Guwahati, não sendo a capital do estado de Assam, é a cidade que serve de porta de entrada nos chamados Northeast States, devido principalmente à sua posição geográfica, no extremo Nordeste da Índia, numa zona de planície entre o Butão e as montanhas do estado de Megahlaya.
Sob o genérico nome de Northeastern States, reúnem-se sete estados, também chamados de Seven Sisters, situados no extremos Nordeste da Índia, fazendo fronteira com o Butão, o Bangladesh, a Birmânia (Myanmar) e Tibete (China). Estes estados juntamente com Sikkim encontrando-se “ligados” ao resto do país por uma estreita faixa de território situado no estado de West Bengal, o chamado “chicken’s neck”, uma faixa de território entre o Nepal e o Bangladesh cuja largura em certo ponto é de somente 23 quilómetros.
Assim estas Seven Sisters, são compostas por: Arunachal Pradesh, Assam, Megahlaya, Tripura, Mizoram, Manipur e Nagaland. Até recentemente estes estados tinham restrições aos visitante sendo necessárias autorizações (permits), mas actualmente, somente o estado de Arunachal Pradesh exige permits para os visitantes, tanto estrangeiros como de nacionalidade indiana, dada a delicada fronteira com a China.
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Depois de uma viagem de comboio de cerca de 30 horas, espera-nos a habitual agitação das cidades, com barulho, trânsito e movimentos apressados das pessoas. Mas Guwahati tem a vantagem de ter a estação de comboios situada mesmo no centro da cidade, o que evita o habitual stress de negociar tarifas com os ávidos motoristas de tuk-tuks.
E sendo a porta de entrada dos estados do Nordeste, nota-se logo à chegada, com uma grande diversidade étnica, onde sobressaem os rostos de traços mongóis, mas onde são predominantes os traços fisionómicos típicos indianos .
Saindo da estação de comboios deparamo-nos com o Paltan Bazaar situado do lado esquerdo da movimentada estrada nacional que atravessa a cidade, a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). No Paltan Bazaar, a menos de cinco minutos da estação e do terminal de autocarros, concentram-se os alojamentos, dominando os hotéis, de maior ou menor qualidade. Mas é aqui que as dificuldades começam. Muitos dos hotéis não aceitam estrangeiros, pois é necessário uma licença especial e dado os pouco visitantes não-indianos muitos optam por não pagar. Por isto, os alojamentos mais modestos não aceitam estrangeiros, argumentando que se encontram cheios, quando na verdade as chaves dos quartos aguardam pacientemente na recepção. Assim somos empurrados para hotéis mais caros, alguns tirando partido das poucas alternativas cobrando preços elevados e oferecendo condições miseráveis… 600 rupias que não dão direito a lençóis lavados!
Nesta busca por um local onde dormir surgiu no meu caminho a placa Youth Hostel instituição que desconhecia existir na Índia. No edifício que já viu melhores dias, reina uma atmosfera de vazio e abandono, o quarto precisa de algumas reparações e a casa-de-banho é decrépita, mas o preço, os lençóis lavados e a simpatia dos funcionários fizeram deste local um abrigo para passar um noite antes de seguir viagem para as montanhas de Megahlaya.
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Da tarde passado na cidade não houve oportunidade para ir longe do centro da cidade e do confuso Paltan Bazaar e do Fancy Bazaar, que apesar do nome pouca diferença fazem. Mas houve tempo para caminhar até às margens do gigantesco Brahmaputra, de águas castanhas e calmas oferece uma paisagem serena que contrasta com o movimento das ruas da cidade. O Brahmaputra, um dos maiores rios asiático, atravessa todo o estado de Assam, seguindo para Sul até desaguar na Baia de Bengal, atravessando as planícies do Bangladesh.
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Na religião Hindu, é popular representação de yoni juntamente com o lingam, que correspondem aos elementos feminino e masculino da criação cósmica, de acordo com a corrente que segue Shiva. Mas poucos são os templos dedicados exclusivamente ao lado feminino desta energia: Shakti (também referida como Devi), a deusa que representa as energias da criação e da mudança, associada à fertilidade e também à criatividade. Em Guwahati encontra-se um dos mais importantes templos dedicados deusa-mãe: o Kamakhya Temple, onde durante Ambubachi Mela são sacrificados animais, de acordo com a tradição tântrica, onde o sangue de cabras simboliza a menstruação anual da deusa Kamakhya.
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Para quem visita o local, o que sobressai é a côr vermelha, simbolizando a menstruação, o ciclo reprodutivo feminino e a fecundidade: o vermelho das vestes dos pujari (seguidores da deusa Kamakhya), o vermelho das flores que adornam estátuas, o vermelho do pigmento que cobre as estátuas da deusa Kamakhya, junto da qual se acendem incensos e velas, o vermelho que parece jorrar das vaginas de estátuas associadas à fertilidade.
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Como ir até ao Kamakhya Temple:
Para ir ao Kamakhya, pode-se apanhar um dos autocarros que passam na GS Road. Basta perguntar por “kamakhya” e pára na estrada principal (AT Road). O bilhete de bus custa 8 rupias. Depois de passar por um pórtico (gate) encontram-se autocarros da ASTC que fazem o percurso até ao cimo da colina, por 7 rupias; partem quando estão cheios e o percurso demora uns 10 minutos. Existem um acesso pedonal, uma escadaria coberta, que acede ao templo mas que parece ser pouco utilizada face ao conforto e rapidez dos autocarros.
Para visitar o interior do templo é necessário juntar-se às dezenas de peregrinos que aguardam pacientemente numa longa fila, para depositar as oferendas junto do altar da deusa Kamakhya. Mas como acontece muitas vezes na Índia, onde se cultiva a distinção entre classes sociais, existe um acesso VIP que poupa aos peregrinos e visitantes a uma longa espera, mediante o pagamento de 501 rupias… sim, quinhentas e uma… vá-se lá saber o porquê desta modesta rupias no meio de outras 500!!?!?



Onde dormir em Guwahati:
Para quem fica somente por uma noite, a GS Road e as ruas transversais oferecem dezenas de opções com variados preços. Da busca efectuada não se consegue um quarto com casa-de-banho partilhada por menos de 500 INR, que contudo não garantem lençóis lavados.
Inesperadamente surgiu o Youth Hostel que fica num discreto acesso do lado direito da GS Road, na esquina com MD Shah Road. O edifico parece abandonado e de facto ninguém ocupa os quartos, sendo o usado com escritórios de uma organismo estatal ligado ao turismo. O quarto disponibilizado funciona em regime de dormitório, com 4 camas e cada-de-banho, mas encontram-se em más condiarntudi m.em o quarto ficou ssment euma noite e se encontra com orçameto usado com escritório, mulheteções, a precisar de reparações profundas em especial a casa-de-banho. A cama é confortável e os lençóis são limpos; tem rede mosquiteira.
Uma opção para quem pretendi ficar somente uma noite em Guwahati e se encontra com orçamento muito limitado.
Youth Hostel Guwahati: Quarto em dormitório, com casa-de-banho: 250 INR (pelo quarto, independentemente do numero de ocupantes). Apesar de ser um dormitório, como não há mais ninguém o quarto ficou só para mim.
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Onde comer em Guwahati:
Muitos restaurantes, aqui chamados de “hotel” alinham-se junto à estação de comboios e ao longo da GS Road, assim como nas ruas transversais do Paltan Bazaar, com thalis vegetarianos aceitáveis por 60 rupias. Domina a comida típica indiana, mas numa versão mais pobre, com arroz, caris à base da batata e dal aguados. Quase todos os restaurantes servindo pratos veg (vegetariano) e non-veg (não vegetarianos), o que reflecte o gosto dos Assameses pela carne.
Óptimas parahtas durante a manhã nos dois pequenos restaurantes no inicio da GS Road, o Greenview e o Deepak Restaurant, localizados do lado direito de quem vem da saída sul da estação de comboios.


Caso se esteja no Fancy Bazaar e se sinta o apelo do estômago, o Rajhans Hotel, num segundo andar de um anónimo edifício é uma simpática opção, com comida vegetariana, atendimento acolhedor e uma decoração que nos remete para uma cantina de escola, onde o passar do tempo deixou um certo carisma.
Rajhans Hotel: S.S. Road, Fancy Bazaar, Guwahati. Thali vegetariano por 70 rupias.
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Transportes em Guwahati:
Tanto a estação de comboios como o terminal de autocarros públicos (ASTC) ficam convenientemente situados no centro da cidade, perto de alojamentos e restaurantes e demais actividade comercial.
De Guwahati existem comboios que atravessam o estado de Assam, em direcção a Norte, até Dibrugarh, passando por Dimapur.
Nota: a estação de comboios de Guwahati tem duas entradas: o lado Norte (do mesmo lado do rio) e que é a entrada principal, e uma outra do lado Sul que dá directamente para a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). O Reservation Office (para bilhetes de longa distância) fica num edifício a uns metros da entrada Norte da estação (oposta ao Paltan bazaar).


O terminal de autocarros públicos fica mesmo à saída da estação de comboios (perto do Paltan Bazaar). A bilheteira da ASTC é no interior do edifício, apesar de haver vários quiosques de empresas privadas que também vendem bilhetes da empresa pública.
- O bus (ASTC) de Guwahati para Shilong parte às 7.30 am, e a viagem demora 4 horas.Bus ticket de Guwahati para Shilong: 135 rupias (a/c)… de facto o ar-condicionado não funciona, mas é suportável pois o autocarro circula sempre com a porta aberta, e à medida que nos afastamos das planícies de Assam a temperatura é mais fresca.




Em alternativa aos autocarros existem os sumo, um todo-o-terreno partilhado, que é um modo de transporte muito comum nos estados do Nordeste, e que faz a ligação entre as principais cidades. No interior do Guwahati Bus Terminal, na zona onde estacionam os autocarros encontra-se um quiosque onde se podem comprar bilhetes para os sumo. Em geral estes veículos não têm horário definido, circulando durante o dia desde manhã muito cedo, e partem quando estão cheios.
- sumo de Guwahati para Shilong: 170 rupias (a viagem demora cerca de 2.45h, dependendo do trânsito e do número de paragens)

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Internet em Guwahati
A maior parte dos hotéis não tem internet, os que têm cobram por vezes 100 rupias por dia. A melhor opção são os postos de internet que são raros e nem sempre são fáceis de encontrar.
Na GS Road, do lado esquerdo de quem se afasta da estação de comboios, existem um edifício de lojas “complex” onde no primeiro andar existe um posto de Internet, Virtual Office-Cyber Café, com boa ligação e com wi-fi.
- Wi-fi: 30 rupias por hora.