• Skip to main content
  • Skip to footer

Stepping Out Of Babylon

Travel & Photography

  • Sobre mim
    • Contacto
  • Destinos
    • África e Médio Oriente
      • Irão
      • Líbano
      • Marrocos
      • Turquia
    • Extremo Oriente
      • Japão
      • República Popular da China
      • Taiwan (Formosa)
    • Subcontinente Indiano
      • Bangladesh
      • India
      • Nepal
      • Sri Lanka
    • Sudoeste Asiático
      • Camboja
      • Indónesia
      • Malásia
      • Myanmar
      • República Popular do Laos
      • República Socialista do Vietname
      • Singapura
      • Tailândia
  • Itinerários
  • Dicas de viagem
    • Caminhadas & Parques Naturais
    • Comida em Viagem
    • Travessia de Fronteira
    • Vistos
  • Fotografia

Nordeste da Índia

Nongriat e a floresta encantada

Magia. Sonho. Irreal.

Palavras que surgem na mente quando recordo Nongriat.

Nongriat
Nongriat

 

A chuva, apesar de previsível, começou inesperadamente com o inicio da descida do trilho para a aldeia de Nongriat, obrigando a algumas pausas para um chá em modestas cabanas de bambu. Mas o que se avizinhava ser um inconveniente à caminhada que se tinha pela frente ,revelou-se ser uma bênção, com a vegetação a ganhar um brilho que confere maior vivacidade e contraste aos cambiantes de verde que enchem todo o horizonte.

À medida que o som das grossas gotas de chuva se vai afastando, voltam os discretos sons da selva, com uma orquestra invisível formada por rãs e insectos. Musgos e líquenes mostram-se com todo o seu vigor, absorvendo gotas de água se desprendem lentamente das folhas de bambus, que parecem inclinar-se sob o peso da água.

 

a caminho de Nongriat
a caminho de Nongriat

 

a caminho de Nongriat
a caminho de Nongriat

 

a caminho de Nongriat
a caminho de Nongriat

 

Apesar de ter perdido o título de local mais chuvoso do mundo, resultante da persistente desflorestação, seja para alimentar o comércio de madeiras como para combustível das população local, Nongriat e a região envolvente de Mawsynram e Cherrapunjee nas East Kahsi Hills, continuam a registar elevada pluviosidade. E mesmo fora da monção (Julho e Agosto) é frequente haver chuvadas fortes, mas que durante a chamada estação-seca duram somente alguns minutos. Destes clima semi-tropical, resulta uma frondosa e diversificada cobertura vegetal: gigantescas árvores, palmeiras, bambus, fetos e a ficus, cujas raízes aéreas são indispensáveis à construção das pontes pedonais, que atraem tantos visitantes a Nongriat.

Nongriat. Megahlaya

 

Nongriat
Nongriat

 

carregador de folhas de louro que são colhidas na floresta

 

Nongriat. Megahlaya

 

A noite chega cedo ao fundo do vale, com o verde das encostas e perder-se à medida que o azul do céu se rende à negrura da noite, deixando a aldeia na quase total escuridão, interrompida aqui e ali pelo brilho débil da electricidade que chega a todas as casas. É esta negrura que me faz sentir novamente o quão longe estou da chamada civilização e quão agradável pode este simples e modesto modo de vida, onde o contacto com natureza traz uma profunda calma e tranquilidade.

Apreciando a frescura trazida pela noite, somos naturalmente convidados a partilhar o calmo serão com os restantes hóspedes, envolvidos pelo manto escuro da noite. Mas um brilho inesperado, de uma intensidade invulgar, surge por detrás das montanhas, desenhando cada vez com mais clareza os contornos do topo da encosta em frente à aldeia. É o espetáculo do nascer da lua, que aqui nesta noite de lua-cheia, oferece uma visão mágica que deixa toda a gente siderada, criando um espaço de silêncio no burburinhos das conversas cruzadas dos visitantes.

Kashi Hills. Megahlaya

 

Nongriat é uma das aldeias que se abrigam nas encostas das East Khasi Hills, e que devido ao isolamento mantêm quase intacto o modo de vida tradicional das tribo Khasi, que se baseia na recolha de produtos recolhidos directamente na floresta e que são vendidos no mercado de Sohra que atrai a população das regiões vizinhas todas as quartas-feiras. A floresta fornece pimenta, folha de louro, noz de bétel, canela, sumo de limão… ananases crescem naturalmente um pouco por todo o lado, jackfruit abundam nas árvores, em redor da aldeia cortiços abrigam abelhas cujo mel é também suporte da actividade económica local. Carregadores sobem e descem as encostas levando produtos da floresta e trazendo alimentos e demais produtos necessário ao simples quotidiano desta população de 150 pessoas, onde aparentemente a maioria são crianças.

Nongriat. Megahlaya

 

Homem carregando sacos de folha de louro para ser vendido no mercado de Sohra

 

Vila de Nongriat
Vila de Nongriat

 

É o riso das crianças nas suas brincadeiras incessante que enche o ar da aldeia, onde se estranha a ausência de aves, macacos ou outros animais. De manhã cedo, em aprumado uniforme escolar, os mais novos encaminham-se para a escola primária existente na aldeia, enquanto os mais crescidos sobem a encosta para ter aulas nas escolas de Tyrna e Sohra. Apesar do isolamento e do ambiente rural que se vive em Sohra, que poderia levar a um desinteresse pela educação académica, a escolaridade é levada muito a sério, com praticamente todas as crianças a irem à escola e a aprenderem inglês, língua que grande parte da população fala, mesmo nas vilas mais isoladas como Sohra.

A igreja cristã é também uma presença forte aqui em Megahlaya, que devido à remota localização, assim como Nagaland, se manteve impermeável ao hinduísmo, mas não resistiu à cristianização no século XIX, durante a presença britânica na Índia, imposta pelos missionários que aqui encontraram terreno propício, numa população praticante do animismo.

Mas Nongriat proporciona mais motivos de interesse do que somente as living root bridges, com vários trilhos que irradiam da aldeia, uns em direcção a aldeia vizinhas, que também escondem outras pontes-vivas, outros em direção a quedas de água, sendo a Rainbow Waterfall o destino mais popular. Para quem pretende banhar-se nas límpidas águas desta cascata, de um azul invulgar, tem que descer um íngreme trilho, mas pelo caminho, assim como em outros pontos dos rios que rodeiam Nongriat existem piscinas formadas naturalmente pelas rochas graníticas que forma o leito dos rios, proporcionando transparentes e calmas águas para um refrescante banho, aliviando peso do ar quente e húmido. Durante a monção não é permitido banhos no rio, devido à força das águas.

uma das pontes suspensas junto à aldeia de Nongriat que dá acesso às Rainbow falls
uma das pontes suspensas junto à aldeia de Nongriat que dá acesso às Rainbow falls

 

Rainbow falls. Nongriat. Megahlaya

 

Nongriat. Megahlaya

Como chegar a Nongriat:

  • todo o percurso é feito em escadas de cimento que têm degraus bastante regulares e em bom estado, fruto de fundos financeiros para suporte do desenvolvimento agrícola da região;
  • a descida é toda feita em degraus, até se chegar ao vale o que depois obriga a atravessar algumas pontes metálicas suspensas; são entre 2500 a 3000 degraus;
  • a descida não é difícil, mas o clima quente e muito húmido, que provocam uma transpiração constante tornam o percurso mais cansativo;
  • a subida é intensa, obrigando a algumas paragens que são sempre uma boa ocasião para apreciar a vista; é necessária bastante água em especial para o percurso ascendente;
  • a descida demora menos de 1.5 horas, mas a subida pode ser quase o dobro;
  • recomenda-se levar o mínimo de peso na mochila, sendo aconselhável deixar a maior parte da bagagem no guest house em Sohra.
  • se chover um impermeável revela-se pouco eficaz pois provoca ainda mais suor; o melhor é roupa leve que seque depressa;
  • não é necessário calçado especial, umas sandálias confortáveis servem perfeitamente pois todo o percurso é cimentado.
  • depois de Nongriat, caso se queira explorar aldeias e trilhos vizinhos um sapatos de caminhada podem ser mais confortáveis mas as sandálias cobrem as necessidades, caso tenham boa aderência em piso molhado;
  • recomenda-se ficar pelo menos uma noite me Nongriat para poder visitar mais pontes, cascatas e piscinas naturais, longe do trilho mais frequentado;
  • aos fins-de-semana aumenta significativamente o numero de visitantes, pelo que o melhor é chegar num Domingo e sair no sábado de manhã, evitando o barulho e a confusão e o rasto de lixo provocada pelos irresponsáveis visitantes que cegamente procuram a “double deck bridge” em busca da selfie perfeita!!!

 

caminho para Nongriat
caminho para Nongriat

Onde dormir em Nongriat:

Existem três homestays in Nongriat. A primeira logo à entrada da povoação, depois de se atravessar uma das living root bridges (pontes-vivas), uma no centro de Nongriat, e a ultima, já depois de se cruzar a double deck bridge. A Serene Homestay é a mais popular e a que oferece melhores condições. Existem quartos duplos e outros partilhados, mas todos com casa-de-banho partilhada. O jantar é preparado para todos os hóspedes e para quem mais tenha encomendado, servido em estilo buffet com deliciosa comida vegetariana.

Cama: 200 rupies, por pessoa, independentemente de quarto duplo ou partilhado.

Jantar: 130 rupies

O dono Ryan é uma boa fonte de informações sobre trilhos para outras aldeias e pontes, piscinas naturais, e sobre o modo de vida e cultura locais. A sua consciência ambiental e o bom inglês com que expressa fazem de Ryan o porta-voz de Nongriat e de aldeias vizinhas, que se unem para impedir o governo de abrir uma estrada até ao vale. Este chamado “progresso” iria desequilibrar o modo de vida socioeconómico e teria consequências ambientais resultantes do aumento de visitantes.

 

Serene Homestay, em Nongriat
Serene Homestay, em Nongriat

 

Serene Homestay, em Nongriat
Serene Homestay, em Nongriat

 

Onde comer em Nongritat:

Qualquer uma das homestays em Nongriat serve comida, assim como as duas cabanas junto às pontes na aldeia de Nongriat. Contudo é comida muito simples, basicamente arroz e dal… e frango.

A melhor opção é a Serene Homestay, com comida vegetariana. Os pequenos-almoços com porridge, fruta e frutos secos são deliciosos. O jantar (130 rupias) é servido em estilo buffet, tanto para hóspedes da homestay como para quem encomendar com antecedência, e é uma óptima oportunidade para sociabilizar com os restantes viajantes.

 

pequeno-almoço no Serene Homestay, em Nongriatpequeno-almoço no Serene Homestay, em Nongriat

Como ir de Sohra (Cherrapunjee) para Nongriat:

Em frente ao By the Way Lodge, há uma paragem onde pelas 9 da manhã passa um autocarro com destino a Tyrna, a povoação mais próxima de Nongriat com acesso rodoviário… daqui para a frente existem somente caminhos descendo as encostas das montanhas até às povoações situadas junto ao vale.

  • Bus de Sohra para Tyrna: 20 rupias (passa por volta das 9 am; a viagem demora perto de 1 hora)
  • shared-taxi de Sohra para Tyrna: 40 rupias
  • em Tyrna é necessário caminhar pela estrada até encontrar o caminho que dá acesso a Nongriat, cerca de 30 minutos de caminhada, descendo pela estrada. Basta ir perguntado por “Nongriat” à população local pois todos sabem indicar o caminho, até as crianças.
  • Chegando a um pequeno aglomerado de casas, onde existe uma chai-shop feita em bambu, encontra-se, do lado esquerdo o trilho para Nongriat que segundo conta tem mais de 2800 degraus e umas quantas pontes suspensas, até se chegar a Nongriat.

 

Bus de Sohra para Tyrna
Bus de Sohra para Tyrna

 

Tyrna
Tyrna

Living Root Bridges… entre musgos e fadas!

A floresta encantada onde crescem pontes feitas de raízes de árvores, onde o tempo parece suspenso num sonho, onde a natureza faz truques de magia, onde a luz chega filtrada pela tecto formado pelas copas das árvores, onde somos transportados para uma outra dimensão, como se tivéssemos entrado num mundo onde fadas e gnomos nos observam por entre musgos e gotas de chuva.

As pontes criadas pela mão paciente do Homem, parecem nascer directamente das árvores, como se estas tivessem decidi estender os braços para a outra margem do rio, fundindo-se com pedras e apoiando-se em troncos. Uma discreta camada de musgos e líquen cobrem a superfície da trama destas estruturas vivas, abrigo de insectos e de minúscula vida animal que parece indiferente ao engenho do Homem.

Mas não são somente as pontes que tornam este local especial. Toda a paisagem envolvente contribui para a atmosfera fantástica que se observa no meio desta floresta, de onde emana uma energia capaz de unir novamente o Homem às suas raízes primordiais, catalisando a troca de energias.

Não há palavras para descrever a magia deste local… e as fotografias somente podem transmitir uma impressão visual, não contendo a energia da floresta, com os sons harmoniosos da natureza nem as sensações que inundam os sentidos que tornam as memórias dos dias passados em Nongriat numa onírica memória.

… um local de onde nos espreitam fadas, duendes, elfos e gnomos!

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

… mais sobre as “living root bridges de Nongriat:

As chamadas pontes-vivas, ou living root bridges, são obras da engenharia humana que soube tirar partido da natureza, numa simbiose perfeita. Aproveitando as longas raízes aéreas de uma árvore (ficus erratica) a população local foi durante gerações entrelaçando estas raízes com troncos e bambus, criando pontes vegetais para atravessar os rios que cruzam os vales formados pelas Khasi Hills.

Cada uma destas pontes, adapta-se perfeitamente ao local, parecendo fundir-se na natureza. Descendo em direcção a Nongriat, encontra-se a Jingkieng Pi-Tymmen, a mais longa das pontes; passando a aldeia de Nongriat chegamos à famosa double-deck bridge, cujos dois níveis resultam da necessidade de atravessar este rio quando as chuvas da monção fazem subir a águas submergindo o nível inferior da ponte. Caminhando em direcção à Rainbow Waterfall encontra-se a Maw Saw bridge, que é a que tem uma atmosfera mais misteriosa e fantástica.

Existem diversas pontes feitas de raízes da árvore ficus nas Khasi Hills, mas Nongriat tem o privilégio de se encontrar numa zona onde a concentração é maior tornando esta aldeia numa boa base para explorar trilhos e descobrir outras living root bridges.

Living root bridges. Nongriat. Megahlaya
Living root bridges. Nongriat. Megahlaya

 

Onde dormir em Nongriat:

http://steppingoutofbabylon.com/pt/2016/07/nongriat-e-a-floresta-encantada/

Onde comer em Nongritat:

http://steppingoutofbabylon.com/pt/2016/07/nongriat-e-a-floresta-encantada/

Como ir de Sohra (Cherrapunjee) para Nongriat:

http://steppingoutofbabylon.com/pt/2016/07/nongriat-e-a-floresta-encantada/

Cherrapunjee… o local com mais chuva do mundo?!

Cherrapunjee ou Shora?!?!… o primeiro nome é o “oficial” e o que consta dos mapas, o segundo nome é pelo qual esta povoação situada num planalto junto às Khasi Hills é conhecido pela população local.

Nesta altura do ano, em que as chuvas da monção são uma memória distante, somente riachos deslizam pelo leito rochoso deste planalto, onde o verde da vegetação se dá por vencido mudando para tons de amarelo. Depois de deixar para trás a cinzenta cidade de Shillong, percorrendo uma sinuosa estrada de paisagens agrícolas e montanhas de profusa vegetação, onde se assiste à bucólica mas árdua vida rural, chega-se à desolada povoação de Sohra. A chegada num Domingo de manhã, com o céu coberto de um delicado manto de nuvens cinzentas, as lojas fechadas, as ruas vazias de gente e as estradas desertas de tráfego deixaram uma impressão de desalento que mesmo no dia seguinte, com o sol a brilhar num céu azul não conseguiu apagar.

Sohra (Cherrapunjee)
Sohra (Cherrapunjee)
Sohra
Sohra
Sohra (Cherrapunjee)
Sohra (Cherrapunjee)

Numa região dominada fortemente pelo Cristianismo, nas mais diversas formas desde cristãos, anglicanos, protestantes, evangélicos, presbiterianos, etc…, o domingo está inteiramente reservado para ir à igreja. Pelo meio da manhã, as desertas ruas de Sohra, vão ganhando algum colorido, com a população caminhando em direção às várias igrejas, em indumentária domingueira, onde homens vestem camisas impecavelmente engomadas, mulheres usam lungis de sofisticados tecidos, raparigas usam orgulhosamente pomposos e coloridos vestidos e laços enfeitando o cabelo, cuidadosamente penteado.

Situada num planalto das Khasi Hills, a cerca de 1400 metros de altitude, Sohra sofre de desertificação, numa zona onde a agricultura é difícil num terreno empobrecido pela erosão resultante do abate de árvores, que provocou já visíveis alterações climatéricas que fizeram com que este local, anteriormente designado por “wettest place on earth”, tenha perdido este título.

Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)

Contudo Shora é ponto de passagem obrigatório para quem pretende explorar as encostas das Khasi Hills, e serve também como escala técnica para quem pretende descer ao vales onde se abrigam as aldeias onde habitantes mantêm o tradicional modo de vida da cultura Khasi, e onde a aldeia de Nogriat sobressai pelas fantásticas pontes feitas de raízes de árvores vivas: as living root bridges.

Pouco há a fazer ou ver em Sohra, mas o dia pode ser aproveitado para uma visita às Nohkalikai Falls, a 5 quilómetros de Sohra Market. Em Abril a quantidade de água nos rios não é abundante, mas mesmo assim a visita às cataratas proporciona um passeio interessante e uma vista para a cadeia de colinas que se estende até à fronteia com o Bangladesh.

Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)
Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)
Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)
Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)

A estadia de um dia em Sohra deu a oportunidade de assistir ao ultimo de três dias de festival, onde crianças e adultos, vestindo trajes tradicionais, executaram danças ao som de uma minimalista e repetitiva música.

Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)
Kashi festival, Sohra (Cherrapunjee)

Nohkalikai Falls:

Bilhete de entrada: 10 rupias + 20 rupias para a máquina fotográfica.

Não existem autocarros para as cascatas, pelo que a solução é um taxi (300 rupias) ou pedir boleia.

Tarifas. Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)
Tarifas. Nohkalikai Falls. Sohra (Cherrapunjee)

Onde dormir em Sohra:

Existem várias opções em termos de alojamento em Sohra, mas a maioria está situada em Lower Cherrapunjee, numa zona onde as habitações estão um pouco mais dispersas, a cerca de 3 quilómetros de Sohra Market, o centro da vila.

Dos vários alojamentos disponíveis a escolha foi para o despretensioso By the Way Lodge, onde o dono, que mais parece um rastafári, nos recebe de forma afável, fornecendo todas as informações.

Existem dois dormitório, e alguns quartos. A casa-de-banho e o chuveiro (com água quente) são partilhados, mas são modernos e impecavelmente limpos. Reina uma boa atmosfera e é o local ideal para encontrar outros backpackers e descansar antes de exigente descida para Nongritat. É possível deixar parte da bagagem no By the Way Lodge.

By the Way Lodge (Dukan Road, Lower Cherrapunjee)

Dorm: 250 rupias

O by the way localiza-se perto da Indian Petrol Pump station. A menos de 500 metros da ultima paragem dos sumo em Lower Cherrapunjee.

By the Way Backpackers Hostel. Sohra (Cherrapunjee)
By the Way Backpackers Hostel. Sohra (Cherrapunjee)
By the Way Backpackers Hostel. Sohra (Cherrapunjee)
By the Way Backpackers Hostel. Sohra (Cherrapunjee)

Lower Cherrapunjee não tem muito para oferecer, para além de uns restaurantes e de alguns alojamentos, mas fica numa zona ampla de paisagem natural, que de certo depois da monção é totalmente verde atravessada por linhas de água, mas que em Março começa a ficar seca. Mas o By the Way Lodge e a simpatia do seu proprietário são razões mais do que suficiente para escolher ficar em Lower Cherrapunjee.

Onde comer em Sohra (Cherrapunjee):

Não sendo amigável para vegetarianos, nos restaurantes locais de Cherrapunjee existem sempre várias opções vegetarianos incluindo os tradicionais pratos da cozinha Indiana, aos quais se juntam os noodles.

Domingo está tudo fechado em Sohra Market, mas alguns restaurantes estão abertos em Lower Cherrapunjee.

7 Trep Restaurant: Boa comida indiana. Um caril com uma rica variedade de vegetais, servido numa generosa porção e acompanhado de arroz custa 70 rupias. Os noodles e os momos são os favoritos da população local. A comida é cozinhada na altura o que pode demorar um pouco. O staff é muito simpático.

Mas para quem quer começar o dia cedo, são poucas as opções, para além de pequenos estabelecimentos, um misto de café e de mercearia, que servem refeições, basicamente à base de arroz e carne, a partir das 8.30h da manhã.

um restaurante local em Sohra (Cherrapunjee)
um restaurante local em Sohra (Cherrapunjee)
pequeno-almoço num restaurante local em Sohra (Cherrapunjee)
arroz com grão e chai, o pequeno-almoço num restaurante local em Sohra (Cherrapunjee)

Transportes em Sohra (Cherrapunjee):

Para percorrer os 3 quilómetros que separam Lower Cherrapunjee de Sohra Market existem shared-taxis (localmente designados por tempo) que circulam pela estrada recolhendo e largando passageiros. Geralmente é necessário esperar até estarem quase cheios para fazerem o percurso, recolhendo e largando passageiros pelo caminho, sem local de paragem específico. Os tempo são pequenos veículos (Suzuki Maruti) pintados de preto e amarelo.

  • Shared-táxis de Lower Cherrapunjee para Sohra Market: 10 rupias
paragem de "sumos" em Lower Cherrapunjee
paragem de “sumos” em Lower Cherrapunjee

Como ir de Sohra (Cherrapunjee) para Nongriat:

Em frente ao By the Way Lodge, há uma paragem onde pelas 9 da manhã passa um autocarro com destino a Tyrna, a povoação mais próxima de Nongriat com acesso rodoviário… daqui para a frente existem somente caminhos descendo as encostas das montanhas até às povoações situadas junto ao vale.

  • Bus de Sohra para Tyrna: 20 rupias (passa por volta das 9 am; a viagem demora perto de 1 hora)
  • shared-taxi de Sohra para Tyrna: 40 rupias
  • em Tyrna é necessário caminhar pela estrada até encontrar o caminho que dá acesso a Nongriat, cerca de 30 minutos de caminhada, descendo pela estrada. Basta ir perguntado por “Nongriat” à população local pois todos sabem indicar o caminho, até as crianças.
  • Chegando a um pequeno aglomerado de casas, onde existe uma chai-shop feita em bambu, encontra-se, do lado esquerdo o trilho para Nongriat que segundo conta tem mais de 2800 degraus e umas quantas pontes suspensas, até se chegar à aldeia.

ATM em Sohra:

Existem um ATM junto à bomba de gasolina na Dukan Road, em Lower Cherrapunjee assim como em Sohra Market.

Não existe ATM em Tyrna ou Nongriat.

Como ir de Sohra (Cherrapunjee) para Shillong:

Tanto em Lower Cherrapunjee com em Sohra Market, encontram-se sumos (jeeps-partilhados de côr amarela) que ligam Sohra a Shillong. Funcionam desde o amanhecer até ao fim do dia; iniciam o percurso quando estão cheios.

  • sumo de Sohra para Shillong: 70 rupias (1.5 horas)

altitude: 1484 m

população: 14.816

Guwahati… a entrada nos estados do Nordeste

Guwahati, não sendo a capital do estado de Assam, é a cidade que serve de porta de entrada nos chamados Northeast States, devido principalmente à sua posição geográfica, no extremo Nordeste da Índia, numa zona de planície entre o Butão e as montanhas do estado de Megahlaya.

Sob o genérico nome de Northeastern States, reúnem-se sete estados, também chamados de Seven Sisters, situados no extremos Nordeste da Índia, fazendo fronteira com o Butão, o Bangladesh, a Birmânia (Myanmar) e Tibete (China). Estes estados juntamente com Sikkim encontrando-se “ligados” ao resto do país por uma estreita faixa de território situado no estado de West Bengal, o chamado “chicken’s neck”, uma faixa de território entre o Nepal e o Bangladesh cuja largura em certo ponto é de somente 23 quilómetros.

Assim estas Seven Sisters, são compostas por: Arunachal Pradesh, Assam, Megahlaya, Tripura, Mizoram, Manipur e Nagaland. Até recentemente estes estados tinham restrições aos visitante sendo necessárias autorizações (permits), mas actualmente, somente o estado de Arunachal Pradesh exige permits para os visitantes, tanto estrangeiros como de nacionalidade indiana, dada a delicada fronteira com a China.

Guwahati
Guwahati

 

Depois de uma viagem de comboio de cerca de 30 horas, espera-nos a habitual agitação das cidades, com barulho, trânsito e movimentos apressados das pessoas. Mas Guwahati tem a vantagem de ter a estação de comboios situada mesmo no centro da cidade, o que evita o habitual stress de negociar tarifas com os ávidos motoristas de tuk-tuks.

E sendo a porta de entrada dos estados do Nordeste, nota-se logo à chegada, com uma grande diversidade étnica, onde sobressaem os rostos de traços mongóis, mas onde são predominantes os traços fisionómicos típicos indianos .

Saindo da estação de comboios deparamo-nos com o Paltan Bazaar situado do lado esquerdo da movimentada estrada nacional que atravessa a cidade, a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). No Paltan Bazaar, a menos de cinco minutos da estação e do terminal de autocarros, concentram-se os alojamentos, dominando os hotéis, de maior ou menor qualidade. Mas é aqui que as dificuldades começam. Muitos dos hotéis não aceitam estrangeiros, pois é necessário uma licença especial e dado os pouco visitantes não-indianos muitos optam por não pagar. Por isto, os alojamentos mais modestos não aceitam estrangeiros, argumentando que se encontram cheios, quando na verdade as chaves dos quartos aguardam pacientemente na recepção. Assim somos empurrados para hotéis mais caros, alguns tirando partido das poucas alternativas cobrando preços elevados e oferecendo condições miseráveis… 600 rupias que não dão direito a lençóis lavados!

Nesta busca por um local onde dormir surgiu no meu caminho a placa Youth Hostel instituição que desconhecia existir na Índia. No edifício que já viu melhores dias, reina uma atmosfera de vazio e abandono, o quarto precisa de algumas reparações e a casa-de-banho é decrépita, mas o preço, os lençóis lavados e a simpatia dos funcionários fizeram deste local um abrigo para passar um noite antes de seguir viagem para as montanhas de Megahlaya.

Fancy Bazzar
Fancy Bazaar

Da tarde passado na cidade não houve oportunidade para ir longe do centro da cidade e do confuso Paltan Bazaar e do Fancy Bazaar, que apesar do nome pouca diferença fazem. Mas houve tempo para caminhar até às margens do gigantesco Brahmaputra, de águas castanhas e calmas oferece uma paisagem serena que contrasta com o movimento das ruas da cidade. O Brahmaputra, um dos maiores rios asiático, atravessa todo o estado de Assam, seguindo para Sul até desaguar na Baia de Bengal, atravessando as planícies do Bangladesh.

Brahmaputra
Brahmaputra

Na religião Hindu, é popular representação de yoni juntamente com o lingam, que correspondem aos elementos feminino e masculino da criação cósmica, de acordo com a corrente que segue Shiva. Mas poucos são os templos dedicados exclusivamente ao lado feminino desta energia: Shakti (também referida como Devi), a deusa que representa as energias da criação e da mudança, associada à fertilidade e também à criatividade. Em Guwahati encontra-se um dos mais importantes templos dedicados deusa-mãe: o Kamakhya Temple, onde durante Ambubachi Mela são sacrificados animais, de acordo com a tradição tântrica, onde o sangue de cabras simboliza a menstruação anual da deusa Kamakhya.

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Para quem visita o local, o que sobressai é a côr vermelha, simbolizando a menstruação, o ciclo reprodutivo feminino e a fecundidade: o vermelho das vestes dos pujari (seguidores da deusa Kamakhya), o vermelho das flores que adornam estátuas, o vermelho do pigmento que cobre as estátuas da deusa Kamakhya, junto da qual se acendem incensos e velas, o vermelho que parece jorrar das vaginas de estátuas associadas à fertilidade.

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Como ir até ao Kamakhya Temple:

Para ir ao Kamakhya, pode-se apanhar um dos autocarros que passam na GS Road. Basta perguntar por “kamakhya” e pára na estrada principal (AT Road). O bilhete de bus custa 8 rupias. Depois de passar por um pórtico (gate) encontram-se autocarros da ASTC que fazem o percurso até ao cimo da colina, por 7 rupias; partem quando estão cheios e o percurso demora uns 10 minutos. Existem um acesso pedonal, uma escadaria coberta, que acede ao templo mas que parece ser pouco utilizada face ao conforto e rapidez dos autocarros.

Para visitar o interior do templo é necessário juntar-se às dezenas de peregrinos que aguardam pacientemente numa longa fila, para depositar as oferendas junto do altar da deusa Kamakhya. Mas como acontece muitas vezes na Índia, onde se cultiva a distinção entre classes sociais, existe um acesso VIP que poupa aos peregrinos e visitantes a uma longa espera, mediante o pagamento de 501 rupias… sim, quinhentas e uma… vá-se lá saber o porquê desta modesta rupias no meio de outras 500!!?!?

 

Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati
Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati

 

autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati
autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

Onde dormir em Guwahati:

Para quem fica somente por uma noite, a GS Road e as ruas transversais oferecem dezenas de opções com variados preços. Da busca efectuada não se consegue um quarto com casa-de-banho partilhada por menos de 500 INR, que contudo não garantem lençóis lavados.

Inesperadamente surgiu o Youth Hostel que fica num discreto acesso do lado direito da GS Road, na esquina com MD Shah Road. O edifico parece abandonado e de facto ninguém ocupa os quartos, sendo o usado com escritórios de uma organismo estatal ligado ao turismo. O quarto disponibilizado funciona em regime de dormitório, com 4 camas e cada-de-banho, mas encontram-se em más condiarntudi m.em o quarto ficou ssment euma noite e se encontra com orçameto usado com escritório, mulheteções, a precisar de reparações profundas em especial a casa-de-banho. A cama é confortável e os lençóis são limpos; tem rede mosquiteira.

Uma opção para quem pretendi ficar somente uma noite em Guwahati e se encontra com orçamento muito limitado.

Youth Hostel Guwahati: Quarto em dormitório, com casa-de-banho: 250 INR (pelo quarto, independentemente do numero de ocupantes). Apesar de ser um dormitório, como não há mais ninguém o quarto ficou só para mim.

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

Onde comer em Guwahati:

Muitos restaurantes, aqui chamados de “hotel” alinham-se junto à estação de comboios e ao longo da GS Road, assim como nas ruas transversais do Paltan Bazaar, com thalis vegetarianos aceitáveis por 60 rupias. Domina a comida típica indiana, mas numa versão mais pobre, com arroz, caris à base da batata e dal aguados. Quase todos os restaurantes servindo pratos veg (vegetariano) e non-veg (não vegetarianos), o que reflecte o gosto dos Assameses pela carne.

Óptimas parahtas durante a manhã nos dois pequenos restaurantes no inicio da GS Road, o Greenview e o Deepak Restaurant, localizados do lado direito de quem vem da saída sul da estação de comboios.

 

"parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
“parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

restaurante de comida indiana e deliciosas "parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
restaurante de comida indiana e deliciosas “parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

Caso se esteja no Fancy Bazaar e se sinta o apelo do estômago, o Rajhans Hotel, num segundo andar de um anónimo edifício é uma simpática opção, com comida vegetariana, atendimento acolhedor e uma decoração que nos remete para uma cantina de escola, onde o passar do tempo deixou um certo carisma.

Rajhans Hotel: S.S. Road, Fancy Bazaar, Guwahati. Thali vegetariano por 70 rupias.

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Transportes em Guwahati:

Tanto a estação de comboios como o terminal de autocarros públicos (ASTC) ficam convenientemente situados no centro da cidade, perto de alojamentos e restaurantes e demais actividade comercial.

De Guwahati existem comboios que atravessam o estado de Assam, em direcção a Norte, até Dibrugarh, passando por Dimapur.

Nota: a estação de comboios de Guwahati tem duas entradas: o lado Norte (do mesmo lado do rio) e que é a entrada principal, e uma outra do lado Sul que dá directamente para a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). O Reservation Office (para bilhetes de longa distância) fica num edifício a uns metros da entrada Norte da estação (oposta ao Paltan bazaar).

 

Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar
Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar

 

Guwahati Train Station. North entrance.
Guwahati Train Station. North entrance.

 

O terminal de autocarros públicos fica mesmo à saída da estação de comboios (perto do Paltan Bazaar). A bilheteira da ASTC é no interior do edifício, apesar de haver vários quiosques de empresas privadas que também vendem bilhetes da empresa pública.

  • O bus (ASTC) de Guwahati para Shilong parte às 7.30 am, e a viagem demora 4 horas.Bus ticket de Guwahati para Shilong: 135 rupias (a/c)… de facto o ar-condicionado não funciona, mas é suportável pois o autocarro circula sempre com a porta aberta, e à medida que nos afastamos das planícies de Assam a temperatura é mais fresca.

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Terminal de bus ASCT em Guwahati
Terminal de bus ASCT em Guwahati

 

Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Em alternativa aos autocarros existem os sumo, um todo-o-terreno partilhado, que é um modo de transporte muito comum nos estados do Nordeste, e que faz a ligação entre as principais cidades. No interior do Guwahati Bus Terminal, na zona onde estacionam os autocarros encontra-se um quiosque onde se podem comprar bilhetes para os sumo. Em geral estes veículos não têm horário definido, circulando durante o dia desde manhã muito cedo, e partem quando estão cheios.

  • sumo de Guwahati para Shilong: 170 rupias (a viagem demora cerca de 2.45h, dependendo do trânsito e do número de paragens)

bilheteira de "sumo" no Terminal Central de autocarros
bilheteira de “sumo” no Terminal Central de autocarros

Internet em Guwahati

A maior parte dos hotéis não tem internet, os que têm cobram por vezes 100 rupias por dia. A melhor opção são os postos de internet que são raros e nem sempre são fáceis de encontrar.

Na GS Road, do lado esquerdo de quem se afasta da estação de comboios, existem um edifício de lojas “complex” onde no primeiro andar existe um posto de Internet, Virtual Office-Cyber Café, com boa ligação e com wi-fi.

  • Wi-fi: 30 rupias por hora.

 

altitude: 56 m

população: 809.895

Shillong… chegada à “morada das nuvens”

Sendo Shillong a capital do estado Indiano de Meghalaya, que literalmente significa “morada das nuvens” devido à elevada pluviosidade, fui recebida com céu cinzento que em poucos minutos se tornou numa tempestade com o escuro céu a iluminar-se com os relâmpagos, fazendo descer a temperatura e fazendo-nos lembrar que estamos já em zona de montanha. Passada a tormenta foi tempo de percorrer as ruas do centro da cidade em busca de um alojamento a preços modestos, tarefa que se revelou exasperante, à semelhança do que se passou anteriormente em Guwahati: hotéis que não recebem estrangeiros, o fim-de-semana que atrai muita gente a estas paragens mais fresca, e um qualquer evento na cidade a atrair visitantes do resto da Índia.

Depois da ronda pelos vários hotéis, onde a resposta foi quase sempre “full”, mesmo quando aparentemente o local se encontra deserto, chega-se finalmente a um local que se apresenta deserto – Marwari Basa Hotel – modesto e de preços razoáveis, contudo pouco acolhedor tendo em conta o clima de Shillong. Seguisse mais uma ronda, pelas sempre íngremes ruas do centro da cidade, que se revelou infrutífera, em parte pelos preços elevados em parte pela habitual resposta de “full” que se aplica também a locais que não têm licença para alojar estrangeiros. Aceitando a derrota, com o cansaço a fazer-se sentir nas pernas mas com a moral elevada, foi tempo de retornar Marwari Basa Hotel, que apesar de não ser cativante se apresentou como a melhor solução… mas para meu espanto, chegando à recepção sou recebida com o desanimador “full”… como é possível?!?!? 15 minutos antes os mais de dez quartos estavam vazios?!?!? Confrontado com a situação de que era óbvio que não havia ninguém o proprietário acedeu em me disponibilizar um quarto, mas pelo dobro do preço!!! Perante tal atitude somente me restou um solene virar costas e reiniciar novamente a busca. Mas desta vez o razoável conhecimento adquirido do centro cidade, permitiu-me encontrar um “cubículo” onde dormir, demasiado caro mas confortável e nas palavras do gerente “more or less clean”!

Medidnfo dioptrias no Police Bazaar. Shillong
Medindo dioptrias nas ruas do Police Bazaar. Shillong

 

Shillong, capital do estado de Meghalaya, dado o clima fresco e ameno das montanhas atrai os habitantes do vizinho estado de Assam, que aqui buscam alivio do calor tórrido das planícies, numa cidade que fica a menos de 3 horas de Guwahati.

Aqui a atmosfera urbana ganha um toque exótico pela presença dos habitantes pertencentes às tribos locais, os Kashi e os Garo, cujas rosto de formas mongóis e pele clara, a baixa estatura e um particular modo de vestir, se destacam facilmente da restante população indiana.

Da suposta atmosfera dos tempos do colonialismo britânico pouco resta nesta cidade situada no topo de uma colina e que parece derramar pelas encostas circundantes. Aqui e ali surgem casas cuja arquitectura revela ligações à Europa, de amplas janelas, alpendres e jardins, mas onde os típicos telhados, bastante inclinados e de configuração complexa, foram sendo substituídos pelo prático alumínio.

O centro da cidade, localmente designado de Police Bazaar, rodeado por cinzentos edifícios de betão e por uma rotunda próxima a partir da qual emanam várias estradas, de trânsito intenso, ruidosas e poluídas, em particular a GS Road permanentemente congestionada de trânsito. Surpreendentemente as zonas comerciais da cidade apresentam-se modernas e cosmopolitas com muitas lojas vendendo as mais populares marcas internacionais de vestuário, o que se reflecte na forma de vestir da população mais jovem, que adoptou totalmente o estilo ocidental.

Police Street. Shillong
Police Street. Shillong

Para além da área cosmopolita da cidade, situada em volta do Police Bazaar a cidade apresenta outras zonas comerciais, menos sofisticadas mas estimulantes.

Circulando por ruas cinzentas e tristes, de prédios degradados e casas precárias, ruas sujas e lamacentas chega-se ao Bara Bazaar (also called Barra bazaar). Um mercado onde se vende um pouco de tudo, onde ao longas das estreitas e labirínticas ruas se alinham lojas cuja mercadoria se estende para além dos limites das mesmas, dificultando a circulação nas ruas apinhadas de gente.

Bara Bazaar. Shillong
Bara Bazaar. Shillong
Bara Bazaar. Shillong
Bara Bazaar. Shillong

Um mercado vibrante e animado, o Bara Bazaar constitui um bom primeiro contacto com a população da tribo Kashi, que domina as colinas desta zona do estado de Meghalaya, e que aqui reúne para vender e adquirir produtos, que vão desde os tradicionais artefactos às modernos roupas, dos brinquedos de plástico às ferramentas de trabalho agrícola, dos bolos caseiros aos cogumelos selvagens!

As mulheres da tribo Kashi, para além dos traços fisionómicos, identificam-se facilmente pela forma de vestir, usando um pano, geralmente de xadrez, que é preso num dos ombros, tapando as roupas já de estilo ocidental.

Deambulando pelo ruas mal pavimentadas do mercado, a concentração é desviada para a variedade e novidade dos alimentos vendidos, fazendo com que de vez em quando um pé resvale para uma poça lamacenta. Aqui e ali surgem olhares curiosos e sorridentes, em rostos redondos mas que não se deixam fotografar.

Shillong
Shillong
Shillong
Shillong

Onde dormir em Shillong:

Muitas opções mas os preços são demasiado elevados para as condições oferecidas, com os hotéis mais focados no turismo indiano e não tanto em backpackers. Não existe propriamente guest houses, mas sim hotéis. Shillong é destino de fim de semana para os turistas indianos de West Bengal.

Perto do Police Bazaar, ao longo da GS Road e nas transversais da Police Street encontram-se várias opções:

Marwari Basa Hotel: quarto individual 300 rupias, duplo 600 rupias, casa-de-banho partilhada. Os quartos são muito básicos mas com boa luz, todos com casa de banho partilhada. O edifício é antigo, entrincheirado entre prédios de betão mas tem algum charme. Fica entre a GS Road (onde está bem assinalado) e a Police Street, numa estreita rua que liga as duas principais artérias da cidade, longe do barulho da GS Road. O dono, o filho, é de uma antipatia extrema.

Hotel Lamlyn (GS Road) quarto individual com casa-de-banho: 600 rupias. Staff simpático mas ambiente barulhento. Alguns quartos não têm janela, como é o caso do quarto individual. Razoavelmente limpo, com casa-de-banho moderna e água quente.

Hotel Lamlyn... "more or less clean sheets" using the word of the owner. Shillong
Hotel Lamlyn… “more or less clean sheets” using the word of the owner. Shillong

 

Aparentemente há um Youth Hostel em Shillong mas não consegui encontrar.

Onde comer em Shillong:

Em Shilllong sobressaem os restaurantes de comida indiana, desde os mais modestos aos mais sofisticados.

Mas a escolha foi para os simples momos, num pequeno e despretensioso restaurante numa das ruas pedonais que liga GS Road e a Police Street (AC Lane). Aqui somente são servidos momos, vegetarianos e de carne, e sopa, um espesso caldo de galinha, com uma refeição a custar a módica quantia de 40 rupias. O restaurante está aberto durante todo o dia, mas encerra cedo, pouco depois do pôr-do-sol.

momos restaurant. Shillong
momos restaurant. Shillong
momos restaurant. Shillong
momos restaurant. Shillong

No Bara Bazaar existem alguns restaurantes e pelas ruas podem-se encontrar vendedores de pães e doces, como uns deliciosos bolos de côco cozinhados ao vapor, especialidade de Sohra, povoação vizinha.

Transportes em Shillong:

O pouco que há para ver pode ser feito a pé, contudo todas as ruas são inclinadas. A Police Bazaar Street mostra-se o local mais agradável de percorrer pois está vedada ao trânsito.

Como ir de Shillong para Sohra (Cherrapunjee):

Poucos autocarros circulam aos Sábados em Meghalaya. Não há autocarros públicos ou privados para Sohra (Cherrapunjee) ao Domingo; a única alternativa são os sumos (shared taxis) ou os táxis. Aos Domingos, não há transportes públicos em Meghalaya.

De qualquer maneira, sumos ou autocarros, partem do mesmo local, um terminal de bus situado perto do Bara Bazaar. Deste terminal, um aparentemente inacabado edifício de betão, encontram-se no primeiro andar os sumos com destino a Sohra; circulam todo o dia e partem quando estão cheios (11 passageiros).

  • “sumo” (shared taxis) de Shilllong para Sohra: 70 rupias

A viagem demora 1.5 horas. A vista é bonita e convém ficar junto à janela do lado esquerdo do veículo. O sumo faz uma primeira paragem em Sohra Market, e uma segunda paragem em Lower Cherrapunjee, onde se situa a maioria dos alojamentos e restaurantes, e é o que se pode chamar de zona turística.

"sumo" terminal. Bara Bazaar. Shillong
“sumo” terminal. Bara Bazaar. Shillong
"sumo" para Sohra. Bara Bazaar. Shillong
“sumo” para Sohra. Bara Bazaar. Shillong

Como ir de Shillong para Guwahati:

Os autocarros que ligam Shillong a Guwahti partem da Bus Station que fica na GS Road, a menos de 5 minutos da rotunda principal. Mesmo em frente ao terminal encontra-se um posto de turismo oficial, mas pouco interessa apresenta, pois os mapas fornecidos são pouco úteis e as informações vagas; contudo pode ser útil para quem queira alugar um veículo com motorista.

  • Bus ticket de Shillong para Guwahati: 135 rupias (4h)

Em alternativa pode-se fazer esta viagem em menos tempo recorrendo a um sumo (shared taxi). Os sumos para Guwahti partem na Keating Road, uma das estradas que sai da rotunda principal.

  • sumo de Shillong para Guwahati: 170 rupias (a viagem demora no mínimo cerca de 2.45h, dependendo do trânsito)

 

altitude: 1525 m

população: 132.867

  • « Go to Previous Page
  • Page 1
  • Page 2

Footer

search

Tags

alojamento Angkor Assam Bago Borneo Caminhadas Champasak China Beach Comida Esfahan Gujarat Himachal Pradesh Hué Hà Nôi Ilhas Istanbul itinerário Kashan Kashmir Kathmandu Kunming Kutch Ladakh Leh Mcleod ganj Meghalaya Nagaland Ninh Binh Nordeste da Índia Parques Naturais Parvati Valley Phnom Penh Pondicherry Punjab Rajastão Sapa Shiraz Srinagar Tabriz Tamil Nadu Transportes Travessia de Fronteira Vinh Long Yangon Yazd

Sou a Catarina, uma viajante de Lisboa, Portugal… ou melhor, uma mochileira com uma máquina fotográfica!

Cada palavra e foto aqui presente provém da minha própria viagem — os locais onde fiquei, as refeições que apreciei e os roteiros que percorri. Viajo de forma independente e partilho tudo sem patrocinadores ou anúncios, por isso o que lê é real e sem filtros.

Se achou o meu blogue útil ou inspirador, considere apoiá-lo com uma pequena contribuição. Cada donativo ajuda-me a manter este projeto vivo e gratuito para todos os que adoram explorar o mundo.

Obrigada por me ajudares a continuar a viagem!

BUY ME A COFFEE

Categories

Recent Posts:

  • Líbano: itinerário para 15 dias de viagem
  • 25 dias de viagem pelo Bangladesh: itinerário
  • Japão em 6 semanas: itinerário & custos
  • Taiwan: itinerário para 16 dia viagem
  • 20 dias in Morocco: itinerário & custos
  • Kuta Lombok… o paraíso quase secreto
  • Leh & Kashmir: mapa e itinerário
  • English
  • Português

Copyright © 2025 · Stepping Out Of Babylon on Genesis Framework · WordPress · Log in