A chegada a cada nova cidade implica quase sempre o desafio de negociar com os taxistas o preço da viagem até ao centro da cidade, onde aparentemente parece existir uma conspiração para que não existam transportes públicos colectivos para fazer esta ligação, onde toda a gente se mostra inútil para prestar informações sobre este assunto e onde a negociação do preço parte sempre de uma posição desfavorável, com quem chega a desconhecer a localização do terminal de autocarros, a distância até ao centro nem os valores habitualmente cobrados.
Depois deste habitual stress, e da prova superada satisfatoriamente depois de árdua negociação, Kashan revelou-se uma cidade de pessoas sorridentes, descontraídas e dispostas a trocar cumprimentos e a treinar o inglês com as habituais perguntas sobre: país, nome, locais visitados, se estou a viajar sozinha, por quanto tempo, se gosto do Irão, etc…
Kashan surge no “mapa” turístico não só pela admirável arquitectura do bazaar, como também pelo BagheFin, um dos mais antigos exemplos deste tipo de jardins persas, e pela elevada concentração das chamadas historical houses, que são requintados palácios construídos segundo a arquitectura tradicional da região.
A ruas estreitas entrincheiradas por muros altos pensados para proporcionarem o máximo de sombra, onde a espaços surgem portas que dão acesso a pátios, em volta dos quais estão dispostas as casas, baixas, sombrias e de pequenas janelas, e os tons ocre que cobrem as paredes e coberturas do reboco feito de argila vêm lembrar-nos quão perto estamos do deserto. Torres de ventilação, engenhosos sistemas que permite ventilar as casas com ar fresco, sobressaem da homogénea volumetria da cidade, dominada por casas de dois ou três pisos, onde os terraços formam um manto que se estende até às montanhas que circundam parte de Kashan.
A estadia na cidade de Kashan com a sua tranquila vibe, pessoas amigáveis e lugares interessantes para visitar, a maioria dos quais situados a curta distância e fáceis de alcançar, foi agradável e descontraída, com a simpatia e a atmosfera dominante na Khan-e Esahnb guest house a contribuir bastante para este sentimento.













Alojamento:
Eshan Historical Guest House (Khan-e Esahn)
Fazel-e Navaghi street (do lado oposto da Agha Bozorg Mosque)
+98361 444 6833
Dormitório com 6 camas, mas muito espaçoso, por 500.000 (negociando foi possível baixar para 400.000 rials) com pequeno-almoço incluído em estilo buffet (fruta, pão, ovo, queijo, manteiga, doces, mel e chá). Boas casas de banho e chuveiros.
Boa localização, a meio caminho entre o bazar e as Historical Houses.
Free Wi-fi.





Outra opção é a Noglhi House, muito perto da Eshan House, seguindo pela rua do lado esquerdo da Agha Bozorg Mosque, seguindo as pequenas setas que identificam a guesthouse que se encontram nas paredes; pratica os mesmos preços e que se apresenta igualmente agradável.
Onde comer:
Para vegetarianos e não só, a tradicional sopa ash-e reshteh na Bab Afzal Street é uma deliciosa opção assim como uma possibilidade de interação com a população local; caminhado desde a Kamal-al-Molk Square, este pequeno restaurante fica do lado direito, sendo preciso caminhar um pouco; a melhor opção é ir perguntando aos comerciantes, pois toda a gente sabe indicar este local.
Como o espaço é minúsculo, a necessário partilhar uma das duas mesas existentes no local. A refeição custa 20.000 rials (uns 0.50€) e é servida numa quantidade considerável.


Transportes:
Para chegar a Kashan a melhor opção são os autocarros, existindo muita oferta durante todo o dia, pois esta cidade fica na rota entre Tehran e Esfahan.
A viagem demora perto de 4 horas.
O bilhete custou 125.000 rials em VIP.
Do centro da cidade para o terminal de autocarros, o único, a solução encontrada foi o táxi, que custa 50.000 rials, pois aparentemente não existem autocarros públicos a fazerem esta ligação.
Situada a cerca de 80 quilómetros de Kashan, fica a aldeia de Abyaneh que é uma popular day trip, mas dada a ausência de transportes públicos a viagem tem que ser feita de táxi, o que coloca este destino fora da “rota”. As guest houses em Kashan organizam tours ou em alternativa pode-se usar um dos shared-taxis que seguem em direcção a Esfahan.
