Pouca coisa fica desta povoação situada na confluência entre os rios Nam Oú e Phak se juntam, cada vez mais perto da fronteira com o Vietnam e com a China, cuja proximidade está bem presente na grafia adoptada nos letreiros dos vários restaurantes e lojas, que usam os caracteres chineses e a escrita vietnamita para além do Lao, assim como no tom de pele e nas feições de alguns dos habitantes.
Muang Khoua torna-se escala obrigatória para que faz o percurso pelo rio, opôs as quase seis horas de viagem; daqui pode-se continuar para norte até Hat Sa e Pongsali, ou em alternativa empreender a viagem em direcção a sul, de volta a Luang Prabang.
As manhãs são cinzentas, frias e húmidas, e só por volta das onze horas o sol aparece aquecendo as desoladas ruas da povoação, enchendo-a de vida e de uma agradável atmosfera de verão com crianças a brincar na rua, enquanto os restantes habitantes se dedicam às suas tarefas diárias, em ritmo calmo, entre actividades comerciais e a agricultura nos pequenos campos que envolvem Muang Khuoa.
Das fogueiras usadas para cozinhar e para aquecer as frias manhãs, acendidas na maioria das vezes em frente às casas, sai o fumo que se mistura com a neblina e o cheiro da madeira queimada que, juntamente com os galinhas que se passeiam pelas ruas, dão forma ao ambiente rural que aqui se vive.
Ao fim da tarde, pelas cinco horas, altura em que o sol se começa a esconder por trás das montanhas, os monges reúnem-se no único templo da povoação para a segunda oração do dia, espalhando em vozes juvenis orações budistas. Os mesmos que de manhã percorrem as ruas de Muang Khuoa, de cabelo rapado, descalços, vestidos com os seus robes laranja, recolhendo as oferendas das pessoas, na maioria mulheres, que os esperam com cestas de arroz cozido, incensos e flores.