Após muitos dias passados em cidades é chegada a altura de rumar às praias do Sul do país para procurar algum alívio ao ar quente e seco que caracteriza o clima nesta altura do ano. O primeiro destino foi a ilha de Koh Tonsay.
Depois de muitas tentativas de obter informações sobre a forma de chegar por meios próprios ao destino pretendido, que implicava uma curta viagem de autocarro de Kampot até Kep, e daí um percurso de pouco mais do que três quilómetros até ao cais onde atracam os barcos para Koh Tonsay, vi-me obrigada a recorrer a uma agência de viagens, das muitas existentes em Kampot, e comprar aí o “pacote” completo: mais caro e sujeito aos horários e à vontade dos motoristas de tuk-tuks.
Depois de umas três horas passadas no percurso que inclui uma curta viagem de 20 minutos de barco, a chegada à ilha de Koh Tonsay revelou-se uma desilusão. Em vez das calmas e paradisíacas praias de areia branca, relatadas por outros viajantes, mencionada nos guias turísticos e divulgada pela net, o que se deparou foi uma praia de estreito areal, onde os vários bungalow e restaurantes disputam avidamente o espaço entre si, repleta de gente, ruidosa e de areia suja.
O facto de ser Domingo e de na véspera se ter comemorado o Dia Internacional da Mulher, que aqui no Camboja dá direito a feriado nacional, permitiu a muitos cambojanos visitar estas paragens, tanto em família como em grupos de amigos e colegas de trabalho.
Mas nem tudo se revelou negativo: a desilusão com a praia levou a que decidisse procurar um local mais tranquilo para experimentar mergulhar nas águas quentes, quase tão quentes como a temperatura que se sente no ar (que não deve ser menos do que 30º) levando-me a percorrer um trilho que circunda a ilha e que dá acesso a outras praias, formadas por baías onde o mar quase não apresenta agitação. Apesar destas praias estarem ainda mais sujas, bordejadas por uma faixa de lixo onde dominam os plásticos, sejam os sacos, embalagens, garrafas, sandálias e muitos mais objectos que de certa forma são o espelho dos hábitos de consumo de um país.
À noite, o ambiente era de festa, intensificou-se com os preparativos para o jantar que envolvem churrascos, música e muita animação, mas sempre de forma respeitosa apesar da quantidade de cerveja consumida. No meio da festa, foi inevitável juntar-me, mais uns italianos que estavam por perto a um dos grupos, que nos foi oferecendo comida e bebida, de forma insistente mas amigável, tendo-nos acabado por juntar à festa, dançando ao som de melodias românticas cantadas em khmer, tentando desajeitadamente acompanhar a forma de dançar dos nosso anfitriões, que há semelhança da Tailândia, caracterizada por pouco movimento do corpo, para além de alguns pequenos passos que nos mantêm no mesmo sítio e delicados movimentos de mãos, ao estilo da dança “apsara” tradicional da cultura khmer.






