Welcome to the Republic of Union of Myanmar (República da União de Myanmar): é o que se pode ler à entrada do país que já se chamou Burma, ou Birmânia em português, e que desde 1989 se passou a chamar oficialmente Myanmar, nome adoptado pelo regime militar que governa o país à 52 anos.
Um rio. Uma ponte. De um lado a próspera e desenvolvida Tailândia, do outro a pobre e desorganizada Burma. De uma lado Mae Sot, do outro Myawaddy. Pouco mais de quinhentos metros separam estes dois países, mas basta cruzar a fronteira para nos deparar-mos com uma realidade bem diferente: recebemos o carimbo de saída com eficiência e prontidão; esperamos pelo carimbo de entrada com desorganização, cartão de entrada impresso nas costa de papel já utilizado para outras cópias, uma sala de espera onde os canos que cruzam o chão empecilham com as cadeiras dispostas desorganizadamente pelo exíguo espaço, e onde o ar quente é afugentado com ventoinhas que aos pouco fazem voar os papéis, mas onde os funcionários da imigração nos recebem com um franco e caloroso sorriso… o primeiro de muitos sorrisos de sincera alegria que caracterizam a população Birmanesa.
A espera junto à fronteira deu para apreciar as diferenças… os novos sabores, os sarongs usados por homens e mulheres, as pilhas de lixo que se acumulam naquilo a que se pode chamar de passeio, os cães doentes aninhados no chão indiferentes a quem passa, o barulho das buzinas a comandar o trânsito caótico, o chão cuspido de paan que sai do bocas tingidas de vermelho, o calor a colar o pó ao corpo constantemente coberto de suor… e os sorriso curiosos da população que não esconde a curiosidade de olhar para os estrangeiros que aqui esperam antes de segui para o próximo destino, e os risos quase infantis de alegria que respondem às tentativas de dizer “olá” em birmanês.





