Vientiane. Capital da República Popular do Laos, um dos cinco países que continua a ter um regime “socialista”, a par com a China, Cuba, Vietnam e Coreia do Norte.
Situada à beira do Mekong, de frente para a próspera Tailândia, Vientiane afirma-se discreta com os seus escassos 700 mil habitantes do total de 7 milhões que constitui a população do Laos, sendo ao mesmo tempo sedutora e viciosa.
Esta cidade, que como todas as capitais é repleta de clichés: álcool, prostitutas, lady-boys, mendigos, vendedores de ópio… tudo isto em claro contraste com a disciplina comunista que governa o país à 38 anos, impondo a força pela pobreza, num regime ditatorial onde persiste um inenarrável recolher obrigatório à meia-noite, mantido por patrulhas civis que percorrem as ruas aconselhando os resistente a recolher a casa e às respectivas guest-houses.
O que fica desta estadia em Vientiane é uma certa deambulação, sem destino e sem utilidades, pelas ruas da cidade, os cafés as esplanadas, as conversas em voltas de meses refrescadas pela cerveja e cinzeiros cheiros de pontas de cigarros. Fica um Mekong de caudal muito baixo afastando da marginal que se estende ao longo da cidade. Ficam edificios de betão, bolorentos e abandonados, conferindo à cidade uma nostalgia de um passado mais brilhante. Fica um discreto, mas sempre presente cheiro a esgoto que emana das sarjetas. Ficam largas e amplas avenidas e algo do que foi a presença francesa no Laos. Ficam as tardes tórridas que afugentam quase toda a gente das ruas e as noites mornas que convidam ao convívio.
Mais uma vez o que marca uma cidade não são os monumentos, as praças, os museus ou os templos, mas sim a atmosfera que se apreende e o ambiente que se vive.
E são também as pessoas que se conhecem, que por estes lados se resume somente a outros viajantes e turistas, que com a sua personalidade e as suas histórias nos cativam e nos influenciam, sendo por vezes responsáveis por mudanças nas nossas vidas, se bem que muitas vezes de forma involuntária e inconsciente. Mudamos muito quanto estamos sós, mas mudamos também em contacto com os outros. É uma permanente troca de energia onde o equilíbrio é difícil de manter, se é que existe alguma possibilidade de equilíbrio interior… talvez nos tenhamos que render e aceitar estas constantes mudança.














Douang Deuane Guest House (DD2)
Dormitório: 30.000 kip
Quartos individuais, sem WC: 40.000 kip
Quartos duplo, sem WC: 70.000 kip

