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Stepping Out Of Babylon

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Himachal Pradesh

… porque comer é importante ;)

Pelo que conhecemos da Índia e que provavelmente se pode estender a outros países asiáticos, não se encontra aqui o chamado “culto da mesa”, tanto no dia-a-dia como nos restaurantes mais económicos, frequentados quase exclusivamente por indianos.

Quando se chega a mesa está vazia, sem toalha, pratos ou talheres, quanto muito encontra-se o saleiro e o pimenteiro. Logo de imediato são trazidos copos, sempre metálicos, e um jarro de água da torneira, ou de outro recipiente de armazenamento de água. Após o pedido a comida é rapidamente confecionada, encontrando-se a cozinha à vista ou mesmo virada para a rua, sendo de imediato servida, em pratos e taças metálicas, acompanhada sempre por algum tipo de pão, naan, chapati ou pharata, que ajuda a levar a comida para a boca em substituição dos talheres.

Não existe o conceito de “entradas”, pois o que estamos habituados, nos restaurantes indianos em Portugal, a comer no inicio da refeição como chamuças, puri, baghi, são aqui consumidos ao pequeno-almoço ou durante o dia como snack. Somente vem para a mesa o que pedimos e nunca nos perguntam se queremos mais alguma coisa, sobremesa ou café, nem existe na maioria dos restaurantes indianos doces ou tão pouco se vendem bebidas alcoólicas.

O pagamento é sempre feito à saída, a uma pessoa que geralmente só tem essa função, muitas vezes o dono do restaurante. Simples, rápido e eficaz. Com isto as refeições são bastante rápidas, nem nos fazendo sentir confortáveis se ficarmos mais tempo do que o necessário, mesmo que às vezes soubesse bem aproveitar a refeição para dar algum descanso às pernas.

Excepção são os restaurantes mais caros que geralmente só se encontram nas grandes cidades ou os situados em zonas turísticas, onde é raro encontrar clientes indianos; aí temos sempre talheres (colher e garfo, até agora nada de facas), copos e guardanapos, lista de sobremesas e em alguns locais são vendidas bebidas alcoólicas, geralmente cerveja.

Na zona onde estamos de Mcleod Ganj, dado o grande numero de turistas, tanto nacionais como estrangeiros, existe uma grande variedade de restaurantes, servindo comida indiana, tibetana, chinesa, tailandesa, mexicana, as inevitáveis pizzas e lasanhas e muitas especialidades israelitas, pois é de Israel que vêm grande parte dos turistas, chegando a haver hotéis e guesthouses em Dharamkot, praticamente “dominadas” pelo “povo de Israel”, encontrando-se muitas tabuletas escritas em hebraico. Contudo temos optado maioritariamente por comida indiana e tibetana, que para além de ser mais barata, oferece melhores de garantias de qualidade do que as opções ocidentais.

Lista de restaurantes tibetanos, que elegemos em Mcleod Ganj

Tibet Kitchen, na Jobibara Road, perto do cruzamento principal: grande restaurante de três pisos frequentado maioritariamente por tibetanos, com comida vegetariana e não-vegetariana: experimentámos os tradicional momos, o pão tibetanos chamado Timgo (pálido, elástico e cozido a vapor), a Thupka, uma sopa de vegetais e noodles e o Fry Thinthuk, que é uma massa muito larga, em pequenas tiras, que neste caso é salteada com vegetais.

Restaurante Tibetian Kitcken em Mcleod Ganj
Restaurante Tibet Kitcken em Mcleod Ganj
Restaurante Tibetian Kitcken em Mcleod Ganj: momos fritos e Fry Thentuk
Restaurante Tibet Kitchen em Mcleod Ganj: momos fritos e fry thinthuk

Lung Ta, na Jobibara Road: para além de uma grande variedade de pratos japoneses, todos vegetarianos, têm um menu especial, que vaira diariamente e que se repete semanalmente; comemos uma tempura perfeita de vegetais, acompanhada por arroz, duas saladas e uma sopa miso com tofu caseiro por 150 INR por pessoa. Este restaurante apresentou uma qualidade acima da média, batendo aos pontos quase todos os japoneses de Lisboa… todos excepto o Tomo em Algés 😉 Ambiente descontraído e simpático, com uma sala interior e uma varanda para o exterior, recomenda-se por tudo! Foi tão bom que já lá voltámos outra vez 😉

Restaurante japonês em Mcleod
Restaurante japonês Lung Ta em Mcleod Ganj
Restaurante japonês em Mcleod
Restaurante japonês Lung Ta em Mcleod Ganj

Takhyil Peace Restaurant, na Jobibara Road: calmo restaurante de ambiente familiar, vegetariano, onde comemos os melhores momos até agora, a acompanhar a Thinthuk que é uma sopa espessa com legumes, geralmente couve, cenoura e cebola, e tiras de massa larga partida em pedaços grandes e de aspecto tosco.

Peace restaurante em Mcleod Ganj
Takhyil Peace Rrestaurante em Mcleod Ganj

Gakyi Restaurant, na Temple Road: pequeno e verde, onde a Mrs. Kalsang Dickyi cozinha comida tibetana vegetariana, entre momos, tupkas e thinthuk… Pedimos uns momos de espinafres, onde a massa se apresentava mais fina que o que habitualmente encontramos noutros restaurantes. Aprovado ficou também o prato de massa salteada com vegetais, onde predominava a pak-choi. Ficámos clientes, ainda para mais as doses são generosas e podem ser partilhados por duas pessoas.

Restaurante Tibetano Gakyi em Mcleod Ganj
Restaurante Tibetano Gakyi em Mcleod Ganj

Em Dharamkot, encontra-se uma grande variedade de gastronomias, mas nenhum dos que experimentámos se destaca, nem na comida indiana nem na tibetana, com excepção do Trimurti Garden, onde temos comido uns óptimos pequenos almoços, e onde um optimo thali, com um foge um pouco ao tradicional. Encontra-se aqui um óptimo pão e bolos caseiros, assim como cereais com iogurte, sumos, saladas de frutas e todos os mimos que um viajante procura para se sentir em casa, contudo o preço é pouco convidativo, pois um pequeno-almoço aqui pode sair mais caro do que uma refeição num restaurante indiano ou tibetano em Mcleod Ganj. Neste espaço realizam-se aulas e cursos de yoga.

Tahli (refeição completa) no Trimuti Garden
Tahli (refeição completa) no Trimuti Garden…. estufado de beterraba, carril de legumes, salada, yogurt, sopa de lentilhas (daal), arroz e chapati
Pequeno alomoço no Trimuti Garden
Pequeno alomoço no Trimuti Garden
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Trimuti Garden: alojamento, restaurante e escola de yoga

Recentemente descobrimos em Dharamkot, o Half Moon Café, que não é mais do que uma barraca feita de madeira e plástico, com algumas mesas e um excelente vista para o vale que se estende até Bhagsu. Aí temos comido sempre thali, composto pelo tradicional dal (sopa espessa à base de diversos tipos de lentilhas que também pode ter feijão), um carril de legumes, duas paratas e o sempre presente arroz, que por vezes é cozinhado com cominhos (jeera). Tudo isto por 80 INR, cerca de 1.15€ por pessoa.

Tahli no Halfmoon em Dharamkot
Tahli no Halfmoon em Dharamkot… bom, barato e bem servido… talvez o melhor daal que experimentámos até agora
Halfmoon em Dharamkot
Halfmoon em Dharamkot

Workshop de pão tibetano

Depois da experiência do workshop de momos decidi ir fazer um outro, no mesmo local, desta vez dedicado ao pão. Mesmo sabendo que o pão na Ásia não é dos mais famosos, temos tido boas surpresas com as variedades que encontramos tanto nos restaurantes como à venda na rua.

Basicamente a massa usada para fazer os pães tibetanos é muito semelhante à que tínhamos aprendido para os momos: farinha, fermento e água.

Foi quase uma aula privada, pois estava somente uma outra rapariga a fazer o workshop; apesar disso foi difícil obter informações mais detalhadas sobre os hábitos e a cultura gastronómica do Tibete, pois nos momentos de pausa, em que a massa levedava ou em que se cozinhavam os pães, o “chef” estava constantemente ao telemóvel.

Fizemos três tipos de pães, todos com a mesma massa: começamos com um reservado a festas de casamento ou de passagem de ano. É recheado e cozinhado numa panela, mas já experimentámos uma outra versão, que os tibetanos comem a acompanhar a refeição, sem recheio e cozido a vapor, mantendo-se o característico feitio, semelhante a um nó. É comido simples ou com um pedaço de manteiga, que no Tibete é de yak, mas aqui na Índia é de vaca. Da mesma forma, o óleo usado na preparação do recheio é uma adaptação aos costumes locais, sendo a versão original feita também com manteiga de yak, que segundo dizem tem melhor sabor.

Pão de festa depois de cozido numa panela
Pão de festa depois de cozido numa panela

Seguiu-se o tigmo, sendo servido no dia a dia, com ou sem recheio, e cuja forma se obtém com a ajuda de dois “pauzinhos” e um outro pão recheado, servido em dias de festa e ocasiões especiais. Depois de cozinhados ao vapor estes pães abrem como uma flor, mostrando o colorido recheio, à base de cenoura, tomate, alho, gengibre e coentro, sendo o tom amarelo dado pelo açafrão.

Todos os ingredientes são colocados crus na massa do pão, antes de esta ser cozinhada, impregnando-a dos sabores dos vegetais, que são realçados pelo molho de soja que serve de acompanhamento.

Tigmo
Recheio do tigmo, à base de tomate, gengibre, coentros e cebola
Tigmo
Tigmo recheado de legumes e curcuma
Tigmo
preparação dos pães para lhes ser dada a forma caracteristica
Tigmo
Tigmo cuja forma é conseguida com o auxilio de dois “pauzinhos”
Tigmo
Pão recheado com legumes crus, com a forma semelhante a um laço
Tigmo antes de serem cozidos ao vapor
Tigmo e um outro pão recheado preparado para dias de festa, antes de serem cozidos ao vapor
Tigmo
Tigmo

Tradicionalmente no Tibete usa-se recheio de carne, pois dado o clima os legumes não são em abundância, prevalecendo o consumo de carne. A versão vegetariana é aparentemente mais uma adaptação à cultura indiana, onde esta grande comunidade de tibetanos está inserida à mais de 60 anos, encontrando-se diversos tibetanos que não comem carne, assim como restaurantes exclusivamente vegetarianos.

Estes workshops assim como a comida que temos experimentado em restaurantes espalhados por McLeod Ganj, revelaram-nos uma quase desconhecida gastronomia e uma boa alternativa aos pratos indianos, tendo-nos deliciado com os suaves e leves pratos tibetanos, à base de massa, salteada ou servida numa sopa, sempre acompanhada de vegetais levemente cozinhados, onde domina a couve pak-choi.

Triund

Desde que chegamos o tempo tem estado instável, com dias típicos de primavera, com céu azul e temperaturas amenas e outros de chuva, com trovoadas e uma diminuição brusca da temperatura, que segundo nos disseram nada frequente nesta altura do ano.

Depois de dias em chuva, ou com chuvadas fortes, aproveitámos a primeira oportunidade para fazer uma caminhada até Triund, um dos pontos altos do chamado Chambra Valley, situado a 2875 metros de altitude. Segundo nos disseram, necessitávamos de 4 horas para subir e 3 horas para descer, por isso saímos de casa bem cedo, já prevenidos com farnel e água, preparados para a chuva ou o frio, que podem surgir a qualquer momentos nestas montanhas.

A subida foi feita em andamento rápido e demorámos menos de 3 horas, a percorrer os nove quilómetros, por um trilho bem definido e bastante acessível, onde as subidas mais íngremes são feitas à custa de degraus formados pelas rochas, sempre rodeados de florestas. Enquanto contornávamos encostas graníticas, do outro lado do vale víamos o rasto de avalanches de pedra que se desprende durante a monção dos maciços de xisto.

Caminhámos por trilhos protegidos pelas árvores, tendo por companhia o restolhar das folhas secas sob os nosso pés, o zumbidos incessante dos insectos e o ruído da nossa respiração, tenho o cuidado de não esmagar alguma joaninha que surgem por todo o lado. As joaninhas foram uma constante ao longo de todo o percurso, antes de chegar-mos à zona mais alta onde havia menos vegetação e a temperatura era mais fresca, voando para cima de nós, e aí permanecendo como que a aproveitar a nossa boleia encosta acima, para de seguida esticarem as suas assas recolhidas sob a carapaça vermelha salpicada de preto, e nos abandonarem com o seu voo incerto e desajeitado.

Após a subida, feita ao ritmo permitido pela altitude a que estávamos, deparámo-nos com uma vista dos cumes mais altos cobertos de neve iluminados pelos raios de sol que passam por entre as nuvens que envolvem quase permanentemente as montanhas mais altas.

Aproveitando a área quase plana onde se situa Triund, coberta com um denso manto verde de relva que envolve os afloramentos graníticos, foram surgindo pequenos estabelecimentos chamados de “chai-shops”, construídos de forma precária em bambu, madeira e plástico que servem chá, bebidas e refeições ligeiras. Caminhando mais um pouco encontram-se diversas construções em pedra, para abrigo de pastores, que ao som de uma telefonia roufenha, e carregando pesadas mantas, vão encaminhando os rebanhos para pastagens mais altas.

A descida foi feita em ritmo lento, acompanhados de nuvens que por vezes cobriam o céu de cinzento, fazendo pequenas paragens, aproveitando a desculpa de observar a paisagem do vale onde se encontra Dharamkot e Bhagsu, mas que no fundo serviram para ir descansando as pernas e aliviando os pés do irregular caminho de pedras.

Inicio da subida para Triund de onde se tem uma boa ideia do vale onde se encaixa Dharamkot
Inicio da subida para Triund de onde se tem uma boa ideia do vale onde se encaixa Dharamkot onde estamos alojados
Inicio da subida.... ainda com um sorriso nos lábios ;)
Inicio da subida…. ainda com um sorriso nos lábios 😉
Durante quase toda a subida tivemos a companhia de um cão que se juntou a nós logo à saída de Dharamkot, e que à chegada a Triund encontramos mesmo em frente à chai-shop (tenda que vende geralmente, chai, bebidas e alguns snacks) que pertence ao marido da dona da casa onde estamos alojados, e que de imediato nos reconheceu
Durante quase toda a subida tivemos a companhia de um cão que se juntou a nós logo à saída de Dharamkot, e que à chegada a Triund encontramos mesmo em frente à chai-shop (tenda que vende geralmente, chai, bebidas e alguns snacks) que pertence ao marido da dona da casa onde estamos alojados, e que de imediato nos reconheceu
Trilho para Triund
Trilho para Triund
Chegada ao topo
Chegada ao topo
Vista de Triund para os picos mais altos do Vale de Chambra
Vista de Triund para os picos mais altos do Vale de Chambra
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Triund
Pastor em Triund
Pastor em Triund
Triund
Triund
Triund
Triund
Triund
Triund
pic-nic em Triund
pic-nic em Triund, aqui percebemos que não se deve comer queijo na India 😉 exceptuando o paneer, queijo caseiro feito a partir de leite gordo.
pitéu” em Triund, com vista para as montanhas e a companhia de outro cão, tendo sempre por perto as gralhas que sobrevoavam a nossa zona à espera de algum resto de comida. Ganhou o cão ☺
pitéu” em Triund, com vista para as montanhas e a companhia de outro cão, tendo sempre por perto as gralhas que sobrevoavam a nossa zona à espera de algum resto de comida. Ganhou o cão ☺
pic-nic em Triund
pic-nic em Triund
Triund. 2875 metros de altitude
Triund. 2875 metros de altitude

Panorâmica de Triund:

Triund
Triund

Fartos do impessoal e incaracterístico hotel Sky Pie, decidimos sair de Bhagsu, deixando para trás a confusão e subimos a encosta em direção a Dharamkot, desta vez ficamos numa guesthouse; escolhemos a Pink House, governada pela simpática Tripta, com vista para o vale e numa zona só acessível a pé.

Aqui o ambiente é acolhedor, com um pequeno relvado e um alpendre onde nos vamos cruzando e sociabilizando com os outros hóspedes. Ao anoitecer, o ar perfuma-se com o cheiro dos incensos que a Tripta acende quando vai realizar as suas orações junto a um pequeno templo hindus, que se encontra em frente à casa.

Estamos em crer que descobrimos o colchão mais duro de toda a Índia, à primeira sensação que tive quando me sentei na cama é que tinha encontrado uma tábua… a partir daqui todos os colchões serão bons :

Pink House
Pink House
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Pink House
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Pink House
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Pink House
Pequeno-almoço na Pink House em Dharamkot
Pequeno-almoço na Pink House em Dharamkot

Aqui acordamos pouco depois do nascer do sol, ao som do chilrear constante dos pássaros e os barulhos do acordar da casa, encontrando a Tripta, ainda envolta na sua manta de lã a fazer as suas arrumações e limpezas, ouvindo-se no nosso quarto o raspar da vassoura, feita de ramos, no chão de cimento.

Para trás ficam os sharis de cores berrantes usados pelas mulheres do Rajastão… aqui as mulheres vestem calças de balão, muito largas, com uma túnica comprida até ao joelho, geralmente de cores baças, onde dominam os castanhos, amarelo-torrado, etc..; a cabeça é geralmente coberta com um lenço, que muitas vezes se encontra atado atrás da cabeça de forma a facilitar os movimentos dos trabalhos do campo. Alguns homens ainda usam a roupa tradicional, que não difere muito da das mulheres, acrescentando um coletes de fazenda, e cobrindo a cabeça com um pequeno chapéu justo à cabeça, de feitio cilíndrico, também de fazenda.

Jack and Jill went up the Hill…*

Os dias têm-se passado calmamente. Não há dias de semana nem fins de semana, todos passam ao mesmo ritmo. O dia começa cedo com o cantar dos pássaros e o tocar dos sinos nos templos.

Temos aproveitado para ir conhecendo as redondezas, fazendo diariamente uma caminhada durante a manhã. Cascatas de água gelada. Aldeias encavalitadas nas encostas. Florestas de cedros dos Himalaias. Pastores conduzindo rebanhos de cabras ou pastando vacas. Macacos. Árvores de tortuosos ramos e escassas folhas, no extremo dos quais nascem molhos de flores vermelhas. Borboletas. Aves de rapina deslizando pelas correntes de ar quente que se libertam da encosta. Trovoada. Joaninhas… muitas joaninhas que são as nossas companheiras durante os passeios.

As manhãs trazem sempre consigo o frio da noite, mas pouco depois o sol vai aquecendo estas encostas, sem contudo derreter a neve que cobre o cimo dos picos mais altos e que somente são visíveis quando nos afastamos da encosta onde estamos. Chove frequentemente durante a noite. O clima aqui é muito instável e caprichoso: pode amanhecer com sol e passado pouco tem vir um espesso nevoeiro, que se transforma em chuva persistente, que se evapora com o sol que surge no céu azul, ao fim da tarde.

Quando saímos para a montanha cruzamo-nos com crianças, que com as suas elaboradas fardas (um misto de roupa tradicional com restos da tradição britânica) com coloridos emblemas, correspondentes à classe em que estudam, descem a encosta em direção à escola, no chilrear habitual das crianças. Todos impecavelmente penteados, risco ao meio, e as raparigas com tranças enfeitadas com laçarotes vermelhos.

Nas nossas refeições, temos optado por pequenos almoços ao estilo ocidental, com cereais, fruta, iogurte (aqui chama-se curd) torradas, papas de aveia (o britânico porridge) e café, enquanto para as refeições principais optamos por comida indiana, que aqui tem sempre que ser pedida com picante, pois caso contrário é feita de forma a agradar ao paladar ocidental. Temos também experimentado alguns restaurantes de comida tibetana, que proliferam em Mcleod Ganj… uma boa surpresa.

Cascata perto de Bhagsu; devido à facil acessibilidade é local de passeio para os visitantes indianos, em especial aos fins-de-semana
Cascata perto de Bhagsu; devido à facil acessibilidade é local de passeio para os visitantes indianos, em especial aos fins-de-semana
deixando o tempo passar....
deixando o tempo passar….
A caminho da aldeia de Nadi... não atingimos o objectivo pois perdemo-nos por algum por algum trilho e fomos para a outro sitio.
A caminho da aldeia de Nadi… não atingimos o objectivo pois perdemo-nos por algum por algum trilho e fomos para a outro sitio.
Por Dharamkot
Por Dharamkot
A caminho de uma outra cascata, na parte norte de Dharamkot, que nos a uma caminhada de mais de duas horas.
A caminho de uma outra cascata, na parte norte de Dharamkot, que demorou mais de duas horas.
Pequena povoação a caminho da cascata, que mantem ainda as casas tradicionais desta zona, feitas em pedra e com telhados de xisto
Pequena povoação a caminho da cascata, que mantem ainda as casas tradicionais desta zona, feitas em pedra e com telhados de xisto
Cascata, onde o Bruno tentou mergulhar, antes de ter sentido a temperatura da água
Cascata, onde o Bruno tentou mergulhar, antes de ter sentido a temperatura da água
Montanhas perto de Dharamkot
Montanhas perto de Dharamkot
Dharamkot com o céu a ameaçar a trovoada que se aproximava
Dharamkot com o céu a ameaçar a trovoada que se aproximava
Jack and Jill when up the hill...
Jack and Jill when up the hill…*

* canção de embalar inglesa

Momos tibetanos

Ao oitavo dia, quarta-feira… entrámos no espírito das montanhas J e decidimos fazer uma aula de momos, prato típico do Tibete. Estamos na Índia, é verdade… mas aqui a comunidade de tibetanos é grande e desde que o Dalai Lama tornou Mcleod Ganj sua casa, estes primos dos “dumplings” nasceram e ficaram para satisfazer os Budistas mais vorazes.

Em Mcleod Ganj, Bhagsu e Dharamkot, vendem-se na rua, nos restaurantes e nos pequenos espaços improvisados no cimo da montanha… pequenas formas de nuvens.

A primeira experiência, foi à porta do templo do Dalai Lama, uma mão cheia de momos frescos, saiam de um balde de plástico, em direção à panela de vapor, que poisava sob uma caixa de lume improvisada. A panela de cozer a vapor tinha dois níveis e estava cheia de momos, uns já prontos a servir e outros ainda a cozer. Indianos rodeavam a senhora, debatendo o preço constantemente, não queriam pagar as 10 rupias pelos quatro momos servidos, uma vez que tinham sido muitos a encomendar, o preço teria que ser mais baixo…

Pedimos quatro momos, que nos serviram com molho picante feito de malagueta vermelha, intenso e extremamente forte, tocámos o “vermelho”, para saborear o primeiro Momo de batata, em formato mais tosco e redondo que o normal, mas de sabor aromático e fofo. Foi uma boa descoberta…

Os primeiros momos foram experimentados à porta da residência do Dalai Lama
Os primeiros momos foram experimentados à porta da residência do Dalai Lama
Os primeiros momos foram experimentados à porta da residência do Dalai Lama
Os primeiros momos foram experimentados à porta da residência do Dalai Lama

Continuando a aprofundar a culinária tibetana, fomos almoçar ao restaurante “Tibetian Kitchen”, junto ao templo budista de McLeod Ganj, que vemos sempre cheio de tibetanos, pois pensámos que este pequeno restaurante fosse o ideal para nova jornada de momos. Sala cheia, disseram-nos para entrar pela porta ao lado que tinham mais salas, percebemos que o “pequeno restaurante” se multiplicava por mais três pisos do edifício adjacente. Tibetanos, turistas e indianos povoavam as salas, fazendo-nos subir os três andares do edifício para encontrar-mos uma mesa vaga. Pedimos um prato de momos vegetarianos, por cerca de 80 rupias, uma Tupka, uma sopa de vegetais e noodles, o Fry Thinthuk, que é uma massa muito larga, em pequenas tiras, que é salteada com vegetais e um pão tibetano chamado Tingo (pálido, elástico e cozido a vapor).

Estes momos, mais trabalhados e de massa mais fina, estavam recheados de couve, cenoura e cebola, o sabor dos vegetais era suave e autêntico e foram servidos ao lado de uma taça com um caldo insípido de coentros, sendo o método tradicional, mergulhar o momo no caldo, tornando a massa envolvente mais fresca e húmida. Os legumes cozidos a vapor ficam mais crocantes e frescos, o sal é pouco e as especiarias são nulas, tornando este prato bastante saudável e aromático, com uma simplicidade subtil, normalmente difícil de alcançar no ponto certo….

Momos do Takhyil Peace Restaurante.
Momos do Takhyil Peace Restaurant

Decidimos no dia seguinte entrar no “Takhyil Peace Restaurant” e experimentar mais uns momos. Estes de recheio igual aos anteriores, à base de couve e cenoura, mas mais aromáticos, foram comidos acompanhados de molho de soja (o melhor que experimentei até agora) de sabor mais suave e consistente, que ligava na perfeição com o sabor dos vegetais. Apesar do formato não ser perfeito, o sabor e a textura estavam no ponto certo. Com a bandeira do Tibete em fundo, agradecemos ao simpático tibetano pela refeição que nos serviu, sempre com um sorriso na cara.

Recheio de legumes crus, que fizemos previamente, de couve e espinafres
Recheio de legumes crus, que fizemos previamente, de couve e espinafres
estender a masa e dividi-la em porções
estender a masa e dividi-la em porções
estender a massa para rechear os momos
estender a massa para rechear os momos
mesa cheia de momos
mesa cheia de momos
estender a massa para rechear os momos
estender a massa para rechear os momos
dar a forma aos momos doces
dar a forma aos momos doces
dar a forma ao momo
dar a forma ao momo

Quarta-feira era o dia da nossa aula de momos, chegamos por volta das onze da manhã, estando já três israelitas nas suas posições estudantis em frente à mesa de trabalho. Os alunos foram chegando e a mesa foi enchendo, sendo no final dez pessoas à volta da pequena estrutura de madeira. Éramos portugueses, israelitas e ingleses numa casa indiana, a ter uma aula de comida tibetana; pagámos previamente 300 rupias, cerca de 4.5€ por pessoa para uma aula de duas horas, que já tinha sido cancelada na segunda-feira, fazendo a expectativa aumentar na ultima hora 😉

O professor tibetano, falava um inglês perceptível e a aula começou com a explicação dos ingredientes que íamos utilizar e os tipos de momos que íamos preparar: dois salgados, um de couve, cenoura e cebola e outro de espinafres com queijo, terminando com um momo doce recheado com uma mistura de óleo, açúcar, sésamo e farinha… neste ponto os asiáticos nunca me surpreendem, sendo geralmente sobremesas demasiado doces e estranhas de sabor e textura, para o meu gosto e esta infelizmente não foi exceção.

O método de fazer a massa, perceber o ponto e a textura, o tempo de descanso, o amassar e esticar, aprender as técnicas de formar os característicos momos, tornou toda a aula mais interessante.

Em quinze minutos que levaram a cozer os momos, o cheiro a gás encheu a sala e sai para fumar um cigarro… Sem entrar em mais em pormenores culinários, o processo ficou registado em algumas fotos da aula… estavam bons e foram duas horas bem passadas, não sobrando nenhum para contar a história 😉

momo doce
o meu primeiro momo 😉
momos prontos para cozer a vapor
momos prontos para cozer a vapor
momos prontos para cozer a vapor
momos prontos para cozer a vapor
momos prontos para cozer a vapor
momos prontos para serem degustados

Supermercado espiritual?!?!

Tanto Mcleod Ganj como Dharamkot e Bhagsu são locais de eleição para quem se interessa por meditação e yoga. Aqui podem-se fazer cursos e realizar retiros de meditação Vipassana ou de Budismo.

Existe também uma vasta oferta de terapias holísticas e esoterismo: panchakarma, reiki, massagem tibetana, om, russa, thai, thai-yoga ou ayurvedica, leitura da aura, reflexologia, tarot, tai-chi, regressão, astrologia védica, terapia sacro-craniana, meditação tântrica, hipnose…

Existem também, cursos de culinária indiana e tibetana, joalharia, macramé, aulas de hindi, entalhe em madeira, tricot e aulas de música, existindo aqui inúmeras escolas que ensinam a tocar, tablas, citar, didgeridoo, djambé e de flauta. Isto proporciona inúmeras possibilidade de assistir a concertos em cafés e chill-out que podem surgir de forma espontânea; em contrapartida somos por vezes atormentados com o som de algum aluno a ensaiar arduamente. Os estudantes de Flautas estão a dar cabo de nós 😉

Toda esta oferta permite ocupar os dias aos inúmeros visitantes, maioritariamente europeus, que se demoram semanas ou meses por estas montanhas. Contudo oferece também uma faceta mercantilista, em que se torna difícil destingir a honestidade do oportunismo com que se procura cativar, pelas mais criativas formas, o dinheiro dos ocidentais. A propósito transcrevo um excerto de um livro “Sadhus, going beyond the dreadlocks” de Patrick Levy que descreve a impressão com que ficámos do ambiente que se vive por aqui.

“Since the arrival of tourist, there are ashram for westerners: the all-in-one spiritual supermarket, offering those who arrive with preconceived ideas of Hinduism and confortable asceticism, programs of yoga, and relaxation, meditation, ayurvedic treatments, health and well-being, and spice free vegetarian meals. Everything is à la cart, with extras if needed, but sadhus are not welcome in these places.”

Bhagsu
Bhagsu
Bhagsu
Bhagsu

Do que fomos sabendo por algumas pessoas, este é um dos locais que sofreu uma grande mudança nos últimos anos devido ao aumento do numero de visitantes, e que neste momento deve estar a atingir o limite da sustentabilidade, pois por toda a encosta se encontram construções recentes e muitos edifícios em construção ou em ampliação, cada vez maiores, destinados ao alojamento turístico e a restaurantes, fazendo com que se vá perdendo o ambiente rural que ainda persiste em zonas mais afastadas das ruas principais e que de certo cativa e cativou muitos dos visitantes.

Contudo este crescimento não é minimamente planeado nem organizado, não se criando infraestruturas como o saneamento básico ao o abastecimento de água. Falhas no fornecimento de eletricidade também são frequentes; sempre que chove falta a luz… quem disse que a água era um bom condutor elétrico?!?!?!?!

Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Bhagsu. Vista do nosso quarto no Hotel Sye Pie.
Bhagsu. Vista do nosso quarto no Hotel Sye Pie.
Hotel Sye Pie.
Hotel Sky Pie em Bhagsu. O habitual balde que serve para as lavagens após a ida a retrete, pois aqui  papel higiénico é coisa para estrangeiros, custando cada rolo cerca de 40 INR=60 centimos.
Hotel Sye Pie.
Hotel Sye Pie.
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Hotel Sky Pie em Bhagsu

Himalayas: Mcleod Ganj. Dharamkot. Bhagsu

Em vez das persistentes buzinas e do ruído do tráfego automóvel de Delhi, dos chamamentos do imã das mesquitas de Jaipur, ou do som dos sinos tocados pelo fies nos inúmeros templos hindus de Pushkar, acordámos em Bhagsu ao ritmo dos djambés e do cantar dos pássaros. Definitivamente estamos numa outra Índia, até agora completamente desconhecida para nós, e não foi só o clima e a paisagem que mudaram.

Trocámos as habituais ventoinhas de tecto, que tornavam possível uma noite de sono, pelos cobertores, pois o clima aqui é influenciado pelos Himalaias, que proporcionam, nesta altura do ano, manhãs frescas, dias quentes mas sempre com a brisa fresca que vem dos picos nevados das montanhas próximas e noites frias.

Ao principio estranha-se sempre a chegada a um novo local. Estranha-se a paisagem, as pessoas, as ruas, o clima, o hotel, o colchão, tenta-se descobrir nas manhas da fechadura do quarto ou o funcionamento das torneiras, os melhores sítios para comer, o melhor chai…. à primeira vista os locais onde chegamos nunca nos parecem convidativos: confusos e de certa maneira parecidos, mesmo tendo percorrido centenas de quilómetros. Com o passar dos dias vamo-nos familiarizando com o que nos rodeia, criando hábitos e rotinas que nos permitem conquistar novamente a nossa “zona de conforto”.

A paisagem que nos rodeia é de montanha, totalmente coberta de árvores, maioritariamente por uma espécie semelhante aos pinheiros do norte da europa, encontrando-se por toda a encostas, nas zonas mais baixas, aglomerados de casas com os seus característicos telhados de placas de xisto, rodeadas de pequenos campos de cultivo, geralmente de trigo, em socalcos conquistados à forte inclinação da encosta.

Uma das maiores cidade do estado de Himachal Pradesh é Dharamsala (1219m), mas aí pouca gente fica, apesar da vista que de lá se tem para os picos cobertos de neve. Poucos quilómetros mais acima, encontra-se a vila de Mcleod Ganj, que surgiu no “mapa” desde que aqui se estabeleceu o Dalai Lama. Com o aumento do turismo, as povoações vizinhas, como Dharamkot e Bhagsu, onde estamos alojados, foram crescendo e espalhando-se pelas encostas praticamente ligando-se umas às outras por caminhos pedonais. Por todo o lado existem casa que alugam quartos, pequenos restaurantes, cafés, chill-outs, pequenos postos de venda de fruta e algumas lojas que vendem artigos de higiene e comida, essenciais à “sobrevivência” de um ocidental.

Bhagsu, situada a cerca de 2000 metros de altitude, consiste em pouco mais do que numa rua principal que vai ter a um templo hindu, e uma outra, perpendicular, que sobe pela encosta quase a 45 graus de inclinação. Ambas estão inundadas de lojas de roupa, com artigos de caminhada ou roupa ao estilo hippie-freak europeu, artesanato tibetano…. proliferam guesthouses e restaurantes com o nome de “om star”, buddha delight, mystery café, laughing buddha, zion café, rainbow gathering, gipsy kings, ever green, sunset…

Não se encontra com facilidade a típica comida indiana vendida na rua, e mesmo os restaurantes indianos, maioritariamente do Punjab, servem também comida italiana, chinesa, tibetana, mexicana e israelita. De facto os israelitas conquistaram esta zona, encontrando-se por aqui em grande numero; no hotel onde estamos, o incaracterístico Sky Pie) devemos ser os únicos, juntamente com os empregados, que não somos de Israel 😉

Mcleod Ganj (1770m), que fica a pouco mais de 2 quilómetros de Bhagsu, é uma povoação maior, onde a presença tibetana é bem evidente, em restaurantes, lojas e livrarias, vendo-se monges e monjas, e muitas mulheres vestindo as roupas tradicionais do Tibete. Aí encontra-se o templo budista Tsuglagkhang, o complexo que alberga o dois templos budistas com as tradicionais rodas de bronze com inscrições de mantras, escolas, associações de apoio a refugiados, centros de arte e cultura, a residência oficial do actual Dalai Lama, assim como a sede do movimento de resistência à invasão chinesa.

O Tibete era reino autónomo, governado pela dinastia espiritual do Dalai Lama, tendo sido invadido, em Maio de 1949, pela China, pela mão do Exército Popular de Libertação. Desde então 1.2 milhões de tibetanos foram mortos e 90% do património cultural tibetano foi destruído. Entretanto mais de 250 mil tibetanos refugiaram-se na região de Dharamsala, onde o actual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, se exilou e onde tem residido desde então.

Infelizmente a causa “Save Tibet” tem perdido o impacto na opinião pública internacional, e a crescente importância da China na economia mundial faz com que haja pouca esperança na mudança desta situação.

Floresta entre Bhagsu e Dharamkot
Floresta entre Bhagsu e Dharamkot
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Templo budista em Mcleod Ganj
Templo budista em Mcleod Ganj
Tsuglagkhang
Templo budista Tsuglagkhang
Tsuglagkhang
Templo budista Tsuglagkhang
Tsuglagkhang
Templo budista de Tsuglagkhang. Roda de oração em bronze que são postas a girar pelo fiés lançando orações em todas as direcções, ao mesmo tempo que contornam o edificio, sempre no sentido dos ponteiros do relógio
Local onde se efectua o ritual de prostração que os budistas realizam junto aos templos
Local onde se efectua o ritual de prostração que faz parte das orações budistas
Memorial aos individuos que este ano já se imolaram pelo fogo em nove da libertação do Tibete
Memorial aos individuos que este ano já se imolaram pelo fogo em nome da libertação do Tibete
Movimento de Libertação Tibetano
Movimento de Libertação Tibetano
Tsuglagkhang
Templo budista de Tsuglagkhang. Rodas de oração
Mcleod Ganj
Mcleod Ganj
Venda de algodão-doce na estrada entre Mcleog Ganj e Bhagsu
Venda de algodão-doce na estrada entre Mcleog Ganj e Bhagsu
Café/restaurante em Dharamkot
Café/restaurante em Dharamkot
A atestar a forte presença israelita na zona, eis a carrinha onde o "messias" de desloca
A atestar a forte presença israelita na zona, eis a carrinha onde o “messias” de desloca
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