Em resumo, pode-se dizer que o Camboja não é um país fácil para vegetarianos, pois este é um conceito estranho neste país onde domina o consumo de carne. Mas há sempre opções como as sopas de noodles, os caris e alguns snacks que ajudam a contornar a situação!
Mantendo o hábito adquirido do Laos, aqui continuaram as sopas de noodles, mas a qualidade diminuiu: não só os caldos são menos aromáticos, como por vezes os noodles são de massa seca ou mesmo instantâneos. O habitual prato de ervas aromáticas e de legumes que acompanhava estas sopas no país vizinho, encontra-se aqui frequentemente ausente.
Na comida do Camboja nota-se uma forte influência da gastronomia chinesa e vietnamita, que é visível pelos muitos restaurantes servindo “phò”, a tradicional sopa de noodles, em tudo semelhante à que se pode encontrar no Vietname.
Estas sopas de noodles (noodle soup), confeccionadas no momento, podem ser feitas na versão vegetariana, contudo apesar de não ser adicionada carne não se nota um acréscimo da quantidade de vegetais que geralmente se resumem a um punhado de rebentos de soja e a umas folhas de couve. Quanto ao caldo que serve de base a estas sopas, quase transparente e de sabor ligeiro, é provável que contenha produtos de origem animal na sua preparação.
As chamadas rice soups, populares como refeição matinal, apesar de um pouco aborrecidas são também uma opção para vegetarianos, pois pode-se sempre pedir sem carne, sendo em alternativa adicionados uns rebentos de soja.
Mais aconselhável em termos de dieta vegetariana são os fry-noodles, onde a massa de arroz é salteada com alguns vegetais e ovo e condimentada com misteriosos molhos.
Outra influência da China são os hot pot, muito populares entre o cambojanos (assim como em muitos outros países do sudoeste asiático), em especial nas cidades e particularmente aos fim de semana, onde estes restaurantes se enchem de famílias e grupos de amigos que partilham esta refeição, constituída por uma panela com um caldo fervente, onde pedaços de carne se encontra a boiar que se mantêm quente na mesa com recuso a um mini-fogão a gás, e onde são mergulhadas os vários acompanhamentos, como couve, ervas frescas, massas, pedaços de carne e também visceras…
O café é geralmente servido com gelo, sendo quase sempre adoçado com leite-condensado. A preparação é em tudo semelhante ao que se encontra pelo Vietnam, com a água a ferver a ser despejada sobre o café que se encontra numa espécie de filtro metálico, colocado sob um copo. É frequente o café estar já feito, numa dose muito concentrada, que depois é diluída em água quente quando o café é servido. O sabor é suave mas com um travo particular, mas é necessário usar de uma certa habilidade de comunicação para evitar o popular leite-condensado, que esmaga totalmente o sabor original do café.
Continuam a marcar forte presença os caris, muito menos picantes do que na vizinha Tailândia, servidos com a habitual dose de arroz. O mais popular destes caris é o amok, que pode ser de marisco, peixe, carne ou somente de vegetais, destacando-se o suave aroma das especiarias de onde sobressaem o lemongrass, a curcuma e o gengibre. Tradicionalmente este prato é confeccionado muito lentamente, ao vapor, em folha de bananeira. Não sendo tão fácil de encontrar como uma sopa de noodles, o amok servido com arroz é uma deliciosa opção para vegetarianos sendo mais provável de se encontrar em restaurantes do que em mercados.
No Camboja as opções vegetarianas são mais escassas do que nos restantes países so sudoeste asiático, dominando a carne, quer seja fresca ou processada em forma de pequenas almôndegas cujo aspecto está longe de ser atractivo mas que é extremamente popular no Camboja. No Sul do país, dada a proximidade do mar, o peixe e o marisco marcam forte presença, com os mercados a oferecer grande variedade de produtos, o que se refecte nos pratos e mesmo nos snacks de rua.
E como em qualquer país asiático a comida de rua marca forte presença, pela sua variedade, tanto em doces como em salgados, surgindo a horas especificas do dia, muitas vezes junto aos mercados, às escolas, ou nas ruas mais movimentadas das cidades. Podem ser pequenas bancas transportadas em bicicletas ou compactas cozinhas acopladas a motorizadas.
Como em muitos países do sudoeste asiático não é difícil encontrar comidas exóticas para os standards europeus, e o Camboja parece oferecer ainda mais oportunidades de encontrar sapos à venda nos mercados ou gafanhotos fritos numa banca de rua.
























Uma especie de custard, mas cozinhada dentro de uma pequena abóbora que depois de cozida se pode comer a casca; é servida às fatias, regadas com leite de côco, calda de açucar, gelo e leite condensado. Muito popular na Tailândia, pode-se também encontrar nos mercados do Camboja
