O estado sul do Borneu Malaio é Sarawak, sendo conhecido pela presença cultural do maior grupo étnico de Sarawak, os Iban, famosos pelas suas longhouses, uma espécie de casa comum a várias famílias e centro de toda a actividade de uma comunidade, mas que actualmente servem quase exclusivamente para fins turísticos.
Mas a cidade de Kuching agradavelmente situada junto ao rio, é um ponto de confluência de várias culturas, encontrando-se uma forte presença colonial britânica visível em alguns edifícios que são marcos na cidade pela sua brancura e arquitectura imponente, e pela religião onde o cristianismo tem forte presença contrastando com o resto do país de forte influência muçulmana. Ao longo do Main Bazar alinham-se as shophouses, edifícios destinados ao comércio, com o primeiro piso reservado para habitação, típicas da comunidade chinesa que aqui reside à muitas gerações mantendo contudo a sua cultura muito presente. Não muito longe encontra-se a Little India (Jalang India), onde ao longo de uma rua se concentram várias lojas, muitas com produtos indianos, tanto de mercearia como de roupas e tecidos. Pelo meio algumas lojas vendendo camisas e tecidos com os padrões tradicionais da Indonésia.
Mas ao longo do Main Bazaar é possível encontrar à venda muitos dos artigos tradicionais da cultura Iban, em particular trabalhos em madeira, cestos e tecelagem com os padrões geométricos típicos deste grupo étnico, cuja cultura está a ser rapidamente substituída pela cultura malaia.
Kuching significa “gato” e por todo o lado existem referencias a estes animais, seja em esculturas ou street-art… mas não se encontram muitos felinos pelas redondezas…











Sarawak to sarawakians
A terceira maior ilha do mundo, e está dividida por três países: Malásia, Indonésia (que detém 73% do território) e Brunei (com 1% do território).
Pela longa história deste território que é hoje a Malásia, passaram Portugueses, Holandeses, e Ingleses; com a segunda guerra mundial vieram as tropas Japonesas e somente em 1963 a Malásia se tornou independente, agrupando os Malásia, Sarawak e Sabah, incluindo também Singapura, que dois anos mais tarde foi excluída deste território tornando-se autónoma.
Durante a presença Britânica, em particular na primeira metade do século XX foi fortemente incentivada a vinda de imigrantes da China e da Índia, o que em pouco tempo duplicou a população no território.
Actualmente dos 30 milhões de habitantes da Malásia, 50% são Malaios, 23% são Chineses, 12% indígenas, 7% Indianos e os restantes 8% são residentes mas não detêm cidadania, sendo comum a presença de imigrantes Indonésios.
Apesar da aparente harmonia e tolerância que se vive entre os diferentes grupos étnicos, onde apesar do país considerar como religião oficial o Islão aceita a prática de outras cultos, na realidade existe uma descriminação entre os Malaios que detêm o poder e os cargos mais importantes na administração do país, e os restantes grupos étnicos.
No Bornéu, particularmente em Sarawak, onde dominam é evidente um desejo de autonomia ou de independência em relação à Malásia, pois os diferentes grupos étnicos todos agrupados sob a designação de Dayaks não se consideram reconhecidos como cidadão de pleno direito em relação ao maior grupo étnico, os malaios.
Os Iban são o maior grupo indígena na região de Sarawak e luta por manter a sua cultura, mas actualmente já poucos falam a língua nativa que não é ensinada nas escolas, ficando a cultura indígena praticamente reservada a festivais. Com a presença inglesa também as práticas animistas que dominavam a espiritualidade destes povos foi substituída pelo cristianismo.


Alojamento:
Kuching oferece muitas opções em termos de alojamento e com boas opções para backpackers, onde não é difícil encontrar hostel com dormitórios.
A escolha foi para Nomad Backpackers:
First floor, 3 Jalan Green Hill T082/237062
Quatro duplo com casa-de-banho: 65 RM (pequeno-almoço incluído, free wi-fi)



Onde comer:
O centro da actividade em termos de restaurantes é a Chinatown que se situa ao longo da Jalang Carpenter e a Jalang Padungan, situada mais a Este.
Mas para opções mais económicas o restaurante situada ao longo do passeio pedonal que se estende em frente ao rio denominado de Waterfront, no centro histórico de Kuching. Aqui no meio de alguns quiosques destaca-se um que serve comida local, confecionada por duas simpáticas raparigas muçulmanas: o Meeting Point. Em frente encontram-se umas mesas onde se pode desfrutar da simples refeição e mesmo ao lado outro quiosque vende bebidas… ice-tea, ice-cofee, etc… A comida é simples e boa, à base de arroz ou noodles, mas com opção de ser vegetariana e com os preços a rondar os 5 RM.

Transportes:
A cidade pode ser percorrida a pé, com o centro histórico bastante compacto desenvolvendo-se em volta do Edifício Courthouse e da Waterfront. Daqui chega-se facilmente a Chinatown e a Little India, ao Sarawak Museum e às principais mesquitas.
Para visitar o Baku National Park ou o Semmenggoh Nature Reserve é necessário recorre a transportes públicos. (ver próximos posts)