Os dias correm velozmente nesta curta estadia no Camboja, imposta pelo visto de trinta dias, que faz com que pouco depois da chegada já se sinta a contagem decrescente para o fim, obrigando a algum planeamento na viagem e nem sempre possibilitando o prolongamento da estadia em alguns locais como seria desejável, fazendo-me sentir mais turista do que viajante, colecionando pontos num itinerário, sem tempo para absorver e apreender os ambiente que lá se vive.
Esta urgência, fez com que a visita a Kampot não se tivesse prolongado mais do que uma tarde e uma manhã, fazendo desta cidade uma paragem para descanso na rota entre Phnom Penh e as praia situadas no sul do país.
A cidade, que se desenvolve junto ao rio, apesar reunir um conjunto de atributos capazes de atraírem um visitante por alguns dias, não se mostrou tão cativante pois é muito semelhante às visitadas anteriormente no Laos e no Camboja, como Savannakhet, Paksé e Battambang, onde se destaca a presença da colonização francesa visível pelas ruas largas de traçado ortogonal, generosos passeios e uma praça central.
Sobrevivem muitos edifícios de estilo colonial no seu tom amarelo pálido e a sua característica arquitectura de dois pisos, decorados com frisos que contornam fachadas e pilares, oferecendo varandas viradas para a rua que permitem criar uma sucessão de arcadas que oferecem algum abrigo e proteção ao calor e ao sol que dominam o clima por estas paragens.
Kampot oferece este cenário, num ambiente calmo e tranquilo, onde nem a presença de muitos expats* que promovem muito do comércio ao nível de restaurantes, lojas, cafés e esplanadas e mesmo alguma actividade cultural, conseguem afastar o clima sonolento que envolve a cidade. É esta presença de ocidentais que faz de Kampot o melhor exemplo de arquitectura colonial, contribuído com os seus negócios para a preservação de edifícios e villas, ornamentadas de buganvílias.
expats*: termo em inglês, referente a indivíduos residentes por largo tempo num país estrangeiro, sem necessariamente ser por motivos de trabalho, mas que mantêm a sua nacionalidade.










