Após o circuito pelas montanhas do norte do Laos, num misto de viagens de autocarro e de barco, pelas povoações de Nong Khiaw, e Muang Khua, é chegada a hora de regressar ao ponto de partida: Luang Prabang.
O dia começou cedo com a habitual espera pelo autocarro com destino a Oudomxai, principal cidade das províncias a norte de Luang Prabang, que funciona como ponto de paragem obrigatório da maioria dos itinerários dos transportes púbicos rodoviários da região.
A viagem até Oudomxai, feita num pequeno autocarro, de origem chinesa, mas que há muito deve ter terminado o seu período de vida útil no país vizinho, tem aqui no Laos uma segunda oportunidade de vida, transportando mercadoria, tanto no topo como no interior, e praticamente o dobro dos passageiros para que foi dimensionado, tendo estes que se aninhar ao longo do corredor e nos exíguos espaços vazios, sentados em sacas de arroz e restante carga.
Apesar de tudo, os cerca de 130 quilómetros percorridos ao longo de uma sinuosa estrada que corta a montanha, foram razoavelmente agradáveis de fazer, apesar das mais três horas que demorou a viagem, resultado das constantes paragens para entrada e saída de passageiros e respectiva mercadoria, pois aqui no Laos quase tudo é transportado em autocarros públicos de passageiros, ficando os poucos camiões que se vêm nas estradas, reservados para mercadoria de grandes dimensões.
A espera no terminal de autocarros de Oudomxai, pelo próximo autocarro com destino a Luang Prabang, prolongou-se por mais de três, que se tornaram penosas com o calor que se foi intensificando ao longo da tarde. A ansiada chegada do autocarro seguinte não foi muito animadora, pois o veículo de pequenas dimensões era claramente insuficiente para o número de pessoas que se foi acumulando no terminal, fazendo prever uma viagem penosa e cansativa.
Mas antes de se instalar o desânimo, chega a solução: um autocarro VIP, com destino a Vientiane, cujo percurso feito maioritariamente de noite, poderia evitar a paragem por um dia em Luang Prabang, cidade que não tinha muito mais para oferecer do que o que tinha visto nos quatro dias que lá passei.
A designação de VIP, é aqui no Laos dada aos autocarros, geralmente de dois pisos, oferecendo lugares sentados ou por vezes disponibilizando camas, usados geralmente em viagens de longo curso. O conforto e a qualidade é melhor, mas as várias camadas de tinta não escondem completamente a avançada idade dos veículos, que se deixa denunciar claramente pelo estado da suspensão e da parte mecânica, que por vezes obriga a alguma assistência durante as várias paragens efectuadas, para colocar água e arrefecer o motor.
Foram mais de 18 horas para chegar de manhã cedo a Vientiane, capital do Laos, após um percurso de aproximadamente 550 quilómetros, feitos maioritariamente de noite, o que tornou a viagem um pouco cansativa e monótona, pois as possibilidades de ter uma boa noite de sono não são muitas, tendo em conta o exígua espaço para dormir, tanto em comprimento como em largura, que é partilhado com outra pessoa, e os constantes solavancos e saltos provocados pelo degradado estado das estradas.
![Painel de informações do terminal de autocarros de Muang Khuao](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9404.jpg?resize=470%2C312)
![Terminal de autocarros de Muang Khuao](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9405.jpg?resize=470%2C312)
![terminal de autocarros de Oudomxai](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9414.jpg?resize=425%2C640)
![Praticamente tudo é transportado nos autocarros publicos, provocando quase sempre atrasos em relação ao horário previsto para a partida e muitas paragens ao longo da viagem](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9418.jpg?resize=425%2C640)
![Autocarro VIP de ligação entre Oudomxai e Vientiane](http://i0.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9426.jpg?resize=425%2C640)
![Interior do autocarro VIP, bastante melhor do que os que estão reservados para itenerários mais curtos, oferecendo ar-condiconado e por vezes casa-de-banho](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9434.jpg?resize=470%2C312)
![Uma das muita paragens do percurso. Para tras ficaram as montanhas do norte do país... daqui para a frente a paisagem vais-se tornando cada vez mais plana](http://i1.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9442.jpg?resize=470%2C312)
![Um dos restaurantes de estrada, onde o autocarro parou com tempo suficiente para uma reconfortante refeição de sopa de noodles](http://i2.wp.com/steppingoutofbabylon.com/wp-content/uploads/2014/02/dsc_9453.jpg?resize=470%2C312)
Custo da viagem: 145.000 kip
Duração prevista: 15 horas
Extensão do percurso: 550 km