Deixando para trás as planícies do estado de Uttar Pradesh, e a especial cidade de Varanasi, é altura de subir o Ganges em direção às montanhas em busca de outro dos oitos locais sagradas da religião hindu: Rishikesh, no estado vizinho de Uttarakhand.
Risihkesh, ponto onde o Ganges desce das montanhas para encontrar zonas mais planas, para além de atrair inúmeros peregrinos hindus, atrai também muitos ocidentais pela elevada concentração de ashrams, centros de yoga e também pela presença de diversos gurus que aqui se concentram para realizarem os satsangs, reuniões onde os participantes interpelam o guru com questões relacionadas com a espiritualidade.
Para além de local de peregrinação, a pequena povoação de Rishikesh, encavalitada nas duas margens do Ganges, pouco tem para oferecer a quem não pretende praticar yoga, meditação ou ficar em retiros. Contudo a paisagem envolvente de suaves montanhas cobertas de verde, a atmosfera calma e descontraída, somente interrompida pelo colorido corrupio de peregrinos no seu tagarelar animado, proporciona um local agradável para se aqui ficar durante dias, que facilmente se podem transformar em semanas.
Dado ser um local religioso somente é servida comida vegetariana, não sendo permitido o consumo de bebidas alcoólicas. E como qualquer local de devoção hindu, em Rishikesh é significativamente maior a concentração de vacas, que se passeia pachorrentamente pelas ruas, indiferentes a quem passa mas sempre atentas a lixo ou restos de comida caídos no chão, tentando de quando em vez um upgrade no menu, roubando vegetais das mercearias e bancas que pelas ruas vendem frutas e legumes.
A parte mais atractiva de Rishikesh concentra-se entre as duas pontes pedonais que unem as margem do rio: Lakshmanjhula e Ramjhula, sendo a margem esquerda a que proporciona passeios mais agradáveis pelo arvoredo longe do movimento automóvel do estrada da margem oposta. Ao longo das ruas que se desenrolam junto ao rio, surgem as habituais lojas de artigos religiosos destinados aos peregrinos, assim como as que oferecem artigos mais virados para os visitantes ocidentais, pequenas mercearias que vendem um pouco de tudo, intercaladas por cafés e restaurantes. A cidade propriamente dita encontra-se a uns quilómetros mais a jusante, onde se concentra o principal comércio assim como a estação de autocarros que permite ligar Rishikesh a Haridwar, significativamente mais importante no mapa da região e também local de peregrinação.
Mas o que sobressai logo à chegada a Rishikesh é o rio, o Ganjes que compartimentado pelas estreitas margem corre veloz contornando rochas, criando remoinhos e pequenas cascatas. Limpo, de águas claras e transparentes, de um azul leitoso que ilumina a paisagem… um Ganjes que em tudo contrasta com o pesado, castanho e preguiçoso rio que chega a Varanasi.
Alojamento:
Bombay Guest House em Lakshmanjhula, situada a poucos metros da ponte com o mesmo nome, e que foi outrora um ashram, apesar das degradadas paredes, da minimalista decoração dos quartos e da aparente falta de conforto, oferece uma atmosfera muito particular, capaz de atrair e cativar visitantes que por aqui se demoram por longos períodos de semanas ou mesmo meses. A Bombay Guest House daqueles casos em que a guest house torna a estadia especial, cativando mais do que o local em si.
Quarto duplo: 300 rupias (pode subir para as 400 rupias durante a época alta)
Casa de banho partilhada (água quente mas sem chuveiro)
Free wi-fi
Onde comer:
Junto à ponte de Lakshmanjhula, de ambas as margens do Ganjes encontram-se restaurantes com o habitual menu num misto de comida indiana e internacional, assim como cafés e as ‘German Bakery’, lojas que vendem pão e bolos ao gosto ocidental, e que se encontram um pouco por todo a Índia, nos locais mais populares entre ocidentais.
Contudo é possível encontrar alguns restaurantes mais virados para a clientela local, os dhabas, onde é servida comida simples, em ambiente modesto a preços acessíveis.
Dentro deste género destaca-se, pela qualidade da comida, pela higiene e pela simpatia o Rawat Restaurante, situado em Lakshmanjhula, na margem direita do rio junto à zona onde se concentram táxis e tuk-tuks.
Transportes:
Rishikesh apesar de ter estação de comboios não tem actualmente serviço ferroviário, sendo Haridwar a estação mais próxima. Assim é necessário recorrer ao serviço de táxi ou de autocarros locais que em menos de uma horas ligam Haridwar ao terminal de autocarros de Rishikesh. Daqui, para aceder a Lakshmanjhula ou a Ramjhula é necessário recorrer a tuk-tuk que somente circulam na margem direita do rio, sendo necessário atravessar a ponte pedonal para quem pretende ficar mais afastado da confusão.
- Bus de Haridwar até ao terminal de bus de Rishikesh: 35 rupias
- Tuk-tuk do terminal de autocarros até Lakshmanjhula: 150 rupias (independentemente do numero de pessoas)
- É também possível usar o serviço de tuk-tuk colectivos, um veículos semelhante ao triciclos motorizados mas mais espaçoso, capaz de transportar mais de 6 pessoas, parando as longo do percurso para recolher ou largar passageiros: 30 rupias (mas pode ser mais se não estiver cheio)
É também possível aceder directamente a Rishikesh de bus, desde Delhi, Varanasi ou Dharamsala.