Os dias amanhecem quentes com a luz intensa do sol mostrando-se implacável, ferindo a vista e obrigando a procurar refúgio nas sombras dos baixos edifícios da parte antiga da cidade. Mas chegando ao meio do dia, o azul do céu rapidamente desaparece com a chegada silenciosa de pesadas nuvens cinzentas, que arrastam consigo um ar húmido e espesso. O vento que traz algum alívio à pesada atmosfera anuncia tempestade e em gesto rotineiros comerciantes retiram os produtos expostos para dentro das lojas. Repentinamente, pesadas gotas de chuva enchem as ruas de água, obrigando toda as pessoas a procurar abrigo em passo acelerado pelo ritmo dos trovões. Um espetáculo que magnetiza deixando muita gente como que hipnotizada olhando a água que jorra dos beirais dos telhados, ou perscrutando o céus na esperança de ver o rasto luminoso dos relâmpagos.


Melaka, ou também chamada de Malacca, cujo nome vem de uma árvore, com uma longa história e significativa impotência na cultura e na economia do povo Malaio, esteve desde o inicio do século XV sucessivamente sob o domínio Português, Holandês e mais tarde Britânico, devido à sua posição privilegiada junto à vizinha Indonésia e localização estratégica na rota comercial entre a Ásia e a Europa.
Desta presença europeia que durou até ao 1957 ficou um arquitectura tanto militar, civil e religiosa, que constitui hoje o centro histórico, eleito como Património Mundial pela Unesco. Nesta compacta zona formada pela praça principal – Jalan Gereja – e por uma suave colina adjacente, concentram-se igrejas e diversos edifícios coloniais, deixados pelos Holandeses e pelos Ingleses, com muitos destes edifícios convertidos em museus.
Aqui concentra-se grande parte das atrações que dão fama a Melaka, atraindo a habitual quinquilharia de souvenires, cafés e restaurantes. E é também aqui que se concentram dezenas de cycle-rickshaws que deixaram para trás a simples função de meio de transporte local e se também converteram em atracção turística, passeando-se pela cidade ao som de música de batida acelerada e som estridente que ecoa nas pacatas ruas da cidade. Cada um destes cycle-rickshaws é uma verdadeira instalação artística e um elogio ao kitsch, com decorações relacionadas com cartoons e outros temas populares, cujos passageiros se mostram mais interessados em tirar selfies do que em admirar o percurso pela cidade.


Mas basta atravessar uma das pequenas pontes sobre o rio e chegamos à Chinatown, que apesar do nome é um misto de etnias e culturas, mas onde as shop-houses nos remetem para a presença de comerciantes chineses que aqui se estabeleceram à várias gerações. É por aqui, nas ruas calmas e tranquilas que melhor se pode apreciar o ritmo descontraído da cidade e dos seus habitantes, assim como a comida tradicional Malaia, o nasi lemak, o laksa e o lontong, saborear os picantes caris indianos e provar o doce e refrescante cendol que apesar de se encontrar por vários países asiáticos, tem aqui lugar de destaque.
Revelando a diversidade étnica e religiosa que caracteriza a Malásia de hoje, encontram-se na mesma rua, ao longo da Jalan Tokong, a mesquita Majid Kampung Klig, o templo hindu, Sri Poyyatha Vinayagar Moorthi Temple que em cartas horas do dia parecem competir entre si, com o mullah a fazer o chamamento para uma das cinco orações do dia e os sinos do templo a tocarem freneticamente durante o puja da comunidade hindu.




Alojamento:
Um boa atmosfera numa guest house pode fazer toda a diferença no tempo que se fica numa cidade, e pela a estadia em Malacca ficou marcada pela atmosfera tranquila e acolhedora da Jalan Jalan Guest House. Situada na zona histórica da cidade mas longe do ambiente confuso da chamada Dutch Square (Jalan Gereja), totalmente devotada ao turismo, a Jalan Jalan Guest House situa-se num edifício de construção tradicional em madeira, simples e despretensioso, na denominada Chinatown.
O staff é da máxima amabilidade e simpatia. São locais como estes, que pelo ambiente e atmosfera nos fazem ficar mais tempo do que o previsto….
Jalan Jalan Guest House
Address: Jalan Tokong, 75200 Melaka, Malaysia
Phone: +60 19-655 1131
Quanto duplo: 40 RM
Dorm: 16 RM
Free wi-fi. Free coffe and tea.
Casa-de-banho partilhada.
Laundry.





Onde comer:
Cendol:
O tradicional doce-gelado muito popular na Malásia, à base de leite de côco, e gelo, regado com uma calda de açúcar de palma, e servido com uns noodles verdes (cuja côr vende vem de uma planta usada frequentemente em doces, o pandan) e feijão adocicado. Encontra-se um pouco por todo o lado, mas a escolha foi para um servido num restaurante chinês que tem este doce como especialidade (20, Jalan Tukang Besi).

Comida Malaia:
Sayyid Antique (na Lorang Hang Jebat, em frente à Jalang Kampung Kuli) uma loja de antiguidades onde os artigos para venda servem de decoração ao espaço, onde um casal muito simpático serve refeições simples e muito saborosas de comida típica Malaia, como Nasi Lemak, Longtong, Laksa… e como a comida é preparada a hora pode-se pedir versão vegetariana com tofu. O ambiente é calmo e acolhedor.
O preço destes pratos varia entre 3.5 e 4 RM.



Comida Indiana:
Sri Kaveri Catering, (115, Lorang Hang Jebat) com tahli servido em folha de bananeira, com direito a refill por 8 RM

Como ir de Melaka Sentral para o centro da cidade:
Chegando ao terminal de autocarros Melaka Sentral é necessário entrar no edifício, um misto de terminal de autocarros, sala de espera e centro comercial, e procurar as setas “Domestic Bus”, de onde partem os autocarros urbanos.
Bus para o centro de Melaka: numero 17.
Ticket: 1.5 RM