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Definitivamente Kohima sobressaiu pelos mercados, onde a exótica e diversificada oferta de produtos alimentares espelha a originalidade da gastronomia de Nagaland, que inclui carne, peixe seco, enguias, caracóis, larvas, ratos e rãs… e larvas de vespa, vendidas ainda dentro da colmeia. Aqui também se podem encontrar os famosos Naga Chilli, consideradas as malaguetas mais picantes do mundo
Quanto aos vegetais, encontra-se nos mercados uma mistura de produtos tropicais, como a flor de bananeira, e os que vêm das montanhas como os cogumelos e o bambu; pelo meio encontra-se uma grande variedade de vegetais, muitos dos quais totalmente desconhecidos dos paladares europeus, e que tão pouco se encontram por outras zonas da Índia.
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Kohima é a capital de Nagaland, e como é costume neste estado do Nordeste da Índia, todas as cidades localizam-se em zonas de montanha, preferencialmente no cume, estendendo-se pelas encostas ao longo de estradas, numa malha sinuosa e íngreme, que pouco convida a caminhadas. Uma chuva esporádica e um céu cinzento constante pintaram de cores escuras esta cidade de betão e telhados metálicos que poucos atractivos apresenta. Contudo esta cidade pode ser um bom ponto de partida para conhecer a cultura das tribos de Nagaland, e torna-se bastante popular em termos de turismo durante o festival Hornbill que serve de mostra da cultura local.
Como qualquer viagem em Nagaland implica um elevado nível de esforço, mental e físico, pelo desconforto e pela duração das viagens, Kohima apresentou-se como ponto de paragem quase obrigatório no itinerário entre Mon-Mokokchung-Guwahati.
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Sendo escassos os motivos de interesse, onde evitei sem esforço o popular War Cemetery e o State Museum of Kohima, o que sobressaiu foram os mercados, em especial o Mao Market… aparentemente não há qualquer relação entre este local e o líder do Partido Comunista Chinês. Neste mercado, situado num pequeno edifício de betão vendem-se produtos alimentares usados na cozinha de Nagaland, mas que não são tão frequentes de encontrar nas lojas do cidade, como os vermes e as rãs que aqui são vendidos vivos… e em intensa actividade para escaparem dos recipientes onde são mantidos cativos.

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Mas perto deste pequeno mercado estende-se um outro mercado… ou melhor outros mercados, numa sequência de edifícios construídos em madeira cobertos de chapa metálica ondulada, onde por estreitos e labirínticos corredores e escadas se passa da zona de venda de roupa, para a zona de alimentos, sendo fácil perder o sentido de orientação, obrigando a alguma persistência para encontrar uma saída… onde nada garante que seja o mesmo local de entrada!

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Mas neste mercado, descendo para zonas mais escuras e menos movimentadas somos surpreendidos por um cheiro pesado e repugnante, numa mistura de sangue e dejectos. É a zona onde se vendem e abatem animais, e onde galinhas e patos aguardam pela sua vez, sob a luz amarelada das fracas lâmpadas que iluminam o local, onde se sente o pesado cheiro a morte.
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Como chegar ao Mao Market:
Junto ao cruzamento da Midland Colony, existe uma paragem onde passam os autocarros que passam junto ao Mao Market, perto do Sokhriezie Junction, na Kohima-Imphal Road. Mas basta perguntar ao cobrador de bilhetes do autocarro que toda a gente conhece o local; a viagem custa 10 rupias, e demora cerca de 15 minutos.
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Onde dormir em Kohima:
Fugindo ao ambiente anónimo e aos desérticos e sinistros hotéis, Kohima surpreendeu com o Morung Lodge, uma descoberta casual quando andava em busca do Hotel Pine, em Midland Colony. Morung Lodge é uma verdadeira guest house, onde se sente o ambiente familiar e o conforto proporcionado por um ambiente com personalidade.
Morung Lodge
Address: Midland Colony (logo a seguir ao Hotel Pine).
Contacts: 985 634 3037 (Nino) ou 841 481 4214 (Amen)
Email: [email protected]
Wi-fi: 100 rupes/day
Veg dinner: 200 rupes
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Onde comer em Kohima:
Sendo a gastronomia de Nagaland fortemente dominada pela carne, as refeições ficaram-se mais pelo monótono arroz com caril (localmente denominado de rice) ou por um Chow Mein, lembrando-nos quão perto estamos da Ásia.
Em Kohima é uma boa oportunidade de experimentar a comida de Nagaland (Naga food) existindo alguns restaurantes especializados, mas onde é impossível encontrar comida vegetariana… quanto muito um chow mein!
Apesar da forte influência da cultura gastronómica asiática, é possível encontrar um pouco por todo o lado os snacks indianos, como os puris e as samosas. Em Midland Colony, na Kohima-Mokokchung Road, muito perto do Morung Lodge, o Hotel Taste serve desde as 6 a.m. deliciosas samosas (chamuças) que podem ser acompanhadas com chai (chá com leite) cujo sabor adocicado não combina bem para o meu paladar, mas que é uma escolha popular entre a população local como primeira refeição do dia.
Também na mesma zona, junto ao cruzamento principal da Midland Colony (perto da Ao Baptist Church) encontram-se alguns restaurantes que servem um razoável rice (arroz com caril de vegetais e dal) por 80 rupias.
Transportes em Kohima:
A cidade de Kohima, mostra-se pouco convidativa a caminhadas a pé, pois este centro urbano estende-se por uma grande área, ao longo de estradas de intenso tráfego e onde não existem propriamente infraestruturas para peões.
Para distâncias mais longas, existem autocarros urbanos que percorrem a cidade, os City Bus. Uma viagem custa cerca de 10 rupias.
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Como ir de Kohima para Dimapur:
Do terminal de autocarros da NST partem por volta das 7 a.m., um autocarro para Dimapur; mas o horário de partida não é certo, e o autocarro só inicia o percurso quando está cheio, de acordo com informações da bilheteira. Contudo nesta viagem começou com cerca de 2/3 dos passageiros por volta das 7.20 a.m. Os autocarros da NST (Nagaland State Transport) encontram-se em muito mau estado, sujos e com os alguns dos bancos partidos, em especial os que fazem os percursos mais curtos, como é o caso de Kohima-Dimapur.
- Bus de Kohima para Dimapur: 120 rupias (3 horas)
Mesmo junto ao terminal de autocarros encontra-se uma paragem e táxis facilmente identificável pela concentração de veículos de cor amarela. A viagem em shared-taxi custa 220 rupias e demora 2.5 horas. Os táxis não têm horário fixo e partem assim que estão cheios (o que de manhã não demora muito), funcionando desde as 6 da manhã até ao fim do dia.
A estrada entre Kohima e Dimapur é essencialmente de montanhas, com o ultimo terço do percurso já a ser feito nas planícies de Assam. A estrada tem boas condições de pavimento mas tem troços em obras e outros em muito mau estado o que torna a viagem cansativa, cheia de solavancos.
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