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Stepping Out Of Babylon

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Ella

Ella é uma pequena povoação que surge quase no fim da linha férrea que atravessa o Hill Country, a zona montanhosa localizada no centro-sul da ilha do Sri Lanka. Ao longo do percurso, desde Kandy até Ella, o comboio serpenteia por entre montanhas onde dominam as plantações de chá, numa verde mas monótona paisagem, pontuada aqui e além por pequenos aglomerados de casas, quase sempre pertencentes a uma das dezenas de plantações de chá, os Tea Estate que mantêm a filosofia colonialista de alojarem trabalhadores e familiares.

Pelo caminho ficam estações mais populares entre os visitantes estrangeiros, como Nanu Oya para visitar Nuwara Eliya, uma relíquia do colonialismo britânico, Haputale próximo do Horton Plains National Park e do World’s End, dois parques naturais que proporcionam boas caminhadas pelas montanhas. Qualquer um destes destinos ficou fora da percurso desta visita o Sri Lanka: o primeiro por ter fama de ser difícil encontrar um alojamento barato, estando mais virado para as cottage e os heritage hotels; os passeios pelos parques naturais implicam de 15$ pela entrada, valor superior ao orçamento diário para um backpacker em viagem pelo Sri Lanka.

Assim a melhor sobrou deste itinerário altamente turístico o humilde mas pacato percurso de comboio, em especial o troço entre Haputale e Ella, que proporcionou magníficas paisagens iluminadas pela luz calma do fim do dia, que aqui chega mais cedo, com o sol a esconder-se por trás das montanhas deixando espaço para o ar fresco da montanha fazer arrepiar a pele a obrigar a mais uma camada de roupa.

between Haputale e Ella
between Haputale e Ella
between Haputale e Ella
between Haputale e Ella
Strain station between Haputale e Ella
Strain station between Haputale e Ella

Ella à primeira vista pouco tem de atractivo, pois não é mais do que um conjunto de construções ao longo da estrada nacional, com uma ou duas ruas mais. Contudo o local oferece em Janeiro um clima ameno com dias de sol não muito quentes, com noites fresca mas não geladas.

O elevado numero de guest houses e homestays proporciona quartos para todos os orçamentos, o que a juntar à pequena dimensão da vila, o ambiente calmo e informal faz de Ella um destino apetecível para descansar depois da caminhada ao Adam’s Peak.

Sobressaindo na paisagem de Ella encontra-se o chamado Ella Gap, um vale que forma uma espécie de garganta que abruptamente desce em direção às planícies do sul do Sri Lanka, por uma estrada sinuosa encaixada entre íngremes encostas. Fazendo esta viagem em direção a sul, é notória a mudança de clima, mal se chega à próxima povoação Wellawaya, ficando para trás o ar fresco das montanhas para se mergulhar no quente e húmido clima tropical.

De Ella ficou a memória de uns dias relaxantes numa insípida povoação; mas acima de tudo a forte memória da deliciosa comida, com Ella a inesperadamente proporcionar o melhor rice and curry, saboreado nos 30 dias passados no Sri Lanka… onde não houve dia sem rice and curry!!!!

Ella Gap
Ella Gap
Ella Gap
Ella Gap

 

Onde dormir em Ella:

Ella tem muitas opções de alojamento, um ou outra junto à estação de comboios, algumas ao longo da estrada nacional (que por sinal não é muito barulhenta), mas a maioria encontra-se espalhada pelas encostas em redor da vila, a uma distância que pode ser feita a pé.

A varanda e uma atmosfera que nos leva para o passado, não só pela arquitectura da casa, uma antiga mansão, como pela decoração e mobília, num misto de antiguidade e kitsch, foram decisivos na escolha da Rock View Guest House. Fica localizada muito perto do centro de Ella a 10 minutos da estação de comboios, perto da estrada principal, mas dada a posição elevada torna o barulho dos automóveis pouco relevante. Existem vários quartos em diferentes edifícios, uns mais modernos e outros mantendo ainda uma atractiva e charmosa patina.

Rock View Guest House

Quarto duplo com casa de banho: 3000 LKR

Free Wi-fi

http://rockviewella.com/

 

Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella
Rock View Guest House. Ella

Onde comer em Ella:

Por atrair bastante turismo que dado o ambiente calmo, opta por permanecer alguns dias em Ella, existem bastantes infraestruturas em termos de restauração, desde os tradicionais rotis e kotus, até aos restaurantes mais sofisticados com comida internacional, pizzarias, cafés…

Os preços são um pouco inflacionados mesmo em termos de comida local, com os pratos adaptados ao gosto ocidental longe dos excessos de picante pelo qual a comida do Sri Lanka é famosa. Não é fácil encontrar um restaurante que sirva um autêntico rice and curry, mas o acaso fez com que a atenção fosse para uma pequena mercearia com um placar à entrada anunciado buffet de rice and curry: Latha Rice Shop.

Servindo deliciosos caris (abóbora, jackfruit, feijão verde, banana, etc..) o habitual pol sambol (um tempero picante à base de côco) ou gotukola sambol (um mistura crua de um legume de folha verde com côco e chilli), o sempre presente dhal (lentilhas), duas variedades de arroz (branco e vermelho) e muita simpatia fazem deste escondido local uma escolha entre a população local. O melhor rice and curry experimentado durante um mês no Sri Lanka. Muito picante.

A refeição custa 200 LKR, com direito a refill.

Address: Passara Road, uma perpendicular do lado esquerdo da Main Road.

Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella
Rice and curry. Latha Rice Shop. Ella

 

Aparentemente Ella é famosa pelo curd and honey, que não é mais do que iogurte regado com mel, que de facto não é mel mas sim melaço (treacle). Encontra-se em quase todos os restaurantes, sendo um antigo café, agora convertido em restaurante, Curd Shop, um dos locais onde se pode experimentar esta deliciosa combinação. Entre várias opções a escolha recaiu para curd and honey com arroz, o que torna uma boa opção para pequeno-almoço.

Apparently Ella is famous also for the curd with honey, that in fact is not honey but a sugar syrup. Here was served with rice that make a good option for breakfast
Apparently Ella is famous also for the curd with honey, that in fact is not honey but a sugar syrup. Here was served with rice that make a good option for breakfast

Comboio de Hatton para Ella:

A viagem de Hatton para Ella demora perto de 4 horas, e pode não ser fácil encontrar lugar sentado logo desde o inicio, caso se pretenda viajar no primeiro comboio do dia. Contudo depois de Nanu Oya, muitos passageiros saem e o comboio fica bastante mais sossegado.

A estação de Ella fica a menos de 10 minutos do centro da vila, numa distância facilmente percorrida a pé.

Train ticket: 160 LKR (2ª class)

 

Direct Bus de Ella to Kataragama:

Junto ao cruzamento entre a Main road e a Passara Road (as duas únicas estradas em Ella) encontra-se um posto de informação turística onde num fraco inglês podemos recolher informação sobre os horários de autocarros e comboios que passam em Ella. A Curd Shop mesmo em frente é também uma boa fonte de informações.

Assim para quem pretende ir para Kataragama (direct bus): 13.00h, 14.00h, 14.45h, 15.30h

A viagem demora 2.40h (com uma pausa de 15 minutos para almoço). Convém chegar mais cedo à paragem pois o autocarro nem sempre respeita a hora de partida, por exemplo o das 13h partiu às 12.55h.

Ticket: 166 LKR

Bus Kandy to Kataragama, that stops in Ella
Bus Kandy to Kataragama, that stops in Ella

Direct Bus de Ella para Tissamaharama (com destino a Matara):

8.40h, 9.20h, 11.00h, 12.00h, 14.45h, 15.30h, 16.40h

O autocarro numero 10, que faz a ligação Kandy-Kataragama passa por Tissamaharama (Tissa) antes de chegar a Kataragama, pelo que os horários acima indicados (13.00h, 14.00h, 14.45h, 15.30h) também são válidos para quem se encaminha para Yala National Park.

Para quem pretende fazer a viagem para Tissamaharama ou Kataragama de manhã fora destes horários, pode apanhar um dos vários autocarros que passa no centro de Ella, em direção a sul, até à povoação de Wellawaya. Em Wellawaya é necessário trocar de bus para o destino pretendido, que pode obrigar a um transbordo intermédio.

Ella. distances for nearby places
Ella. distances for nearby places

 

Não existe propriamente uma paragem de autocarros em Ella. os autocarros em direção a Norte param em frente à Curd Shop. Para quem segue para Sul a paragem é uns 10 metros depois do cruzamento com a Pasara Road, em frente a um hotel.

Ella Bus stop at Main Road
Ella Bus stop at Main Road

 

Ella população: 44.500

Ella altitude: 1041 m

Mirissa e as baleias

Aproveitando a estadia em Narigama Beach e para quebrar dos mornos banhos de mar e dos passeios pela praia, surgiu a hipótese de um passeio de barco para observação de baleias, pois a costa sul do Sri Lanka é considerada um dos melhores locais para observação da Baleia Azul, o maior mamífero do planeta.

A melhor altura do anos para observação de cetáceos, não só da baleia azul mas também de outras espécies é entre Novembro e Abril e de Julho a Setembro, altura em que este gigantes permanecem nas mornas águas do Oceano Índico para se alimentarem. Mas os meses de Dezembro até Março são os que proporcionam um mar mais calmo, onde mesmo assim é fácil ficar enjoado com a ondulação que não é assim tão suave.

O percurso de barco até ao local propício para observação de cetáceo demora mais de uma hora a percorrer sem contudo se chegar a distância suficiente para se deixar de avistar a costa, e pelo caminho um grupo de golfinhos (spiner dophins) cruzou a trajetória do barco oferecendo sempre um animado espetáculo.

Quando o barco chegou ao local e colocou os motores em “ponto-morto” à espera que alguma baleia aparecesse por perto, já um terço dos passageiros estava enjoado não dando sequer hipótese para consumir o pequeno-almoço fornecido no inicio da viagem juntamente com um chá numa despropositada chávena de porcelana!

Assim que se avistou um dos guichos característico da respiração dos cetáceos, os vários barcos que aguardavam no local, mais de dez, aceleraram tentando obter o melhor posicionamento em relação à baleia, que mesmo considerando que estão a ser respeitadas as regras de segurança poderá causar algum stress ao animal.

Contudo o espécime avistado, um Baleia Azul, voltou mais duas vezes à superfície, entre longos intervalos para respirar, proporcionando sempre uma sensação estranha de fazer arrepiar, pelo espetáculo proporcionado e por se estar perante tão gigantesco animal que se mostra de uma irreal delicadeza, cada vez que o dorso ou a cauda emergem da água.

No regresso que sempre parece mais rápido do que a viagem de ida, houve tempo e “estômago” para o pequeno-almoço e para observar um tartaruga marinha que seguia na mesma direcção do barco e que por momentos permaneceu à superfície antes de mergulhar nas escuras águas da costa sul do Sri Lanka.

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Boat trip to reach observation area
Blue Whale (baleia azul). Mirissa
Blue Whale (baleia azul). Mirissa
Sea turtle (tartaruga marinha). Mirissa
Sea turtle (tartaruga marinha). Mirissa
Whales and dolphins species. Mirissa
Whales and dolphins species. Mirissa
Whale watching rules. Mirissa
Whale watching rules. Mirissa

 

O pouco tempo despendido em Mirissa que outrora foi vila de pescadores e que agora se foca mais turismo e onde a principal atração é a observação de animais marinhos, seja em passeios de barcos ou em mergulho, revelou um local pacato, onde se mantem o modo de vida local onde a população está sempre disposta a nos receber com um genuíno sorriso.

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Mirissa fish harbour
Mirissa Hourbour
Mirissa Fish Harbour
Mirissa
Mirissa

Onde dormir em Mirissa:

Existem dezenas de opções em termos de alojamento em Mirissa, entre elas muitas guest houses e homestays, que alugam quartos. Os preços são um pouco mais elevados do que em Narigama, mas também Mirissa atrai mais gente pois tem uma mais animada vida nocturna que se concentra na pequena mas simpática praia, onde o areal está um pouco mais abrigado da forte ondulação.

Moon Glow Guest é uma homestay, onde a simpática e bem disposta proprietária aluga quartos no piso térreo, enquanto o resto da família ocupa o piso superior. A casa é recente e está impecavelmente limpa, com o quarto com rede-mosquiteira (necessária nestes clima) e moderna casa-de-banho partilhada. Situa-se numa pequena travessa à rua principal que liga a praia de Mirissa ao porto; fica a cerca de 5 minutos a pé do porto de onde partem os barcos para a observação de baleias.

Address: Kapparamulla, Mirissa

Contact: 077 3955172, 041 2254901

Quarto duplo (com casa-de-banho partilhada): 2000 LKR

wi-fi

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Moon Glow Guest house. Mirissa
Moon Glow Guest house. Contacts. Mirissa
Moon Glow Guest house. Contacts. Mirissa

 

Onde comer em Mirissa:

Junto à praia alinham-se os restaurantes mais virados para os turistas servindo um misto de comida Cingalesa com comida internacional mas onde a aposta é no peixe grelhado e no marisco.

Mas junto à estrada nacional A2 encontram-se vários restaurantes de comida local, que geralmente não servem jantares, mas onde ao almoço se pode encontrar rice and curry. Para uma refeição mais tardia ou para um jantar a opção são os rotis e os kuttu.

 

Transportes:

A forma mais económica de chegar a Mirissa é o autocarro, contudo muita gente opta por fazer a viagem em tuk-tuk, o que é mais confortável para fazer os 35 quilómetros que separam os dois locais e demora 1 hora e deve custar mais de 1000 LKR, dependendo das habilidades de negociação de cada um.

A viagem de autocarro implica um transbordo em Galle, no Bus Terminal, mas o tempo de espera pelo autocarro seguinte não deve ser mais do que 5 minutos, pois a frequência é elevada.

Bus Narigama – Galle: 35 LKR; 30 minutes

Bus Galle – Mirissa: 50 LKR (ou 52 LKR); 1 hora

 

Whale watching tour:

Um pouco por todo o lado, mesmo em Hikkaduwa e Narigama existem anúncios para excursões para ver as baleias na costa sul do Sri Lanka.

De Hikkaduwa estas excursões custam 5000 LKR por pessoa, e incluem a deslocação em tuk-tuk até Mirissa e o barco. O passeio começa às 5 am e termina pelo meio da tarde.

Em Mirissa conseguem-se melhores preços, com o passeio de barco a custar 4000 LKR.

Contudo, indo directamente ao porto, onde atracam os barcos que fazem estes passeios de observação de baleias, facilmente identificáveis pelo double-deck preenchido por cadeiras e bancos corridos, e falando directamente com o pessoal dos barcos consegue-se melhores preços, pelo menos 2000 LKR por pessoa, com a viagem a incluir pequeno-almoço (uma pequena sandwich, ovo cozido, ananás e bananas) e água. A bordo são também disponibilizados comprimidos para o enjoo.

Contudo esta opção sendo de longe a mais barata implica passar uma noite em Mirissa, pois na manhã seguinte, os barcos partem às 7 a.m., mas é necessário chegar mais cedo pelas 6 a.m. Depois do passeio de barco que termina pelas 2 ou 3 p.m (mas que pode ser mais demorado, dependendo da distância a que se consegue avistar as baleias) e basta apanhar um qualquer autocarro que passe na estrada nacional em direção a Galle e aí mudar para outro autocarro em direcção a Hikkaduwa (150 LKR no total, nos dois sentidos).

O barco foi o Blue Ocean, e que limita o numero de passageiros a cerca de 10 ou 12, o que faz com que haja muito espaço a bordo, não pondo em causa a estabilidade da embarcação quando todos os passageiros se precipitam para um dos lados para ver e tirar fotos às baleias.

Whale watching tour: 2000 LKR… mais algumas rupias como gorjeta para a tripulação.

Whale watching. Mirissa
Whale watching. Mirissa
Mirissa Hourbour
Mirissa Hourbour
Mirissa_whale watching tour ticket_DSC_7058
Whale watching Tickets and Conditions. Mirissa

Galle e o forte

Galle é uma das cidades com maior património e história da costa sudoeste do Sri Lanka, com o seu forte construído inicialmente pelos Portugueses e mais tarde tomado e ampliado pelos Holandeses, conserva dentro das suas muralhas muitos exemplos de arquitectura colonial, seja em edifícios públicos, religiosos ou de habitação.

Com o crescimento do turismo transformou muito do património em sofisticados hotéis, boutique hotels, cafés e restaurantes que contribuem para manter a maioria dos edifícios em óptimo estado de conservação. Contudo nota-se uma certa falta de autenticidade, como se estivesse-mos perante um bilhete postal e não uma cidade com vida própria.

Pelas ruas passeiam-se grupos de turistas de câmera em punho com a tenção virada para sofisticadas lojas de souvenires e artesanato, visitantes cingaleses que aqui rumam em família apreciando as águas quase paradas da baía junto às muralhas e crianças vindas da escola nos com os seus uniformes impecavelmente brancos. Ouvem-se os sinos de uma igreja quando se passa perto de uma stupa budista, quebrando a quietude do local.

Rodeando a compacta fortaleza de pedra surge o mar de tons claros de um translúcido azul, que contrasta com o intenso verde da vegetação tropical e com o branco que cobre a maioria dos edifícios em Galle Fort. A brisa que sopra do mar tem um efeito refrescante mas a intensifica a humidade que se cola à pela.

Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Tenis scholl at Galle Fort
Tenis scholl at Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort
Galle Fort

 

Fora do forte encontra-mos uma cidade a viver a um ritmo completamente diferente, com a habitual desorganizada circulação automóvel o apitar das buzinas, o movimento acelerados das pessoas que sabem para onde vão. A uns pouco metros encontra-se o Dutch Market, num pitoresco edifício que reúne vendedores de fruta e legumes, mas onde os preços são claramente inflacionados para turistas.

Galle apesar de pitoresca e bem preservada não despertou grande entusiasmo mas proporcionou um agradável passeio pelas muralhas com vista para o mar.

Galle
Galle
bread stall
bread stall
Galle
Galle in front of the bus terminal

 

Onde dormir em Galle:

A maioria dos alojamentos estão situados no interior da muralha, mas com todos os locais focados na gama alta e média alta, e nos grupos que vêm em tours organizados o que não é nada convidativo para um orçamento “backpacker”.

Como a cidade de Galle, a chamada “new town” mostra pouco atractivos a opção foi para fazer esta visita a Galle Fort numa day-trip. Para quem está alojado nas praia da costa sudoeste, seja Bentota, Hikkaduwa, Narigama ou Mirrisa, Gale situa-se a uma distância razoável para ser feita de autocarro.

 

Onde comer em Galle:

Dentro do forte, a oferta aponta para restaurantes e cafés sofisticados, com preços muito superiores ao que se encontra do outro lado da muralha, mas claro que com outro conforto e requinte.

Assim a melhor alternativa é procurar um rice and curry num dos restaurantes da new-town, encontrando-se várias hipóteses mesmo junto ao terminal de autocarros ou nas ruas transversais, onde não é preciso caminhar mais de 500 metros para encontrar um bom rice and curry por 200 LKR.

Mesmo ao lado do terminal de autocarros encontram-se várias pequenas lojas e quiosques que vendem os habituais rotis e uma grande variedade de pastéis fritos, que servem sempre de refeição caso se chegue tarde e já tenha terminado o rice and curry.

Ir ao Durch Market em busca de fruta a preços locais não se revela viável, com os comerciantes habituados aos turistas e a cobrarem o dobro do preço. Também junto à estação se encontram vendedores de fruta onde os preços estão afixados… geralmente o preço não é por quilo, mas o que se encontra indicado é o numero de peças de fruta por 100 LKR, i.e. 5 maçãs por 100 rupias mas se forem maças grandes somente se conseguem 3 maças pelo menos preço… este é o sistema de venda de fruta no Sri Lanka!

Street near Galle Bus Terminal where you can find restaurants, snack stall and fruit vendors
Street near Galle Bus Terminal where you can find restaurants, snack stall and fruit vendors
rice and curry in Galle
rice and curry in Galle

Transportes em Galle:

Galle tem estação de comboios e é uma das mais importantes paragens na linha Colombo-fort para Matara. Contudo a frequência dos comboios e a dificuldade de garantir um lugar sentado, em especial aos fins-de-semana torna o comboio uma opção menos atractiva. Mas apesar destas desvantagens o comboio proporciona viagens mais calmas e relaxantes, longe da poluição, do trânsito e do constante barulho das buzinas, que todos os condutores utilizam intensivamente, incluindo os motoristas de autocarros. Muitas das vezes os comboios fazem percursos afastados dos meios urbanos e proporcionam as melhores vistas para a paisagem natural, contudo não cobrem a totalidade da ilha.

Mesmo em frente à estação de comboio encontra-se o Terminal de Bus, que tanto tem serviços de longo curso (para Colombo e outras cidades) como ligações às povoações vizinhas. O terminal à primeira vista confuso pela grande quantidade de gente está bastante bem organizado com placas indicando o destino de cada autocarro. Existe também um posto de informações no meio do terminal, no piso inferior, que fornece precisas informações sobre destinos, preços e horários.

Bus Galle – Mirrisa: 1 hora, 50 LKR

Bus Galle – (Narigama) Hikkaduwa: 30 minutos, 35 LRK

 

Como ir de Galle para Colombo:

Para quem está em Hikkaduwa, Narigama, Mirissa e outras praias espalhadas pela costa sudoeste e pretende ir para Colombo, tem várias alternativas:

  1. Apanhar um dos muitos autocarros que faz o percurso pela estrada nacional A2, Galle-Colombo, mas estes autocarros não são “expresso” ou seja fazem múltiplas paragens muitas das vezes recolhendo passageiros fora das paragens “oficiais”.

A viagem demora mais do que 4 horas, entre ultrapassagens perigosas e buzinadelas infernais. Não é garantido lugar sentado a não se que se comesse a viagem no inicio do percurso, por exemplo Matara ou Galle.

 

  1. Usar os autocarros a/c (pequenos veículos com ar-condicionado) que fazem também o percurso pela estrada nacional A2, como os autocarros “normais” mas não efectuam tantas paragens; o facto de as janelas irem fechadas sempre elimina a poluição e o barulho, tornando a viagem menos cansativa.

Oficialmente a viagem demora 3 horas, mas o mais provável é demorar perto de 4 horas, dependendo do trânsito na cidade de Colombo, uma vez que o autocarro tem que atravessar toda a cidade até chegar a Colombo-Fort onde é o terminal e que fica no extremo norte da cidade.

O autocarro inicia o percurso no Galle Bus Terminal, plataforma número 2.

Ticket Galle-Colombo-Fort: 275 LKR (3 horas)

 

  1. Existem um autocarro moderno e confortável com a/c, de Galle para Maharagama, e que faz o percurso pela expressway o que demora 1.45 horas e parte a cada 30 minutos do topo Este do Galle Bus Terminal.

Chegando a Maharagama, cidade situada a Sul de Colombo, é necessário mudar para um dos autocarros urbanos com destino a Colombo-Fort que tem que atravessar toda a cidade, pois o terminal bus fica no extremo norte da cidade, o que se revela uma longa viagem.

Ticket Galle to Maharagama: 375 LKR (1.45 hora)

Ticket Maharagama to Colombo Fort: 50 LKR (1 hora)

 

  1. Usar o comboio, mas com como nem todos os comboios param em todas as estações, o melhor é rumar a Galle e daí iniciar a viagem para Colombo. A questão dos comboio é sempre a mesma: conseguir um lugar sentado uma vez que os bilhetes para a 1ª classe (a única com lugares marcados) encontram-se geralmente esgotados com antecedência.

A viagem entre Galle e Colombo-Fort demora cerca de 3 horas.

Ticket Galle to Colombo-Fort: 180 LKR (em 2ª classe)

Gale Train Station
Gale Train Station
Train Schedule from Galle
Train Schedule from Galle
Train Schedule from Galle
Train Schedule from Galle
Gale Train Station
Gale Train Station
Train Schedule from Colombo
Train Schedule from Colombo
Train fares from Galle
Train fares from Galle

Galle population: 99.000

Galle elevation: 1 meter

Narigama Beach em Hikkaduwa

Hikkaduwa situada na costa sudoeste do Sri Lanka tornou-se popular pelas ondas que proporcionam condições para o surf, apresentando-se como uma alternativa mais económica e mais popular entre os backpackers do que outras praias como Bentota onde dominam os resorts e atraem muito mais gente… mas como tudo muda, Hikkaduwa também mudou e também se tornou popular passando a fazer parte do itinerários dos “pacotes” de férias, fazendo nascer hotéis e resorts, deixando se ser uma pacata vila de pescadores para passar a ser agitada e turística.

Como consequência as praias mais a sul, foram-se tornando mais populares, e também elas anteriormente vivendo da pesca passaram a conviver com o turismo.

Hikkaduwa beach
Hikkaduwa beach

Assim a paragem para experimentar as famosas praias do Sri Lanka foi em Narigama Beach, a uns escassos 5 quilómetros de Hikkaduwa, para quem segue em direção a sul pela infernal estrada nacional que liga Colombo a Galle (conhecida por Galle Road). De facto é difícil dizer quando acaba uma povoação e começa outra pois ao longo da estrada nacional, de intenso e veloz trânsito, alinham-se pela berma casas e mais casas, restaurantes, lojas, guest houses, hotéis, mercearias, agências de viagens, lojas de souvenires, etc… num sucessão interminável que pouco deixa ver da densa mancha verde de coqueiros que caracteriza a paisagem tropical desta zona do Sri Lanka.

Enquanto Hikkaduwa continua a atrair sufistas, que também entretanto foram descobrindo novos spots ainda mais a sul ao longo desta costa, Narigama Beach atrai mais casais e turistas mais velhos, dominado russos e alemães, que fugindo do reboliço de restaurantes e bares que animam a praia, procuram o sossego de uma praia quase vazia.

Sri Lanka_Narigama beach_DSC_6988
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
road Hikkaduwa-Galle
road Hikkaduwa-Galle
road Hikkaduwa-Galle
road Hikkaduwa-Galle, onde mesmo com a sinalização gráfica e com o texto em várias línguas, muita gente se passeia pela berma da estrada nacional em fato de banho, desrespeitando as tradições Cingalesas

O Sri Lanka anuncia-se como um dos destinos com praias paradisíacas mas a sua posição geográfica de ilha no Oceano Índico entre o Mar Arábico e o Golfo de Bengala origina correntes fortes e poderosas ondas. Aqui, o mar tem a fama de ser perigoso, e num curto mergulho verifica-se que de facto é pouco seguro, com correntes muitos fortes e ondas cruzadas o que torna os banhos animados mas ao mesmo tempo arriscados. Para compensar a temperatura do mar é perfeita: quente mas não morna.

A praia de Narigama estende-se numa extensão de 3 quilómetros em direção a sul, num largo e contínuo areal, que à medida que se caminha vai tendo menor ocupação humana, ou seja menos hotéis e menos casas, uma vez que em termos de turistas estas praias não se podem considerar cheias.

Este extenso areal proporciona agradáveis caminhadas ao fim do dia, altura em que o sol abranda de intensidade escondendo-se por trás de um manto de nuvens ainda antes de atingir a linha do horizonte. É nesta altura do dia que o céu ganha cores fantásticas, em contraponto com o amanhecer, brilhante e subtil, o pôr do sol deixa um rasto surreal em que a natureza adquire cores que lhe são estranhas, mas que cria instantes de estranha atmosfera.

Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach
Narigama Beach

Onde dormir em Narigama Beach:

Ao longo da estrada nacional, assim como mais junto ao areal e também um pouco para o interior (com o inconveniente de ter que se atravessar a estrada nacional para chegar à praia) encontram-se dezenas de alojamentos, desde resorts, hotéis, boutique hotels, guest houses e muitas casas que alugam quartos. Os preços variam muito, mas consegue-se um quarto por 1000 LKR, caso se opte por uma guest house (ou homestay) podendo os preços ser negociados em época baixa ou caso se pretenda ficar por longo períodos de tempo.

Junto à praia ficam os alojamentos mais caros, mas caminhando e perguntando aos habitantes locais acaba-se por encontrar locais mais modestos e discretos que proporcionam boas condições a preços razoáveis.

O Hector’s Place é um desses locais, que agrupa um conjunto de pequenos casas/quartos, de diversos tipos e dimensões.O local é sossegado, a distância suficiente da estrada para não se ouvir o barulho automóvel, e a menos de 100 metros do mar, o que proporciona um constante fundo sonora proporcionada pela forte rebentação das ondas.

Um quarto duplo, com sala, varanda e casa de banho ficou em 2000 LKR.

Para quem circula a estrada nacional a entrada para o Hector’s Place localiza-se logo a seguir ao Ranmal Beach Hotel, para quem caminha no sentido de Hikkaduwa para Galle.Para quem caminha pela estrada o local não é fácil de encontrar pois não está identificado, mas caminhado pela areia encontra-se uma discreta placa “rooms available” perto de um dos postos de observação tipo “nadador-salvador” que funcionam num misto de actividade comercial vendendo roupa e côco ao mesmo tempo que parecem vigiar quem se banha no mar.

Narigama Beach
Narigama Beach just in front Hector’s Place a few steps from the sea
Hector’s Place . Narigama Beach
Hector’s Place. Narigama Beach
Hector’s Place . Narigama Beach
Room at Hector’s Place. Narigama Beach

 

Onde comer em Narigama Beach:

Encontrar comida local a preços razoáveis não é tarefa fácil nestas paragens, com o preço da comida extremamente inflacionado, onde um por um rice and curry se chega a cobrar 500 LKR em vez do habituais 150 LKR.

A maioria dos restaurantes oferece um misto de comida local com comida internacional, onde sobressai o peixe e o marisco.

Ao longo da estrada que liga Hikkaduwa a Narigama encontram-se muitos restaurantes, mas só depois de uma busca exaustiva se conseguiu encontrar um local que servisse rice and curry por 200 LKR… mais barato só apanhando o autocarro e indo à povoação de HikKaduwa. O local é popular entre a população local que desde cedo começa a aqui afluir para levar uma refeição em sistema de take-away, o que faz com que por volta das duas da tarde já não haja mais comida. O arroz, em vez do habitual arroz-branco é o chamado red-rice, um pouco mais saboroso, mas o destaque vai para os caris, que variaram todos os dias, por vezes usando o jack-fruit e as suas sementes como ingrediente, outras abóbora mas sempre acompanhado pelo tradicional sambol, um condimento picante à base de côco fresco ralado. O local não tem nome nem nenhuma indicação em inglês e passa facilmente despercebido. A comida é deliciosa e picante, como manda a tradição Cingalesa.

Rice and curry restaurant
Rice and curry restaurant… onde nenhum sinal identifica que aqui se serve um dos melhores “rice and curry” da zona, com um preço aceitável e servido em ambiente familiar
Rice and curry
Rice and curry, servido num anónimo e discreto restaurante de “beira-de-estrada” mas que é popular entre a população local que rapidamente esgota a comida

 

O restaurante No Name, situado também à beira da estrada serve kotu em generosas e apetitosas doses, assim como rotis nas variantes vegetariana, com carne, peixe ou com banana e chocolate, uma variação ao gosto ocidental.

De facto a refeição mais fácil e mais barata é sem duvida os rotis e os kotus, que são mais populares como jantar, enchendo os vários restaurantes que se especializam neste tipo de comida; todos situados ao longo da estrada nacional e sofrendo do mesmo problema que é o desconforto causado pela constante passagem de camiões, autocarros, carros, motas e tuk-tuks quase sempre a excessiva velocidade, a somar aos desconforto causado pelo constante buzinar.

Mas a vila de Hikkaduwa continua a ser o “centro” da actividade com estação de comboios, terminal de autocarros, bancos e comércio local, sendo uma boa opção para encontrar refeições a preços razoáveis, assim como o mercado de fruta e legumes. E é sem dúvida o local certo para apreciadores dos tradicionais snacks Cingaleses, à base de fritos, recheados de deliciosos e extremamente picantes caris.

snack stall. Hikkaduwa
snack stall @ Hikkaduwa

Junto ao terminal de autocarros a milk bar vende o tradicional curd, um iogurte mais espesso e com mais gordura do que o que estamos habituados, e que vem em potes de barro. O preço está afixado para que não haja duvidas e o “pote” mais pequeno, de meio quilo custa 150 LKR.

Milk Bar. Hikkaduwa
Milk Bar. Hikkaduwa
Curd from buffalo milk. Hikkaduwa
Curd from buffalo milk. Hikkaduwa

Como chegar a Hikkaduwa:

Hikkaduwa pode ser alcançada tanto de comboio como de autocarro, havendo ligações directas com a cidade de Colombo. Vindo de sul, existem também autocarros e comboios desde Matara e Galle.

A viagem de comboio de Colombo-Fort até Hikkaduwa demora 3 horas e o percurso é feito sempre junto à costa pelo que é preferível escolher um lugar do lado direito da composição. Saindo da estação de comboios de Hikkaduwa encontra-se um pequeno terminal de autocarros com destino a Matara, Mirissa, Galle parando nas pequenas povoações intermédias.

Hikkaduwa Bus Terminal
Hikkaduwa Bus Terminal

Como ir de Narigama para Hikkaduwa:

A melhor opção é usar um dos muitos autocarros que constantemente passam na estrada nacional com destino a Hikkaduwa e a outras povoações mais a norte.

Existe também uma estação de comboios que fica mais perto da praia de Narigama: Thiranagama. Mas dada a pouca frequência dos comboios a melhor opção é usar o autocarro cuja elevada frequência num faz esperar os passageiros mais do que 5 minutos na paragem.

A viagem de Narigama para Hikkaduwa demora 10 minutos e custa 8 LKR.

 

Como ir de Narigama para Galle:

De Narigama para Galle como para Hikkaduwa a frequência dos autocarros é elevada, nunca se esperando mais do que 5 minutos.

Encontrar uma paragem pode ser uma tarefa um pouco mais difícil, pois nem sempre existe um abrigo ou placa que identifique o local onde os autocarros param, no entanto, basta seguir as marcações no chão a amarelo, em que o local de paragem está definido como um rectângulo.

A viagem de Narigama para Galle demora 30 minutos e custa 35 LKR.

Bus from Hikkaduwa to Galle that stops in Narigama
Bus from Hikkaduwa to Galle that stops in Narigama

Da montanha para a praia… de Kandy para Hikkaduwa de comboio

Ir de comboio de Kandy para as planícies junto à costa de Hikkaduwa revelou-se uma epopeia que durou mais de 9 horas para percorrer os 250 quilómetros que separam os dois locais e implicou apanhar três comboios e fazer dois curtos percursos de autocarro.

Kandy fica no chamado “Hill Country” região montanhosa, de florestas e plantações de chá que domina o centro-sul do país. À volta, seja em que direcção for, estendem-se as planícies de clima tropical que terminam no mar.

Mas dada a orografia do país, a pouco eficaz rede viária e a estrutura do sistema de exploração de transportes, para ir de Kandy para as praias situadas na costa sudoeste é inevitável ir a Colombo, seja para mudar de comboio ou para mudar de bus.

Apesar de parecer pouco organizado e de ser muito lento os autocarros são um bom meio de transporte no Sri Lanka, com serviços cobrindo todo o território com elevada frequência, não sendo necessário esperar mais do 15 minutos cada vez que se tem que mudar de autocarro num terminal de bus, que estão sempre localizados no centro das cidades. O inconveniente dos autocarros é que não existem serviços expresso, pelo que as viagens se tornam longas e cansativas com múltiplas paragens para recolher passageiros e que não se limitam somente aos locais de paragem “oficiais” mas que ocorrem em qualquer sitio onde esteja alguém à espera de autocarros. Os autocarros da companhia estatal (SLBT identificável pela côr vermelha dos autocarros) não têm este problema, mas também não oferecem ligações “expresso” entre as principais cidades.

As estradas que ligam as principais cidades encontram-se em bom estado, mas tendo somente duas faixas de rodagem mostram-se a maior parte das vezes insuficientes para o tráfego existente, dominado essencialmente por autocarros, camiões motas e tuk-tuks, que se ultrapassam em arriscadas manobras, com acelerações e travagens constantes que tornam qualquer viagem cansativa e desconfortável.

As estradas mais movimentadas, como por exemplo Colombo para Kandy encontram-se ladeadas de ambos os lados por habitações, edifícios e comércio o que faz com que ao longo da estrada haja um constante movimento de pessoas e veículos que amiúde ocupa a estrada, tornado ainda mais complicado o fluir do trânsito, e tornando as viagens mais longas.

O comboio é uma verdadeira relíquia deixada pelo colonialismo britânico e mantida quase intacta, com somente algumas carruagens mais recentes “made in china”. As estações, os painéis informativos, os bilhetes e acima de tudo o sistema de exploração totalmente arcaico onde todas as linhas irradiam de Colombo, com os comboios a iniciarem e terminarem o serviço na capital, sendo sempre necessário mudar para outro comboio caso se queira seguir noutra direção. Mantendo a mesma filosofia também não há desdobramentos de linhas ou seja, mesmo havendo um troço com muita procura não faz com que haja mais comboios a fazer esse serviço. O mesmo se aplica a fins-de-semana e feriados, em que o numero de passageiros aumenta com as deslocações para visitar familiares ou locais religiosos, sem que haja mais comboios, fazem com que os comboios andem quase sempre sobrelotados na 2ª e 3ª classe.

Comprar bilhetes para as carruagens de 1ª classe, as únicas com lugares reservados têm que ser feito com mais de um mês de antecedência o que empurra os turistas para as agências de viagens que os reservam com antecedência cobrando elevadas comissões. Ou seja para quem não vai num tour organizado não tem hipótese de ter um lugar reservado nos comboios do Sri Lanka, restando competir por um lugar ou muitas das vezes lutar para conseguir entrar no comboio.

Contudo o preço de um bilhete de comboio é extremamente barato, com uma viagem de 250 km fica em 600 LKR (aproximadamente 3.7€) e com o comboio a fazer percursos mais interessantes do que os autocarros, em especial nas zonas montanhosas.

 

3rd Class train. Sri Lanka
3rd Class train. Sri Lanka
Train departure time @ Galle Train Station
Train departure time @ Galle Train Station
Hatton Train Station
Hatton Train Station
Train Schedule @ Galle Train Station
Train Schedule @ Galle Train Station
Haputale Train Station Staff
Haputale Train Station Staff
Sri Lanka_Train ticket_DSC_7084
Sri Lanka Train ticket

Como ir de Kandy para Colombo de comboio:

A estação de comboios de Kandy está confortavelmente localizada no centro da cidade e pode ser alcançada a pé ou recorrendo aos autocarros locais que passam com grande frequência nas ruas principais da cidade. Não existem indicações ou abrigos que indiquem onde se localizam as paragens de autocarros, pelo que o melhor é perguntar à população local, ou simplesmente estender o braço quando se avista um autocarro e simplesmente perguntar “train station?”.

Para quem está alojado na encosta sul do lago ao longo da Saranankara Road, basta descer até à estrada principal junto ao lago e espera por um dos muitos autocarros que aí passam. O bilhete custa 8 LKR, e o autocarro pára a curta distância da estação de comboios. A alternativa são os tuk-tuk, mas que não cobram menos do que 100 LKR.

Os bilhetes para 2ª e 3ª classe começam a ser vendido uma hora antes do inicio da viagem. Os primeiros comboios da manhã têm sempre mais procura dos que iniciam o percurso mais tarde, pelo que é melhor estar preparado para enfrentar um grande fila na bilheteira.

Como não há lugares reservados é conveniente chegar cedo para arranjar lugar sentado, caso o comboio tenha inicio na estação de Kandy, caso contrário o mais provável é fazer parte da viagem de pé.

A viagem entre Kandy e Colombo é bastante agradável, com grande parte do percurso entre zonas montanhosas repletas de verde, com vistas soberbas sobre vales e os picos mais elevados, caso se consiga um lugar junto à janela, do lado esquerdo, que quem viaja no sentido de Colombo.

A estação de Kandy é pequena, de fácil orientação e sem movimento significativo.

De Kandy para Colombo o comboio demora perto de 4 horas, chegando um pouco depois da hora prevista.

Train ticket: 600 LKR (inclui a viagem de Kandy até Colombo Fort e de Colombo Fort to Hikkaduwa)

 

Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Kandy Train Station
Train trip from Kandy to Colombo
Train trip from Kandy to Colombo
Train trip from Kandy to Colombo
Train trip from Kandy to Colombo

Como ir de Colombo para Hikkaduwa de comboio:

Chegando a Colombo Fort, a principal estação de comboios da capital é necessário descobrir onde pára o comboio com destino a Matara, que passa em Hikkaduwa, e dado que não existe sinalização adequada e é difícil localizar funcionários, não resta outra hipótese do que perguntar aos outros passageiros, que tudo fazem para ajudar.

Como o primeiro comboio que chegou com destino a Matara estava completamente cheio, o que é frequente nos fins-de semana, a solução foi confiar na ajuda de um dos passageiros que tinha o mesmo destino: apanhar um comboio no sentido contrário até à estação de origem do comboio com destino a Matara, Maradana Station, situada a uns 10 minutos. Aí foi esperar pelo próximo comboio que passasse em Hikkaduwa.

A viagem é bastante agradável com a linha a fazer a maioria do percurso ao longo da costa com vista para o mar.

Chegando a Hikkaduwa, saindo da estação encontra-se do outo lado da rua um pequeno terminal de autocarros. Para ir para as praias de Narigama ou Trianagama, um pouco mais a sul da movimentada Hikkaduwa, basta apanhar um dos autocarros que passam na estrada principal junto ao terminal com destino a Galle.

Bus ticket Hikkaduwa-Narigama: 8 LKR

Colombo-fort Train Station. Sri Lanka
Colombo-fort Train Station. Sri Lanka
Hikkaduwa bus terminal, on the road Colombo-Galle
Hikkaduwa bus terminal, on the road Colombo-Galle
Hikkaduwa bus terminal, on the road Colombo-Galle
Hikkaduwa bus terminal, on the road Colombo-Galle
Bus from Hikkaduwa to Galle that stops in Narigama
Bus from Hikkaduwa to Galle that stops in Narigama

Kandy: o lago e o dente

Sem motivo aparente há locais que não cativam, que não estimulam, que nos tiram energia… apesar de racionalmente nada apresentarem de negativo. E Kandy é um desses locais, onde tem tudo para ser agradável: um lago central, encostas de densa vegetação, um centro animado em termos de comércio, autêntica vida local, diversos locais históricos, património… mas mesmo assim Kandy não deixou saudades, mas mais um conjunto de sensações negativas.

Desta imagem salvou-se o lago que proporciona passeios mais ou menos agradáveis, se se conseguir esquecer o  barulho de autocarros e buzinas que constantemente passam na estrada que circunda o lago, e as cores com que a paisagem se tinge depois do pôr do sol.

Kandy Lake
Kandy Lake

 

Kandy Lake
Kandy Lake

Kandy tem a fama de ser a capital cultural do Sri Lanka, mas uma visita de alguns dias não revelou manifestações culturais significativas apesar de ser evidente a presença do colonialismo britânico nos edifícios públicos e outros convertidos em hotéis e zonas comerciais. Contudo Kandy mantem a sua importância no panorama nacional por ter sido a capital de um dos maiores reinos que governou o Sri Lanka, tendo resistido durante bastante tempo aos ataques dos invasores: inicialmente os portugueses, seguidos dos holandeses e culminando com os britânicos que somente abandonaram o território em 1948.

Mas o que sobressai em Kandy é a religião, pois este é considerado um dos principais locais sagrados do Sri Lanka para a religião budista, pois é aqui que se encontra a famosa relíquia de Buddha, um dente salvo no processo de cremação, que no meio de muitas peripécias foi trazido para a ilha e encontrando-se guardado no chamado Buddha Tooth Relic Temple, mesmo no centro da cidade junto ao Kandy Lake.

Apesar da proximidade com a vizinha Índia, a religião dominante no Sri Lanka é o Budismo seguido por 70% da população; segue-se o hinduísmo com 8%, os muçulmanos com 7% e a restante população dividida pelas várias correntes do cristianismo deixado pela presença portuguesa, holandesa e britânica.

Buddha Tooth Relic Temple
Buddha Tooth Relic Temple
Buddha Tooth Relic Temple
Buddha Tooth Relic Temple

Kandy com a sua localização entre montanhas mas a baixa altitude proporciona um clima ameno que contrasta com as temperaturas sempre elevadas da capital, Colombo, situada somente a 115 quilómetros. Mesmo os Invernos não são demasiado frios como noutras partes do chamado “Hill Country”.

Dado que a principal atracção da cidade é o Buddha Tooth Relic Temple, cuja entrada para estrangeiros custa 1500 LKR (10$) o que a coloca fora do itinerário “backpacker”; acresce o fact de em Singapura existier um outro “dente” de Buda que pode ser visitado gratuitamente, independentemente da nacionalidade de cada um.

Sobraram assim os passeios pelas ruas da cidade, observando a azáfama das cargas e descargas, a visita ao mercado de frescos, a observação do modo de vida local e a degustação de apetitosos snacks (rotis, samossas, vadai, parippuvada, etc…) que aqui tanto servem como pequeno-almoço como podem ser consumidos no intervalo das refeições, encontrando-se à venda m pouco por todo o lado, tanto em vendedores ambulantes como e restaurantes e cafés… onde Kandy revelou ter a melhor qualidade e oferta.

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Kandy Lake
Kandy Lake
Kandy Lake
Kandy
Kandy City center
Kandy
Kandy
Kandy
Kandy
Kandy Market
Kandy Market
Market. Kandy
Peixe seco no Kandy Central Market. Kandy
Market. Kandy
Market. Kandy
Street Food. Kandy
Street Food. Kandy
South Kandy Lake Road
South Kandy Lake Road

Onde dormir em Kandy:

Kandy tem muitas opções em termos de alojamento. No centro da cidade num raio de 2 quilómetros do Clock Tower Bus Terminal existem alguns hostel com quartos partilhados (dorms), desde 900 LKR. De resto no centro da cidade os restantes alojamentos são de gama superior com excepção do Olde Empire, que cobra demasiado para as condições oferecidas.

A maioria das homestays situam-se na encosta sul do lago, ao longo da Saranankara Road, com os preços a variar bastante em função dos quartos e do facto de terem ou não vista sobre o lago. Têm o inconveniente de obrigarem a uma caminhada até ao centro de Kandy, de 10 minutos ou mais caso se situarem no topo da colina. Para ficar numa homestay é conveniente fazer uma reserva durante a época alta pois neste tipo de alojamento existem mais do que três ou quatro quartos.

 

Pink House (homestay)

Address: 15 Saranankara Road, South Kandy Lake, 20000 Kandy

Phone: +94 77 961 8552

Boa localização, no inicio da colina do lado sul do lago, não muito longe da estrada mas suficientemente afastada para não se ouvir o barulho das buzinas. Desde o Bus Terminal como da Train Station é uma distância possível de ser feita a pé, mas autocarros passam na estrada principal e o bilhete custa 8 LKR. Para se chegar ao centro da cidade, local mais próximo com restaurantes, ATMs e comércio não se demora mais do que 10 minutos a pé, num percurso feito ao longo do lago.

O ambiente é familiar, numa atmosfera descomprometida e simpática, ideal para quem gosta de participar no quotidiano familiar e conhecer melhor o modo de vida local.

Os quartos variam em tamanho e conforto, mas são todos com casa de banho partilhada. Os quartos junto à entrada da casa são os mais agradáveis ao passo que os que se situam na parte das traseiras, depois do pátio, são pequenos e desconfortáveis. Refeições podem ser encomendadas com antecedência à proprietária.

Quarto duplo: 1200 LKR

Casa-de-banho partilhada; chuveiro com água quente.

Wi-fi disponível mas extremamente lento.

Pink House homestay. Kandy
Pink House homestay. Kandy
Pink House room. Kandy
Pink House room. Kandy

 

Olde Empire Hotel

Address: 21 Temple St, 20000 Kandy

Phone: +94 77 632 1867

Óptima localização no centro da cidade mesmo em frente ao Buddha Tooth Relic Temple. Contudo bastante barulhento devido à proximidade com uma das avenidas principais da cidade. Os melhores quartos situam-se no piso superior, alguns com vista para a entrada do templo, mantendo o estilo antigo e colonial dado pela pesada mobília e pelo soalho de madeira de onde emana o cheiro da cera. Os quartos situados no piso inferior não têm janelas, somente uns respiradores na parede junto ao tecto, que eliminam qualquer hipótese de privacidade entre os quartos assim como permitem a entrada de mosquitos, do frio da noite (em Dezembro e Janeiro as noites são frias em Kandy) e do barulho da rua, de vozes, motores, buzinas…

O staff é pouco simpático e pouco útil em termos de informações.

Quarto duplo (piso superior): 3000 (com casa-de-banho)

Quarto duplo (piso superior): 1800 (com casa-de-banho partilhada)

Quarto duplo (piso inferior): 2000 (com casa-de-banho)

Não há água quente no duche, quer nos quartos quer na casa-de-banho partilhada.

No Wi-fi

Atenção: alguns quartos têm bed-bugs (percevejos), mas à data da estadia (Janeiro 2016) estavam a ser feitas grandes limpezas com substituição de colchões.

Olde Empire. Kandy
Olde Empire. Kandy
Olde Empire. Ground floor corridor. Kandy
Olde Empire. Ground floor corridor. Kandy

Onde comer em Kandy:

Também em termos de restaurantes Kandy oferece muitas opções, desde restaurantes sofisticados, cadeias internacionais de fast-food, comida indiana, a restaurantes locais com ementa para todos os orçamentos. Dada a influência da religião budista assim como do hinduísmo é muito fácil encontrar comida vegetariana.

Pela novidade e pela atmosfera sobressaiu o Kandy Muslim Hotel (no Sri Lanka assim como no Sul da Índia a palavra “hotel” refere-se a restaurantes simples, despretensiosos e baratos), onde se podem encontrar ao longo do dia os populares roti nas suas muitas variantes com diferentes formatos e recheios e os kottu, cuja preparação é sempre envolta em muito barulho com o cozinheiro oferecendo um pequeno show.

Como o nome indica o espaço é gerido por muçulmanos de longas barbas e muita simpatia, que juntamente com a patina e decoração do restaurante criam uma boa atmosfera, que acompanha os apetitosos pratos, que não são recomendáveis a que seja sensível ao picante ou a quem não goste de comida “gordurosa”!

 

Kandy Muslim Hotel

Address: Dalada Vidiya (no centro de Kandy a curta distância da Clock Tower)

Óptimo para rotis e kottus, mas onde também se podem encontrar outras refeições como fried rice, caris, lentilhas, legumes e carne ou não fosse este um restaurante muçulmano!

Ambiente local, informal, barato mas barulhento.

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Kotu and Roti at Kandy Muslim Hotel
Muslim Hotel. Kandy
Muslim Hotel. Kandy

 

Devon Restaurant & Bakery

Address: 11, Dalada Vidiya (no centro de Kandy a curta distância da Clock Tower e do lado oposto ao Muslim Hotel)

O restaurante fica no primeiro andar, mas o melhor situa-se ao nível da rua onde num ambiente de café se vendem deliciosos snacks (vegetarianos, com carne ou com peixe). De manhã as pessoas fazem fila para o take–away. Como abre às 6 a.m. é uma boa opção para abastecer de comida para as longas viagens de comboio ou de bus que são incontornáveis para quem viaja no Sri Lanka. Cada um destes snacks custa entre 30 a 40 LKR.

Devon Restaurant. Kandy
Devon Restaurant. Kandy

 

A estadia em Kandy proporcionou também tempo para saborear diversas variações do popular rice and curry, que se pode considerar o prato nacional do Sri Lanka, e que se encontra em todos os restaurantes, seja qual for a categoria.

Como o nome indica trata-se de arroz acompanhado de uma, duas ou mais variedades de caril, pol sambol (um tempero picante à base de côco) ou gotukola sambol (um mistura crua de um legume de folha verde com côco e chilli).

Servido desde a manhã o rice and curry é mais popular como almoço, mas raramente se encontra ao jantar nos restaurantes.

Rice and curry
Rice and curry

 

Transportes:

Kandy está servida por caminho de ferro, numa ligação directa com Colombo e a meio caminho do chamado Hill Country. Apesar da curta distância que separa Kandy da capital a viagem de comboio demora mais de 4 horas. A alternativa é são os autocarros que dependendo do trânsito podem demorar mais tempo. De Colombo-Fort partem autocarros com ar-condicionado que fazem menos paragens ao longo do percurso e que demoram entre 3.5 a 4 horas, 265 LKR .

Existem 3 terminais de autocarros em Kandy, todos localizados no centro da cidade, e perto da estação de comboios. O Goods Shed Bus Terminal e o terminal de autocarros privados (Private Bus Terminal) funcionam para serviços de longa distância. O terminal de autocarros 500 metros mais a norte, junto à Clock Tower – Clock Tower Bus Stop – é destinado ao serviço urbano e sub-urbano.

Tanto de qualquer dos terminais de autocarros como da estação de comboios é relativamente fácil chegar ao centro da cidade, ou seja ao lago, e daí optar pela zona urbana que fica do lado esquerdo, ou caminhar para o lado direito e aceder à colina onde se concentram a maioria das homestays e guest houses.

Kandy train Station
Kandy train Station
A/C bus Colombo-Kandy
A/C bus Colombo-Kandy

 

População: 112.000

Altitude: 500m

A comida em Singapura

Singapura orgulha-se de ser a capital gastronómica da Ásia, recebendo influência da culinária Chinesa, Malaia, Indiana e Indonésia, estendendo-se ao Sri Lanka e à Tailândia. Surgem ainda vestígios da presença Portuguesa e Inglesa na região, encontrando-se à venda a “portuguese egg tart” que não é mais do que o famoso pastel de nata.

Singapura como qualquer grande cidade apresenta uma grande variedade de escolha em termos de restaurantes, não só em termos de cozinha, onde domina a comida asiática, mas onde são muitas as opções de comida ocidental, como também em termos de custo de uma refeição.

E percorrendo a cidade, encontramos os restaurantes mais simples e modestos, cujo espaço é aberto para a rua, até aos restaurantes mais modernos e sofisticados, passando pelos muitos restaurantes “à la carte” que apresentam uma grande gama de preços. Pelo meio fica uma infinidade de escolhas, mostrando que a comida tem um papel importante na vida social dos Singapurenses, que dado o elevado poder de compra enchem restaurantes, especialmente às sextas-feiras e sábados

E aqui deparamo-nos com a questão qual é verdadeiramente a comida típica de Singapura… pois a resposta é que é um pouco de tudo, não uma mistura de influências de onde tenha resultado uma gastronomia própria que seja o reflexo da posição geográfica, do clima, da fauna e da flora da região, mas sim uma diversidade de oferta em termos gastronómicos que reflecte a diversidade étnica e religiosa que é o que melhor define este país-estado-cidade.

10 local dishes to try in Singapore
10 local dishes to try in Singapore

 

Rochor Beancurd House: soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!
Rochor Beancurd House: soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!

 

As zonas de Little India, Kampong Glam e Chinatown são as mais atractivas em termos de comida, com qualquer uma delas com opções para todas as “bolsas”. Os centros comerciais também têm muitas opções em termos de restaurantes, para além do fast-food e das grande cadeias internacionais.

Em Singapura a comida apesar de mais cara do que nos países vizinhos é acessível, desde que se opte pelos food-courts e mercados, não existindo em Singapura “comida de rua”. Estes locais fornecem refeições a partir de 4 S$, o que corresponde a 2.5€.

Nos mercados, nas zonas comerciais e um pouco por toda a cidade, com excepção das zonas mais sofisticadas e ricas (Wafles Place, Marina Bay, etc…) existem os chamados food-courts que são áreas compostas de vários quiosques ou pequenos restaurantes agrupados no mesmo espaço, cada um servindo diferentes tipo de comida ou bebidas, geralmente em sistema de take-away, e com uma zona comum composta de mesas e cadeiras. Estes food-courts podem gigantescos ao ponto de uma pessoa quase se perder lá dentro ou de dimensões mais modestas, mas são sempre a opção mais rápida e económica e a que atrai a maioria da população local.

Geralmente apresentam diversas opções em termos de comida, comida chinesa, malaia, indiana… mas alguns são mais direcionados para comida chinesa, onde por vezes não é fácil encontrar comida vegetariana. Os fried-rice e fried-noodles são fáceis de encontrar um pouco por todo o lado e também muito popular é o sistema a que aqui se chama de fast-food, onde a comida está exposta em tabuleiros, e cada pessoa prepara os eu prato, tendo por base o arroz, pagando pelo numero de variedades de que se serviu.

Chinatown Complex
Chinatown Complex

 

Chinatown Peoples Park Complex.
Chinatown Peoples Park Complex.

 

Chinatown. food court
Chinatown. food court com pouco mais de cinco restaurantes

Com tanta diversidade não faltam restaurantes vegetarianos ou mesmo vegan, mas estes geralmente em zonas mais sofisticadas da cidade. Mas Singapura reúne diversos tipos de gastronomias e quase todos os locais apresentam pelo menos uma opção vegetariana, sendo a comida Chinesa a mais difícil neste campo, e a Indiana a mais fácil, pois em Singapura existe uma grande comunidade hindu. A comida malaia também tem alguns pratos tradicionais, que dependendo do restaurante podem ter ou não produtos de origem animal, contudo é geralmente possível pedir para confecionar determinado prato substituído carne, peixe ou marisco por tofu, que devido à influência chinesa é bastante popular.

Mas atenção pois os molhos que acompanham a comida, são muitas das vezes feitos com fish-souce ou outros condimentos de origem animal. Para vegans é mais difícil, pois os ovos são uma presença constante em muitos dos pratos, sejam ou não vegetarianos.

Tooth Relic Temple
Vegetarian Pork Ribs @ Tooth Relic Temple Canteen

Em Kampong Glam, o chamado Arab Quarter dispondo-se em volta da mesquita Masjid Sultan, podem-se encontrar restaurantes de comida Marroquina, Tunisina, Turca e Iraniana, mas pelo meio existem muitas mais opções sendo um local ideal para saborear os tradicionais pratos Malaios: laksa, lontong, nasi lemak, nasi goreng… em que “nasi” significa arroz, sendo apresentado salteado (ou frito) nas mais diversas formas, e sabores, com vegetais, frango, vaca ou marisco… ficando a carne de porco excluída da gastronomia de um país muçulmano.

O nasi lemak pode ser considerado um dos pratos mais populares da Malásia e é consumido geralmente ao pequeno almoço, sendo básico e muito simples de preparar, constituído à base de arroz, anchovas fritas, amendoins fritos, umas rodelas de pepino e ovo, que pode ser cozido ou frito, e que pode ser servido no prato ou embrulhado em folha de bananeira. Mas o que torna este prato especial é o sambal, uma pasta avermelhada feita à base de chilis, cebola, gengibre alho e mais uns quantos condimentos, resultando numa mistura picante, mas muito saborosa.

Laksa é outro dos populares pratos Malaios que se encontra facilmente em Singapura, constituído por um caril à base de leite de côco, doce e picante, com gengibre e lemongrass, que envolve noodles de arroz e alguns vegetais. Pode ser também de marisco.

Lontong, um prato tradicional da Indonésia que foi incorporado na cozinha malaia encontrando-se também em Singapura. Feito com arroz prensado, formando um rolo que depois é cortado em pedaço e regado com um caril de vegetais à base de leite de côco, ao qual se junta tofu, tempeh e ovo cozido. À semelhança do nasi lemak, é adicionado um sambal à base de peixe.

Laksa
Laksa

 

Nasi Lemak
Nasi Lemak

 

lontong
Lontong

Kampong Glam é um dos locais indicados para experimentar os biryani, um prato indiano à base de arroz, tradicional das zonas muçulmanas, mas com um “twist” malaio onde predomina a carne. Mas também aqui se podem saborear os roti prata, ou simplesmente roti, ou paratta, que é tradicional do Sul da Índia mas que foi incorporado na gastronomia da Malásia, sendo popular também em Singapura. Trata-se de um pão achatado, não levedado, mas cuja massa é estendida até ficar muito fina, com a ajuda de muito óleo, e depois trabalhada e espalmada, de forma a criar camadas de forma tosca, que depois de frita sob chama metálica fica ligeiramente estaladiça. É servida com um pequeno prato de caril, onde o roti é demolhado, podendo-se encontrar várias versões deste prato, com o roti recheado de ovo.

roti @ Singapore Zam Zam Restaurant
roti @ Singapore Zam Zam Restaurant

 

Para quem aprecia comida indiana, Little India é o local que oferece melhor variedade, em especial comida tradicional do sul da Índia, pois a maior parte da comunidade indiana aqui residente é do estado de Tamil Nadu. Para além de todo o tipo de snacks o mais popular são os thalis que em muitos restaurantes são servido em folha de bananeira, podendo ser vegetarianos ou não-vegetarianos. Aqui também são populares os rotis, as dosa, uttapam, vada, puri, etc… Little India é também o local de eleiçãoo para adquirir produtos de origem indiana, como especiarias e condimentos, encontrando-se nas mercearias uma grande variedade de vegetais.

 

veg thali @ Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India
veg thali @ Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India

Em Chinatown, ainda mais do que noutras zonas da cidade, fervilha a actividade em volta da comida, dominando os food-courts, onde se podem reunir centenas de bancas de comida, onde se pode encontrar um pouco de tudo em termos de culinária asiática, atraindo milhares de pessoas que aqui fazem refeições desde a manhã até ao fim do dia, com comida a ser servida durante todo o dia. Um dos mais populares é o Chinatown Complex, onde o ambiente é barulhento e agitado mas que proporciona um visão interessante sobre o modo de vida, a cultura e a forma de estar da população. Um refeição nestes food-courts pode custar entre 4 e 5 S$, com os pratos de carne e marisco de preço mais elevado.

Uma das especialidades chinesas é o popiah, um rolo de massa muito fina que envolve uma mistura de alface, rebentos de soja, amendoim, cenoura cozinhada e um molho picante. São deliciosas e um óptima opção vegetariana para um snack.

Chinatown Complex. Popiah
Chinatown Complex. Popiah

 

Chinatown Complex. Popiah
Chinatown Complex. Popiah

Também em Chinatown, no Buddha Tooth Relic Temple, existe na cave uma cantina onde somente é servida comida vegetariana, mas seguindo a gastronomia chinesa, onde a carne é substituída por derivados de origem vegetal que em aspecto e consistência se assemelham a carne. Uma optimo forma de explorar a rica gastronomia chinesa para vegetarianos. Cada refeição, que é constituída por um prato de arroz com dois acompanhamentos custa 3 S$. Somente está aberto até às 3 pm. A comida é boa, o ambiente é calmo e o lucro tem fins de caridade.

Tooth Relic Temple
Tooth Relic Temple

Em termos de bebidas o chá é muito popular entre a comunidade chinesa, sendo visto com fins medicinais; mas é o ice-tea, que é chá ao qual é adicionado leite-condensado e que pode ser servido quente ou com gelo que ganha em termos de popularidade. Uma bebida doce e fresca que sabe bem com o clima quente e húmido de Singapura.

O café é também muito popular e pode ser encontrado nas sofisticadas coffee-shops, nas vertentes de expresso, cappuccino, latte, etc… ou em alternativa pode-se saborear o singaporean coffee, kopi, um café de “filtro” mas extremamente denso e bastante forte em termos de cafeína, e que é servido de diversas formas:

  • kopi entende-se café com leite condensado, servido quente
  • Kopi C: café quente servido com leite e açucar
  • Kopi O:com açucar
  • Kopi O Kosong:sem açucar e sem leite
Kopi, Singaporean coffee
Kopi, Singaporean coffee

Onde comer em China Town:

  • Tooth Relic Temple: cantina com comida vegetariana chinesa: 3 S$

Address: 288 S Bridge Rd, Singapore 058840

Tooth Relic Temple. Schedule
Tooth Relic Temple. Schedule
  • Chinatown Complex: o mercado de frescos na cave, roupa no piso térreo e comida no primeiro andar onde as opções são tantas que é difícil a escolha com diversos tipos de gastronomias e bancas especializadas em pratos específicos; refeições a partir de 3 S$
Chinatown Complex
Chinatown Complex

Onde comer em Little India:

  • Komala Villas: comida típica do sul da Índia a preços acessíveis; thali servido em folha de bananeira.

Address: 76 Serangoon Rd, Singapore 217981

Komala Vila Restaurante. Little India
Komala Vila Restaurante. Little India

 

  • Famous Indian Curry Food Restaurant: serve em ambiente informal deliciosos thali em folha de bananeira, com opção vegetariana. 6 S$

Address: 30/32 Upper Dickson Road, Singapore 207489

Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India
Famous Indian Curry Food Restaurant. Little India

 

Onde comer em Kampong Glam (Arab Quarter):

  • Kampong Glam Cafe: boa comida com uma grande variedade de pratos malaios (lontong, laksa, nasi lemak, nasi goreng e muitos mais), rotis e também com a opção de self-service onde tendo por base arroz se pode compor o prato com vários acompanhamentos à escolha que variam diariamente, e onde também é possível encontrar opções vegetarianas. Optimo local para tomar uma bebida (sem álcool) e observar o modo de vida local. Refeições a partir de 3.5 S$

Address: 17 Bussorah St, Singapore 199438

 

Kampong Glam Café
Kampong Glam Café

 

  • Singapore Zam Zam Restaurant: muito popular pelos byriani (só de carne) e pelos rotis

Address: 697-699 N Bridge Rd, Singapore 198675

Singapore Zam Zam Restaurant
Singapore Zam Zam Restaurant

Onde comer em Geyland:

  • Rice House  (Zhou Da Wang): este informal restaurante confeciona as receitas típicas da gastronomia chinesa mas usando derivados de produtos vegetais, essencialmente soja, que se assemelham em textura à carne, podendo-se assim saborear “hainanese chicken rice” sem sacrificar animais J

Address: Blk 129 #01-102 Geylang East Avenue 2, Singapore380129, Singapore

 

  • Rochor Beancurd House: aqui produzem-se e servem-se produtos à base de soja, por exemplo soy-milk e o beancurd (também chamado soybean pudding) um pudim feito de tofu muito macio e suave que é servido como sobremesa ou snack, regado com xarope de cana-de-açúcar, um produto típico da culinária chinesa. Aqui também se encontra a “portuguese egg tart”!

Address: 745 Geyland Road (Lor 39), Singapore 389653

Rochor Beancurd House:soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!
Rochor Beancurd House:soy-milk, beancurd e “portuguese egg tart”!

Notas da India #3

Indicações.

Por muitos mapas que se usem… por muitos guias que se consultem… acaba sempre por ser necessário, para quem anda em viagem, perguntar aos habitantes locais um caminho, a localização da estação de comboios, do terminal de autocarros, onde se pode apanhar o autocarro (pois é raro os locais de paragem estarem identificados), onde fica um templo, um hotel ou uma guest house, um restaurante…

Aqui na Índia estas perguntas têm geralmente uma resposta vaga, um gesto impreciso a indicar uma direcção e algumas palavras pouco perceptíveis a completar a resposta, o que muitas vezes obriga a fazer a mesma pergunta várias vezes, ou caminhar em direções opostas até chegar ao destino pretendido, mesmo quando se está à procura de algo que se situa a curta distância ou que e um local muito conhecido.

Em Leh, por exemplo perguntamos a um polícia (erro crasso… geralmente falam muito pouco inglês) pela estação de autocarros, que se situa dentro da cidade, sendo de certo conhecida por todos os habitantes, pois e de lá que chegam e partem praticamente todas as ligações para as cidades e povoações vizinhas. Depois de muito pensar, e olhando desorientadamente em várias direções, disse-nos que o melhor era apanhar-mos um tuk-tuk, pois ainda ficava longe, o que parecia dificultar a explicação do caminho que devíamos seguir. Com paciência lá obtivemos a direção a tomar, pois estávamos decididos a ir a pé, pois entretanto encontrámos a placa que indicava o terminal de autocarros; descemos a rua e em menos de dez minutos chegamos onde queríamos!

Público vs Privado

Os indianos são conhecidos pelo seu pudor em mostrar o corpo em público, o que se torna bem evidente junto das praias, onde se banham integralmente vestidos e com a mesma roupa que usam no dia a dia.

Contudo, atividades que para nós, ocidentais, são consideradas do foro privado, como lavar os dentes, tomar banho, cortar as unhas, lavar e pentear o cabelo, etc… são aqui executadas na rua, ou em outros locais públicos sem o mínimo de constrangimento. Em algumas cidades vêem-se barbeiros a cortar o cabelo e a fazer a barba a clientes sentados em cadeiras em plena rua, protegidos pela sombra de alguma árvore, alheios ao frenético movimento que os envolve.

A passagem de comboio pelos subúrbios de uma cidade indiana, em especial quando coincide com o inicio do dia e sempre presenteada com a imagem de inúmeros indivíduos que aproveitam a proximidade da linha para urinar ou defecar, enquanto olham alheadamente para o comboio a passar, como se o caminho de ferro marcasse o limite do seu mundo e partir dessa linha nada mais houvesse.

Uma das coisas com que ainda me surpreendo e com o arrotar, que aqui e feito sem a mínima descrição ou embaraço…. Don’t panic… is only organic!

Abaixo de cão

Somente aqui na Índia dei o devido valor a esta portuguesa expressão. Realmente pouco mais existe abaixo do que a vida que os cães aqui levam e a forma da como são tratados.

Exceção são os cães que vi no norte do país, em especial nas zonas montanhosas do estado de Himachal Pradesh, onde têm melhor aspecto espelhando a qualidade de vida que aí se tem.

Praticamente todos os cães na Índia são vadios e encontram-se espalhados pelas ruas das cidades, dormindo praticamente todo o dia, nas sarjetas, valas, nos mais estranhos locais e nas mais bizarras posições, para de noite ocuparem as ruas com os seus latidos, em matilhas ferozes.

Vagueiam pelas ruas, tímidos assustados,alimentando-se à base do lixo espalhado pelas cidades, ou de restos de comida que é diariamente despejada nas ruas ou próximo de contentores do lixo, local que serve também de alimento às vacas, cabras, búfalos, macacos e às gralhas.

São quase sempre animais sem dono: magros, estropiados, sujos, muitas vezes com feridas profundas, doentes ou mesmo próximo da morte. São repelidos pelos muçulmanos pois os cães não são bem vistos segundo o Alcorão; os hindus geralmente não os tratam mal, mas não lhes oferecem mais do que indiferença.

Não sei se existe mais alguma coisa abaixo dos cães, mas vêem-se por aqui pessoas que levam uma vida que aparentam estar ao mesmo nível destes animais, sem terem melhores condições de vida ou de tratamento.

Ninhada de cachorros numa das ruas de Varanasi
Ninhada de cachorros numa das ruas de Varanasi

Línguas

Segundo um estudo recentemente desenvolvido pela “People’s Linguistic Survey of India”, foram identificadas no território indiano 780 línguas e 66 escritas diferentes, isto considerando somente línguas faladas ou escritas por mais de 10 mil pessoas.

O estado do Arunachal Pradesh, situado no nordeste da Índia, entre o Tibete e a Birmânia, é o que apresenta maior riqueza linguística, com 90 línguas diferentes, seguido dos estados de Assam, Gujarat, Maharashtra e West Bengal. O nordeste do país regista uma das mais elevadas diversidade de línguas do mundo, proporcionalmente à população, dado tratarem-se de regiões montanhosas, de difícil acessibilidade, onde ainda existem muitas tribos e comunidades nómadas.

Alguma desta diversidade linguística está espelhada nas notas, onde o valor facial aparece escrito por extenso com 15 línguas e grafias diferentes, para além do inglês e do “hindi” escrito nos correspondentes caracteres devanagri.

O “hindi”, apesar de ter sido adoptado como língua oficial da Índia em 1950, não é falado em todo o país: no sul, nos estados de Tamil Nadu, Goa e Kerala mantêm-se fortemente enraizadas as línguas locais.

Quando cheguei a Tamil Nadu, deparei-me com uma língua e com uma escrita totalmente diferente, o “tamil”, semelhante ao que se fala no Sri Lanka, e contatei que pouca gente fala ou compreende o “hindi”; no estado de Jammu e Kashmir, falam o “kashmiri”, semelhante ao “urdu”, língua oficial do vizinho Paquistão, e que se escreve com caracteres árabes; em Leh, assim como em toda a região do Ladakh, fala-se o “ladakhi” que deriva da língua tibetana, tanto na fonética como na escrita.

A juntar toda esta manta de retalhos existe o inglês, que aparece muitas vezes a acompanhar a escrita local, e que e mais ou menos falado por quase toda a gente… na maior parte dos casos, somente palavras isoladas, ou frases decoradas, sendo raro encontrar pessoas com quem se possa ter uma conversa mais aprofundada para além das habituais perguntas: “what is you good name?”, “where are you from?”, “how much time in India?”, “what is your job?”, “how old are you?”, “do you like India?”

A população urbana e mais jovem fala inglês com fluência, e muitas das aulas nas universidades são dadas nesta língua. As pessoas que conheci de Delhi e de Mumbai, expressam-se fluentemente em inglês, mesmo quando conversam entre eles na presença de estrangeiros. E também esta língua usada pelos outros indianos, quando visitam o sul do país, concretamente Kerala e Tamil Nadu, pois aqui a maior parte das pessoas não fala “hindi”… nem quer ouvir falar, pois são extremamente orgulhosos da sua diferença cultural que os torna bem destintos dos habitantes dos restantes estados.

Em Pondicherry, antiga colónia francesa onde ainda hoje é bem evidente a influência francófona, encontram-se vários indianos a falar fluentemente francês, tanto com os turistas como entre si… em especial as pessoas mais velhas! Alguns indianos vem propositadamente para esta cidade para estudarem e praticarem a língua francesa nas várias escolas existentes como a Alliance Françaises. Coisa que em Goa, não acontece com o português… que pouco mais se encontra do que no apelido de algumas famílias, no nome de algumas ruas e em alguns pratos tradicionais.

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Escrita “tamil” no estado de Tamil Nadu… aqui pouca coisa é traduzida para caracteres ocidentais ou mesmo para inglês
Esctita "ladakhi" No estado de Jammu e Kashmir
Esctita “ladakhi” na região do Ladakh, no estado de Jammu e Kashmir, onde o inglês e falado com pela maior parte dos habitantes e onde muitas das indicações estão escritas nos caracteres ocidentais
Escrita "hindi" com caracteres devagrani, que se encontra frequentemente na maioria dos estados da Índia
Escrita “hindi” com caracteres devanagri, que se encontra por toda a Índia com excepção dos estados mais a sul, Tamil Nadu e Kerala e no extremo norte: Jammu e Kashmir

Pobreza

Segundo um artigo publicado no jornal diário publicado na língua inglesa “The Hindu” em Julho deste ano, o número de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza na Índia e estimado em 217 milhões nas zonas rurais e em 52 milhões em áreas urbanas.

Contudo verifica-se um decréscimo geral dos níveis de pobreza, em comparação com os anos de 2004/05, de cerca de 21%, sendo esta diminuição mais significativa nas zonas rurais, onde a percentagem de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza passou de 42% para 26%, em 2011/12.

Em termos de zonas urbanas, os estados de Sikim, Goa, Tamil Nadu e Andhra Pradesh, foram os que apresentaram os valores mais baixos em termos de pobreza, nos meios urbanos.

Contudo a realidade que se observa é bem diferente… nos meios rurais a pobreza e menos evidente, apesar de a maior parte das pessoas viver da agricultura e do gado, vivendo muitas vezes em casas rústicas, muitas ainda mantendo a construção tradicional e com condições básicas de abastecimento de água e de saneamento…mas não se vêm pedintes ou pessoas a dormir nas ruas.

Nas cidades a situação é bem diferente, com os superlotados subúrbios a abarrotar de casas semi-construídas, degradadas, barracas construídas com plásticos e madeiras, junto a lixeiras e a ribeiras imundas devido a esgotos domésticos e industriais. Por baixo de viadutos é frequente verem-se pessoas a dormir, partilhando o espaço com cães, vacas e ratazanas; muitos dormindo no chão, sem qualquer abrigo ou proteção, e transportando todos os seus pertences consigo, que pouco mais espaço ocupam do que um saco ou dois sacos.

A maior parte das pessoas que mendiga pelas ruas das cidades são mulheres com crianças, deficientes e idosos, pois na Índia não existe um sistema de assistência social que dê apoio a quem não pode trabalhar. É bastante frequente verem-se pessoas que aparentam ter muita idade, por vezes com evidentes dificuldades em se movimentarem a trabalhar, varrendo ruas, conduzindo richshaws, carregando mercadorias, limpando mesas de restaurantes, vendendo frutas e legumes ao longo das ruas e em mercados… Os deficientes são em grande número se comparamos com os países ocidentais, não tanto em resultado de acidentes mas aparentemente devido a malformações genéticas e ou a doenças.

Por onde andei, somente em Varanasi e no sul da Índia, em Tamil Nadu, é que o número de pessoas a dormir e a mendigar nas ruas se tornou bastante evidente, ultrapassando as habituais zonas que envolvem os templos, e abordando directamente, e as vezes com alguma insistência, quem passa, em especial os estrangeiros; em Leh e Srinagar, no estado de Jammu e Kashmir, praticamente não havia mendigos nem tão pouco me apercebi de pessoas a dormir nas ruas.

Curiosamente, em Pondicherry, talvez a cidade mais bem conservada, limpa e organizada, por onde passei, e sem dúvida a que oferece melhor qualidade de vida, vêm-se bastantes mendigos e pessoas a viver na rua, uns dormindo em jardins outros em abrigos precários construídos em ruas menos movimentadas. Também foi aqui que encontrei instituições destinadas ao apoio dos mais pobres, maioritariamente geridas pelas várias instituições religiosas de inspiração cristã; noutras partes do país vê-se por vezes a distribuição de comida, de manhã muito cedo, junto aos principais templos hindus.

Para além da mendicidade, a pobreza também transparece através do trabalho infantil, muitas vezes com crianças ajudar em negócios de família ou na agricultura, em horários nem sempre compatíveis com a ida à escola.

A propósito de pobreza, transcrevo uma frase escrita por Mark Twain, aquando de uma viagem de três meses que fez a Índia em 1895: “olhando para os mais pobres, das mais pobres e superpovoadas cidades, a vida de uma vaca na Índia parece ser mais sagrada do que a via humana”.

Mulher vendendo cerejas numa das aldeias do estado de Himachal Pradesh
Mulher vendendo cerejas numa das aldeias do estado de Himachal Pradesh
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Um dos muitos trabalhos pesados que são executados manualmente
Trabalho nos campos em Dharamkot, no estado de Himachal Pradesh
Trabalho nos campos em Dharamkot, no estado de Himachal Pradesh
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Sou a Catarina, uma viajante de Lisboa, Portugal… ou melhor, uma mochileira com uma máquina fotográfica!

Cada palavra e foto aqui presente provém da minha própria viagem — os locais onde fiquei, as refeições que apreciei e os roteiros que percorri. Viajo de forma independente e partilho tudo sem patrocinadores ou anúncios, por isso o que lê é real e sem filtros.

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