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Stepping Out Of Babylon

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Comida

A comida no Nordeste da Índia… para vegetarianos!

Para um vegetariano qualquer refeição nos estados indianos do Nordeste (Northeast States) reveste-se de uma tremenda desilusão, capaz mesmo de tirar o apetite. Com excepção do estado de Assam, cuja população é maioritariamente hindu, o consumo de carne é uma presença constante nos estados de Nagaland e de Meghalaya, onde domina o cristianismo.

Por isso este texto é somente uma pálida amostra da gastronomia destes três estados, mas serve de guia a quem opta por não comer carne nem peixe e ande em viagem por estes remotos lugares.

Nos estados de Nagaland e de Meghalaya nota-se uma clara influência da cozinha asiática, surgindo frequentemente os noodles e o chow ming, ao passo que em Assam é clara a influência da cozinha indiana, mais concretamente do região do Punjab, mas onde os mais de 2300 quilómetros fizeram esbater a intensidade dos sabores e reduziram a variedade de ingredientes.

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puri stall at Mon village. An almost mandatory stop before a shared-taxi trip in Nagaland.
quiosque de venda de “puris”… uma paragem quase obrigatória antes de iniciar uma viagem de jeep pelas montanhas de Nagaland.

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Assam e as parathas

Em Assam é possível e até fácil de encontrar nas grandes cidades os clássicos da cozinha indiana, como o dal e os vários caris de legumes e leguminosas, como o grão, ervilhas, couve-flor, batata, etc… sendo muito fácil encontrar chamussas (samosas) e puris. Sendo um estado atravessado pelo gigantesco Rio Brahmaputra, que alaga as planícies por onde passa, faz com que o arroz seja indispensável em qualquer refeição em Assam.

O que sobressaiu em Assam foram as paratas (ou parathas) que apesar de não serem um exclusivo local apresentam-se aqui diferentes: são mais espessas e mais oleosas, de aspecto pálido e pouco tostado, resultando numa massa compacta e mal cozida. As parathas podem ser recheadas com batata, ou mais frequentemente simples, servindo de acompanhamento a caris simples, geralmente de batata e ervilhas-amarelas, encontrando-se frequentemente em bancas de rua, sendo a mais popular street-food em Assam.

O thali, uma refeição à base de arroz, dal (sopa de lentilhas) e caril de legumes, em Assam mostrou-se diferente, com um dal muito líquido, um caril com pouco gosto e por cima do arroz um pedaço de couve cozida… assim, mesmo, só cozida sem tempero. Enche a barriga mas não deixa saudades.

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The parathas can be found in most of the restaurants and dhabas but are often available in street stalls, being a popular street food in Assam.
As “parathas” podem ser encontrada em quase todos os restaurantes e dhabas (restaurantes de beira-de-estrada) sendo também comuns nos quiosques de rua, constituindo uma refeição popular em Assam.

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These parathas can be stuffed with potato masala, or more often plain, served with simple curries, usually made from potatoes and yellow-peas.
As parathas podem ser recheadas com batata, ou mais frequentemente simples, servindo de acompanhamento a caris simples, geralmente de batata e ervilhas-amarelas

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The classic Indian thali, a meal based on rice, dal and vegetables, is also a bit different in Assam, with a very watery dal, a tasteless curry and over the rice a piece of steamed cabbage. .. yes, just a plain steamed cabbage without any seasoning. Very healthy, fills the stomach but don't leave a good memory.
O thali , uma refeição à base de arroz, dal (sopa de lentilhas) e caril de legumes, em Assam mostrou-se diferente, com um dal muito líquido, um caril com pouco gosto e por cima do arroz um pedaço de couve cozida… assim, mesmo, só cozida sem tempero

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Nagaland e os puris

Se em Assam a gastronomia se mostrou sem inspiração, em Nagaland cada refeição foi um desafio para um vegetariano em viagem. Em zona de montanhas domina a carne, que se vê à venda em todas as povoações, e que ocupa grande parte dos mercados das cidades de Nagaland.

Nas pequenas povoações, encontra-se à entrada uma zona onde se concentram animais esperando para ser abatidos, enquanto ao lado são expostas as peças de carne já desmanchada e pronta para vender, a quem passa na estrada seja a quem chega de mota ou de carro, ou quem sai de um autocarro que faz uma paragem para recolha de passageiros. Nas cidades, o abate de animais encontra-se nos mercados, onde aves esperam em gaiolas para serem vendidas e abatidas. Pelo ar espalha-se um cheiro a dejetos e a sangue, que deixa pequenas poças no chão à medida que a água da chuva se vai infiltrando pelo chão do mercado.

Nas cidade de Nagaland é possível encontrar algumas opções vegetarianos, como o chamado rice, um prato à base de arroz, dal e vegetais, ou uns noodles, em sopa ou salteados. Mas nas povoações mais pequenas como Mon ou nas outras sem nome que serviram de paragem a uma longa viagem de autocarro, as opções são poucas, para além de arroz e algum legumes cozidos, cujo sabor é dado pelos gordurosas e pesados guisados de carne.

Uma opção presente um pouco por todo o lado são os puris, um pedaço de pão espalmado, frito em óleo e acompanha um caril de batata e ervilhas-amarelas, servidas numa pequena taça. Os puris são excessivamente oleosos, aqui mais do que o normal, ensopando o papel de jornal onde são servidos, e o caril é picante mas pouco espesso. Resulta numa refeição altamente calórica mas pouco nutritiva, contudo é bastante popular entre a população local, tendo servido várias vezes de refeição nos dias que passei em Mon, Kohima e Mokochung.

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An option that can be found a bit everywhere, and along the day, are the puris, a small flatbread, fried in oil and served with a potato and a small bowl of yellow-peas curry.
Uma opção presente um pouco por todo o lado são os puris, um pedaço de pão espalmado, frito em óleo e acompanha um caril de batata e ervilhas-amarelas, servidas numa pequena taça.

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But in the small villages or in more remote areas as Mon, there is not much more to eat than rice and some boiled greens, seasoned with a fermented and spicy vegetables.
Nas povoações mais pequenas como Mon ou nas outras sem nome que serviram de paragem a uma longa viagem de autocarro, as opções são poucas, para além de arroz e algum legumes cozidos

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Meghalaya e as influência da Ásia

Apesar de proximidade com o Bangladesh, o estado de Meghalaya apresenta forte influência da cozinha asiática com os noodles servidos tanto em sopas como salteados. Do Tibete vieram os momos, um pequeno pastel recheado de carne ou de vegetais. Shillong, a capital deste estado é bastante moderna e cosmopolita e por isso é fácil encontrar restaurantes das cadeias internacionais de fast-food, mas pelo elevado número de turistas indianos, existe uma grande oferta de restaurantes com os clássicos pratos indianos.

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From Tibet came the momos, a small bun stuffed with meat or vegetables.
Do Tibete vêm os momos, um pastel recheado com carne ou legumes e cozinhado ao vapor

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Despite the proximity to Bangladesh, the state of Meghalaya is visible the influence from the Asian cuisine by the noodles (rice flour pasta) served in soups or stir-fry.
Apesar de proximidade com o Bangladesh, o estado de Meghalaya apresenta forte influência da cozinha asiática com os noodles servidos tanto em sopas como salteados

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Um pequeno-almoço no Nordeste da Índia

Como é uma zona com pouco turismo internacional, são pouco frequentes os locais que servem o chamado “pequeno-almoço continental” nem tão pouco se encontram cafés, padarias ou pastelarias.

Mas o pequeno-almoço não constitui um problema, pois as opções locais revelam-se quase sempre uma boa escolha, mas no Nordeste da Índia esta opções revelou-se desanimadora.

Em Assam foi uma paratha, servida com caril de batata e acompanhada de uma geleia doce. Em Meghalaya, na vila de Sohra, a única opção disponível sem carne foi um prato de arroz com caril de grão e um molho verde de menta com malagueta… por acaso uma combinação simples mas saborosa. Em Nagaland, numa das viagens de autocarro houve tempo para um chai e uma chamussa. Em Mon, antes de iniciar uma viagem de 8 horas de taxi partilhado, houve oportunidade de provar um pequeno-almoço muito popular entre a população local, massa frita acompanhada de caril de batata… um começo de dia bastante oleoso!

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But breakfast usually is not a problem, as the local options reveal almost always a good choice, but in Northeast India this option proved daunting. At Assam was a paratha, served with potato curry and accompanied by a jam
Em Assam foi uma paratha, servida com caril de batata e acompanhada de uma geleia doce.

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At Meghalaya, in the village of Sohra, the only option available, without meat, was a plate of rice with chickpeas and mint sauce with chili... by chance a simple but tasty combination.
Em Meghalaya, na vila de Sohra, a única opção disponível sem carne foi um prato de arroz com caril de grão e um molho verde de menta com malagueta… por acaso uma combinação simples mas saborosa.

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Em Nagaland, numa das viagens de autocarro houve tempo para um chai e uma chamussa
Em Nagaland, numa das viagens de autocarro houve tempo para um chai e uma chamussa

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At Mon, before starting a journey of 8 hours by sumo (shared taxi), there was an opportunity to taste a very popular breakfast among the local population, deep-fried dough served with a potato curry ... a very oily option to start the day!
Em Mon, antes de iniciar uma viagem de 8 horas de Jeep, houve oportunidade de provar um pequeno-almoço muito popular entre a população local, massa frita acompanhada de caril de batata… um começo de dia bastante oleoso!

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Doces

Os únicos doces testados nesta viagem pelo Nordeste da Índia foram em Assam, onde se apresentam com diversos formatos, mas todos obedecendo à mesma receita: uma espécie de massa folhada, frita e regada com uma espessa calda de açúcar que depois de fria fica sólida. Desta calda resulta uma côr amarelo-torrado um aspecto brilhante e apelativo, mas de sabor monotonamente doce a açúcar. Pesados em enjoativos!

in Assam, where beyond the classic Indian sweets, there was something new for me: a kind of puff dough, deep-fried and drizzled with a thick sugar syrup that after cool down become solid. This syrup results in a yellow-brown color with a bright and appealing look, sold in different shapes, but with a monotonous and boring taste of sugar
Em Assam, surge um novo doce que se apresenta com diversos formatos, mas todos obedecendo à mesma receita: massa frita regada com uma espessa calda de açúcar que depois de fria fica sólida

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Mercados

Os mercados são sempre um local que desperta os sentidos, aguça a curiosidade e estimula a imaginação para tentar identificar os produtos vendidos e a sua utilidade na gastronomia de cada região.

E em termos de mercados Nagaland revelou o maior exotismo, sobressaindo o Mao Market, na cidade de Kohima, onde a exótica e diversificada oferta de produtos alimentares espelha a originalidade da gastronomia deste estado, que inclui carne, peixe seco, enguias, caracóis, larvas, ratos e rãs… e larvas de vespa, vendidas ainda dentro da colmeia.

Quanto aos vegetais, encontra-se nos mercados uma mistura de produtos tropicais, como a flor de bananeira, e os que vêm das montanhas como os cogumelos e o bambu; pelo meio encontra-se uma grande variedade de vegetais, muitos dos quais totalmente desconhecidos dos paladares europeus.

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Banana trunk in Kohima Market. Nagaland
Tronco de banana trunk no Mercado de Kohima. Nagaland

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Regarding vegetables, these markets show a mix of tropical and mountain products. Kohima Market. Nagaland
No que se refer a veetais, estes merados apresentam uma mistura de produtos tropicais e das montanhas. Kohima Market. Nagaland

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Dried fish and eels at Mao Market. Kohima. Nagaland
Peixe e enguias secas no Mao Market. Kohima. Nagaland

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worms sold at Mao Market, in Kohima. Nagaland
Lavas à venda no Mao Market, em Kohima. Nagaland

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Vegetais num dos muitos mercado de Kohima. Nagaland.

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Kohima, in Nagaland, definitely stood out by the markets, where the exotic and diverse food supply reflects the originality of Nagaland cuisine that includes a lot of meat, eggs, dried fish, eels, snails, worms, mice, frogs... and wasp larvae, still sold in the hive.
Em Kohima, onde a exótica e diversificada oferta de produtos alimentares espelha a originalidade da gastronomia deste estado, que inclui carne, peixe seco, enguias, caracóis, larvas, ratos e rãs… e larvas de vespa, vendidas ainda dentro da colmeia.

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Em resumo, pode-se considerar que a experiência gastronómica proporcionada na visita aos estados mais a nordeste da Índia não deixaram saudades, tendo ficado na memória uma comida monótona e pouco apetitosa, onde a presença de batata foi presença constante ao longo dos 22 dias de viagem… mas claro que esta é um ponto de vista de um vegetariano que não pode fazer justiça à vasta cozinha de uma região tão extensa.

A comida no Sri Lanka

A comida do Sri Lanka é sem duvida marcada fortemente pelas especiarias, pelo côco e sobre tudo pelo picante… sim, a comida tradicional é verdadeiramente picante e não é para estômagos fracos, contudo não é de todo em exagero, pois não se sobrepõe ao sabor dos restantes ingredientes!

Em termos de especiarias o que sobressai é o cominhos, coentro, cravinho, cardamomo, gengibre e açafrão (tumeric) e folhas de caril (curry leaves) e canela, que no Sri Lanka tem um paladar menos doce do que o habitual. O coentro é usado em pó, sementes ou fresco. O cominho é também muito frequente, sendo comum encontrar estas sementes nos caris, que são fritas juntamente com alho. A cebola é usada muitas vezes crua, na preparação de condimentos que acompanham os caris, como o sambol, uma mistura de ingredientes crus, que pode ser de côco (pol sambol) ou de vegetais (gotukola sambol)… mas sempre picante.

Como base da alimentação está sempre o arroz, seja simplesmente cozido a acompanhar os aromáticos e deliciosos caris ou seja na preparação de string hoppers (idyyappam), uma espécie de noodles feitos de farinha de arroz que podem ser consumidos como refeição, acompanhados de caris, ou numa versão doce, recheados de côco ralado e açúcar chamados de lavariya (sweet string hoppers)… ambos podem ser encontradas ao pequeno-almoço!

O arroz está também presente num outro ícone da cozinha Cingalesa, os hoppers, uma panqueca espessa no centro e estaladiça nas pontas, feita à base de farinha de arroz e leite de côco, que serve de snack ou como refeição, acompanhados de caris ou de molhos picantes. Com ingredientes semelhantes, fazem-se os coconut hoppers, mas sendo cozinhados ao vapor, ficam macios e suaves, menos populares do que os hoppers mas muito mais saborosa e adocicada versão.

String hoppers, feitos de farinha de arroz e servidos muitas vezes como pequeno-almoço... estes feitos com farinha de arroz integral que lhes dá o tom acastanhado
String hoppers, feitos de farinha de arroz e servidos muitas vezes como pequeno-almoço… estes feitos com farinha de arroz integral que lhes dá o tom acastanhado
Hoppers cuja massa é cozinhada em pequenas panelas sobre lume forte, até a parte mais fina ficar estaladiça e com o centro, por ser mais espesso, fica fôfo e macio
Hoppers cuja massa é cozinhada em pequenas panelas sobre lume forte, até a parte mais fina ficar estaladiça e com o centro, por ser mais espesso, fica fôfo e macio
Coconut Hoppers... uma versão doce para pequeno-almoço
Coconut Hoppers… uma versão doce para pequeno-almoço

A comida do Sri Lanka apresentam uma grande variedade de ingredientes sobretudo vegetais, e apesar de ser um país maioritariamente budista, não é raro o consumo de carne, geralmente frango, e de peixe, em especial nas zonas mais perto da costa. Mas é extremamente fácil encontrar comida vegetariana, tanto ao nível de refeições como de snacks. Nas regiões onde predomina a religião muçulmana é evidente o maior consumo de caris feitos de carne, ao passo nas regiões de maior presença Tamil, é mais fácil encontrar comida vegetariana.

Snacks e Street food:

E por falar em snacks… o Sri Lanka foi uma agradável surpresa: pela variedade, pelo sabor, pela facilidade em encontrar um pouco por todo o lado estes deliciosas petiscos seja logo pelo pequeno-almoço, como em qualquer hora do dia, que servem de refeição ligeira. Vendem-se nas bakery, nas roti shops, nos restaurantes, em quiosques e bancas de rua… nos comboios, nos autocarros… em vendedores ambulante de bicicleta…

Os nomes são muitos… ulundhu vadai, parippu vada, samosas, pol roti, coconut roti, patties, rolls, cutlets, roti... que em comum têm o facto de serem fritos, picantes e geralmente vegetarianos.

Em termos de comida de rua os mais fáceis de encontrar são os ulundhu vadai um pastel de massa frita, em forma de anel, condimentado com especiarias, que por vezes é aberto ao meio e recheado de uma pasta vermelha e picante. Também muito populares são os parippu vada, um pequeno pastel cuja massa é feita de uma pasta de lentilhas, que depois de frito fica estaladiço e picante.

Ambos bastante oleoso, mas muito saborosos, vendidos frequentemente nos comboios e nos autocarros, por vendedores ambulantes que a custo circulam com cestos pelos onde estes petiscos se empilham… mas que também fáceis de encontrar em bancas de rua, geralmente nas zonas mais movimentadas da cidade, como os mercados, terminais de autocarros e à entrada de estações de comboio. Feitos logo pela manhã, ou ao fim da tarde, ficam empilhados nas vitrines, que expostas para a rua servem para anunciar uma nova remessa destes snacks.

em cima "paties" recheados de vegetais em forma de meia-lua e "ulundhu vadai", massa frita em forma de anel. em baixo "parippu vada" um pastel frito feito de lentilhas, picante e estaladiço
em cima “patties” recheados de vegetais em forma de meia-lua e “ulundhu vadai”, massa frita em forma de anel. em baixo “parippu vada” um pastel frito feito de lentilhas, picante e estaladiço

A estes podem-se juntar os chamados patties, um pastel em forma de meia-lua, cuja massa faz lembrar os pastéis de massa-tenra, e que são recheados com uma pasta de vegetais ou de lentilhas, e fritos em óleo. Com um recheio semelhante, mas com uma massa diferente e cozinhados no forno, surgem as samosas (chamussas) sendo geralmente vendidos em bakery, lojas semelhantes a cafés mas destinadas essencialmente à venda destes snacks salgados, assim como alguns doces, sumos e gelados… e onde também se pode saborear chá e café.

Há ainda mais uma grande variedade de snacks, quase sempre fritos como os rolls e os cutlets, geralmente de peixe ou carne, mas por vezes também de vegetais, semelhantes aos croquetes, em forma de cilindro ou de bola, mas sempre panados e fritos em óleo. Seja qual for a opção o recheio é sempre picante.

Mas sem duvida que os mais populares, seja em que parte do país for, seja em grande cidades ou pequenas povoações são os roti, confeccionados nas chamadas roti shops, que também servem kottu. Os rotis são pastéis feitos de massa muito fina, a mesma massa que se usa nas parahtas, que é recheada com uma pasta de vegetais, fortemente condimentada e picante. Depois da massa ser dobrada em forma de triângulo, ligeiramente espalmado, é frita sob uma placa metálica. Se forem recheados de peixe têm uma forma de cilindro e se forem de carne têm a forma de um rectângulo.

"roti" com a forma de triangulo indicando que têm recheio de vegetais
“roti” com a forma de triangulo indicando que têm recheio de vegetais
"Pol roti", uma panqueca de farinha de arroz e côco, salgada e que é acompanhada de uma pasta picante. Ao meio estão "ulundhu vadai", um pastel de massa frita, condimentado com especiarias
“Pol roti”, uma panqueca de farinha de arroz e côco, salgada e que é acompanhada de uma pasta picante. Ao meio estão “ulundhu vadai”, um pastel de massa frita, condimentado com especiarias
vendedor ambulante de snacks nas ruas de Galle Fort
vendedor ambulante de snacks nas ruas de Galle Fort
snacks à venda em Gelle Front, que depois do pôr do sol e local popular para passear em Colombo, saboreando alguns snacks e a brisa fresca do mar
snacks à venda em Galle Front, que depois do pôr-do-sol e local popular para passear em Colombo, saboreando alguns snacks e a brisa fresca do mar
"roti shop" que também serve hoppers
“roti shop” que também serve hoppers

Rice and curry:

Mas se os snacks criaram boa impressão da variedade e paladar da gastronomia do Sri Lanka, o rice and curry, foi marcante, tendo sido a refeição obrigatória dos 30 dias passados no Sri Lanka. Geralmente ao almoço, mas por vezes também como primeiro refeição da manhã, o rice and curry é uma refeição equilibrada, saudável e energética, deixando o estômago satisfeito por bastantes horas. Por tudo isto é a refeição mais popular no Sri Lanka, sendo barato e fácil de encontrar um pouco por todo o lado.

Mesmo sendo consumido diariamente o rice and curry (assim chamado também no Sri Lanka) nunca cansa nem se torna aborrecido, pois é surpreendente a variedade de ingredientes usados, dos quais resulta uma grande diversidade de caris.

Para além do arroz e de um espesso caril de lentilhas condimentado com folhas de caril (curry leaves) e malaguetas secas e fritas, os caris usam ingredientes como abóbora, courgette, jackfuit, banana, batata, beterraba, feijão verde, quiabos, beringela, diversos legumes de folha verde, alguns frutos… a somar a muitos outros ingredientes não identificados ou que fogem aos meus conhecimentos. A completar o prato que tem sempre uma base vegetariana, podem ainda ser adicionados caris de peixe ou de carne.

A jackfruit, um gigantesco fruto tropical, consumido fresco mas que no Sri Lanka é mais usado em caris, nos seus diferentes estados de maturação, desde “verde” a maduro; é não só a polpa é usada, sendo aproveitadas também as sementes, que são cozinhadas como feijões. O jackfruit, apesar de não ter um sabor muito intenso, apresenta uma textura macia deixando a comida com um aspecto pegajoso, resultante da goma natural do fruto… um pouco como os quiabos.

Rice and Curry.... no primeiro plano o "gotukola sambol", à esquerda o "dahl", à direita um caril de beterraba, e ao fundo um caril de "jackfruit"
Rice and Curry…. no primeiro plano o “gotukola sambol”, à esquerda o “dahl”, à direita um caril de beterraba, e ao fundo um caril de “jackfruit”
Homemade Rice and Curry... arroz, batata, frango e abóbora, tudo cozinahdo com óleo de côco
Homemade Rice and Curry… arroz, batata, frango e abóbora, tudo cozinahdo com óleo de côco
Rice and Curry... onde é colocada à disposição o arroz e os vários caris para fazer o "refill" do prato
Rice and Curry… onde é colocada à disposição o arroz e os vários caris para fazer o “refill” do prato

Apesar da diversidade de caris, a base é sempre o arroz, servido numa generosa quantidade, podendo ser de grão branco ou o chamado localmente “red”, uma variedade de arroz tradicional do Sri Lanka, que onde o grão depois de cozido parece trazer uma pequena camada de “pele” de tom avermelhado ou acastanhado. Mais saboroso mas menos comum do que o arroz “branco”.

Acompanhado quase sempre o prato de rice and curry vem o papadum, uma bolacha fina e estaladiça que é frita em óleo, servida sempre numa pequena quantidade.

Rice and Curry... "red rice" ao centro, em baixo dahl, à esquerda caril de abóbora e "gotukola sambol", no topo feijão-verde, e à direita "pol sambol"
Rice and Curry… “red rice” ao centro, em baixo dahl, à esquerda caril de abóbora e “gotukola sambol”, no topo feijão-verde, e à direita “pol sambol”
Rice and Curry servido de forma tradicional, com os vários caris e condimentos, colocados em potes de barro, onde cada pessoa se serve em estilo "buffet"
Rice and Curry servido de forma tradicional, com os vários caris e condimentos, colocados em potes de barro, onde cada pessoa se serve em estilo “buffet”
Rice and Curry, com "jack fruit" curry do lado direito, e "papadum" no topo
Rice and Curry, com “jack fruit” curry do lado direito, e “papadum” no topo
Rice and Curry servido de forma tradicional em folha de lótus
Rice and Curry servido de forma tradicional em folha de lótus

As combinações de caris são muitas e variadas, geralmente com duas ou três variedades, por vezes quatro, resultando num prato colorido e atractivo. Atractivo é também o preço, pois pode-se encontrar um rice and curry vegetariano por 80 LKR (0.50€) nas pequenas povoações, e nas cidades a custar entre 100 a 150 LKR, caso se opte por um dos restaurantes mais simples e informais. Nas zonas turísticas os valores sobem para 200 LKR (1.3€) mas em alguns restaurantes podem custar mais do 400 LKR. As opções com carne ou peixe são sempre um pouco mais caras.

O rice and curry é servido no prato, mas sempre com direito a “refill” caso não se esteja num restaurante mais sofisticado ou em zonas muito turísticas.

Em alguns locais, seja em pequenas bancas de rua, à porta de um café, num quiosque de um terminal de autocarros e em restaurantes mais modestos é frequente encontrar-se o rice and curry em sistema de takeaway, no Sri Lanka chamado de “parcel” em que a comida é envolvida num plástico e depois embrulhada e papel de jornal. Este sistema e bastante popular entre a população local, mas pouco prático caso se esteja em viagem , pois não são fornecidos talheres, dado que no Sri Lanka é tradição e costume comer com a mão (direita) sendo os talheres facultados somente nos restaurantes, resumindo-se a uma colher.

Rice and Curry, com "pol Sambal" no lado direito do prato; do lado esquerdo uma mistura de vegetais com côco de sabor fresco e ao mesmo tempo picante
Rice and Curry, com “pol Sambal” no lado direito do prato; do lado esquerdo uma mistura de vegetais com côco de sabor fresco e ao mesmo tempo picante.
Rice and Curry.... com dahl, "papadum", e uma mistura de sementes de "jackfruit", que se assemelham a feijões e que são cozinhadas com côco e especiarias formando um original caris
Rice and Curry…. com dahl, “papadum”, e uma mistura de sementes de “jackfruit”, que se assemelham a feijões e que são cozinhadas com côco e especiarias formando um original caris
Rice and Curry.... com "red rice", dhal do lado esquerdo, "jackfruit" curry do lado direito e ao fundo "gotukola sambol" uma mistura de um vegetal de folha verde com côco e cebola, que por ser crua, cria um interesante contraste
Rice and Curry…. com “red rice”, dhal do lado esquerdo, “jackfruit” curry do lado direito e ao fundo “gotukola sambol” uma mistura de um vegetal de folha verde com côco e cebola, que por ser crua, cria um interesante contraste

 

Pode-se considerar que o rice and curry é o prato nacional do Sri Lanka, transversal a todos os grupos étnicos, castas e religiões.

Roti e Kottu:

Apesar de poder dizer que o rice and curry é o prato nacional do Sri Lanka, os rotis e kottus, são fortes concorrentes neste título. São baratos. fáceis de encontrar um pouco por todo o lado, apresentam uma grande variedade e são apetitosos.

Os rotis são mais frequentes como snack, de manhã ao pequeno almoço ou durante o dia entre refeições. Mas podem ser consumidos como almoço acompanhados de outros snacks disponíveis no restaurante, que vêm para a mesa num prato, com o cliente a fazer  a seleção e a pagar somente os que consumiu.

Os rotis são feitos com a mesma massa das lachha parathas, um pão achatado de massa muito fina, não levedada, que é estendida com a ajuda de bastante óleo até quase rasgar. Depois de enrolada é espalmada e frita numa chapa metálica até ficar dourada e ligeiramente estaladiça… um pão que acompanha refeições e que é uma clara influência Tamil do Sul da Índia (não confundir com as parathas do norte da Índia).

roti, pasteis de massa fina, recheados, que são fritos sobre uma chapa metálica
roti, pasteis de massa fina, recheados, que são fritos sobre uma chapa metálica

Os kottus, cozinhados nas chamadas “roti shops” são a mais popular opção para o jantar fora de casa. Os kottus têm por base uma panqueca feita de farinha de trigo, semelhante às parathas, que é frita em chapa metálica, e depois cortada em pequenos pedaços e misturada com legumes, ovo ou carne. Disto resulta uma refeição consistente mas pouco nutritiva dado que os vegetais (cebola, cenoura, tomate, ervilhas, spring onions…) são em pequena quantidade, donde resulta muito massa e algum óleo. Mas a preparação do kottu merece sempre atenção, pois envolve um pequeno espetáculo do cozinheiro que com duas espátulas metálicas, corta e mistura os ingredients com a massa, sobre a chapa metálica, tarefa executada com movimentos elaborados e espetaculares, mas que produz um barulho um pouco irritante e que se sobrepõe às conversas.

Kotu
Kottu de vegetais

Mas com o mesmo nome, roti, pode também indicar outro snack, este mais comum nas roti shops e em alguns restaurantes. Estes roti são feitos com a mesma massa das parathas, sendo preparados no momento, e podendo ter variados recheios (vegetais, carne, peixe, queijo) resultando numa espécie de crepe de massa muito fina, achatado, dobrada em forma de rectângulo.

roti, mas numa outra versão, e preparados na hora, cujo recheio pode ter muitas combinações, desde vegetais, caris, queijo, ovo... e até chocolate e banana, para agradar ao guloso padrão ocidental
roti, mas numa outra versão, e preparados na hora, cujo recheio pode ter muitas combinações, desde vegetais, caris, queijo, ovo… e até chocolate e banana, para agradar ao guloso padrão ocidental

As “roti shops” especializam-se em rotis, kotus e fried-rice… mas para encontrar um rice and curry, o melhor é procurar um restaurante que aqui no Sri Lanka, se identificam de “hotel”, sendo esta designação aplicada a estabelecimentos mais simples, despretensiosos e baratos,mas que são os locais favoritos entre a população local.

King Coconut:

O “rei” dos côco! Esta espécie de côcos nativa do Sri Lanka, é uma imagem que marca de amarelo a estadia na ilha, onde por todo o lado se vendem estes côcos, que crescem um pouco por todo o lado, sem necessitarem de cuidados especiais, com excepção das zonas mais elevadas e montanhosas.

E não é só na côr que estes côcos são diferentes, são também no sabor, muito mais doces e intensos do que os habituais côcos de casca verde, populares na vizinha Índia.

O côco tem propriedades refrescantes, ajudando abaixar a temperatura do corpo, o que é óptimos em climas tropicais como o Sri Lanka. Para além de deixar uma sensação de frescura quando é bebida a água (coconut water) que contem no seu interior, deixa também o estômago saciado devido à riqueza nutricional do côco, servindo muitas vezes de pequeno-almoço ou ente refeições.

King Coconut. Sri Lanka
King Coconut. Sri Lanka

O leite de côco usado na comida é feito a partir da polpa, que vai ficando mais espessa à medida que o côco amadurece e vai perdendo a água no seu interior. Quando quase seco, é ralado e usado para fazer o pol sambol, uma mistura de côco ralado, chilli (malaguetas), frescas e secas trituradas, cebola, sumo de lima e sal. O côco ralado é também usado como ingrediente do gotukola sambol, uma mistura crua de uma planta de folha verde (gotukola) com chilli, cebola e algumas especiarias.

Pol roti... panqueca salgada feita à base de côco ralada e farinha
Pol roti… à direita, panqueca salgada feita à base de côco ralada e farinha; do lado esquerdo os “ulundhu vadai”

Resultando da mistura de farinha de arroz e de côco ralado, resulta o pittu que é cozinhado ao vapor numa forma cilíndrica, e é ensopado em caris, tanto ao pequeno-almoço como ao jantar. Também desta mistura resulta o pol roti, mas onde a massa é trabalhada em forma de panqueca que é cozinhada ao lume, e que serve também como acompanhamento de caris.

pittu, rolo feito à base ce côco que depois de cozinhado ao vapor serve para acompanhar caris
pittu, rolo feito à base ce côco que depois de cozinhado ao vapor serve para acompanhar caris

Para além disto o côco é indispensável à confecção da maioria dos caris que servem de base às refeições no Sri Lanka, seja ralado, como condimento ou em forma de óleo de côco.

Doces:

Os doces não foram o que mais marcou a experiência gastronomica do Sri Lanka, contudo dois sobressaíram: coconut hopper e lavariya… não muito doces, leves e sem óleo!!!

Os sweet string hoppers ou lavariya são string hoppers, uma espécie de noodles feitos com massa de arroz e cozidos ao vapor, que são depois recheados com uma mistura de côco ralado, açúcar escuro (jaggery) e condimentados com cardamomo… uma delícia.

lavariya, string hopper com recheio de côco e açucar
lavariya, string hopper com recheio de côco e açucar

Os coconut hoppers, são feitos com farinha de arroz e côco, cozinhados ao vapor sobre folha de bananeira; vendidos aos pares com um ligeiro recheio adocicado e cremoso. São suaves, leves e deliciosos.

Coconut Hoppers
Coconut Hoppers, uma versão dos hoppers, também feita com farinha de arroz e côco, mas cozinhada ao vapor, resultando fôfo e macia

O curd and honey, que não é mais do que iogurte regado com mel, que de facto não é mel mas sim melaço (treacle), muito popular Ella, onde se pode encontrar com diferentes variações como o curd and honey com arroz, o que torna uma boa opção para pequeno-almoço. Bom, mas não surpeendeu.

Curd and honey
Curd and honey, numa variante com arroz

 

O tradicional curd, um iogurte mais espesso e com mais gordura do que o que estamos habituados, feito com leite de búfala. Pode ser vendids nos “milk bar” que são pequeno quiosques de rua, nas “milk shops” e em algumas mercearias, mas sempre em potes de barro, com a versão mais pequena a pesar meio quilo. São misteriosamente mantidos durante o dia fora do frigorífico, sem se deteriorarem. Não têm açucar, como é habitual encontrar nas versões Nepalesas e Indiana.

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Curd, um iogurte feito de leite de bufala

Nas bakeries para além da venda de salgados apresentam também bolos, a fazer lembrar muito a doçaria europeia com versões de pão-de-ló ou do bolo-mármore, mas em formato rectangular. A estes juntam-se outro bolo muito comum, semelhante aos “muffins” ou ao português “queque” (por vezes com a forma de estrela), mas que se mostraram secos e bastante desinteressantes. Em algumas cidades, algumas pastelarias oferecem maior variedade de pastelaria baseada em bolos com cremes e recheio, mas pouco cativante e de sabor industrial.

uma versão do Sri Lanka dos muffins, ou praticamente o mesmo que os "queques" portugueses
uma versão do Sri Lanka dos muffins, ou praticamente o mesmo que os “queques” portugueses

Pão:

Apesar destas iguarias, o pão, numa versão ocidental, tipo pão de forma, branco e “borrachoso” é bastante popular… torrado com manteiga ou partido em pedaços e regado com caril… pouco atractivo mas vendido um pouco por todo o lado nas chamadas “bakery” ou nos vendedores ambulantes com carrinhos de mão ou triciclos motorizados que circulam pelas ruas das povoações.

A pequenos pães de massa branca, muito leves e sem sabor, vendidos simples ou recheados com omolete: redondos ou em forma de baguette, são uma versão Cingalesa da sandwich. A estes juntam-se outros a fazer lembrar o “pão de leite” e os “donuts” mas cujo aspecto industrializado não atraiu.

Pão
Pão bastante popular no Sri Lanka, numa versão mais ocidentalizada, mas pouco atractiva, de massa branca e muito leve, mas que com a humidade tropical fica rapidamente “borrachosa”
carrinha do pão
carrinha de venda do pão que circula pelas ruas das cidades

Chá e café:

O Sri Lanka é conhecido pelo chá, o famoso chá do Ceilão que os ingleses introduziram que continuam a ser plantado em larga escala. E é de facto a bebida nacional, sendo consumida com leite e açúcar.

Mas o café, não tendo fama, é bastante agradável, sendo preparado por filtragem (café de filtro), mostrando-se pouco denso e suave.

Horários:

Para encontrar um determinado tipo de comida, é necessário alguma aprendizagem relativamente aos horários, pois no Sri Lanka seguem-se regras não-escritas sobre o que comer a determinadas horas do dia.

Assim, de manhã, é hora para os roti, recheados de vegetais, peixe ou carne, assim como de samosas (chamussas), patties (estilo pastéis de massa-tenra), rolls (croquetes) e cutlets (estilo croquete mas redondos) também com diferentes tipos de recheios mas todos deep-fry, ou seja fritos imersos em óleo. Os coconut hoppers e lavariya, sendo ligeiramente adocicados e cozinhados ao vapor servem muitas vezes de pequeno-almoço.

Ulundhu Vada em primeiro plano.... depois cheese roti, fish roti, veg roti...
Ulundhu Vada em primeiro plano…. depois cheese roti, fish roti, veg roti…

Ao almoço, o popular rice and curry, é servido geralmente a partir do meio-dia, sendo servido até acabar, ou seja, pode durar hora e meia mas também se pode prolongar até às 2 horas… procurar um rice and curry depois deste horário aumenta as possibilidades de comer comida fria ou requentada… ou mais provavelmente de nem sequer encontrar rice and curry. Em alguns locais, geralmente em cidades e nos grandes restaurantes esta tradicional refeição está disponível desde a manhã, sendo servida ao pequeno almoço. Ao almoço, uma alternativa ao rice and curry são os string hoppers, mas estes só mesmo nos locais mais tradicionais do Sri Lanka.

Rice and Curry servido na forma tradicional do Sri Lanka em sistema de "buffet"
Rice and Curry servido na forma tradicional do Sri Lanka em sistema de “buffet”
"String hopper" com "dahl", um simples caril de lentilhas
“String hopper” com “dahl”, um simples caril de lentilhas

Ao jantar, que termina cedo, sendo difícil encontrar locais servindo refeições depois das 9.30h da noite, o mais popular são os kottu, os roti e as parahtas. Para quem quer uma refeição mais substancial tem também o fried–rice, fácil de encontrar nas chamadas Roti Shops, que como o nome indica se dedicam aos roti e kottu. Os hoppers são também uma das escolhas tradicionais ao fim do dia.

Fried rice with dahl, um caril de lentilhas
Fried rice de vegetais (Veg Fried Rice) acompanhado por dahl, um caril de lentilhas onde por vezes surge a boiar uma malagueta frita

Durante todo o dia, é possível encontrar os ulundhu vadai (massa frita em forma de anel), parippu vada (pastel de lentilhas frito), os pol roti (panqueca à base farinha e côco), os coconut roti (em forma de disco com cebola e côco)… e os sempre presentes roti, cuja popular opção vegetariana em forma de triângulo fica marcada na memória dos snacks Cingaleses.

Street food junto à estação de comboios de Kandy, durante a manhã
Street food junto à estação de comboios de Kandy, durante a manhã
Street food in Galle Fort, Colombo que só surge depois do pôr do sol
Street food in Galle Face, Colombo que só surge depois do pôr-do-sol

Em resumo, a gastronomia do Sri Lanka foi uma boa surpresa, bastante diferente da Índia vizinha, muito saborosa, colorida, rica, nutritiva… e amigável para vegetarianos. Resultado de várias influências, a cozinha Cingalesa está totalmente associada com a paisagem verde e com o clima quente e tropical.

…. o “rice and curry” e o “king coconut” deixaram saudades!

A comida na Malásia

Duas coisas sobressaem na gastronomia da Malásia…. a diversidade étnica, cultural e religiosa que nos remetem para a China, Índia, Tailândia… e o arroz, que é a base da alimentação e presença em quase todos os pratos.

Da passagem pelo Borneo Malaio e pela chamada Malásia Ocidental ficaram diversos pratos representativos da gastronomia malaia, como o lontong, laksa, nasi lemak, nasi goreng… “nasi” significa arroz e “goreng” refere-se a fritos, pelo que arroz frito, ou seja, salteado é um dos pratos mais fáceis de encontrar a qualquer hora do dia, sendo confecionado com frango, vaca ou marisco, ficando a carne de porco excluída da gastronomia de um país muçulmano.

Em termos de nasi goreng, surgem muitas variantes (kampung, pattaya, ayam…), diferindo os ingredientes, temperos e especiarias, sobressaindo o picante. O nasi goreng pattaya, é basicamente fried rice (arroz frito com carne, marisco ou vegetais), envolvido em ovo e regado com um condimento adocicado e picante. No Borneo este prato é muitas vezes é servido com uma taça de um caldo de carne que torna o arroz menos seco. Apesar de ser pouco popular e de não aparecer nos menus é também possível pedir nasi goreng vegetariano, mas que quase sempre é feito com ovo.

Nasi Goreng Pattaya. Malaysia
Nasi Goreng Pattaya. Malaysia

Mas é o nasi lemak que reina, podendo ser considerado o prato nacional da Malásia. Consumido geralmente ao pequeno-almoço, sendo básico e muito simples de preparar. É composto por arroz e pequenas porções de anchovas fritas e amendoins fritos, umas rodelas de pepino e ovo, que pode ser cozido ou frito. Esta refeição que pode ser servida no prato ou embrulhada em folha de bananeira para take–away. Mas o que torna este prato especial é o sambal, uma pasta avermelhada e espessa, feita à base de chilis, cebola, gengibre, alho, anchovas e mais uns quantos condimentos, resultando numa mistura picante, mas muito saborosa.

Nasi Lemak. Malaysia
Nasi Lemak. Malaysia

 

Nasi Lemak take away in banaan leaf. Malaysia
Nasi Lemak take away in banana leaf… a popular breakfast option. Malaysia

Laksa é outro dos populares pratos Malaios que se pode ser classificado entre uma sopa e um caril. Tem por base um caldo, doce e picante, onde se inclui o leite de côco, gengibre, folha de lima (kaffir) e lemongrass, que envolve finos noodles de arroz e rebentos de soja. A esta base geralmente adiciona-se carne, mas também é possível pedir com tofu. No Borneo, o laksa é mais cremoso, com mais leite de côco e geralmente servido com tofu e marisco, onde o marisco se resume a camarões ou lulas… mas seja onde for é sempre servido com lima que faz sobressair os restantes sabores.

Laksa. Melaka. Malaysia
Laksa. Melaka. Malaysia

 

Laksa. Kota Kinabalu. Malaysia
Laksa with heavy coconut gravy. Kota Kinabalu. Malaysia

 

Lontong, um prato tradicional da Indonésia que foi incorporado na cozinha malaia, e que na sua origem é vegetariano. Feito com arroz prensado formando um rolo compacto que depois é cortado em pedaços. Na altura de servir, adiciona-se a estes “nacos” de arroz um suave caril de vegetais à base de leite de côco, ao qual se junta tofu, tempeh e ovo cozido (ou por vezes frito). À semelhança do nasi lemak, é servido com um colherada de sambal, fazendo também parte dos pratos mais populares consumidos ao pequeno-almoço.

Lontong. Malaysia
Lontong. Malaysia

 

Um snack bastante popular no Borneo, e que provavelmente também se pode encontrar na restante Malásia é o chamado fried carrot cake, que apesar do nome nada tem a ver com cenoura, sendo arroz cozido e prensado em forma de blocos, que é cortado em pedaços e frito com ovo e alguns condimentos de onde sobressai o molho de soja e a presença de picante. Pouco saudável pela quantidade de óleo mas muito apetitoso.

Nas cidades, especialmente nos bairros onde predomina a cultura indiana, muitas vezes chamados de Little India, é fácil encontrar a gastronomia tradicional do sul da Índia, em resultado da forte presença da comunidade Tamil, aqui residente à várias gerações. Para além dos deliciosos caris que dão vida a uma prato de arroz, muitas vezes servido em folha de bananeira, é possível também encontrar murtabak, dosas e outros snacks típicos indianos, servidos com chutney de côco e sambar.

Mas o que se destaca são os roti canai, também chamados roti prata ou paratta. Trata-se de um pão achatado, não levedado, mas cuja massa é estendida até ficar muito fina, sendo para isso atirada com gestos mecânicos e precisos de encontro à bancada, repetidas vezes até quase ficar rasgada, processo que requere muito óleo. Depois estendida é trabalhada de forma a criar camadas toscas, sendo depois frita sob uma chapa metálica até ficar tostada e ligeiramente estaladiça.

O roti é acompanhado de um pequeno prato de caril, onde é demolhado. Podem-se encontrar várias versões deste prato, tanto com recheio de ovo, como banana, leite condensado…

Roti canai. Malaysia
Roti canai. Malaysia

Da presença da comunidade chinesa, ficam muitos restaurantes e todas as variações em volta das noodles soup e fried noodles, sendo juntamente com o nasi goreng, uma opção popular e fácil de encontrar em qualquer altura do dia, e que como é preparada na altura pode ter a variante vegetariana, onde muitas vezes é adicionado tofu, uma notória influência da gastronomia chinesa. Os fried noodles na Malásia respondem pelo nome de Kueh Teow Goreng e são sempre feitos com ovo, uns rebentos de soja e rama de cebolinho. O sumo de lima dá uma frescura a este prato que devido à presença de óleo pode ser ter um paladar um pouco pesado.

Kueh Teow Goreng. street food. Kuching. Malaysia
Kueh Teow Goreng. street food. Kuching. Malaysia

Os dim sum, tradicional refeição cantonesa cozinhada ao vapor em cestas de bambu, é uma presença em alguns restaurantes chineses, alguns dos quais ainda mantêm o sistema tradicional em que a comida é feita circular em carrinhos por entre as mesas, com os clientes a escolherem a refeição de entre as dezenas de variedades… onde dificilmente se consegue encontrar comida vegetariana.

Muito popular nas zonas de maior concentração da comunidade chinesa, como são as chamadas Chinatown existentes em várias das cidades da Malásia, é a venda de carne seca, em placas ou tiras, que é preparada de diferentes formas, indo do doce ao picante.

Mas o que sobressai da comida chinesa, tanto pelo preço como pela variedade de opções são os chamados rice plate, ou pratos de arroz. São refeições que têm por base uma dose de arroz, e onde cada um pode compor o prato servindo-se dos vários acompanhamentos, que podem ser carne, peixe, ovos, muitos vegetais e o popular tofu que é confecionado de variadas formas. Este sistema é muito popular, não se limitando à gastronomia chinesa, estendendo-se os restaurantes de comida malaia que apesar de mais vocacionados para a carne é o que apresenta mais variedade em termos de comida vegetariana. Basta chegar e dizer “rice” e é-nos dado um prato com uma porção de arroz para cada um acrescentar os acompanhamentos.

Rice plate restaurant. George Town. Malaysia
Rice plate restaurant. George Town. Malaysia

 

Rice plate. George Town. Malaysia
Rice plate. George Town. Malaysia

 

Rice plate street food. George Town. Malaysia
Rice plate street food. George Town. Malaysia

E em termos de comida de rua, a Malásia vai buscar muita inspiração à vizinha Tailândia, sendo mais fácil de encontrar nas cidades do norte do país do que por exemplo no Borneo. Em pequenas bancas que surgem a diversas horas do dia em locais específicos da cidade pode-se encontrar apom, steam rice cake, fried banana, e as populares e deliciosas apam balik, pancakes recheadas de amendoim… e muitas mais deliciosas opções que também incluem os salgados, quase sempre fritos.

Apom. George Town. Malaysia
Apom. George Town. Malaysia

 

street stall of chendul (chendol). George Town. Malaysia
street stall of chendul (chendol). George Town. Malaysia

Os mercados são também óptimos locais para saborear e experimentar a grande variedade de comida, muita que é difícil de identificar, se é doce ou salgada, se é de carne ou vegetariana… mas que desperta sempre a curiosidade.

Street food. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia
Street food. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia

 

Shellfish. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia
Shellfish. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia

 

Como país de clima tropical abundam as bananas, mangas e papayas… mas nos mercados como também em vendedores de rua encontram-se também ananás, jackfruit, melancias e meloas… mas é o durian, o rei dos frutos, muito apreciado e ao mesmo tempo detestado, pelo cheiro intenso, que leva a que seja proibido transportar ou comer durian nos transportes públicos e outros locais.

Durian. Kota Kinabalu. Malaysia
Durian. Kota Kinabalu. Malaysia

 

Fruits. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia
Fruits. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia

Doces

O chendul (ou chendol) é um tradicional doce-gelado muito popular na Malásia, à base de leite de côco e gelo moído, regado com uma calda de açúcar de palma e servido com uns noodles verdes (cuja côr vem de uma planta usada frequentemente em doces, o pandan) e uns quantos feijões adocicados. Pode parecer estranho mas é delicioso e refrescante e em alguns locais, como George Town as pessoas fazem fila para comprar este doce que se vende em pequenas bancas de rua.

Chendul (chendol). Melaka. Malaysia
Chendul (chendol). Melaka. Malaysia

 

Fry Banana. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia
Fry Banana. Central Market. Kota kinabalu. Borneo. Malaysia

 

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Sweet and deep fry snacks at Central Market. Kota Kinabalu. Malaysia

 

Muito popular é kaya (kay ajam), um doce de côco, ovo e açúcar que por vezes pode ser ter a cor verde que vem da presença de pandan, um vegetal que também é usado na confecção de alguns pratos malaios. Kaya é usada para barrar tostas, que são também uma das alternativas em termos de pequeno-almoço na Malásia. O Kaya Jam é também usado como recheio de  bolos e pasteis geralmente de masa folhada.

Kaya Jam. Malaysia
Kaya Jam. Malaysia

 

Coconut puff tart. Chinatown. Kuala Lumpur. Malaysia
Coconut puff tart. Chinatown. Kuala Lumpur. Malaysia

A juntar aos doces não pode faltar o beancurd (também chamado soybean pudding) uma espécie de pudim feito de soja que é regado com calda de açúcar de palma, é também popular nas zonas de maior presença Chinesa.

Beancurd. Kuala Lumpur. Malaysia
Beancurd. Kuala Lumpur. Malaysia

Bebidas

Sendo um país maioritariamente muçulmano o álcool é pouco usual nos restaurantes locais, sendo fácil de encontrar em bares e locais mais turísticos, especialmente a cerveja.

Mas o mais popular em termos de bebidas é o Teh tarik, que é chá ao qual é adicionado leite-condensado e que pode ser servido quente ou com gelo (Teh Ais). É consumido pela manhã, geralmente quente, acompanhando as refeições, roti canai por exemplo, ou durante o dia, numa pausa no dia de trabalho.

O café é também fácil de encontrar, sendo na Malásia usual o café de “filtro” mas servido numa versão bastante forte em termos de cafeína e de aspecto denso e escuro, mas de sabor suave.

Teh Ais (Ice tea with condensed meilk). Malaysia
Teh Ais (Ice tea with condensed meilk). Malaysia

 

Coffee. Malaysia
Coffee. Malaysia

Para comida vegetariana a melhor opção são os restaurantes indianos, pela influência da religião Hindu e alguns restaurantes chineses que pela ligação à religião Budista podem por vezes excluir produtos animais. Nos restaurantes mais direcionados para a gastronomia Malaia é notória a forte presença de pratos de carne, sendo contudo respeitadas as regras halal, que excluem a carne de porco. Contudo a carne de porco é bastante popular na comida chinesa.

De uma forma geral poucos são os pratos exclusivamente vegetarianos na gastronomia da Malásia, e mesmo os que aparentam não ter produtos animais, podem muitas vezes ser servidos com um condimento chamado “sambal” inclui anchovas ou outro qualquer pequeno peixe.

Para quem está habituado a comer de faca e garfo, tem aqui que se adaptar ao uso da colher e do garfo, pois a faca é instrumento que não chega à mesa, sendo desnecessário visto que a comida vem cortada em pedaços sendo levada à boca com a colher, servindo o garfo para empurrar os alimentos para a colher. Na Malásia usa-se a mão direita para levar comia à boca. Nos restaurantes indianos é frequente usarem-se os dedos para levar a comida à boca, mas está sempre disponíveis colheres. Colher e chopsticks são usados nos restaurantes chineses. De uma forma geral, os restaurantes não têm guardanapos.

E como em outros países asiáticos o primeira refeição do dia é feita à base de arroz e noodles, com sopas ou caris. Os rotis são também populares ao pequeno-almoço. Muitos dos restaurantes que servem pequenos-almoços abrem pelas 6 horas da manhã, mas nem sempre estão abertos até à hora de jantar, fechando pelas 3 ou 4 horas da tarde. Mas outros há que não abrindo tão cedo, servem refeições até à hora de jantar.

Rice and curry for for take away. Malaysia
Rice and curry for for take away. Malaysia

De uma forma geral, mesmo resumindo as escolhas a pratos vegetarianos a Malásia oferece uma grande diversidade gastronómica, variando bastante em termos de sabores, caracterizando-se por pratos simples, rápidos de confecionar e bastante saborosos…. com o laksa, lontong e nasi lemak a deixarem saudades.

Custos

Nos food courts uma refeição custa entre 3.5 e 5 RM, ou seja consegue-se facilmente fazer uma refeição por 1€.

O mesmo se aplica ao chamado rice plat, que com duas ou três variedades vegetarianos fica por cerca de 4 RM. Os custos de comida em Kuala Lumpur são um pouco mais elevados, mas um rice plate consumido num restaurante a custar cerca de 5 RM, se bem que num banca de rua pode ficar mais barato

Pratos com carne, peixe ou marisco têm sempre preço mais elevado.

Street food. prices. Malaysia
Street food. prices. Malaysia

George Town… street art e street food

Penang muitas vezes confundida com George Town. Penang é um estado na costa Ocidental da Malásia, do qual faz parte a ilha de Pulau Pinang. Mas o que atrai a maioria dos visitantes a este local é a cidade de George Town (ou Georgetown) a capital e maior cidade deste estado, cujo nome é resultado da presença Britânica que aqui se instalou no século XVIII, fazendo deste local um dos importantes postos no comércio da região, é a calma o ambiente tranquilo e o bem preservado património colonial.

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Desta presença resultou num vasto património arquitectónico que vai desde edifícios oficiais, igrejas, e as chamadas shophouses, que são edifícios de dois ou três andares em que o piso térreo é destinado ao comércio e os restante a habitação, continuando ainda hoje a ter essas funções.

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Como importante entreposto comercial, George Town atraiu muitos comerciantes de diversos países vizinhos, como tailandeses, birmaneses, tamils do sul da Índia e essencialmente chineses, donde resultou uma grande diversidade cultural e religiosa que se revela nos muitos templos budistas, templos hindus e mesquitas, aos quais se juntam as igrejas cristãs, católicas e anglicanas.

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Desta mistura, que soube conviver e tirar partido das suas diferenças, nasceu uma identidade muito própria à qual se juntou a cultura Malaia, resultando num país, que hoje em dia é um exemplo de tolerância religiosa, étnica e cultural. E resultou também numa grande diversidade gastronómica pela qual Penang é famosa, encontrando-se restaurantes e quiosque de comida de rua, um pouco por toda a parte antiga da cidade, com cada zona focada num determinado tipo de comida, obedecendo a horários específicos… sendo impossível encontrar Chendul à noite ou Steam Rice Cake durante o dia.

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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Food Market. George Town
Food Market. George Town

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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George Town
George Town

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A parte antiga da cidade, é considerada Património da Humanidade pela Unesco, onde grande parte dos edifícios são antigos, com muitas das shophouses a manterem a arquitectura tradicional, algumas convertidas em modernos cafés, restaurantes e alojamentos em resultado do grande numero de visitantes. Outras das características arquitectónicas da cidade, são os chamados five foot ways, que são uma espécie de passeios formados pelos edifícios, onde o piso térreo é recuado em relação à fachada, criando uma passagem em forma de arcadas, que protege os habitantes do sole da chuva. O nome vem da largura com que eram construídos com que originalmente eram construídos (5 foot são equivalentes a 1.5 metros), existindo contudo five foot ways de várias dimensões ajustando-se à largura das ruas.

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Georgetown é famosa pela street art, que de certa forma se tornou institucional, com muitas intervenções artísticas feitas de forma planeada e organizada, o que retira o carácter subversivo e de intervenção que é uma das facetas da street art. E os vários murais que se encontram pela parte antiga da cidade, somente alguns trabalhos sobressaem do homogéneo, simples e inocente conjunto de pinturas murais.

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Street art. George Town
Street art. George Town
Georgetown_street art_DSC_6430
George Town

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Apesar da arte exposta nas paredes vale a pena um olhar mais atento ao que se passa debaixo dos nosso pés, onde os pavimentos de muitos five foot ways são revestidos a mosaicos, de elaborados padrões geométricos e de atractivas cores.

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5 foot way. George Town
5 foot way. George Town

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5 foot way. George Town
5 foot way. George Town

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Georgetown cheira a antigo e ao mesmo tempo tem um carácter moderno num ambiente pacato, somente interrompido pela agitação dos bares que aos fins-de-semana tornam parte da Lebuh Chulia e da Love Lane confusas e barulhentas, destoando do resto da cidade.

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George Town
George Town

 

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Onde dormir em George Town:

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O edifício cheio de personalidade e estilo, staff simpático e prestável fazem da 100 Cintra um local especial com uma atmosfera que convida a permanecer por longos períodos.

100 Cintra

Address: 100, Lebuh Cintra, George Town, 10200 Pulau Pinang, Malaysia

//www.100cintrapenang.com/

 

Georgetown_100 Cintra guest house_DSC_6370

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Onde comer em Georgetown:

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Penang é a capital da comida da Malásia, resultante da grande variedade fruto da diversidade étnica e religiosa aqui presente, e famosa também pela comida de rua que aqui se encontra mais facilmente do que noutras cidades da Malásia; por isso o melhor é deambular pelas ruas e seguir a intuição.

Zonas populares para street-food:

  • Lebuh Kimberley, junto ao cruzamento com a Lebuh Cintra (predominantemente durante a manhã, mas com alguns vendedores a ficar até à noite);
  • Jalang Penang, entre a Jalang Campbell e a Jalan Dr Lim Chewee Leong, onde ao longo das pequenas ruas transversais várias bancas de rua preparam e vendem os seus produtos: refeições, snacks, doces, gelados, bebidas, etc…
  • Lebuh Chulia, entre o cruzamento com a Love Lane e a Jalan Masijd Kapitan Keiling (depois do anoitecer)
Apom, traditional asian sweet like a cookie. Street food. George Town.
Apom, traditional asian sweet like a cookie. Street food. George Town.

 

chendul @ Lebuh Keng Kwee. George Town
chendul @ Lebuh Keng Kwee. George Town

Comida a não perder em George Town:

  • NG Kee Cake Shop, Fábrica e loja de bolos, na Lebuh Cintra.
  • Veg thali servido em folha de bananeira, nos muitos restaurantes em Little India, em especial ao longo da Lebuh Penang
  • Steam Rice Cake na Lebuh Cintra em frente a um restaurante chinês de Dim Sum, mas que somente surge depois do anoitecer.
  • Chendul na Lebuh Keng Kwee
Coconut tarts and traditional Chinese Cookies Shop and Bakery @ Lebuh Cintra. George Town
Coconut tarts and traditional Chinese Cookies Shop and Bakery @ Lebuh Cintra. George Town

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Delicious traditional malay and chineses fast-food Restaurant @ Lebuh Cintra. George Town
Delicious traditional malay and chineses fast-food Restaurant @ Lebuh Cintra. George Town

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Delicious traditional malay and chineses fast-food Restaurant @ Lebuh Cintra. George Town
Delicious traditional malay and chineses fast-food Restaurant @ Lebuh Cintra. George Town

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Little India... always noisy, colourful in any country. George Town
Little India… always noisy, colourful in any country. George Town

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Chinese Restaurant at Lebuh Cintra with traditional Dim Sum. George Town
Chinese Restaurant at Lebuh Cintra with traditional Dim Sum. George Town

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Como ir de Kuala Lumpur para George Town:

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De Kuala Lumpur do Terminal TBS (Terminal Bersepadu Selatan) há autocarros durante todo o dia desde as 6.00 am até 12.00 am.

A viagem até Penang dura cerca de 5 horas, mas podem ser 6 horas ou mais dependendo do trânsito à saída de Kuala Lumpur.

Existem duas opções para chegar a George Town:

  1. Bus de Kuala Lumpur (TBS) até Butterworth, e ferry até George Town. O ferry demora 10 a 15 minutos e custa 2 RM. A distância ente o Butterwoth Bus Terminal e o ferry, é curta e de fácil orientação, demorando cerca de 10 minutos a fazer a pé. Esta opção de bus até Butterworth pode ter o inconveniente de fazer paragem no Sungai Nibong Express Bus Terminal em Penang, o que implica cruzar a ponte para a ilha e depois voltar para trás, para terminal o serviço em Butterworth Bus Terminal.
  1. Bus de Kuala Lumpur para Sungai Nibong Express Bus Terminal em Penang. Daqui é necessário apanhar um autocarro local, até George Town (12 km).

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Tickets KL – Butterworth: 35 RM

O ferry é a opção mais agradável, em especial se a viagem coincidir com o fim do dia.

//www.penangport.com.my/Services/Ferry-Services

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way from Butterworth Bus Terminal to the ferry to Georgetown. Penang
way from Butterworth Bus Terminal to the ferry to Georgetown. Penang

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Ferry Butterworth-Georgetown. ferry fees
Ferry Butterworth-Georgetown. ferry fees

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on the ferryboat Butterworth-George Town
on the ferryboat Butterworth-George Town

 

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Como ir de George Town para Kuala Lumpur:

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Uma das opções é ir até ao cais (a pé ou em bus local) e apanhar o ferry para Butterworth e daqui um autocarro para Kuala Lumpur. Não é necessário reservar pois várias empresas fazem este serviço havendo uma grande oferta em termos de horários.

Em alternativa pode-se apanhar um autocarro directamente de George Town para Kuala Lumpur.

  1. Os autocarros partem do Sungai Nibong Express Bus Terminal, situado a 12 km de George Town.
  2. Os bilhetes podem ser compradas no próprio dia, e mesmo na hora, numa das muitas agências situada na Jalan Ria perto do KOMTAR. Esta agências têm um serviço shuttle, desde a até ao terminal (3 RM)

Bus Tickets George Town (Penang) – KL: 38 RM + 3 RM (shuttle até ao terminal de Sungai Nibong Express)

Location of travel agencies that sale bus tickets to Kuala Lumpur @ Georgetown
Location of travel agencies near KOMTAR that sale bus tickets to Kuala Lumpur @ Georgetown

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Travel agencies that sale bus tickets to Kuala Lumpur @ George Town
Travel agencies that sale bus tickets to Kuala Lumpur @ George Town

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Schedule of buses from Georgetown to Kuala Lumpur
Schedule of buses from Georgetown to Kuala Lumpur

A comida em Singapura

Singapura orgulha-se de ser a capital gastronómica da Ásia, recebendo influência da culinária Chinesa, Malaia, Indiana e Indonésia, estendendo-se ao Sri Lanka e à Tailândia. Surgem ainda vestígios da presença Portuguesa e Inglesa na região, encontrando-se à venda a “portuguese egg tart” que não é mais do que o famoso pastel de nata.

Singapura como qualquer grande cidade apresenta uma grande variedade de escolha em termos de restaurantes, não só em termos de cozinha, onde domina a comida asiática, mas onde são muitas as opções de comida ocidental, como também em termos de custo de uma refeição.

E percorrendo a cidade, encontramos os restaurantes mais simples e modestos, cujo espaço é aberto para a rua, até aos restaurantes mais modernos e sofisticados, passando pelos muitos restaurantes “à la carte” que apresentam uma grande gama de preços. Pelo meio fica uma infinidade de escolhas, mostrando que a comida tem um papel importante na vida social dos Singapurenses, que dado o elevado poder de compra enchem restaurantes, especialmente às sextas-feiras e sábados

E aqui deparamo-nos com a questão qual é verdadeiramente a comida típica de Singapura… pois a resposta é que é um pouco de tudo, não uma mistura de influências de onde tenha resultado uma gastronomia própria que seja o reflexo da posição geográfica, do clima, da fauna e da flora da região, mas sim uma diversidade de oferta em termos gastronómicos que reflecte a diversidade étnica e religiosa que é o que melhor define este país-estado-cidade.

10 local dishes to try in Singapore
10 local dishes to try in Singapore

 

Rochor Beancurd House: soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!
Rochor Beancurd House: soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!

 

As zonas de Little India, Kampong Glam e Chinatown são as mais atractivas em termos de comida, com qualquer uma delas com opções para todas as “bolsas”. Os centros comerciais também têm muitas opções em termos de restaurantes, para além do fast-food e das grande cadeias internacionais.

Em Singapura a comida apesar de mais cara do que nos países vizinhos é acessível, desde que se opte pelos food-courts e mercados, não existindo em Singapura “comida de rua”. Estes locais fornecem refeições a partir de 4 S$, o que corresponde a 2.5€.

Nos mercados, nas zonas comerciais e um pouco por toda a cidade, com excepção das zonas mais sofisticadas e ricas (Wafles Place, Marina Bay, etc…) existem os chamados food-courts que são áreas compostas de vários quiosques ou pequenos restaurantes agrupados no mesmo espaço, cada um servindo diferentes tipo de comida ou bebidas, geralmente em sistema de take-away, e com uma zona comum composta de mesas e cadeiras. Estes food-courts podem gigantescos ao ponto de uma pessoa quase se perder lá dentro ou de dimensões mais modestas, mas são sempre a opção mais rápida e económica e a que atrai a maioria da população local.

Geralmente apresentam diversas opções em termos de comida, comida chinesa, malaia, indiana… mas alguns são mais direcionados para comida chinesa, onde por vezes não é fácil encontrar comida vegetariana. Os fried-rice e fried-noodles são fáceis de encontrar um pouco por todo o lado e também muito popular é o sistema a que aqui se chama de fast-food, onde a comida está exposta em tabuleiros, e cada pessoa prepara os eu prato, tendo por base o arroz, pagando pelo numero de variedades de que se serviu.

Chinatown Complex
Chinatown Complex

 

Chinatown Peoples Park Complex.
Chinatown Peoples Park Complex.

 

Chinatown. food court
Chinatown. food court com pouco mais de cinco restaurantes

Com tanta diversidade não faltam restaurantes vegetarianos ou mesmo vegan, mas estes geralmente em zonas mais sofisticadas da cidade. Mas Singapura reúne diversos tipos de gastronomias e quase todos os locais apresentam pelo menos uma opção vegetariana, sendo a comida Chinesa a mais difícil neste campo, e a Indiana a mais fácil, pois em Singapura existe uma grande comunidade hindu. A comida malaia também tem alguns pratos tradicionais, que dependendo do restaurante podem ter ou não produtos de origem animal, contudo é geralmente possível pedir para confecionar determinado prato substituído carne, peixe ou marisco por tofu, que devido à influência chinesa é bastante popular.

Mas atenção pois os molhos que acompanham a comida, são muitas das vezes feitos com fish-souce ou outros condimentos de origem animal. Para vegans é mais difícil, pois os ovos são uma presença constante em muitos dos pratos, sejam ou não vegetarianos.

Tooth Relic Temple
Vegetarian Pork Ribs @ Tooth Relic Temple Canteen

Em Kampong Glam, o chamado Arab Quarter dispondo-se em volta da mesquita Masjid Sultan, podem-se encontrar restaurantes de comida Marroquina, Tunisina, Turca e Iraniana, mas pelo meio existem muitas mais opções sendo um local ideal para saborear os tradicionais pratos Malaios: laksa, lontong, nasi lemak, nasi goreng… em que “nasi” significa arroz, sendo apresentado salteado (ou frito) nas mais diversas formas, e sabores, com vegetais, frango, vaca ou marisco… ficando a carne de porco excluída da gastronomia de um país muçulmano.

O nasi lemak pode ser considerado um dos pratos mais populares da Malásia e é consumido geralmente ao pequeno almoço, sendo básico e muito simples de preparar, constituído à base de arroz, anchovas fritas, amendoins fritos, umas rodelas de pepino e ovo, que pode ser cozido ou frito, e que pode ser servido no prato ou embrulhado em folha de bananeira. Mas o que torna este prato especial é o sambal, uma pasta avermelhada feita à base de chilis, cebola, gengibre alho e mais uns quantos condimentos, resultando numa mistura picante, mas muito saborosa.

Laksa é outro dos populares pratos Malaios que se encontra facilmente em Singapura, constituído por um caril à base de leite de côco, doce e picante, com gengibre e lemongrass, que envolve noodles de arroz e alguns vegetais. Pode ser também de marisco.

Lontong, um prato tradicional da Indonésia que foi incorporado na cozinha malaia encontrando-se também em Singapura. Feito com arroz prensado, formando um rolo que depois é cortado em pedaço e regado com um caril de vegetais à base de leite de côco, ao qual se junta tofu, tempeh e ovo cozido. À semelhança do nasi lemak, é adicionado um sambal à base de peixe.

Laksa
Laksa

 

Nasi Lemak
Nasi Lemak

 

lontong
Lontong

Kampong Glam é um dos locais indicados para experimentar os biryani, um prato indiano à base de arroz, tradicional das zonas muçulmanas, mas com um “twist” malaio onde predomina a carne. Mas também aqui se podem saborear os roti prata, ou simplesmente roti, ou paratta, que é tradicional do Sul da Índia mas que foi incorporado na gastronomia da Malásia, sendo popular também em Singapura. Trata-se de um pão achatado, não levedado, mas cuja massa é estendida até ficar muito fina, com a ajuda de muito óleo, e depois trabalhada e espalmada, de forma a criar camadas de forma tosca, que depois de frita sob chama metálica fica ligeiramente estaladiça. É servida com um pequeno prato de caril, onde o roti é demolhado, podendo-se encontrar várias versões deste prato, com o roti recheado de ovo.

roti @ Singapore Zam Zam Restaurant
roti @ Singapore Zam Zam Restaurant

 

Para quem aprecia comida indiana, Little India é o local que oferece melhor variedade, em especial comida tradicional do sul da Índia, pois a maior parte da comunidade indiana aqui residente é do estado de Tamil Nadu. Para além de todo o tipo de snacks o mais popular são os thalis que em muitos restaurantes são servido em folha de bananeira, podendo ser vegetarianos ou não-vegetarianos. Aqui também são populares os rotis, as dosa, uttapam, vada, puri, etc… Little India é também o local de eleiçãoo para adquirir produtos de origem indiana, como especiarias e condimentos, encontrando-se nas mercearias uma grande variedade de vegetais.

 

veg thali @ Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India
veg thali @ Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India

Em Chinatown, ainda mais do que noutras zonas da cidade, fervilha a actividade em volta da comida, dominando os food-courts, onde se podem reunir centenas de bancas de comida, onde se pode encontrar um pouco de tudo em termos de culinária asiática, atraindo milhares de pessoas que aqui fazem refeições desde a manhã até ao fim do dia, com comida a ser servida durante todo o dia. Um dos mais populares é o Chinatown Complex, onde o ambiente é barulhento e agitado mas que proporciona um visão interessante sobre o modo de vida, a cultura e a forma de estar da população. Um refeição nestes food-courts pode custar entre 4 e 5 S$, com os pratos de carne e marisco de preço mais elevado.

Uma das especialidades chinesas é o popiah, um rolo de massa muito fina que envolve uma mistura de alface, rebentos de soja, amendoim, cenoura cozinhada e um molho picante. São deliciosas e um óptima opção vegetariana para um snack.

Chinatown Complex. Popiah
Chinatown Complex. Popiah

 

Chinatown Complex. Popiah
Chinatown Complex. Popiah

Também em Chinatown, no Buddha Tooth Relic Temple, existe na cave uma cantina onde somente é servida comida vegetariana, mas seguindo a gastronomia chinesa, onde a carne é substituída por derivados de origem vegetal que em aspecto e consistência se assemelham a carne. Uma optimo forma de explorar a rica gastronomia chinesa para vegetarianos. Cada refeição, que é constituída por um prato de arroz com dois acompanhamentos custa 3 S$. Somente está aberto até às 3 pm. A comida é boa, o ambiente é calmo e o lucro tem fins de caridade.

Tooth Relic Temple
Tooth Relic Temple

Em termos de bebidas o chá é muito popular entre a comunidade chinesa, sendo visto com fins medicinais; mas é o ice-tea, que é chá ao qual é adicionado leite-condensado e que pode ser servido quente ou com gelo que ganha em termos de popularidade. Uma bebida doce e fresca que sabe bem com o clima quente e húmido de Singapura.

O café é também muito popular e pode ser encontrado nas sofisticadas coffee-shops, nas vertentes de expresso, cappuccino, latte, etc… ou em alternativa pode-se saborear o singaporean coffee, kopi, um café de “filtro” mas extremamente denso e bastante forte em termos de cafeína, e que é servido de diversas formas:

  • kopi entende-se café com leite condensado, servido quente
  • Kopi C: café quente servido com leite e açucar
  • Kopi O:com açucar
  • Kopi O Kosong:sem açucar e sem leite
Kopi, Singaporean coffee
Kopi, Singaporean coffee

Onde comer em China Town:

  • Tooth Relic Temple: cantina com comida vegetariana chinesa: 3 S$

Address: 288 S Bridge Rd, Singapore 058840

Tooth Relic Temple. Schedule
Tooth Relic Temple. Schedule
  • Chinatown Complex: o mercado de frescos na cave, roupa no piso térreo e comida no primeiro andar onde as opções são tantas que é difícil a escolha com diversos tipos de gastronomias e bancas especializadas em pratos específicos; refeições a partir de 3 S$
Chinatown Complex
Chinatown Complex

Onde comer em Little India:

  • Komala Villas: comida típica do sul da Índia a preços acessíveis; thali servido em folha de bananeira.

Address: 76 Serangoon Rd, Singapore 217981

Komala Vila Restaurante. Little India
Komala Vila Restaurante. Little India

 

  • Famous Indian Curry Food Restaurant: serve em ambiente informal deliciosos thali em folha de bananeira, com opção vegetariana. 6 S$

Address: 30/32 Upper Dickson Road, Singapore 207489

Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India
Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India

 

Onde comer em Kampong Glam (Arab Quarter):

  • Kampong Glam Cafe: boa comida com uma grande variedade de pratos malaios (lontong, laksa, nasi lemak, nasi goreng e muitos mais), rotis e também com a opção de self-service onde tendo por base arroz se pode compor o prato com vários acompanhamentos à escolha que variam diariamente, e onde também é possível encontrar opções vegetarianas. Optimo local para tomar uma bebida (sem álcool) e observar o modo de vida local. Refeições a partir de 3.5 S$

Address: 17 Bussorah St, Singapore 199438

 

Kampong Glam Café
Kampong Glam Café

 

  • Singapore Zam Zam Restaurant: muito popular pelos byriani (só de carne) e pelos rotis

Address: 697-699 N Bridge Rd, Singapore 198675

Singapore Zam Zam Restaurant
Singapore Zam Zam Restaurant

Onde comer em Geyland:

  • Rice House  (Zhou Da Wang): este informal restaurante confeciona as receitas típicas da gastronomia chinesa mas usando derivados de produtos vegetais, essencialmente soja, que se assemelham em textura à carne, podendo-se assim saborear “hainanese chicken rice” sem sacrificar animais J

Address: Blk 129 #01-102 Geylang East Avenue 2, Singapore380129, Singapore

 

  • Rochor Beancurd House: aqui produzem-se e servem-se produtos à base de soja, por exemplo soy-milk e o beancurd (também chamado soybean pudding) um pudim feito de tofu muito macio e suave que é servido como sobremesa ou snack, regado com xarope de cana-de-açúcar, um produto típico da culinária chinesa. Aqui também se encontra a “portuguese egg tart”!

Address: 745 Geyland Road (Lor 39), Singapore 389653

Rochor Beancurd House:soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!
Rochor Beancurd House:soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!

O Pão no Irão

O pão tem sem duvida um papel muito importante na dieta da população iraniana, encontrando-se um pouco por todo o lado, seja em bazares, ou nas ruas das cidades, pequenas fábricas de pão que servem ao mesmo tempo de local de venda. Difíceis por vezes de encontrar, escondendo-se em ruas secundárias ou pequenos becos, discretas, muitas vezes sem letreiros ou qualquer tipo de indicação, somente assinaladas por um pão pendurado à entrada ou pela fila que se faz à porta.

O pão mais comum e talvez o que se encontra com mais frequência é o barbari (Nan-e barbari), com uma forma oval distorcida, espessura e umas estrias que o tornam mais fino e crocantes em alguns pontos. Também muito popular é o lavash (Nan-e lavash), muito fino e esbranquiçado, ligeiramente estaladiço, tem a vantagem de se poder conservar por bastante tempo. Não é das opções mais interessantes com pouco sabor e um aspecto muito industrial, mas é dos mais antigos pães do Médio Oriente.

Tanto o barbari como o lavash são cozinhados em fornos, que actualmente são elétricos. Mas o Nan-e sangak, tem a particularidade de ser cozinhado num forno sobre superfície coberta de pequenas seixos, o que lhe confere uma superfície com “covinhas” na base, resultando num pão mais estaladiço, mas com a mesma forma do barnari.

Variando na forma, sendo redondo e fina, mas mais fofo do que o lavash, o taftoon (Nan-e taftoon) que somente encontrei em Yazd, que tem a vantagem de ser dos mais pequenos, pois no Irão os pães têm tamanho familiar.

Existem várias fornadas durante o dia, e os habitantes sabem a que horas podem encontrar o pão quente; eu limitei-me a confiar na sorte e aproveitar a passagem por uma destas pequenas fábricas para me deliciar com pão feito à mão e acabado de sair do forno.

barbari (Nan-e barbari),
barbari (Nan-e barbari)

 

lavash (Nan-e lavash),
lavash (Nan-e lavash)

 

Nan-e sangak
Nan-e sangak

 

taftoon (Nan-e taftoon)
taftoon (Nan-e taftoon)

 

Bakery. Yazd
Algumas padarias utilizam fornos a lenha. Yazd

 

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Bakery. Kashan

 

Bakery. Kashan
Bakery. Kashan

 

Bakery
Bakery. Tehran

 

Bakery
Bakery. Kashan

 

taftoon (Nan-e taftoon)
taftoon (Nan-e taftoon)

 

Bakery
Bakery. Shiraz

 

Bakery
Bakery. Esfahan

A comida no Irão: um guia para vegetarianos e não só!!

Sendo seguidora de uma dieta vegetariana um mês no Irão não foi das melhores experiências a nível gastronómico, tendo havido excepções a esta dieta, uma vezes por desconhecimento ou barreira linguística e outras por não recusar uma refeição gentilmente oferecida, como do Dia do Ashura, um festival religioso xiita..

Por isso a famosa gastronomia iraniana ficou por explorar, não podendo a minha experiência fazer justiça ao que se come no Irão.

Mas a nível de restaurantes, para quem não pretende ir para a gama superior, não existem muitas opções, com excepção do chamado fast-food, que basicamente são kebaks, hamburgers e falafel.

Esta falta de opções revela que a população não costuma fazer muitas refeições fora de casa, o que se compreende num país onde ainda muitas mulheres são domésticas.

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Especiarias à venda no Bazar de Yazd, onde casa camada corresponde a um ingrediente diferente

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Mirza Ghasemi
Mirza Ghasemi, feito à base de beringela, assada e depois triturada e frita com mais ingredientes, resultando numa mistura bastante intensa e saborosa, mas um pouco gordurosa. Acompanha com arroz, onde é normal misturar-se um naco de manteiga. Os alhos em pickles são uma das especialidades da região de Gilan, e combinam bem com o sabor forte do prato principal. Masuleh

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Dizi
Dizi, um estufado de legumes e feijões com carne. Muito rico em sabor e com muita gordura… mesmo não comendo a carne o sabor do borrego é demasiado presente. O arroz é um dos principais acompanhamentos dos pratos iranianos, sempre servido com um naco de manteiga. Tabriz

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Ashura food
Ashura food oferecida numa das ruas de Yazd no dia do Ashura, em que a oferta de chá, doces, pão e mesmo refeições completas é tradicional. Este é o “gheimeh”um guisado que junta lentilhas, feijão e borrego.

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Iranian Pizza
Iranian Pizza… sim, os iraniano têm uma versão muito particular da pizza. A massa é espessa e fôfa. em vez de tomate há uma ligeira camada de ketchup, e os restantes ingrediente juntamente com o queijo são levados ao forno por bastante tempo, até a massa ficar cozida, o que torna o queijo numa camada estaladiça, como um gratinado. É servida com pacote de ketchup. Deixando para trás condicionamentos e ideias pré-concebidas sobre pizzas, o resultado é bastante bom…. como tudo onde pão e queijo estão presentes 😉 . Esfahan

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Quente… frio

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Segunda a tradição nas refeições devem ser equilibradas entre alimentos quentes e frios, e isto não resulta da temperatura que são consumidos mas das suas propriedades intrínsecas, com alimentos quentes a acelerar o metabolismo e alimentos frios a abrandar. Exemplos de alimentos quentes: carne, açúcar, trigo, álcool, frutos secos; alimentos frios são o iogurte, fruta, vegetais, arroz…

Pratos de carne são consumidos muitas vezes com uma mistura de vegetais crus, que incluem spring-onions, rabanetes, menta, coentros, alface, rúcula… e com o iogurte a acompanhar muitas vezes a refeição, compensado assim o valor energético dos alimentos.

O pequeno almoço tradicional no Irão, tem como presença obrigatória o pão, que se apresenta sob diversas formas mas sempre segunda a tradição oriental de pães achatados, que podem ser muito longos ou redondos. Acompanhando o pão, há o queijo, manteiga, tomate, frutos secos, nozes, tâmaras, mel, tahini… e o sempre presente chá que é consumida durante todo o dia e indispensável pela manhã.

Assim, equilibrando pão, nozes e tâmaras, junta-se iogurte, tomate e pepino… e o chá, que como o arroz são considerados alimentos neutros.

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Iranian Break-fast
Iranian Break-fast at home. Tehran

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Lacticínios

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São sem duvida uma presença forte na dieta Iraniana, com iogurte a acompanhar refeições, queijo ao pequeno almoço, doces à base de leite, manteiga servida no topo do arroz…

Domina claramente o queijo branco não-curado, feito de leite de ovelha, mais ou menos cremoso, cortado em blocos mais ou menos quadrados. Nos mercados não se encontra à venda queijo curado, mas as lojas que vendem queijo, e outros lacticínio têm também manteiga, exposta nas arcas frigorificas em grandes blocos facilmente identificados pela cor amarelada e pelas marcas de dedos que servem de “decoração”.

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Queijo e manteiga. Tabriz
Queijo e manteiga. Tabriz

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Queijo.Tabriz
Queijo.Tabriz

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Dairy shopt at Tabriz Bazar
Dairy shopt at Tabriz Bazar

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Butter
Butter. Tabriz

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Queijo semelhante a um creme que acompanha a refeição. Masuleh
Queijo semelhante a um creme que acompanha a refeição, sendo aromatizado com uma pasta à base de especiarias, muito intensa e salgada que combina bem com o sabor neutro desta mistura entre queijo e manteiga. Masuleh

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Doces

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Encontram-se muitas pastelarias dedicadas ao fabrico e venda de doces, onde os bolos seguem a linha da pastelaria francesa mas numa versão menos sofisticada, com biscoitos e bolos recheados de creme. Em algumas zonas mais sofisticadas das grandes cidades é possível encontrar os doces tradicionais turcos como a baklava.

Contudo a doçaria iraniana tem muito mais para oferecer, com cada região associada a pelo menos um doce específico. Em Fuman o Koloocheh, um biscoito recheada com uma pasta açucarada, em Esfahan, o Fereni, um pudim de leite regado com calda de tâmaras, em Shiraz o Foloudeh uma espécie de noodles servidos gelados e regados com água-de-rosas, em Yazd, onde os doces têm forte tradição sobressai a versão iraniana da baklava, que aqui não tem as finas camadas de massa folhada sendo mais compacta e pesada massa recheada de amêndoa.

Kashan é famosa pela água-de-rosas e doces resultantes da sua utilização.

Por todo o lado, em lojas ou nos bazares, encontra-se halva, uma pasta mais ou menos macia, feita à base de farinha, manteiga ou óleo, e açúcar ou mel, aromatizada com especiarias como o cardamomo e a canela. Pode ser encontrada em blocos rectangulares onde é vendida ao peso, ou embalada. O tahini é também muito popular no Irão, onde a esta rica pasta à base de sésamo se pode misturar mel. Em Yazd encontra-se uma das melhores combinações: halva com tahini.

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Koloocheh. Fuman
Koloocheh. Fuman

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Fereni. Esfahan
Fereni. Esfahan

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Foloodeh. Shiraz
Foloodeh. Shiraz

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Baklava. Yazd
Baklava. Yazd
Pastelaria
Pastelaria. Tabriz

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Pastelaria
Pastelaria. Esfahan

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Steet-food

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Definitivamente o Irão não é um país de street-food, sendo excepção os pouco vendedores ambulantes que circulam nos bazares e ocasionalmente nas ruas envolventes, com favas cozidas que depois são temperadas, ou outros vendendo batata-doce, beterraba e outros tubérculos cozinhados em calda de açúcar.

Em Tabriz um encontro feliz com uma espécie rústica do wrap, com o pão a ser recheado com batata assada, ovo cozido e salada, resultou numa refeição capaz de encher o estômago por algumas horas.

Nos mercados encontram-se por vezes vendedores de sumos de fruta feitos na hora; mas em pequenas lojas espalhadas pelas cidades, os chamados os juice bars, têm uma mais vasta oferta (maçã, laranja, romã, meloa, cenoura…) e são uma boa opção para repor energias e combater o calor, com uma bebida fresca.

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Favas. Masuleh
Favas. Masuleh

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Street-food. Tabriz
Street-food. Tabriz

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wraps. Tabriz
wraps de batata assada, ovo cozido, tomate e uns vegetais. Tabriz

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Juice bar. Tehran
Bebida refrescante e doce com sementes de chia, e sumo de meloa, muito popular nesta altura do ano. Tehran

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Roots. Tehran
Vendedor ambulante numas das ruas do bazar de Tehran, com favas cozidas que nunca cheguei e experimentar, e beterraba cozinhada em calda de açucar e canela, que é servida quente a fumegar, deixando um cheiro adocicado no ar. Tehran

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Fruta e Frutos secos

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Em termos de fruta encontra-se um pouco de tudo, com o mês de Outubro a encher os mercados de apetitosas romãs e de deliciosas uvas. Mas ainda é possível encontrar melancias e deliciosas maçãs e pêssegos. Bananas também se encontram mas são provavelmente um dos pouco frutos tropicais que aqui se veem.

Sobressaem os frutos secos  com ameixas, alperces, figos, e outros cujo nome desconheço, encontrando-se em muitas variedades e apresentações (umas mais doces, outras mais ácidas, outras um pouco salgadas, etc…). Mas são as tâmaras que ocupam um lugar especial aqui no Irão, fazendo parte da alimentação diária, seja na confecção de pratos ou consumidos simples ao pequeno-almoço ou como snack durante o dia. As nozes, onde se incluem, nozes, amêndoas, cajus… e os pistácios que podem ser simples, tostados, salgados, picantes… em Outubro, talvez por ser a época, os pistácios estão à venda por todo o lado, encontrando-se ainda os chamados “frescos” com uma fina camada de pele que cobre a casca, sendo o miolo mais tenro e adocicado do que a versão seca a que estamos habituados a consumir.

Tabriz e Bandar Abbas, curiosamente a primeira e a ultima paragem neste itinerário no Irão, foram os locais onde encontrei uma maior variedade de frutos secos.

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Tâmaras
Tâmaras

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Dry-fruits
Dry-fruits

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Dry-fruits
Dry-fruits and nuts

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Pistacio
Pistacio. Tabriz

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Romã
Romã. Bam

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Ash-e reshteh e halim

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O ash-e reshteh é uma das melhores recordações gastronómicas do Irão, dado que em termos de comida vegetariana não há muitas opções nos restaurantes. Uma sopa feita de vegetais, lentilhas, grão, feijão e noodles, cozinhada em gigantes panelas até todos os ingrediente estarem quase desfeitos (e isto inclui os noodles que nada têm de “al dent”), resultando numa sopa espessa e consistente. Esta sopa por si só constitui uma refeição substancial sendo por vezes acompanhada de pão. Conforme os locais pode ser adicionado no topo uma pitada de cebola frita, uma mistura de ervas em pasta oleosa, ou ainda regada com kashk, uma espécie de natas espessas e azedas. Excelente.

O halim (haleem) assemelha-se mais a uma papa, feita à base de trigo em grão, leite e carne (de borrego ou peru), que são levados ao lume por muito tempo até ficar em puré espesso; encontrando-se algumas versões com açafrão que lhe dá uma cor amarela. A carne é esmagada ficando reduzida a pequenos fios quase invisíveis. Pode ser servida simples ou com açúcar e canela sendo muitas vezes consumida ao pequeno-almoço…. uma espécie de porridge mas mais rico e calórico.

Geralmente as lojas que vendem o ash-e reshteh vendem também o halim, dedicando-se exclusivamente a preparar estes pratos, não tendo mais opções. Muitas destas lojas nem sequer têm espaço para refeições no seu interior, sendo somente para take-away.

ash-e reshteh. Masuleh
ash-e reshteh. Masuleh

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Best ash-e reshteh. Kashan
O melhor ash-e reshteh. Kashan

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Halim. Masuleh
Halim. Masuleh

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Halim. Esfahan
Halim. Esfahan

A comida na Turquia

Depois dos primeiros dias em que palavras como borek, pide, dondurma, donner, baklava, lokum, gozleme, ayran soam estranhas e confusas, aos poucos vão-se tornado familiares ficando associadas a deliciosos sabores, a apetitosas refeições, e a gulosa pastelaria.

Definitivamente, a gastronomia Turca está longe de ser “amigável” para vegetarianos, pois quase todos os pratos são dominados pela carne, sendo muito popular o kebab, carne grelhada servida no pão. Mas o vasto território, desde o Mediterrâneo até Mar Negro, da Europa à Ásia, albergando vários grupos étnicos e absorvendo influências dos impérios que aqui passaram é rica e diversificada, onde uma curta estadia não pode fazer justiça à gastronomia deste país.

O Kuru Fasulye, um dos poucos pratos tradicionais turcos que é vegetariano, feito à base de feijão estufado, num molho à condimentado e ligeiramente picantes e servido com arroz. Muitas vezes o iogurte serve de acompanhamento às refeições turcas. Como acompanhamento, num país onde o álcool não é muito frequente, o yran é presença comum, uma bebida à base de leite fermentado, com sabor semelhante a iogurte e que pode ser por vezes ter um paladar salgado. É vendida em embalagens nos supermercados mas nos restaurantes tradicionais apresenta-se em cubas onde o yran circula, sendo mantido fresco e trazendo uma suave espuma quando é servido.

Os lacticínios são presença forte, como o iogurte, que se pode ainda encontrar feito de forma artesanal e o yran que acompanha as refeições, mas é o queijo que sobressai, não só pela grande variedade em termos de sabores, texturas e formas como é apresentado. Dominam os queijos “brancos” feitos à base de leite de vaca, sendo os também queijos curados menos populares.

O queijo é servido tradicionalmente ao pequeno-almoço, assim como as azeitonas, que se encontram numa grande variedade de temperos e “curas”.

O borek é também consumido pela manhã, mas pode-se encontrar ao longo do dia, em lojas que geralmente se dedicam à produção e venda destes snacks, como o borek e as pide, uma espécie de pizza à base de um único ingrediente: carne, espinafres, queijo… O borek consiste numa sucessão de camadas de massa filo, recheada de queijo, formando um rolo que é cozinhado no forno. Apesar de deliciosa, esta opção é bastante gordurosa.

Outra variante do borek é um massa semelhante à da lasagna, disposta por camadas num tabuleiro e recheada de queijo, ou por vezes espinafres ou carne. Os borek como as pide foram as melhores opções em termos de refeições ligeiros para vegetarianos na Turquia. Contudo, encontram-se muitos restaurantes, em especial em Istanbul, que servem refeições já confecionadas no sistema de snack-bar, com uma grande oferta de comida, sendo sempre possível de fazer uma refeição com base numa combinação de diferentes pratos.

Não pode passar despercebida as çorbası, sopas que se encontram em todos os restaurantes, existindo algum especializados neste tipo de refeição que é sempre servida com pão. A mais comum é a sopa de lentilhas, que pode apresentar diferentes aspectos desse o tom alaranjado aos tons mais castanhos, conforme o tipo de lentilha utilizado.

O gozleme, uma espécie de crepe de massa mais espessa, recheado de queijo, mas que também se pode encontrar com espinafres ou carne. Encontra-se um pouco por todo o lado, podendo servir como refeição, ou como snack a meio do dia. Tradicionalmente é confecionada numa chapa metálica aquecida pelo fogo mas pode ser também cozinhada numa frigideira.

As pastelarias, em Turco Pastanesi, são uma das primeiras coisas que chamam a atenção à chegada a Istanbul, vendendo também pão mas focadas essencialmente no doces, desde bolos, biscoitos… e as famosas baklava um doce feito com massa filo, embebida num xarope de açúcar ou mel e recheada com diverso tipos de frutos secos como amêndoa, pistácio e nozes. Mito populares são também os lokum, um doce com uma textura que faz lembrar a gelatina mas consistente, à qual se dá a forma de rolos que depois são cortados e cobertos de açúcar me pó. Sem duvida de que o mel e os frutos secos são um dominador comum à pastelaria turca, que se mostra elaborada e intensa.

Como em todo o mundo, o pão aqui representa um papel importante da alimentação, apresentando-se de muitas formas, desde argolas cobertas de sementes de sésamo ou girassol, o popular simit, a pães achatados de diferentes espessuras ou outros longos e estriados…. numa grande variedade e riqueza de sabores.

Sendo um país vasto e com uma grande mistura de culturas, a Turquia, oferece uma grande variedade de gastronomia que não foi possível conhecer em tão pouco tempo de viagem.

Contudo um tópico sobre gastronomia turca não pode ficar completo sem a referência ao café e ao chá. O tradicional café turco, resultante de uma moagem muito fina à qual é adicionada água a ferver e depois é levada ao lume, mas sem deixar que a mistura entre em ebulição, é servida em pequenas chávenas e bebida lentamente saboreando o suave paladar do café. No fundo da chávena, ficam as borras, formando uma pasta espessa e escura, que segunda a tradição pode revelar os “segredos” do futuro; para isso é necessário virar a chávena sobre o pires e deixar os restos do café arrefecerem e escorrerem, deixando um rasto na chávena que depois é interpretado por que nisso é instruído, chegando a existir serviços online que com base numa fotografia dos restos do café emitem uma previsão do futuro.

Mas é o chá, aqui chamado chai, que ganha como bebida nacional, sendo bebido logo pela manhã assim como ao longo do dia, servindo de justificação para uma pausa no dia de trabalho, para um encontro de amigos, para uma conversa de “café” e claro, a forma de receber visitas, seja em casa ou num aloja de venda de carpetes.

E aqui na Turquia pode-se mesmo falar do culto do chá, onde a forma como é preparado e servido, em pequenos copos de vidro. À semelhança de outros países como a Rússia e o Irão, a preparação do chá é muitas vezes feita no somovar que consiste num recipiente colocado sobre o fogo, onde se aquece a água até ferver; no topo encontra-se um bule, também metálico, onde é preparado o chá, que após a mistura das folhas na água é deixado a repousar uns minutos. Uma pequena quantidade deste chá é vertida para os copos, sendo depois acrescentada água, que é mantida quente na base do somovar.

uma das muitas variantes da baklava, um doce feito com massa filo, embebida num xarope de açúcar ou mel e recheada com diverso tipos de frutos secos como amêndoa, pistácio e nozes
uma das muitas variantes da baklava, um doce feito com massa filo, embebida num xarope de açúcar ou mel e recheada com diverso tipos de frutos secos como amêndoa, pistácio e nozes

 

baklava, numa outra variante recheada de pistácio
baklava, numa outra variante recheada de pistácio

 

Hafiz Mustafa, uma loja centenária de 1864, especializada em baklava
Hafiz Mustafa, uma loja centenária de 1864, especializada em baklava

 

o queijo é uma presença constante na gastronomia turca, encontrando-se em dezenas de variantes
o queijo é uma presença constante na gastronomia turca, encontrando-se em dezenas de variantes

 

Kurukahveci Mehmet Efendi, marca de café que é uma referência na Turquia; pode ser encontrada em supermercados um pouco por todo o país, mas é em Istanbul, junto ao Spice Bazar que se encontra uma loja onde se faz a moagem e a embalagem do café, numa pequena área onde trabalham freneticamente uma dúzia de empregados tentando atender as dezenas de pessoas que constantemente fazem fila junto às duas janelas que servem de balção de venda
Kurukahveci Mehmet Efendi, marca de café que é uma referência na Turquia; pode ser encontrada em supermercados um pouco por todo o país, mas é em Istanbul, junto ao Spice Bazar que se encontra uma loja onde se faz a moagem e a embalagem do café, numa pequena área onde trabalham freneticamente uma dúzia de empregados tentando atender as dezenas de pessoas que constantemente fazem fila junto às duas janelas que servem de balção de venda

 

casa de chá em Erzurum, onde o samovar ocupa o centro da mesa e de onde é servido o chá.
Casa de chá em Erzurum, onde o samovar ocupa o centro da mesa e de onde é servido o chá.

 

forma tradicional de cozinhar o gozleme, numa chapa metálica sobre fogo
forma tradicional de cozinhar o gozleme, numa chapa metálica sobre fogo

 

gozleme recheado de queijo e espinafres
gozleme recheado de queijo e espinafres

 

lokum
Lokum, outros dos doces mais populares na Turquia, rivalizando cam a Baklava

 

Pastanesi, que vende pão e pastelaria
Pastanesi, que vende pão e pastelaria

 

pide, uma espécie de pizza de forma oval que pode ser recheada com queijo, espinafres, ovo e carne
Pide, uma espécie de pizza de forma oval que pode ser recheada com queijo, espinafres, ovo e carne

 

sütlaç (rice pudding) um pudim à base de leite com arroz, cozinhado no forno e servido com topping de pistácio e amêndoa. Encontra-se nas pastelarias e lojas de doces mas este foi “descoberto” num vendedor ambulante junta a Galata Tower em Instanbul
sütlaç (rice pudding) um pudim à base de leite com arroz, cozinhado no forno e servido com topping de pistácio e amêndoa. Encontra-se nas pastelarias e lojas de doces mas este foi “descoberto” num vendedor ambulante junta a Galata Tower em Instanbul

 

 

yran, bebida à base de leite fermentado, com sabor semelhante a iogurte e que pode ser por vezes ter um paladar salgado
Yran, bebida à base de leite fermentado, com sabor semelhante a iogurte e que pode ser por vezes ter um paladar salgado

 

Turkish Coffee servido em pequenas chávenas
Turkish Coffee servido em pequenas chávenas

 

Kuru Fasulye um prato tradicional, um dos poucos pratos que é vegetariano
Kuru Fasulye um prato tradicional, um dos poucos pratos que é vegetariano

 

simit, um dos pães mais populares na Turquia
simit, um dos pães mais populares na Turquia, num país onde o pão é levado muito a sério encontrando-se imensas variedades; particularmente interessante são os pães recheados com pasta de azeitona

 

pequeno-almoço Turco onde pão, tomate, azeitonas, pepino, ovos, e uma grande variedade de queijos estão sempre presentes. A isto acrescenta-se compotas e mel
pequeno-almoço Turco onde pão, tomate, azeitonas, pepino, ovos, e uma grande variedade de queijos estão sempre presentes. A isto acrescenta-se compotas e mel
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