Uma cidade que muda bruscamente e que nos surpreende e desafia: de uma compacta e uniforme malha urbana, deparamo-nos com gigantescas torres de escritórios; de uma caminhada por ruas secundárias esbarramos longas avenidas onde o trânsito é intenso e frequentemente congestionado; de uma arquitectura colonial chocamos com modernos e arrojados edifícios; de ruas fervilhantes de comércio desembocamos em vias-rápidas que criam barreiras quase intransponíveis; zonas ajardinadas cercadas e isoladas por massivos viadutos de betão.
Da habitual agitação do quotidiano asiático chocamos com o agressivo trânsito urbano… uma acumulação de contrastes que deixou um memória de uma cidade pouco atractiva, onde as principais actividades são as compras em centros comerciais e a visita aos arranha-céus e torres que são a imagem de marca da cidade de Kuala Lumpur.
Apesar do grande impulso que a economia da Malásia teve nos últimos tempos, e do qual as Petrona Towers e a torre Menara KL são orgulhosos símbolos, a cidade de Kuala Lumpur evidencia os contrastes sociais e económicos, com a cidade a atrair não só a população rural como também um grande numero de imigrantes, muitos vindos da Indonésia que nem sempre aqui encontram o esperado sucesso.
A zona de Chinatown é um exemplo destas assimetrias, reunindo muitos sem-abrigo, mendigos e toxicodependentes, sem contudo se notar perigo em termos de segurança nas ruas, mesmo durante a noite, sendo contudo pouco agradável as caminhadas nocturnas.
Perto fica o chamando Colonial District… onde se encontram exemplos de arquitectura colonial britânica, tanto igrejas, estações de comboios (como Kuala Lumpur Station), como edifícios públicos e administrativos, hoje transformados em museus.
Ficou a faltar uma visita às Batu Caves… um oásis de verde no meio desta gigante capital.
Alojamento:
Kuala Lumpur oferece muitas opções em termos de alojamento, para vários orçamentos. Chinatown tem a fama de concentrar o maior numero de budget hostel e guest houses, atraindo assim a maioria dos backpacker que de uma forma geral não se demoram mais do que um ou dois dias, sendo KL muitas das vezes a ultima “escala” de quem viaja pelo Sudoeste Asiático.
Boa localização, fácil acesso por transportes públicos, grande oferta em termos de comida não fazem contudo de Chinatown um local atractivo. A zona atrai muitos sem-abrigo, mendigos e toxicodependentes, sem contudo se notar perigo em termos de segurança nas ruas, mesmo durante a noite, sendo contudo pouco agradável caminhadas nocturnas.
Em termos de preços, um quarto duplo na zona de Chinatown, com casa-de-banho partilhada, free wi-fi e pequeno-almoço (pão, doce, margarina, chá e café) não fica em menos de 60 RM. E para estes valores existem muitas opções, valendo a pena um passeio em especial pela Jalan Tun H S Lee e pela Jalan Sultan.
A escolha foi para a Submarine Guest House, moderna, não muito grande e sossegada, com uma agradável zona comum. Não tem pequeno-almoço mas pode-se usar os utensílios, micro-ondas, chaleira e frigorífico existentes.
Submarine Guest House
Address: 206, Jalan Tun H S Lee, 56100 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan, Kuala Lumpur. (Existe um outro junto ao Central Market)
Quarto duplo: oficialmente é 70 RM, mas negociado pode ficar por 50 RM (quarto sem janela, com ar-condiconado).
Bed Dorm: 30 RM
Shared-toilet, free wi-fi, disponível water-refill.
Chinatown é facilmente acessível pela Pasar Seni (LRT) e pela Maharajalela Station (monorail), ou Plaza Rakyat, perto da Puduraya Bus Station (LRT). Contudo KL Sentral é longe e difícil de alcançar a pé.
Onde comer:
Existem muitas opções na zona de Chinatown, mas os preços são um pouco mais elevados em KL do que noutras cidades da Malásia, em especial ao longo da Jalang Petaling, onde a grande presença de turistas inflaciona os preços e faz decrescer a qualidade.
O local de eleição, pela boa qualidade da comida, pela higiene e pelo cuidado atendimento (com algumas flutuações dependendo do staff) foi para o Al Ariffin Restaurante, que serve comida Malaia mas pertencente à comunidade Tamil, com muitas opções vegetarianas, uma grande variedade de pratos de arroz (nasi) deliciosos rottis e com forno tandori onde se confeccionam naan, tradicional pão indiano. Também com sistema de self-service cuja parto tem por base arroz e que custa (dependendo do numero de acompanhamentos) cerca de 4 RM. Delicioso ice-tea… mas com leite-condensado!!!
Al Ariffin Restaurante
Address: Jalan Sultan Mohammed, mesmo em frente do terminal de autocarros e da estação de MRT de Pasar Seni.
Mas vale a pena um incursão na Jalang Petaling, apesar da confusão, barulho e de permanentemente atafulhada de bancas de venda de roupa, artigos electrónicos, souvenires, etc… para provar o delicioso Bean Curd (uma espécie de pudim feito de soja que é regado com calda de açúcar de palma), que é diariamente vendido numa pequena banca de alumínio… caso não seja fácil de encontrar, apesar de muitas vezes os clientes fazerem fila, basta perguntar a algum dos vendedores no local.
Na esquina entre a Jalan Tun H.S Lee e a Jalan Tun tan Cheng Lock, fica uma minúscula loja que pode facilmente passar despercebida, S’ Ban Siew Pow, e cujo horário é difícil de compreender. Mas vale a pena fazer algumas tentativas para poder saborear os deliciosos pastéis de massa folhada recheados com doce de côco. Também estão disponíveis outras variedades salgadas recheadas com carne de porco.
Como ir do TBS (Terminal Bersepadu Selatan) para Chinatown (Kuala Lumpur)
Chegando ao terminal TBS somos deixados junto a um conjunto de escadas rolantes que levam ao átrio principal do terminal.; aqui caminhando um pouco encontra-se uma saída do lado direito, com indicações de KLIA, que dá acesso ao uma ponte pedonal; do outro lado encontram-se escadas e elevador até chegar ao piso térreo. Na rua, caminhando para o lado direito (para quem este de frente para o edifício gigantesco do terminal); passando o terminal de táxis está uma paragem de autocarros.
O Bus 690, Rapid KL demora 20 minutos (fora das horas de ponta) e termina em Pudu Sentral (Puduraya), perto do edifício Plaza Raykat, daqui são 5 minutos a andar até à Jalang Petaling, o coração da China Town em Kuala Lumpur.
Para efectuar o percurso inverso, o Bus 690, inicia o serviço em direção ao TBS no mesmo local onde termina: na Jalang Pudu, perto do Pudu Sentral (Puduraya). Atenção, o Bus 690 não pára dentro do terminal, mas sim na rua, num estacionamento junto à Jalang Pudu.
Bus ticket (TBS to Pudu Sentral-Puduraya): 2 RM.
Alternativa:
Cruzando a ponte pedonal à saída do TBS, seguir as indicações até à estação de comboios KTM-Komuter. Seguir a Seremban Line até KL Sentral. (2.4 RM). Em KL Sentral apanhar o LRT para Pasar Seni (1.4 RM). Esta alternativa é mais dispendiosa mas tem a vantagem de nas horas de ponta ser mais fiável, dado que o trânsito em Kuala Lumpur pode fazer com que a viagem de bus entre a cidade e TBS demore mais de uma hora.