas de banho…. praticamente todos os trilhos podem ser visitados sem grande esforço mas sem grande espaço para aventura, mas onde a constante presença humana não tira beleza à deslumbrante paisagem.

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Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading, numa zona onde a grande altitude fazem gelar as noites e inibem a vegetação de crescer mais do que uns poucos centímetros acima do solo
Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading, numa zona onde a grande altitude fazem gelar as noites e inibem a vegetação de crescer mais do que uns poucos centímetros acima do solo

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Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading
Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading

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Povoação de Allan, a ultima antes de chegar à entrada do Parque Natural
Povoação de Allan, a ultima antes de chegar à entrada do Parque Natural

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Percurso entre a bilheteira e a entrada no parque natural que é obrigatoriamente efectuado em autocarros disponibilizados pela organização
Percurso entre a bilheteira e a entrada no parque natural que é obrigatoriamente efectuado em autocarros disponibilizados pela organização

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading
Percurso de bus entre Doa Cheng e Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Parque Natural de Yading
Parque Natural de Yading

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Como chegar ao Parque Natural de Yanding

  1. Bus de Dao Cheng para Yading (os autocarros partem do terminal de bus de Dao Chen, situado no centro da cidade): 7 AM; 10 AM; 14 PM; 17 PM

Custo: 50 yuan.

Pelo mesmo preço é possível recorrer ao serviço das mini-vans e táxis partilhados, cujos motoristas se reúnem à entrada do terminal de autocarros, cobram o mesmo valor mas não têm horário certo, partindo geralmente quando estão cheias; contudo de manhã é sempre a altura mais favorável para tentar encontrar transporte; caso se opte por fazer a viagem ao fim do dia talvez se perca um pouco a paisagem durante o percurso.

  1. Bilhete de entrada: 150 yuan + 120 yuan para o autocarro que transportam os visitante desde a bilheteira (Visitor Center) até à entrada do Parque, Chonggu Temple, cerca de 37 km; não é possível comprar estes bilhetes em separado; bilhete válido por um dia;
  2. Transporte no interior do parque: 50 yuan, ou 80 yuan caso seja bilhete de ida a volta, para efectuar os cerca de 6.5 km em carro-elétrico que deixa os visitantes em Luorong Pasture; em alternativa é possível percorrer os cerca de 6.5 km usando as estruturas construídos em metal e em madeira que percorrem o fundo do vale junto ao rio; este percurso mais agradável do que usando a estrada, faz-se facilmente em menos de 2 horas;
  3. Transporte de burro desde a Luorong Pasture até ao Milk Lake: 300 yuan; em alternativa este percurso pode ser feito a pé demorando, ida e volta, cerca de 4 horas.
  4. O ultimo autocarro que sai do parque em direção ao Visitor Centeré às 17 PM.
  5. Bus desde o Visitor Center até Dao Cheng: 10 AM; 17 PM; alternativa são as mini-vans e os shared-taxis; Custo 50 a 100 yuan, dependendo do numeor de passageiros.
  6. Alojamento: é possível ficar a alojado em Yading, perto Visitor Center, ou em alternativa na aldeia de Aden no meio da montanha, entre o Parque e Yading.

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Mapa do Parque Natural de Yading
Mapa do Parque Natural de Yading

 

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Xiannairi Snow Peak: 6032 m de altitude

Khao Sok National Park

Praticamente a meio caminho entre as duas costas do Sul da Tailândia, o Parque Nacional de Khao Sok foi um ponto de paragem na rota entre a ilha de Koh Pha Nang no arquipélago de Samuri e o próximo destino: Koh Phayam, ilha situada no Mar de Adamão (Adaman Sea).

O parque desenvolve-se maioritariamente á volta de um lago Chew Lan com cerva de 165 quilómetros quadrados, formado artificialmente em 1982 aquando da construção de uma barragem, a Rat Cha Prapa Dam, alagando a zona envolvente, tornado muitas das montanhas em ilhas de encostas escarpadas, expondo a pedra calcária. O principal atractivo do parque são os passeios pelo lago, os percursos por trilhos que percorrem a selva, cascatas e grutas.

Dada não ter encontrado forma de explorar este parque por meios próprios restou-me a alternativa de me juntar a uma das visitas em grupo, escolhendo uma das excursões organizadas das dezenas de possibilidades oferecidas no cardápio apresentado aos visitantes, em tudo semelhante à ementa de um restaurantes que me foi disponibilizado no hotel onde fiquei na primeira noite: The Jungle Huts. A escolha recaiu num tour que permitia passar a noite numa das casas-jangada do lago, e que incluía passeios de barco, de dia e à noite, caminhadas pela selva e visita a uma das grutas.

O dia começou cedo com a recolha dos quinze elementos que compunham o grupo nos vários hotéis e resorts da pequena povoação de Khao Sok situada à entrada do parque, e que não é mais do que um conjunto de infra-estruturas dispostas ao longo de uma estrada, de apoio as visitantes com alojamentos, restaurantes, bancos, postos de inter-net e agências de viagem.

O percurso de barco iniciou-se junto à barragem, com destino ao local onde iriamos passar a noite, em cabanas de bambu situadas num das baías formadas pelo intrincado conjunto de canais que surgem entre as centenas de pequenas ilhas dispersas pelo lago, cobertas de vegetação tropical, que emergem da água, cuja cor azul escura atesta a profundidade do lago.

Depois de uns mergulhos no lago e do almoço no restaurante anexo à cabanas, o ponto alto do dia foi a visita à gruta Nam Talu que implicava atravessar troços inundados, coisa que optei por não fazer, pois esta dose de aventura pareceu-me desnecessária para o que eu queria absorver do parque.

Depois de cerca de meia hora de caminhada, pouco mais do que um quilómetro e meio através de floresta tropical, enquanto o grupo procedia à exploração da gruta, pude solitariamente apreciar a vibração dos sons da selva, a luz que timidamente atravessa a densa vegetação formado maioritariamente por bambus, sequoias e palmeiras, enquanto mergulhava nas refrescantes águas de um pequeno rio, sentindo nas pernas as pequenas dentadas dos peixes que investigavam este estranho ser desconhecidos nas suas águas.

Depois do jantar, seguisse o chamado “safari nocturno”, feito de barco com o intuito de percorrer algumas zonas do lago em busca de animais selvagens, que se mostrassem suficientemente audazes para não se intimidarem com o barulho do motor do barco nem com o intenso foco de luz que exaustivamente ia percorrendo as árvores e as margens das íngremes encostas.

Dada a ausência de animais a desilusão e a frustração apoderaram-se do grupo que optou por sociabilizar, reclamando o facto de não ter trazido uma cervejas para ajudar a passar a hora e meia que durou o passeio.

Contudo foi possível apreciar momentos de verdadeira calma, quando o motor do barco estava desligado, permitindo apreciar os sons da selva, onde a noite é preenchida pela sinfonia das cigarras, enquanto suavemente se ouve o marulhar das águas no casco do barco. O céu iluminado pela frágil lua em quarto crescente, contrastava com o denso negro da selva e das montanhas que encerram a paisagem.

A manhã trouxe consigo os melhores momentos da visita ao parque, com a neblina a elevar-se das escuras águas do lago, e a luz do sol debilmente a iluminar as montanhas, que pareciam estar dispostas em várias camadas recortadas no horizonte, onde a pouca luz lhes roubou a volumetria.

Depois do pequeno-almoço, e de mais uns mergulhos e passeios de caiaque no lago foi altura para abandonar as cabanas flutuantes onde a noite foi confortavelmente passada, apesar das condições básicas oferecidas, ao som do coaxar das rãs cujos saltos para a água se ouviam nitidamente atravessando as paredes de bambu.

Seguisse novo “safari” percorrendo as mesmas zonas da noite anterior, mas desta vez com a possibilidade de observar vários grupos de langúres que desciam da palmeira onde tinham passado a noite, assim como de algumas aves. Antes do almoço houve ainda tempo para hora e meia de caminhada pela selva até ao cimo da colina, crescendo entre o grupo a expectativa por encontrar tigres e elefantes, num trilho muito batido pelos visitantes e que não era suficientemente largo para passar sequer uma vaca; o calor e a humidade que se sente colar à pele, e onde a densa vegetação impede qualquer brisa, desmoralizou o grupo fazendo com se apressasse a descida onde nos esperava um almoço.

O guia, apesar da simpatia não foi propriamente um guia mas mais um entertainer, tentando a todo o momento manter o grupo animado, com piadas infantis: confundindo propositadamente com o nome dos animais, apontando para lagartos e chamando-lhes crocodilos, apontando para lianas a dizendo serem cobras, ou aviões sendo águias… o que provocava risadas entusiástica entre o grupo. Contudo pouco informação providenciou em relação à fauna ou à flora do parque, nem tão pouco referindo que não se estava perante uma paisagem verdadeiramente natural mas resultante da intervenção do homem. Uma forma de o homem proteger e preservar a natureza que constantemente ameaça.

Este tipo de excursões são sempre demasiado caras para o que oferecem, esta custou 2500 bahts, que é o meu orçamento para cinco dias, e que resultam muitas vezes em desilusões; por isso as tenho evitado.

Contudo valeu a pena visitar este cenário, que mostra outra vertente da Tailândia e apreciar a poderosa natureza que nos faz sentir pequenos e frágeis, proporcionando-nos ao mesmo tempo momentos mágicos… se estivermos verdadeiramente disponíveis para os vermos e sentirmos.

É uma daquelas experiência que se deve ter a intervalos espaçados no tempo, muito espaçados, para manter viva a recordação para não se voltar a repetir.

//www.khaosok.com/

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Lago Chew Lan
Lago Chew Lan
Lago Chew Lan
Lago Chew Lan
Lago Chew Lan
Lago Chew Lan
Junto às cabanas-jangada onde foi passada a noite no lago Chew Lan
Junto às cabanas-jangada onde foi passada a noite no lago Chew Lan
cabana-flutuante (ou casa-jangada)
cabana-flutuante (ou casa-jangada)
bambus que dominam o percurso feito pela floresta tropical até à gruta Nam Talu
bambus que dominam o percurso feito pela floresta tropical até à gruta Nam Talu
trilho pela floresta tropical
trilho pela floresta tropical
Um dos pequenos rios atravessados a vau que cruzam o trilho feito pela floresta, e onde aguardei enquanto o resto do grupo visitava a gruta Nam Talu
Um dos pequenos rios atravessados a vau que cruzam o trilho feito pela floresta, e onde aguardei enquanto o resto do grupo visitava a gruta Nam Talu
perto da gruta Nam Talu
perto da gruta Nam Talu
lago Chew Lan ao fim de tarde visto da cabana onde passei depois a noite
lago Chew Lan ao fim de tarde visto da cabana onde passei depois a noite
Khao Sok
Khao Sok
Casas-jangada onde foi passada a noite no lago Chew Lan, assim como as refeições incluídas no tour: dois almoços, um jantar e um pequeno-almoço
Casas-jangada onde foi passada a noite no lago Chew Lan, assim como as refeições incluídas no tour: dois almoços, um jantar e um pequeno-almoço
Khao Sok
Khao Sok
Khao Sok
Khao Sok
Khao Sok
Khao Sok

Annapurna Base Camp Trekking: logística e dicas

Licenças e Autorizações

Para entrar na região do Annapurna, seja para qualquer um dos trekkings é necessário ter autorização da ACAP (Annapurna Conservation Area Project) e o TIMS (Trekkers Information Management System), que custam respectivamente 2000 e 2010 rupias nepalesas (perto de 30€) e exigem a entrega de quatro fotografias para a emissão das respectivas autorizações que têm que ser apresentadas em postos situados no inicio e no fim do trekking, onde são carimbadas e onde o nosso nome é inscrito manualmente num grande livro de registos.

Autorizações da ACAP e da TIMS
Autorizações da ACAP e da TIMS

Guest-houses e restaurantes

Ao longo do percurso, desde Naya Pul até Annapurna Base Camp, existem inúmeras guest houses, algumas situadas em povoações, outras, na parte final do percurso, constituem em si a “povoação”, encontrando-se afastadas, no máximo a cerca de duas horas e meia de caminho, entre si. Todas apresentam características semelhantes: quartos básicos, somente com cama, almofada e por vezes uma pequena mesa, casa de banho e chuveiro partilhados e o restaurante onde é suposto serem efectuadas todas as refeições. A construção é em tijolo, mas muitas vezes as divisões entre os quartos são em madeira. Quase todos os quartos têm duas ou mais camas, podendo ser necessário partilhar o quarto com outras pessoas, em especial em dias de chuva, quando as guest houses ficam rapidamente cheias ou durante a época alta.

Os cobertores são fornecidos somente no fim do dia, depois do jantar… nunca cheguei a entender bem o motivo, talvez para que as pessoas permaneçam mais tempo no aconchego do restaurante e assim consumam mais?!?

O preço dos quartos, é de 150 rupias nepalesas, por pessoa (pouco mais de um euro) mas a comida é mais cara do que na cidade, e os preços vão aumentando ao longo do percurso, podendo um daal bhaat, que em Pokhara custa entre 130 e 150 rupias, custar 340 a 480 rupias. Quem optar por levar e preparar comida o preço do quarto duplo fica em 800 rupias. Para além do daal bhaat, as opções são vastas, desde a chamada comida continental, com sandwiches, pizzas, sopas, massas, tostas, panquecas, muesli, porrige, etc… passando pela comida asiática, noodles, momos, spring rools, arroz frito… uma grande variedade de escolha. Dentro de cada povoação os preços são os mesmos de guest house para guest house, assim como o menu, sendo definidos pela organização que gere os circuitos no Annapurna Sanctuary.

Os banho de água quente, que no inicio do percurso são gratuitos, passam a custar entre 150 a 250 rupias, o que pode parecer um abuso comparado com o resto, mas que comecei a achar justo depois de ver os carregadores a transportar bilhas de gás, às costas por percursos que podem demorar três dias a fazer, e onde não é possível recorrer a animais de carga. É necessário pagar para tudo, mesmo para carregar a bateria de um telemóvel ou de uma máquina fotográfica. O aquecimento no quarto é uma opção que também tem o seu custo.

Ao longo destes dias, a cor azul que caracteriza os telhados feitos de chapa metálica ondulada, que cobrem praticamente todos as guest houses e restaurantes das várias povoações e postos ao longo do ABC trek, representando pontos de referência no percurso, rapidamente ficou associada ao local para passar a noite ou somente para descanso, comer ou abastecer de água, trazendo algum alívio e encorajamento quando inesperadamente surgiam na paisagem.

Daal Bhat, prato típico nepalês, à base de arroz, um caldo de lentinhas, um carril de legumes, alguns vegetais verdes salteados, um chuteny e um papad. O arroz e as lentinhas podem ser repetidos várias vezes
Daal Bhat, prato típico nepalês, à base de arroz, um caldo de lentinhas, um carril de legumes, alguns vegetais verdes salteados, um chuteny e um papad. O arroz e as lentinhas podem ser repetidos várias vezes
Um dos pequenos almoços: ovos mexidos e Gurung Brad, pão tradicinal da região, feito à base de massa frita
Um dos pequenos almoços: ovos mexidos e Gurung Brad, pão tradicinal da região, feito à base de massa frita
Versão
Versão “pesada” do pequeno almoço nos dias de caminhada mais intensa: noodls salteados com vegetais
Uma das muitas paragens para descanso e para comer barras de cereais e alguns frutos secos, que substituiram o almoço quase todos os dias
Uma das muitas paragens para descanso e para comer barras de cereais e alguns frutos secos, que substituiram o almoço quase todos os dias
Paragem em Deurali
Paragem em Deurali
guet house em Chomrong
guet house em Chomrong
guet house em Dovan
guet house em Dovan
guet house em Dovan
guet house em Dovan
Quarto da noite passada em Dovan, na descida do ABC, quando começou a chuver e as guest houses rapidamente ficaram cheias; o quarto mais pequeno que alguma vez já estive, sem espaço sequer para a mochila que teve que ficar em cima da cama
Quarto da noite passada em Dovan, na descida do ABC, quando começou a chuver e as guest houses rapidamente ficaram cheias; o quarto mais pequeno que alguma vez já estive, sem espaço sequer para a mochila que teve que ficar em cima da cama
guest house em MBC
guest houses em MBC

Comunicações

Somente existe rede NCell no inicio do percurso até Chhomrong, a partir daqui somente em alguns locais pontuais, e nem sempre durante todo o dia. Em MBC e Dovan existe wi-fi.

Água

No inicio do percurso é possível comprar água engarrafada, mas que em vez de 20 rupias passa a ser 80. Existem postos de abastecimento de água que é filtrada e fervida mas que custar pelo menos 80 rupias. A melhor opção, e a mais ecológica, é levar pastilhas para desinfectar a água que corre das fontes existentes nas povoações ou dos riachos que se encontram pelo caminho.

Guias e carregadores

Praticamente toda a gente que encontrei pelo caminho tinha um guia que geralmente acumula também as funções de carregador. Ajudam mas podem também tornar-se incómodos impondo um determinado ritmo pois muitas vezes querem acelerar o ritmo, aumentando as horas de caminhada diárias, para poderem iniciam rapidamente novo trekking, ou em algumas situações aconselharem, quando existem, o uso de jeeps ou autocarros para encurtarem o tempo de percurso.

São eles que escolhem a guest house onde se fica cada noite, pois têm uma comissão em todas as despesas que lá se efectuam, mas da experiência que tive, foram sempre boas escolhas. Praticamente toda a gente recorre a um destes guias/carregadores; grupos grandes ou que exijam o transporte de mais material, para por exemplo acamparem no Annapurna Base Camp, para além do guia têm também um grupo de dois ou mais carregadores.

Em todas as povoações existem mapas do percurso, com informação relativa à distância “em tempo” até aos postos seguintes.

placar com a informação do percuro
placar com a informação do percuro
placar com a fauna e flora da região
placar com a fauna e flora da região
Carregadores trasnportando mercadoria nas tradicionais cestas de bambu
Carregadores transportando mercadoria nas tradicionais cestas de bambu
transporte de bilhas de gás junto ao MBC
transporte de botijas de gás junto ao MBC, feito por carregadores desde Shinuwa, a partir de onde não é permitida a passagem de animais por ser considerada uma zona sagrada para os Grunug
Carregadores de apoio ao trekkers
Carregadores de apoio ao trekkers

Segurança

Este assunto não deve ser menosprezado pois todos os anos ocorrem acidentes, geralmente devido a desmoronamento de terras e não é raro encontrar cartazes em que se procuram pessoas desaparecidas nestes percursos.

Os trilhos tornam-se por vezes estreitos e que na presença de chuva ou nas zonas húmidas se podem tornar escorregadios. Acresce o facto de ser necessário cruzar linhas de água, que em poucos dias mudam o caudal, passando de riachos que se atravessam a vau, mas que dias mais tarde exigem um desvio para alcançar uma precária ponte feita de madeira e bambu.

A altitude é também um factor a ter em conta, pois são frequentes as queixas de dores de cabeça e dificuldades em respirar quando se caminha acima dos 3000 metros de altitude. Nestas zonas é aconselhável subir no máximo 300 metros em altitude em cada hora, para evitar problemas, mas tudo depende de cada indivíduo… os guias e carregadores com quem falei, nenhum mostrou sinais deste tipo de problemas, mesmo fazendo o percurso com grande rapidez. Pode também recorrer-se a medicação para alívio ou mesmo prevenção destes sintomas, disponíveis tanto na medicina alopática com a homeopática, à qual recorri com sucesso

Ponte sobre o rio Kimrong Khola
Ponte sobre o rio Kimrong Khola

Custos

Optando por duas refeições por dia, pequeno-almoço e jantar, sendo a almoço substituído por barras de cereais e frutos secos, o custo diário fica em 1165 rupias, por pessoa, incluindo um ou outro chá nos dias mais frios. Há que acrescer o preço do transporte para chegar ao inicio do trekking e para regressar a Pokhara; pode ser de autocarro público que custa cerca de 150 rupias ou uma combinação de Jeep mais táxi que ronda as 1000 rupias mas poupa tempo.

Para o pequeno-almoço optei geralmente por um prato de comida, como noodles ou arroz com vegetais, pois as caminhadas duram cerca de 6 a 8 horas o adia em muito a segunda refeição do dia Pode-se sempre por optar por fazer paragens para almoço, mas apercebi-me que não é uma opção muito comum.

Por todo o percurso existem lojas, associadas ou não a guest houses que vendem basicamente tudo o que é necessário, comida, chocolates, artigos de higiene, pilhas, papal higiénico, bebidas alcoólicas, refrigerantes, tabaco… mas tudo a um preço bastante mais elevado. Para se ter uma ideia, um cartão para carregamento de telemóvel com 100 rupias da NCell (companhia nepalesa) custa 150 se for comprado em Chhomrong!

Material

Perante a perspectiva de ir percorrer a pé 80 quilómetros, subindo dos 1025 aos 4130 metros de altitude, em aproximadamente 10 dias, sem recorrer a um carregador, impunha-se o desafio de levar na mochila somente o estritamente necessário.

Depois de cinco meses em viagem, onde muita coisa foi ficando para trás, a estadia em Lisboa serviu também para optimizar o conteúdo da mochila, tentando torná-la mais leve… perante tremendo esforço o resultado foi desanimador: 11.5 kg às costas, mais uma mochila pequena com perto de 5 kg. Não entendo como é possível precisar de tanta coisa!!!

Eis uma lista enfadonha do que levei para o trekking do Annapurna Base Camp, tendo em conta que teria condições para lavar e secar a roupa:

  1. sapatos de caminhada
  2. t-shirts: 3
  3. sweat-shirt: 1
  4. camisola interior: 1
  5. calças: 2
  6. leggings
  7. meias: 3
  8. cuecas: 5
  9. camisola polar
  10. casaco polar
  11. gorro
  12. impermeável
  13. toalha de banho
  14. lenço (para proteger do sol e enxugar o suor, conforme as circunstâncias)
  15. almofada compressível
  16. saco-cama
  17. óculos de sol
  18. lanterna (frontal)
  19. protector solar
  20. chinelos de banho
  21. higiene: sabonete, champô, escova de dentes, pasta de dentes, desodorizante
  22. papel higiénico + lenços de papel
  23. saúde: papacetamol, antidiarreico, adesivos, pastilhas para a garganta, medicamento para a altitude, pomada do “chinês” (dá para tudo!)
  24. detergente para a roupa
  25. cozinha: faca, taça, caneca, colher, resistência para aquecer água
  26. comida: flocos de aveia, barras de cereais, frutos secos, canela, chá
  27. máquina fotográfica + carregador
  28. telemóvel + carregador
  29. caderno + caneta
  30. mapa
  31. garrafa de plástico e pastilhas desinfectantes da água

No total, incluindo o peso da mochila, devia ter entre 6 a 8 quilos às costas. Huffff!

Disto tudo, não fez falta:

  • saco-cama e almofada: as guest houses tinham cobertores suficientes e tanto os lençóis como as almofadas estavam limpos;
  • óculos escuros (ou o sol está encoberto pelas nuvens ou então o suor torna o uso dos óculos um tormento);
  • utensílios de cozinha: é necessário levar um adaptador para ligar as tomadas aos casquilhos das lâmpadas, pois não existem tomadas nos quartos das guest houses; contudo, a estadia nas guest houses implica o consumo das refeições no restaurante anexo, o que torna praticamente desnecessário o que levei para preparar uma refeição ligeira à base de paaps de aveia, com excepção do chá que nas zonas mais altas do percurso é reconfortante;

Ao fim dos primeiros dias, reconheci que não estava devidamente equipada, pois a roupa de algodão não seca de um dia para o outro nas zonas mais frias e húmidas, que são a maioria do percurso. Eis o que me fez muita falta e eu não levei:

  • Botas em vez de sapatos de caminhada: protegem os tornozelos; devem também ser impermeáveis à água, tanto pela chuva como pelos riachos que correm ao longo dos trilhos e no atravessamento de pequenas linhas de água;
  • Bastões de caminhada: achava um equipamento desnecessário e nunca tinha usado, mas são um grande auxilio tanto nas descidas, ajudando a equilibrar, como nas subidas pois ajudam a dar impulso ao corpo… eu desenrasquei-me com uma cana de bambu que encontrei pelo caminho;
  • Camisolas dry-fit, em vez de algodão que custam a secar e conservam a humidade do suor por mais tempo, o que é desagradável quando a temperatura é baixa e se pára para descansar;
  • O mesmo se aplica para as meias, que devem ser também dry-fit, umas para climas mais quentes e um par para as noites e dias mais frios;
  • Calças dry-fit, justas e de meia-perna: facilitam nos movimentos durante a caminhada e secam rápido, em vez de calças de algodão que com o suor ou a chuva se colam ao corpo;
  • Alguma forma de transportar a garrafa de água, para não ter que andar com ela na mão e para não ter que parar e abrir a mochila sempre para tirar de lá a garrafa; ou mochila com depósito de água incorporado ou com local para encaixar a garrafa mas que esteja facilmente acessível.
  • Luvas: dão jeito quando se permanece a maior altitude, mas não são indispensáveis.
  • Proteções elásticas para os joelhos… podem dar algum conforto;

Caso seja necessário, as lojas em Pokhara vendem todo o equipamento necessário, quase todo da North Face: casacos, camisolas, polares, impermeáveis, luvas, sacos-cama, mochilas, botas, borros luvas, meias, assim como lanternas, bastões, toalhas de banho, medicamentos, pastilhas para purificar a água… tudo se encontra nas dezenas de lojas aqui existentes e a preços muito mais acessíveis do que em Portugal. As lojas estão também preparadas com os produtos alimentares necessários, como barras de cereais, frutos secos, chocolates, etc…

esquena com o percurso do ABC Trek fornecido pela ACAP
esquena com o percurso do ABC Trek fornecido pela ACAP, com as altitudes dos vários postos, distâncias, e tempo estimado de percurso

Annapurna Base Camp Trekking

Das muitas opções de trekking na região do Annapurna, cujas mais populares são Poon Hill, Around Annapurna (também conhecido por Annapurna Circuit) e Annapurna Base Camp (conhecido por ABC) optei pelo último que vai directo ao Annapurna Sanctuary, uma região acima dos 4000 metros de altitude rodeada pelo conjunto de montanhas entre as dez maiores do mundo, cujos picos mais representativos são o Annapurna South (7219m), o Annapurna I (8091m), Himchuli (6434m) e o Machhapuchhre (6997m), também conhecido por Fish Tail.

É nesta zona dos Himalayas que se situa a região sagrada para os Gurung, uma das etnias que habita as montanhas nepalesas.

 A duração prevista para o trekking, incluindo a descida e a subida, é de 8 a 12 dias de caminhada, dependendo do numero de horas de caminhada diária, das condições meteorológicas, do estado do trilho, da condição física de cada um e da disponibilidade de tempo para encaixar esta actividade num curto período de férias.

 Optando por uma solução mais económica decidi não recorrer a agências para organizarem o trekking e com muita confiança, decidi ir sem guia e sem carregador, pois das várias pessoas com quem falei, todas em garantiram que seria fácil e que não teria dificuldades de maior em me orientar.

E dia 21 de Setembro começa a aventura!

 

Dia 1#: Naya Pul (1070m) – Ghandruk (1940m)

Praticamente todos os trekking na região do Annapurna têm como base Pokhara, uma cidade situada junto a um pacífico lago, que se desenvolveu em função do turismo.

Daqui é necessário ir de autocarro, ou para quem se encontra num trekking organizado, num dos jeeps disponibilizados pelas agências, em direção a Naya Pul, povoação a partir da qual se pode seguir para o ABC ou para Poon Hill.

A primeira meia-hora é passada atravessando povoações até chegar a Birethani, onde se encontra o check-point que obriga à apresentação da documentação necessária, e onde oficialmente começa o trekking.

A manhã correu sem história, com o percurso sendo feito ao longo de uma estrada, poeirenta, sem grandes inclinações, mas que o sol se foi tornando mais penosa, assim como o constante passar de carrinhas de mercadorias e dos jeeps que transportam os caminhantes até à povoação de Kimche, onde termina a estrada.

Seguindo as indicações dos aldeões e das pessoas que ia encontrando na estrada, pensava dirigir-me para Ghandruk, mas apercebi-me que estava no caminho errado, a andar na direção oposta (no ultimo dia do trekking percebi finalmente que havia dois percursos para Ghandruk, e que afinal não estava no caminho errado).

Com a ajuda de alguns locais apanhei um autocarro, que liga Kimche a Pokhara, que me deixou novamente no caminho certo. Mas toda esta situação me fez perder um pouco da confiança que tinha de que não havia hipóteses de me perder pelos vários trilhos, como me foi garantido por várias pessoas, tendo passado a confirmar o percurso com cada pessoa que via. Foi numa destas ocasiões que encontrei um casal – Irina e Leon – com quem partilhei a minha aventura e que mais tarde no mesmo dia, voltei a encontrar e que num misto de admiração e surpresa quando souberam da minha intensão de fazer o percurso sem recuso a um guia ou carregador, me permitiram partilhar da sua companhia durante o resto do trekking.

Depois do almoço, um reconfortante daal bhat, o caminho foi mais agradável, por caminhos pedonais abrigados por árvores e vegetação, mas com muitos percursos de escadas, formadas por blocos de pedra. Toda a paisagem é verde, com pequenos aglomerados de casas anichadas nas encostas cujo vale é percorrido pelo rio Modi Khola, que irá ser a companhia e o ponto de referência de praticamente todo o percurso até ao Annapurna.

A primeira etapa terminou em Ghandruk, já perto das cinco da tarde, altura em que o denso nevoeiro rapidamente envolvia a povoação num luminosidade cinzenta e húmida, contrastando com o calor que se sentiu durante o dia, e que contribuiu para tornar este primeiro dia muito desgastante.

Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Chimrong e Syauli Bazar
Entre Kimche e Ghandruk
Entre Kimche e Ghandruk

Dia 2#: Ghandruk (1940m) – Chhomrong (2140m)

Apesar de em altitude não ter havido grandes diferenças, o percurso obrigou a descer aos 1715m, antes de chegar a Kimrong Khola para atravessar o rio com o mesmo nomes, e que é um dos afluentes do Modi Khola, através de uma precária ponte que permite cruzar as águas que nesta altura do ano ocupam muito pouco do que é o leito do rio.

O inicio da manhã, pouco depois do sol se mostrar por trás das montanhas, é sempre a parte mais agradável do dia, pois o ar ainda está fresco e mesmo as subidas mais longas, que deixam o coração a bater forte contra o peito, não se tornam tão penosas.

Perto do meio-dia, já com o sol bem alto a aquecer a encosta do vale, deixando o rio Kimrong Khola para trás, inicia-se uma longa subida de mais de hora e meia, para atingir uma zona de vegetação mais densa, onde o caminho se embrenha na floresta de rododendros, com os seus troncos retorcidos cobertos de musgos, e têm que esperar pelos meses de Inverno para exibirem as suas características flores. Os bambus, aninhados uns contra os outros, rangem ao sabor do vento que tornou o percurso deste segundo dia mais agradável do que o anterior.

Chhomrong, rodeada de montanhas cobertas de impenetrável vegetação, onde nas zonas mais brandas surgem pequenos aglomerados de casas rodeados de campo de arroz, dispostos em socalcos, cujo verde claro se destaca na encosta escura da montanha; que apesar de se situar num ponto alto, não se consegue avistar daqui nenhum dos principais picos do Annapurna, que marcaram a manhã, em Ghandruk.

Com a aproximação do fim do dia, farrapos de nuvens, ocupam lentamente o vale, como se se estivessem a desprender do manto compacto que cobre o céu.

Annapurna South visto de Ghandruk ao nascer do dia
Annapurna South visto de Ghandruk ao nascer do dia
Komrong Danda
Komrong Danda
Komrong Danda
Komrong Danda
Rio Kimrong Khola
Rio Kimrong Khola
Rio Modi Khola, antes de chegar a Kimrong Khola
Rio Modi Khola, antes de chegar a Kimrong Khola
Entre Kimrong Khola e Chhomrong
Entre Kimrong Khola e Chhomrong
Machapuchre (Fish Tail)
Machapuchre (Fish Tail)

Dia 3#: Chhomrong (2140m) – Dovan (2505m)

Com o corpo a adaptar-se ao ritmo das cerca de sete a oito horas de caminhada diária, este terceiro dia decorreu suavemente, contribuindo também o facto de o percurso não ter apresentado grandes dificuldades, sendo marcado por descidas de grandes escadarias de pedra, com compactas nuvens brancas a taparem o sol, deixando esporadicamente ver o azul intenso do céu.

O ultimo troço do dia, entre Bamboo e Dovan, onde o caminho se foi gradualmente estreitando, tornando-se num trilho serpenteando no meio da floresta, obrigando a contornar troncos de árvores cujas raízes expostas se destacam no chão de onde despontam blocos de pedra, atravessando pequenos riachos que muitas vezes deslizavam ao longo do caminho, perdendo-se na encosta ao encontrarem um brecha por onde desaparecer.

Foi até agora a parte mais bonita do percurso, com bambus e rododendros formando uma intrincada floresta, cuja luz dificilmente penetra, tornando-a sombria e húmida, mas ao mesmo tempo criando com uma atmosfera mágica e onírica, com feixes de luz solar a atravessar a compacta folhagem indo pontualmente iluminar fetos que se agitam com as gotas de água que se desprendem da copa das árvores. Tirando os insectos, com os seu zumbido incessante, pouca vida animal se avista por aqui.

A temperatura é nitidamente mais baixa, o que se nota quando se pára para descansar, e se sente o frio do suor que ensopa a roupa e que rapidamente arrefece a pele.

Dovan, é uma paragem fria e húmida, com nuvens a formarem-se com a evaporação da água que se desprende do solo e das árvores. Desde Sinuwa que se deixaram de ver campos de cultivo ou aldeias, sendo Dovan não mais do que um conjunto de guest houses de apoio as caminhantes, não só aos trekkers mas também à população e aos carregadores que transportam mercadorias para os postos mais altos do percurso, onde não é possível a agricultura e onde são interditos os animais de carga, por se a região considerada sagrada dos Gurung.

Annapurna South visto de Chhomrong
Annapurna South visto de Chhomrong
Uma das muitas pontes susprensa que evitam atravessar vales sem ter que descer toda a encosta até ao leito do rio
Uma das muitas pontes susprensa que evitam atravessar vales sem ter que descer toda a encosta até ao leito do rio
Entte Chhomrong e Sinuwa
Entte Chhomrong e Sinuwa
Depois de Sinuwa é proibido o consumo de carne de búfalo, porco e galinha, pois trata-se da zona das montanhas considerada sagrada para os Gurung, uma das etnias que povoa as montanhas dos Himalayas
Depois de Sinuwa é proibido o consumo de carne de búfalo, porco e galinha, pois trata-se da zona das montanhas considerada sagrada para os Gurung, uma das etnias que povoa as montanhas dos Himalayas
Entre Sinuwa e Bamboo
Entre Sinuwa e Bamboo
Entre Sinuwa e Bamboo
Entre Sinuwa e Bamboo
Entre Bamboo e Dovan
Entre Bamboo e Dovan

Dia 4#: Dovan (2505m) –  Machapuchre Base Camp (3700m)

A chegada a Machapuchre, o ultimo posto antes do Annapurna Base Camp, foi pelas três da tarde, mas o nevoeiro que em espessas camadas ia ocupando velozmente todo vale, envolvendo rapidamente o Machapuchre Base Camp (muitas vezes designado por MBC) e o conjunto de guest houses aninhadas na zona mais suave da encosta, criando um ambiente fantasmagórico onde o único som vem do rio que tumultuosamente corre lá em baixo, fora do alcance da vista, contribuindo para a sensação de isolamento que aqui se sente, antecipando a noite e entrando a humidade no corpo.

A saída de Dovan, como sempre de manhã cedo, foi feita ainda pela floresta, onde a humidade se foi intensificando, e por onde o trilho avançava sujeito a ligeiras subidas e descidas, atravessados por pequenos riachos, e onde a atenção se deteve perante a agitação provocado por um conjunto de langures, cujas longas caudas e focinho negro dificilmente se identificavam no emaranhado de troncos das árvores mais altas.

À medida que subíamos em altitude, passando o posto de Himalaya em direção a Deurali, o vale foi ficando cada vez mais estreito com o rio Modi Khola a ganhar velocidade, alimentado pelas muitas cascatas que se desprendem verticalmente a centenas de metros de altitude do topo das montanhas, tornando as suas águas acastanhadas e fazendo aumentar o seu rugido que se sobrepõem a todos os outros sons.

As ultimas horas do trajecto foram agravadas pelo esforço que é caminhar acima dos 3000 metros de altitude, obrigando a encurtar o passo e a abrandar o ritmo em particular nos várias zonas de degraus, construídos toscamente em pedra por mão humana, de forma a não se sentir os efeitos da altitude. As paragens para descansar tornaram-se cada vez mais curtas pois o frio rapidamente tornava o suor que envolvia a pele e a roupa numa humidade doentia. A chuva marcou presença, mas por sorte coincidiu com uma das paragens para descanso em Deurali.

Com a noite, a sala de refeições da guest house encheu-se de vozes e dos vapores da comida, transmitindo algum conforto aquecido pelo chá de gengibre, servido em fumegantes canecas metálicas.

À medida que se avança pelo vale em direção a norte, as montanhas adquirem uma beleza cada vez mais intensa; por muito difícil que seja o percurso, estes são os momentos que preenchem os sentidos e que compensam o esforço que se exige ao corpo, sujeitando-o a um ritmo intenso e às condições de temperatura e altitude a que não está habituado. Mas nada se compara com esta beleza: selvagem, abrupta, insondável e dominadora que se mantem impávida aos que se aventuram nas suas encostas, com a humildade devida a estes gigantes de pedra.

Fish Tail visto de Dovan
Fish Tail visto de Dovan
Entre Dovan e Himalaya
Entre Dovan e Himalaya
Entre Dovan e Himalaya
Entre Dovan e Himalaya
Com o guia, Robi
Com o guia, Robi
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Com a Irina e o Leon
Com a Irina e o Leon
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Entre Himalaya e Deurali
Chegada a Machapuchre Base Camp
Chegada a Machapuchre Base Camp
Machapuchre Base Camp
Machapuchre Base Camp
Machapuchre Base Camp
Machapuchre Base Camp

Dia 5#: Machapuchre Base Camp (3700m) – Annapuna Base Camp (4130m) – Dovan (2505m)

Avizinha-se um dia longo, com inicio pelas 4h, ainda sob o manto da noite que a lua em quarto minguante debilmente ilumina, para fazer as duas ultimas horas de percurso até ao Annapurna Base Camp e chegar a tempo de ver o nascer do dia.

O percurso nocturno, apesar da violência que foi sair tão cedo da cama ainda para mais com o frio característico das grande altitudes, teve a sua dose de mística, com a paisagem envolta em sombras formadas pela frágil lua, que se destacava num céu limpo de nuvens.

O Annapurna Base Camp, que funciona como ponto de partida para escalar os vários picos que constituem o Annapurna, representa o fim do percurso para quem se encontra a fazer o trekking. Daqui têm-se a visão dos principais picos: Annapurna South, Annapurna I e do lado oposto, ainda na sombra da noite fica o Fish Tail, cujo nome corresponde à forma criada pelos dois picos mais altos, que de alguns ângulos se assemelha ao rabo de um peixe.

Mas em poucos minutos, praticamente toda a paisagem ficou encoberta pelas nuvens que pontualmente iam criando clareiras que deixavam ver as encostas das montanhas cobertas de espessa neve iluminadas pelo sol da manhã, mas sem nunca se conseguir ter uma visão global de todos os picos.

O cortante ar gélido que se desprende do Glaciar Sul do Annapurna, visível por alguns momentos, com a sua massa azulada e brilhante, torna a permanência no Annapurna Base Camp penosa, fazendo enregelar o corpo, em especial para quem não ia preparado para tais temperaturas, em que uma luvas fazem muita diferença.

Após cerca de uma hora de espera por melhores condições de visibilidade, iniciou-se a descida novamente rumo ao MBC, com a paisagem dominada pela vegetação rasteira que cobre em tufos todo a vale, ficando gradualmente menos nublada e com o sol a brilhar sob a neve que cobre as montanhas, conferindo ao céu um azul intenso, proporcionando as melhores imagens do Annapuna South, o pico mais alto e o que se destaca de todo o conjunto.

Durante a descida começou a notar-se algum cansaço, devido ao acumular dos dias de caminhada e às poucas horas de descanso da noite anterior, mas o caminho não apresentava grandes dificuldades até Bamboo, local previsto para pernoitar. De amanhã, alguns pingos de chuva foram marcando presença, sem contudo criarem preocupação, pois são frequentes na zona mais alta da floresta; mas em poucos instantes um nevoeiro maciço penetrou pelo vale invadindo a floresta, tornando a escurecendo a manhã quase como se fosse o anoitecer, aumentando o humidade e o frio, adensando o ambiente misterioso que envolve o trilho, mas que gradualmente se foi tornando sinistro e ameaçador, trazendo consigo grossos pingos de chuva fria.

Com a chuva a cair forte, rapidamente os riachos que nos dias anteriores pareceram encantadores se transformaram em verdadeiros obstáculos difíceis de evitar, obrigando a mergulhar os pés na água, que aos poucos ia enlameado o trilho. Algumas da linhas de água que atravessei na subida, pisando com cuidado as pedras que alguém colocou ao longo do caminho, estavam agora praticamente cobertas pelo aumento do caudal, obrigando a seguir outro trilho para alcançar uma tosca e escorregadia ponte feita de troncos de árvore e de bambus.

Todo o percurso entre Himalaya e Dovan, um dos mais bonitos e fáceis, foi feito em passo acelerado, tornou-se mais arriscado com a presença da chuva, que em cerca de uma hora deixou a roupa e os sapatos ensopados, que com o frio e a humidade se tronam impossíveis de secar.

Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp. Annapurna South (7219m)
Annapurna Base Camp. Annapurna South (7219m)
Annapurna Base Camp
Annapurna Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
Entre Annapurna Base Camp e Machapuchre Base Camp
 Machapuchre Base Camp
Machapuchre Base Camp
DSC_2807
Entre MBC e Deurali
DSC_2797
Entre MBC e Deurali
Entre MBC e Deurali
Entre Deurali e Himalaya

Dia 6#: Dovan (2505m) – Jhinu Dando (1710m)

O dia amanheceu limpo, sem nuvens e sem vestígios da chuva que no dia anterior atormentou os vários caminhantes e obrigou a encurtar o percurso, dormindo em Dovan, em vez de Himalaya.

Foi um percurso descontraído, continuando pela floresta, cujos riachos e linhas de água mostravam ainda a força da tempestade do dia anterior, com a temperatura a tornar-se ligeiramente mais amena e com a paisagem gradualmente a ganhar presença humana, com casas, animais e campos cultivados, sendo esta diferença mais nítida depois de Sinuwa, que marca o fim da densa e húmida floresta de bambus e rododendros. A agricultura nesta zona dos Himalayas e predominantemente de arroz, cultivado em sucalcos, mas de uma variedade que não necessita de estar em terrenos submerso de água; surgem esporádicas hortas de vegetais couves e espinafres, mas pouco mais se planta nesta altura do ano, tendo que a maior parte dos alimentos vir de Pokhara ou de outras zonas de menor altitude.

Pela manhã, os carregadores que ascendem pelo trilho trazem consigo o cheiro das fogueiras com que na noite anterior se aqueceram, enquanto partilham histórias entre rizadas e copos de “raksi”, uma aguardente produzida localmente.

Apesar de ainda faltar mais um dia de caminhada, começa-se a crescer um sentimento de despedida e uma certa tristeza por abandonar estas montanhas que proporcionaram intensas e marcantes emoções.

Entre Dovan e Jhinu
Entre Dovan e Jhinu
Entre Dovan e Jhinu
Entre Dovan e Jhinu

Dia 7#: Jhinu Dando (1710m) – Kimche (1550m)

O ultimo dia, apesar de ser o que apresentava menos horas de caminhada, foi onde senti mais dificuldades com o corpo a mostrar sinais de cansaço agravado com o calor que se sente durante o dia nas zonas de menos altitude, tendo tido mesmo dificuldades de acompanhar o ritmo da Irina e do Leon, com que partilhei toda esta aventura ao longo de sete dias.

É nas zonas mais habitadas que o percurso se torna mais confuso, não só por existirem vários caminhos possíveis como também por se encontraram alguns trilhos que se desviam para os campos de cultivo. Por todo o lado nos cruzamos com vacas que indiferentes aos caminhantes devoram as ervas que crescem ao longo dos caminhos e entre as pedras dos muros, e com mulas que são usados para transporte de mercadoria até Sinuwa, deixando atrás de si um rasto de dejetos que se mistura com o odor das ervas frescas que os habitantes transportam à costas em pesados fardos para alimento dos animais.

Em Jinhu, conhecida pelas suas nascentes de água quente onde se pode tomar banho, houve tempo para relaxar, mas já não houve coragem para descer até às nascentes que se situam no fundo do vale a meia hora de caminho.

O regresso a Pokhara foi abrupto, com o silêncio e a cala da montanha a serem rapidamente substituídos por uma agitada viagem de Jeep de Kimche até Naya Pul, com o seu bazar barulhento e as ruas cheias de pó, e daí mais duas horas de autocarro até à cidade de Pokhara.

Entre Jhinu e Kimche
Entre Jhinu e Kimche
Chegada a Kimche
Chegada a Kimche

Epílogo

Este como outros trekking que fiz, foi um esforço brutal, onde várias vezes pensei “o que é que eu estou a fazer à minha vida, enquanto podia estar sentada no sofá a ver televisão?!?!”… mas que no fundo sei bem que vale sempre a pena!

Foram sete dias, sendo que o ultimo só durou as primeiras horas da manhã, onde as cerca de 7 a 8 horas de caminhada diária foi excessivo para a minha condição física, tendo em conta o peso que transportava; seria preferível ter demorado mais dois ou três dias. Valia a pena ter ficado mais umas horas em ABC para obter melhores imagens do Annapurna, visto que este era o objectivo de todo o percurso, mas citando uma frase que retive “não é o objetivo que importa, mas sim o percurso que se faz para lá chegar”!

A ideia de fazer o ABC sem guia ou carregador, e em particular sem companhia, não foi o mais acertado, pois nesta altura do ano (meados de Setembro) ainda não é o pico da época alta e o numero de trekkers não é assim tão elevado, o que fez com que não me tivesse cruzado com ninguém no primeiro dia durante a parte inicial do caminho; no regresso contatei que o numero de pessoas a iniciar a subida, curiosamente pelo mesmo horário, era de várias dezenas…

Contudo fazer o ABC fora da época alta tem a vantagem de não haver problema em encontrar quarto nas guest houses, que têm a fama de ficarem cheias e de ser necessário passar a noite nas várias camas que existem no interior dos restaurantes.

Mas sempre que virem imagens de gente sorridente e com ar descontraído a anunciarem trekking pelas montanhas… é tudo falso!!! Durante estas caminhadas longas e fisicamente exigentes, poucas são as ocasiões para sorrir. Em vez disso vêm-se corpos vergados sob o peso das mochilas, do cansaço e da altitude, pés pesados atirados contra o chão, rostos vermelhos do esforço, cabelo colado ao rosto do suor, o cheiro dos corpos, músculos doridos que por mais alongamentos que se façam parecem pedra sempre que arrefecem durante uma qualquer pousa para descanso… este é o aspecto de quem anda quilómetros, por trilhos que penetram em regiões de difícil acesso, de mochila às costas em condições adversas, tornando lúdica uma actividade que as populações das montanhas conhecem como o seu dia-a-dia e que é indispensável à sua subsistência.

São demasiado exigentes para quem não tem boa preparação física, roubando parte do prazer que se poderia desfrutar, fazendo com que o esforço se torne demasiado penoso deixando para segundo plano o desfrute da paisagem, pois as características dos trilhos obrigam a focar a atenção no caminho, às vezes traiçoeiro, para escolher bem onde se põem os pés.

Mas quem já passou por esta experiência sabe que há muito mais do que só admirar a paisagem; há um secreto desafio individual de superar os nosso limites, e acima de tudo as caminhadas que penetram fundo na natureza obrigam-nos a permanecer durante algum tempo isolados, proporcionado momentos de introspecção em que “caminhamos” interiormente e nos vemos confrontados com intermináveis pensamentos e sensações.

Mergulhar as mãos, nas águas frias de um riacho que se cruza no nosso percurso, enquanto o sol aquece as costas expostas ao sol, e deixá-las lá saboreando a cortante sensação do frio da água, que gradualmente as vão tornando brancas, ouvindo o marulhar das águas e o chilrear de alguma ave que pousa por perto, fazendo abanar os frágeis ramos dos arbustos… dando tempo para absorver as sensações mais primitivas em pleno desfrute da simplicidade da natureza, que só em locais como estes podem ser sentidas com tanta intensidade.

Estes percursos intensificam as sensações, despertam os sentidos, predispondo-nos para a contemplação do nosso interior.

Annapurna
Annapurna

Itinerário completo:

Ida:

  • Naya Pul (1070m)
  • Birethanti (1025m)
  • Chimrong (1120m)
  • Syauli Bazar (1180m)
  • Kimche (1550m)
  • Ghandruk (1940m)
  • Komorong Danda (2100m)
  • Kimrong Khola (1715m)
  • Chhomrong (2340m)
  • Sinuwa (2340m)
  • Bamboo (2335m)
  • Dovan (2505m)
  • Himalaya (2920m)
  • Deurali (3230m)
  • Machapuchre Base Camp (3700m)
  • Annapurna Base Camp (4130m)

Volta:

  • Machapuchre Base Camp (3700m)
  • Deurali (3230m)
  • Himalaya (2920m)
  • Dovan (2505m)
  • Bamboo (2335m)
  • Sinuwa (2340m)
  • Chhomrong (2340m)
  • Jhinu Dando (1710m)
  • Kimche (1550m)

Um obrigado especial ao meu amigo Zé Pedro, pelo incentivo e pelas dicas que me deu; e também ao Nuno Oliveira pela ajuda homeopática a esta caminhada!

Parque Nacional de Cuc Phuong


Pequena povoação antes do parque

À medida que no aproximávamos de Cuc Phuong, a estrada ia-se tornando cada vez mais estreita, e a planícies de campos de arroz foram dando lugar a zonas de floresta, cada vez mais densa. O ar tornou-se mais fresco, permanecendo a ameaça de chuva que acabou por nunca se concretizar.
Vale a pena fazer a viagem por conta própria até Cuc Phuong, e aí, caso se queira, organizar o trekking pelo parque que pode incluir passar a noite numa tenda ou em alojamentos no meio da floresta. Algumas das pessoas que encontrámos ficaram muito insatisfeitas com excursões organizadas a partir de Ninh Binh, pois em vez de dormirem no parque ficaram alojadas em homestays em localidades próximas.
Quando chegámos ao parque visitámos o centro de recuperação de primatas (20.000VND), onde podemos observar, em cativeiro, algumas das espécies macacos únicas do Viet Nam, muitas delas em risco devido à grande pressão humana.
Devido a um acidente que se tinha registado no interior do parque com a queda de uma árvore, não era possível fazer o trekking que tínhamos planeado, pelo que optámos por ir visitar Hoa Lu.
Antes parámos para uma ligeira refeição, que para nós foi à base de bananas e para os nosso companheiros de viagem constituiu uma sopa de noddles instantânea, que se encontra à venda por todo o lado
 

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