Longe de ser um destino turístico sem motivos de interesse histórico, cultural ou religioso, Sittwe capital da província de Rakhaing, foi uma paragem necessária no difícil percurso até entre Mandalay e Mrauk-U, para descanso depois de praticamente três dias de viagem com poucas oportunidades para dormir, tendo-se a estadia prolongado por mais tempo do que o necessário pois a cidade apresentou-se interessante e agradável.
Sittwe, situada na costa oeste da Birmânia, junto ao Golfo de Bengal, e bastante próximo do Bangladeche, vive claramente da actividade comercial associada ao porto, pelas manhãs se vive uma intensa actividade de cargas e descargas, tanto de peixe e mariscos oriundos das águas em redor como de muitos outros produtos, necessários a uma cidade onde o transporte rodoviário não é o melhor. A viagem de ferry entre Taung-gok e Sittwe a opção mais popular entre os habitantes locais e a única disponível para estrangeiros dado que a estrada não apresenta condições de segurança em resultado dos conflictos provocados pela comunidade Rohingya, pequeno grupo étnico muçulmano de oriundo do Bangladesh, que reivindica reconhecimento e direitos junto do governo de Myanamar.
Pequenas embarcações fazem a ligação entre os grande navios que atracam no largo e o pequeno cais de embarque, onde dezenas de estivadores, quase todos crianças se encarregam de transportar para o mercado anexo ou para carros de madeira que empurrados à mão levam a pesada carga até à rua onde camiões aguardam num ambiente confuso e ruidoso.
Bem diferente do caloroso acolhimentos das cidades do sul do país, os habitante de Sittwe mostraram-se desconfiados e poucos receptivos, reservando os sorrisos e a afabilidade para um segundo encontro ou após um contacto mais prolongado, com as vendedoras de mohinga a insistirem em colocar mais uma concha de caldo ou oferecendo para outra uma outra variedade de sopa.
Esta é uma região claramente pobre, que sobressai pelo ambiente que envolve o porto e o mercado contíguo, de onde se observa uma realidade forte e cruel, suja e pobre, realçada pelas duras condições de trabalho, pela sujidade, pelo cheiro dos esgotos, pelo cenário de uma maré baixa que deixa a descoberto um lodo fedorento e cheio de lixo, pelo numero de crianças empegue nos trabalhos portuários, sujeita a pesados esforços e obrigada a caminhar nas imundas águas até aos barcos que a maré impede de chegar ao cais.
A estadia de três dias em Sittwe prolongou-se por mais um em consequência de ter perdido o ferry que diariamente sobe o Rio Kaladan até Mrauk-U, tornando inviável continuar viagem da a rápida aproximação da data limite imposta pelo visto turístico.























Prince Guest House
Main Road, Sittwe
Preço por pessoa: 5 USD com ventoinha, rede-mosquiteira e casa de banho partilhada

