“this is not India, this is Diu!… e com esta frase somos recebidos logo no primeiro dia à chegada a Diu.
Depois dos dias passados no Gujarat, vibrantes e intensos, a pequena ilha de Diu, cuja dimensão é menos do que 12 quilómetros de comprimento por 3 de largura, calma e tranquila mostrou-se à primeira vista pouco atractiva e “sem sal”; a principal atracção são as praias e principalmente os bares, pois a sua localização num estado onde impera a lei-seca torna este pequeno território autónomo (Union Territory) num local muito atractivo, em especial aos fins de semana.
Da longa presença portuguesa sobressaem as majestosas igrejas, todas pintadas de imaculado branco, fortes e alguma da arquitectura colonial portuguesa, onde os telhados mantêm as tradicionais telhas, no nome de estabelecimentos comerciais, empresas, restaurantes e alojamentos, mas sobretudo a língua portuguesa que inesperadamente se mantem presente em algumas famílias, facilmente identificadas pelos apelidos… Fernandes, Souza…
Num percurso pela ilha, que se pode fase numa manhã, deparamo-nos inevitavelmente com a povoação de Vanakbara, situada no extremo oeste da ilha, fortemente ligada à actividade piscatória, a avaliar pelos mercados, e pelas redes estendidas, pelo peixe a secar ao sol cujo cheiro é presença constante em toda a ilha, pela construção de barcos de pesca seguindo os moldes artesanais e principalmente pela actividade junto do porto, onde centenas de barcos se reúnem e que fervilha de actividade.
Apesar de não ter deixado uma marca significativa nas memórias destas duas semanas passadas no Gujarat, sobressaiu uma atmosfera calma e tranquila, com zonas de paisagem natural praticamente intocada, assim como a simpatia das pessoas, que fazem de Diu um local agradável e relaxante.
Alojamento:
Hotel São Tomé Retiro
Quarto Duplo com wc: 800 INR
Quarto Duplo c/ wc partilhado: 500 INR
Quarto Individual c/ wc partilhado: 300 INR
(todos estes valores são negociáveis pois o espaço permanece quase vazio)
Charmosamente acoplado à igreja do mesmo nome, mantendo a arquitectura tradicional portuguesa, este alojamento encontra-se numa espécie de semi-abandono, o que cria um ambiente um sórdido e pouco convidativo. Destaca-se ainda a pouca simpatia e a desorganização de quem está à frente do negócio. Pouco recomendável.
Nas imediações existe a “Herança Goesa”, uma guest house com ambiente familiar, cujos proprietário de ascendência portuguesa, assim como a restante família, ainda falam a língua.
Onde comer:
Em termos de refeições Diu ofereceu uma desanimadora oferta, com os restaurantes mais concentrados numa gama de turismo mais endinheirada e onde o consumo de álcool, principalmente cerveja é um dos principais atractivos, e onde as poucas bancas de rua não ofereceram grande alternativas.
Para além disto, segue-se aqui uma invulgar rigidez no horário das refeições, onde os restaurantes fecham entre o almoço e o jantar, tornando-se impossível fazer uma refeição para quem chega fora-de-horas.
Um dos restaurantes escolhidos foi “O’ Coqueiro” onde para além de pratos aos estilo indiano, onde domina o peixe e o marisco, serve também comida portuguesa… ou algo do género, pois a avaliar pela descrição dos pratos é algo de novo e invulgar comparado com o que se cozinha em Portugal, mas que se pode justificar pela distância entre os dois territórios que evoluíram quase independentes um do outro.
Transportes:
Não existe estação de comboios em Diu.
A alternativa são os autocarros que ligam este território às principais cidades do Gujarat; de Junagardh existem autocarros públicos pelas 9 horas da manhã. A viagem demora cerca de 5 horas e custa 20 rupias.
Os autocarros terminam no Terminal de Autocarros de Diu (Diu Bus Terminal) que fica logo à entrada da ilha, depois de se cruzar a ponte que liga Diu ao território indiano. Daqui pode-se ir a pé até à maioria das guest houses.