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Stepping Out Of Babylon

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Guwahati… a entrada nos estados do Nordeste

Guwahati, não sendo a capital do estado de Assam, é a cidade que serve de porta de entrada nos chamados Northeast States, devido principalmente à sua posição geográfica, no extremo Nordeste da Índia, numa zona de planície entre o Butão e as montanhas do estado de Megahlaya.

Sob o genérico nome de Northeastern States, reúnem-se sete estados, também chamados de Seven Sisters, situados no extremos Nordeste da Índia, fazendo fronteira com o Butão, o Bangladesh, a Birmânia (Myanmar) e Tibete (China). Estes estados juntamente com Sikkim encontrando-se “ligados” ao resto do país por uma estreita faixa de território situado no estado de West Bengal, o chamado “chicken’s neck”, uma faixa de território entre o Nepal e o Bangladesh cuja largura em certo ponto é de somente 23 quilómetros.

Assim estas Seven Sisters, são compostas por: Arunachal Pradesh, Assam, Megahlaya, Tripura, Mizoram, Manipur e Nagaland. Até recentemente estes estados tinham restrições aos visitante sendo necessárias autorizações (permits), mas actualmente, somente o estado de Arunachal Pradesh exige permits para os visitantes, tanto estrangeiros como de nacionalidade indiana, dada a delicada fronteira com a China.

Guwahati
Guwahati

 

Depois de uma viagem de comboio de cerca de 30 horas, espera-nos a habitual agitação das cidades, com barulho, trânsito e movimentos apressados das pessoas. Mas Guwahati tem a vantagem de ter a estação de comboios situada mesmo no centro da cidade, o que evita o habitual stress de negociar tarifas com os ávidos motoristas de tuk-tuks.

E sendo a porta de entrada dos estados do Nordeste, nota-se logo à chegada, com uma grande diversidade étnica, onde sobressaem os rostos de traços mongóis, mas onde são predominantes os traços fisionómicos típicos indianos .

Saindo da estação de comboios deparamo-nos com o Paltan Bazaar situado do lado esquerdo da movimentada estrada nacional que atravessa a cidade, a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). No Paltan Bazaar, a menos de cinco minutos da estação e do terminal de autocarros, concentram-se os alojamentos, dominando os hotéis, de maior ou menor qualidade. Mas é aqui que as dificuldades começam. Muitos dos hotéis não aceitam estrangeiros, pois é necessário uma licença especial e dado os pouco visitantes não-indianos muitos optam por não pagar. Por isto, os alojamentos mais modestos não aceitam estrangeiros, argumentando que se encontram cheios, quando na verdade as chaves dos quartos aguardam pacientemente na recepção. Assim somos empurrados para hotéis mais caros, alguns tirando partido das poucas alternativas cobrando preços elevados e oferecendo condições miseráveis… 600 rupias que não dão direito a lençóis lavados!

Nesta busca por um local onde dormir surgiu no meu caminho a placa Youth Hostel instituição que desconhecia existir na Índia. No edifício que já viu melhores dias, reina uma atmosfera de vazio e abandono, o quarto precisa de algumas reparações e a casa-de-banho é decrépita, mas o preço, os lençóis lavados e a simpatia dos funcionários fizeram deste local um abrigo para passar um noite antes de seguir viagem para as montanhas de Megahlaya.

Fancy Bazzar
Fancy Bazaar

Da tarde passado na cidade não houve oportunidade para ir longe do centro da cidade e do confuso Paltan Bazaar e do Fancy Bazaar, que apesar do nome pouca diferença fazem. Mas houve tempo para caminhar até às margens do gigantesco Brahmaputra, de águas castanhas e calmas oferece uma paisagem serena que contrasta com o movimento das ruas da cidade. O Brahmaputra, um dos maiores rios asiático, atravessa todo o estado de Assam, seguindo para Sul até desaguar na Baia de Bengal, atravessando as planícies do Bangladesh.

Brahmaputra
Brahmaputra

Na religião Hindu, é popular representação de yoni juntamente com o lingam, que correspondem aos elementos feminino e masculino da criação cósmica, de acordo com a corrente que segue Shiva. Mas poucos são os templos dedicados exclusivamente ao lado feminino desta energia: Shakti (também referida como Devi), a deusa que representa as energias da criação e da mudança, associada à fertilidade e também à criatividade. Em Guwahati encontra-se um dos mais importantes templos dedicados deusa-mãe: o Kamakhya Temple, onde durante Ambubachi Mela são sacrificados animais, de acordo com a tradição tântrica, onde o sangue de cabras simboliza a menstruação anual da deusa Kamakhya.

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Para quem visita o local, o que sobressai é a côr vermelha, simbolizando a menstruação, o ciclo reprodutivo feminino e a fecundidade: o vermelho das vestes dos pujari (seguidores da deusa Kamakhya), o vermelho das flores que adornam estátuas, o vermelho do pigmento que cobre as estátuas da deusa Kamakhya, junto da qual se acendem incensos e velas, o vermelho que parece jorrar das vaginas de estátuas associadas à fertilidade.

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

 

Como ir até ao Kamakhya Temple:

Para ir ao Kamakhya, pode-se apanhar um dos autocarros que passam na GS Road. Basta perguntar por “kamakhya” e pára na estrada principal (AT Road). O bilhete de bus custa 8 rupias. Depois de passar por um pórtico (gate) encontram-se autocarros da ASTC que fazem o percurso até ao cimo da colina, por 7 rupias; partem quando estão cheios e o percurso demora uns 10 minutos. Existem um acesso pedonal, uma escadaria coberta, que acede ao templo mas que parece ser pouco utilizada face ao conforto e rapidez dos autocarros.

Para visitar o interior do templo é necessário juntar-se às dezenas de peregrinos que aguardam pacientemente numa longa fila, para depositar as oferendas junto do altar da deusa Kamakhya. Mas como acontece muitas vezes na Índia, onde se cultiva a distinção entre classes sociais, existe um acesso VIP que poupa aos peregrinos e visitantes a uma longa espera, mediante o pagamento de 501 rupias… sim, quinhentas e uma… vá-se lá saber o porquê desta modesta rupias no meio de outras 500!!?!?

 

Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati
Portico junto à estrada principal onde estacionam os bus que vão até ao cimo da colina. Kamakhya Temple. Guwahati

 

autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati
autocarro para o Kamakhya Temple. Guwahati

 

Kamakhya Temple. Guwahati
Kamakhya Temple. Guwahati

Onde dormir em Guwahati:

Para quem fica somente por uma noite, a GS Road e as ruas transversais oferecem dezenas de opções com variados preços. Da busca efectuada não se consegue um quarto com casa-de-banho partilhada por menos de 500 INR, que contudo não garantem lençóis lavados.

Inesperadamente surgiu o Youth Hostel que fica num discreto acesso do lado direito da GS Road, na esquina com MD Shah Road. O edifico parece abandonado e de facto ninguém ocupa os quartos, sendo o usado com escritórios de uma organismo estatal ligado ao turismo. O quarto disponibilizado funciona em regime de dormitório, com 4 camas e cada-de-banho, mas encontram-se em más condiarntudi m.em o quarto ficou ssment euma noite e se encontra com orçameto usado com escritório, mulheteções, a precisar de reparações profundas em especial a casa-de-banho. A cama é confortável e os lençóis são limpos; tem rede mosquiteira.

Uma opção para quem pretendi ficar somente uma noite em Guwahati e se encontra com orçamento muito limitado.

Youth Hostel Guwahati: Quarto em dormitório, com casa-de-banho: 250 INR (pelo quarto, independentemente do numero de ocupantes). Apesar de ser um dormitório, como não há mais ninguém o quarto ficou só para mim.

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

 

Youth Hostel. Guwahati
Youth Hostel. Guwahati

Onde comer em Guwahati:

Muitos restaurantes, aqui chamados de “hotel” alinham-se junto à estação de comboios e ao longo da GS Road, assim como nas ruas transversais do Paltan Bazaar, com thalis vegetarianos aceitáveis por 60 rupias. Domina a comida típica indiana, mas numa versão mais pobre, com arroz, caris à base da batata e dal aguados. Quase todos os restaurantes servindo pratos veg (vegetariano) e non-veg (não vegetarianos), o que reflecte o gosto dos Assameses pela carne.

Óptimas parahtas durante a manhã nos dois pequenos restaurantes no inicio da GS Road, o Greenview e o Deepak Restaurant, localizados do lado direito de quem vem da saída sul da estação de comboios.

 

"parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
“parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

restaurante de comida indiana e deliciosas "parathas" no Paltan bazaar. Guwahati.
restaurante de comida indiana e deliciosas “parathas” no Paltan bazaar. Guwahati.

 

Caso se esteja no Fancy Bazaar e se sinta o apelo do estômago, o Rajhans Hotel, num segundo andar de um anónimo edifício é uma simpática opção, com comida vegetariana, atendimento acolhedor e uma decoração que nos remete para uma cantina de escola, onde o passar do tempo deixou um certo carisma.

Rajhans Hotel: S.S. Road, Fancy Bazaar, Guwahati. Thali vegetariano por 70 rupias.

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
tahli no Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.
Rajhans Hotel. Vegetariano. Fancy bazaar. Guwahati.

 

Transportes em Guwahati:

Tanto a estação de comboios como o terminal de autocarros públicos (ASTC) ficam convenientemente situados no centro da cidade, perto de alojamentos e restaurantes e demais actividade comercial.

De Guwahati existem comboios que atravessam o estado de Assam, em direcção a Norte, até Dibrugarh, passando por Dimapur.

Nota: a estação de comboios de Guwahati tem duas entradas: o lado Norte (do mesmo lado do rio) e que é a entrada principal, e uma outra do lado Sul que dá directamente para a GS Road (Guwahati-Shilllong Road). O Reservation Office (para bilhetes de longa distância) fica num edifício a uns metros da entrada Norte da estação (oposta ao Paltan bazaar).

 

Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar
Guwahati Train Station. South entrance. Paltan Bazaar

 

Guwahati Train Station. North entrance.
Guwahati Train Station. North entrance.

 

O terminal de autocarros públicos fica mesmo à saída da estação de comboios (perto do Paltan Bazaar). A bilheteira da ASTC é no interior do edifício, apesar de haver vários quiosques de empresas privadas que também vendem bilhetes da empresa pública.

  • O bus (ASTC) de Guwahati para Shilong parte às 7.30 am, e a viagem demora 4 horas.Bus ticket de Guwahati para Shilong: 135 rupias (a/c)… de facto o ar-condicionado não funciona, mas é suportável pois o autocarro circula sempre com a porta aberta, e à medida que nos afastamos das planícies de Assam a temperatura é mais fresca.

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Terminal de bus ASCT em Guwahati
Terminal de bus ASCT em Guwahati

 

Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati
horários. Terminal de autocarros da ASCT em Guwahati

 

Em alternativa aos autocarros existem os sumo, um todo-o-terreno partilhado, que é um modo de transporte muito comum nos estados do Nordeste, e que faz a ligação entre as principais cidades. No interior do Guwahati Bus Terminal, na zona onde estacionam os autocarros encontra-se um quiosque onde se podem comprar bilhetes para os sumo. Em geral estes veículos não têm horário definido, circulando durante o dia desde manhã muito cedo, e partem quando estão cheios.

  • sumo de Guwahati para Shilong: 170 rupias (a viagem demora cerca de 2.45h, dependendo do trânsito e do número de paragens)

bilheteira de "sumo" no Terminal Central de autocarros
bilheteira de “sumo” no Terminal Central de autocarros

Internet em Guwahati

A maior parte dos hotéis não tem internet, os que têm cobram por vezes 100 rupias por dia. A melhor opção são os postos de internet que são raros e nem sempre são fáceis de encontrar.

Na GS Road, do lado esquerdo de quem se afasta da estação de comboios, existem um edifício de lojas “complex” onde no primeiro andar existe um posto de Internet, Virtual Office-Cyber Café, com boa ligação e com wi-fi.

  • Wi-fi: 30 rupias por hora.

 

altitude: 56 m

população: 809.895

Sobre mim

Olá! Sou a Catarina: viajante e aspirante a fotógrafa.

Sou de Lisboa, onde passei a maior parte da minha vida, mas tenho passado os últimos anos a viajar!

A minha primeira longa viagem começou em 2013 e durante 15 meses levou-me até ao Sudeste Asiático e ao Subcontinente Indiano: Índia, Nepal, Laos, Camboja, China, Myanmar (Burma), Vietname e Tailândia. Mais tarde o percurso estendeu-se pela Malásia, Singapura, Sri Lanka e Indonésia… e também pelo Norte de Africa e Médio Oriente como o Irão, Marrocos e Turquia 

O distante Japão e Taiwan são os meus mais recentes destinos, como Myanmar que eu tenho visitado repetidas vezes nos últimos anos.

Com este blog, partilho as minhas viagens e experiências, fornecendo informações e dicas sobre como viajar com um pequeno orçamento e em segurança, esperando assim ajudar outros viajantes e inspirar aqueles que ainda não começaram a viajar.

Não sei ao certo o que me faz continuar, mas a fotografia é com certeza uma das razões para continuar, tentando capturar o espírito e a atmosfera dos lugares, o estilo de vida local e retratar as pessoas.

E comida… a comida é com certeza uma das coisas que mais me entusiasma quando viajo. Mas ser vegetariana traz novos desafios e dificuldades, e espero que a minha experiência(s) possam ajudar a tornar as viagens mais fáceis e deliciosas!

Amor e respeito

“Sê dono apenas do que podes transportar contigo. Conhece línguas, conhece países, conhece pessoas. Deixa que a tua memória seja o teu saco de viagem.”Alexander Solzhenitsyn

Um chamamento para o que é novo, um frémito pelo desconhecido, um impulso que me leva ao movimento e uma vontade de conhecer outras culturas, arrastou-me para viagens de termo incerto, onde cada momento é um desafio à imaginação e um romance com a vida.

Sobre o Sri Lanka

Um país rico e de cultura interessante e diversificada, resultante da longa história e pela posição geográfica que coloca esta ilha na rota comercial entre oriente e ocidente que dominou os mares por vários séculos, donde resulta uma mistura de várias influências: religiosas, culturais, gastronómicas e sociais.

Onde para além das naturais divisões religiosas a sociedade se encontra estratificada por castas, o que condiciona o nível e qualidade da escolaridade, os casamentos, os empregos e a posição na sociedade, que claramente é dominada pelos Cingaleses, maioritariamente budistas, onde pouco espaço sobra para Tamils ou muçulmanos.

Um país onde o clima proporciona abundância e variedade em termos de alimentos, o que é visível nos mercados e ao nível da gastronomia local, e onde o turismo desempenha um papel importante na economia do país.

Um país onde a grande maioria dos 20 milhões de habitantes vive longe da pobreza, onde o nível de literacia é de 98% (um dos mais elevados da Ásia) e onde a esperança média de vida é de 75 anos.

Religião

Apesar da proximidade com a vizinha Índia, a religião dominante no Sri Lanka é o Budismo seguido por 70% da população; segue-se o hinduísmo com 8%, os muçulmanos com 7% e o restante dividido pelas várias correntes do cristianismo deixado pela presença portuguesa, holandesa e britânica.

O budismo domina claramente o mapa religiosa do país, ocupando toda a região central do país, tanto as zonas montanhosas como as planícies, com excepção do norte do país, zona claramente onde a presença Tamil torna claramente hindu.

A comunidade muçulmana é bastante evidente na costa este, predominantemente na zona envolvente a Trincomalee e mais a sul na região de Pottuvil.

O cristianismo ganhou raízes em algumas zonas da costa oeste a norte de Colombo.

Disto resulta uma particular organização da sociedade no Sri Lanka, que se divide por religiões que de grosseiramente correspondem aos diferentes grupos étnicos, e donde resultou uma guerra civil que se arrastou por 25 anos e somente terminou em 2009, opondo a maioria cingalesa ao grupo étnico Tamil, maioritariamente hindu, cuja presença na ilha é anterior ao domínio Britânico, mas que criou um movimento migratório de população do sudoeste da Índia para trabalhar nas plantações de chá do Sri Lanka.

Buddist flags at Sri Pada. Sri Lanka
Buddhist flags at Sri Pada. Sri Lanka

Hindu temple at Kataragama. Sri Lanka
Hindu temple at Kataragama. Sri Lanka

School girls at Arugam Bay. Sri Lanka
School girls at Arugam Bay. Sri Lanka

Língua ou línguas…

No Sri Lanka falam-se duas língua oficiais: o Cingalês, e o Tamil… sendo o inglês o elo de ligação entre toda a população, independentemente de etnias, religiões ou castas. Apesar do ensino do inglês ser corrente nas escolas, nem toda a população, em especial das castas mais baixas, tem oportunidade de aprender inglês. De qualquer das formas praticamente toda a população fala palavras básicas o que é geralmente suficiente para saber preços, direções, horários.

De facto o Sri Lanka é o país onde mais facilmente se encontra população a falar inglês, em comparação com países vizinhos do subcontinente Indiano, anteriormente visitados, como a Índia e o Nepal. É bastante frequente as coisas estarem identificadas também com caracteres latinos, juntamente com a escrita cingalesa e tamil, diferentes entre si, mas usando ambas caracteres complexos de forma arredondada.

Em termos de pronuncia, a leitura do nome das povoações ou de comida, por exemplo, quando escrito em caracteres latinos, não fica muito longe da pronuncia local, com uma ou outra excepção… Ella, pronuncia-se “elaá”!

Hello, in Singalese, Tamil and in latin characters
Hello, in Singalese, Tamil and in latin characters

Poya Day

Segundo a tradição Budista Cingalesa os dias de lua-cheia são considerados sagrados, chamado o Poya, sendo feriado nacional; ou seja, todos os meses há pelo menos um feriado, a somar aos outros dias religioso correspondentes à religião Hindu, praticada pela comunidade Tamil, os da religião católica como o Natal e a Páscoa, aos quais se junta ainda o dia que marca a independência em relação ao Império Britânico.

Mas apesar de serem feriado, nestes dias não é difícil encontrar o comércio a funcionar normalmente, assim como mercados e demais serviços. Excepção são os organismos oficiais, como embaixadas, correios, etc…

Contudo estes feriados, quer seja o Poya day ou outro qualquer dia religioso, em especial se for numa sexta ou segunda-feira, são aproveitados para visitar familiares e amigos e para peregrinações a locais sagrados, pelo que usar transportes públicos, seja autocarro ou comboio, é uma tarefa difícil, que obriga a fazer viagens de duas ou três horas de pé… sem espaço sequer para sentar no chão.

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Sri Lanka calendar with “poya day” (Buddhist) and “thai pongal day” (Hindu)

Burghers

Na costa este do Sri Lanka, em particular nas cidades de Batticaloa e Trincomalee concentra-se uma comunidade distinta dos grupos étnicos dominantes: os burgers.

Por burghers identificam-se os descendentes de portugueses e de holandeses que por laços familiares se foram ligando à população cingalesa, criando um grupo étnico com língua própria, o crioulo, e professando a religião cristã, que ainda hoje se mantêm apesar da passagem dos ingleses que aqui deixaram a religião protestante.

Da presença portuguesa ficaram nomes, os Silva, os Pereira ou Perera, os Fonseca… em nomes de actividades comerciais, em nomes de ruas, inscritos em placas que identificam consultórios médicos ou gabinetes de advogados… mostrando que esta pequena população de burgher detém um estatuto elevado na sociedade Cingalesa.

Em Batticaloa encontra-se a “Lourenço de Almeida Social & Cultural Centre”, uma associação cultural pertencente à “Sri Lankan Portuguese Burgher Foundation”, que desenvolve diversas actividades sociais na região Este do Sri Lanka.

A presença dos burghers, que representam cerca de 0.3% da população do Sri Lanka, é discreta, mas estende-se para além dos nomes e apelidos, nos tons claros de pele e pelos olhos azuis e verdes de alguns dos habitantes.

Portuguese name in a petrol station. Sri Lanka
Portuguese name in a petrol station. Sri Lanka

Train station between Hatton and Ella. Sri Lanka
Train station between Hatton and Ella. Sri Lanka

Cricket vs futebol

Sem dúvida que domina o cricket em termos e desporto, não só pelo que se vê em jornais e televisão mas também pelos campos de cricket improvisados um pouco por todo o lado que atraem a população mais jovem, exclusivamente rapazes.

Pouco ou nenhum espaço sobra para o futebol mas onde o nome de Cristiano Ronaldo não é totalmente desconhecido.

Cricket game near Kataragam Temples. Sri Lanka
Cricket game near Kataragam Temples. Sri Lanka

Vestuário

No Sri Lanka convive o modo de vestir ocidental com a roupa mais tradicional, com os homens a optar maioritariamente por calças e camisa, em especial nas cidades e zonas urbanas, mas onde não é raro encontrar homens usando o tradicional lungi, uma clara influência do sul da Índia e que é uma indumentária leve e fresca, adequada ao clima quente e húmido da região.

Os lungi não seguem nenhum estilo particular do Sri Lanka em termos de cores ou padrões, contudo algum homem ainda optam por usar o tradicional lungi como motivos estampados pela técnica de batik, com desenhos e padrões florais e geométricos, simples e geralmente em cores discretas.

As mulheres maioritariamente abandonaram o complexo e pouco prático sahree, para vestirem saia ou vestido, geralmente abaixo do joelho. Mas o sahree é ainda bastante popular, influência também da cultura indiana, mas que no Sri Lanka é usado num estilo um pouco diferente na forma como é enrolado à volta do corpo. Apesar do uso de não ser dominante, o sahree faz parte da roupa a usar em ocasiões especiais como celebrações religiosas ou dias festivos, e curiosamente faz parte da indumentária obrigatória para professoras das escolas públicas.

Os uniformes dos alunos mantêm um certo estilo colonialista, alguns com gravata, calções e camisa onde sobressaem emblemas… tudo de cor branca, incluindo os sapatos. As raparigas, de cabelo obrigatoriamente entrançado, seguem um estilo semelhante, com saia e camisa.

Sri Lanka traditional outfit for men... on the right side a batik lungi
Sri Lanka traditional outfit for men… on the right side a batik lungi

School kids. Sri Lanka
School kids. Sri Lanka

Colombo. Sri Lanka
Colombo. Sri Lanka

Custo das atrações turísticas

Como habitual em alguns países Asiáticos, o património cultural, natural e religioso capaz de atrair mais turismo é sujeito a uma tarifa mais elevada para estrangeiros.

No Sri Lanka esta descriminação é evidente e extensível a praticamente tudo, desde templos, parques naturais, zonas arqueológicas, museus, grutas, etc.. A única excepção encontrada foi o Dambulla Cave Temple, onde recentemente o governo aboliu o bilhete de entrada, abrangendo qualquer visitante.

Isto faz com que quem viaja com um orçamento reduzido, seja obrigado a fazer uma seleção criterioso e ponderada para eventualmente visitar um dos locais do “roteiro turístico”. A escolha nesta viagem foi para Sigiriya, donde resultam estas considerações…

Como todo o Património Classificado pela UNESCO no Sri Lanka, Sigiriya tem também um elevado custo de entrada, 4200 LKR, o que equivale a 27€, muito mais caro do que um bilhete para visitar o Museu do Louvre (15€) ou o Museu do Vaticano (16€).  O que faz da visita aos locais históricos/turísticos do Sri Lanka, como por exemplo Sigirya, Polonnaruwa ou Anuradhapura, mais cara do que os mais famosos locais da Europa.

A população local paga um valor irrisório, no caso de Sigiriya é de 50 LKR, equivalente a 0.30€, ou tem por vezes direito a entrada gratuita, como é o caso do Buddha Tooth Relic Temple, em Kandy.

O elevado valor serve para preservação dos locais, não estando disponível informação relevantes no local, nem sendo distribuída qualquer brochura ou mapa que permita uma melhor interpretação do local.

Para além da questão da descriminação no preço dos bilhetes, entre população local e estrangeiros, que pode ser até certo ponto aceitável, os valores cobrados aos visitantes são deveras elevados, por vezes 90 vezes mais caros!!!!!… e tudo isto subsidiado pela UNESCO, que por sua vez é financiada por dezenas de países, entre eles os países dos “estrangeiros” que visitam o Sri Lanka!!!

Dinheiro, Bancos e ATM

A moeda no Sri Lanka e a rupia cingalesa, local identificada por “rupia”, que circula em bonitas notas ornamentadas com motivos da flora e da fauna locais, misturados com motivos étnicos e folclóricos aos quais se juntam “marcos” de progresso nacional, como barragens, pontes, portos, etc… tudo envolvido pelos caracteres da escrita cingalês e tamil, que por si só servem de motivo decorativo.

Para os valores mais baixos circulam notas com novo design paralelamente a outras mais antigas, mas mantendo a mesma gama de cores para as duas versões

Moedas também circulam mas mais difíceis de encontrar, num país onde escasseiam os trocos e onde a inflação fez com que com a moeda de valor mais elevado não se consiga comprar um snack, sendo contudo útil bilhetes nos autocarros.

Existem ATM’s um pouco por todo o lado, dos mais variados bancos. A quantidade máxima de dinheiro que é possível obter num ATM no Sri Lanka é de 50.000 LKR por dia. Contudo o valor máximo depende fundamentalmente do limite associado a cada cartão e definido pelo banco. Em Portugal o limite máximo por levantamento é 200€ por movimento, com o máximo de dois movimentos por dia, donde resulta o valor de 30.000 LKR por levantamento.

Independentemente das taxas e impostos cobrados pelo banco associado ao cartão, os banco no Sri Lanka cobram uma taxa de 200 LKR (HNB-Hatton National Bank) a 300 LKR (Comercial Bank… por exemplo).

HNB Bank... that charges 200 SLK commission
HNB Bank… that charges 200 SLK commission

… sobre o branco no Sri Lanka!

Uma das imagens que fica do Sri Lanka é o branco. O branco dos uniformes de escola, o branco das roupas usados pelos peregrinos que rumam aos templos budistas, o branco do lungi do tamil que efectuam os puja junto aos templos hindus, o branco das flores depositadas junto aos templos…

E ainda o branco que impecavelmente cobre igrejas, templos e stupas…. o branco imaculado e impecavelmente mantido que contrasta com o verde da vegetação tropical e com os cabelos negros dos habitantes.

Sri Lanka
Kids visiting Dambulla Temple Caves. Sri Lanka

Sri Lanka
A rest in a visit to the Buddhist “stupa” at Kataragama. Sri Lanka

Church and stupa at Galle Fort. Sri Lanka
Church and stupa at Galle Fort. Sri Lanka

Tuk-tuks, Tuk-tuks, Tuk-tuks…

Impossível ficar indiferente aos milhares de tuk-tuk que circulam pelas ruas e estradas do país… sim milhares, pois não há local onde não estejam presentes na “paisagem” do Sri Lanka, marcando-a de cores garridas e enchendo o ar com a “sinfonia” de buzinadelas.

tuk-tuk line up in front of Galle Train Station. Sri Lanka
tuk-tuk line up in front of Galle Train Station. Sri Lanka

Uma das populares formas de transporte em meios urbanos e para curtas distâncias, os tuk-tuks no Sri Lanka são modernos, limpos e em bom estado de conservação. Todos têm o mesmo modelo, com pequenas variações, sendo fabricados localmente pela omnipresente Lanka Ashok Leyland, que fabrica também autocarros, camiões, tratores, etc…

Talvez como forma de personalizar tão massiva produção muitos dos motoristas de tuk-tuk, que geralmente são também proprietários dos mesmos, optam por colocar garridas decorações no interior ou autocolantes com motivos religiosos ou com frases ou citações cujo significado é por vezes obscuro e enigmático, no exterior do veículo.

Don't follow me... tuk-tuk. Sri Lanka
Don’t follow me… tuk-tuk. Sri Lanka

Face is the index of the soul... tuk-tuk. Sri Lanka
Face is the index of the soul… tuk-tuk. Sri Lanka

Open your mind always... tuk-tuk. Sri Lanka
Open your mind always… tuk-tuk. Sri Lanka

Qualquer viagem de tuk-tuk deve ser negociada antes, e é pouco provável que um estrangeiro consiga um preço inferior a 100 LKR, mesmo para distância curtas de dois ou três quilómetros. Mas mesmo negociando o preço, os condutores de tuk-tuk no Sri Lanka não fazem grandes descontos ao valor inicial.

Still waters run deep... tuk-tuk. Sri Lanka
Still waters run deep… tuk-tuk. Sri Lanka

too much of anything is good for nothing... tuk-tuk. Sri Lanka
too much of anything is good for nothing… tuk-tuk. Sri Lanka

Great minds think a like!.... tuk-tuk. Sri Lanka
Great minds think a like!…. tuk-tuk. Sri Lanka

A comida no Sri Lanka

A comida do Sri Lanka é sem duvida marcada fortemente pelas especiarias, pelo côco e sobre tudo pelo picante… sim, a comida tradicional é verdadeiramente picante e não é para estômagos fracos, contudo não é de todo em exagero, pois não se sobrepõe ao sabor dos restantes ingredientes!

Em termos de especiarias o que sobressai é o cominhos, coentro, cravinho, cardamomo, gengibre e açafrão (tumeric) e folhas de caril (curry leaves) e canela, que no Sri Lanka tem um paladar menos doce do que o habitual. O coentro é usado em pó, sementes ou fresco. O cominho é também muito frequente, sendo comum encontrar estas sementes nos caris, que são fritas juntamente com alho. A cebola é usada muitas vezes crua, na preparação de condimentos que acompanham os caris, como o sambol, uma mistura de ingredientes crus, que pode ser de côco (pol sambol) ou de vegetais (gotukola sambol)… mas sempre picante.

Como base da alimentação está sempre o arroz, seja simplesmente cozido a acompanhar os aromáticos e deliciosos caris ou seja na preparação de string hoppers (idyyappam), uma espécie de noodles feitos de farinha de arroz que podem ser consumidos como refeição, acompanhados de caris, ou numa versão doce, recheados de côco ralado e açúcar chamados de lavariya (sweet string hoppers)… ambos podem ser encontradas ao pequeno-almoço!

O arroz está também presente num outro ícone da cozinha Cingalesa, os hoppers, uma panqueca espessa no centro e estaladiça nas pontas, feita à base de farinha de arroz e leite de côco, que serve de snack ou como refeição, acompanhados de caris ou de molhos picantes. Com ingredientes semelhantes, fazem-se os coconut hoppers, mas sendo cozinhados ao vapor, ficam macios e suaves, menos populares do que os hoppers mas muito mais saborosa e adocicada versão.

String hoppers, feitos de farinha de arroz e servidos muitas vezes como pequeno-almoço... estes feitos com farinha de arroz integral que lhes dá o tom acastanhado
String hoppers, feitos de farinha de arroz e servidos muitas vezes como pequeno-almoço… estes feitos com farinha de arroz integral que lhes dá o tom acastanhado

Hoppers cuja massa é cozinhada em pequenas panelas sobre lume forte, até a parte mais fina ficar estaladiça e com o centro, por ser mais espesso, fica fôfo e macio
Hoppers cuja massa é cozinhada em pequenas panelas sobre lume forte, até a parte mais fina ficar estaladiça e com o centro, por ser mais espesso, fica fôfo e macio

Coconut Hoppers... uma versão doce para pequeno-almoço
Coconut Hoppers… uma versão doce para pequeno-almoço

A comida do Sri Lanka apresentam uma grande variedade de ingredientes sobretudo vegetais, e apesar de ser um país maioritariamente budista, não é raro o consumo de carne, geralmente frango, e de peixe, em especial nas zonas mais perto da costa. Mas é extremamente fácil encontrar comida vegetariana, tanto ao nível de refeições como de snacks. Nas regiões onde predomina a religião muçulmana é evidente o maior consumo de caris feitos de carne, ao passo nas regiões de maior presença Tamil, é mais fácil encontrar comida vegetariana.

Snacks e Street food:

E por falar em snacks… o Sri Lanka foi uma agradável surpresa: pela variedade, pelo sabor, pela facilidade em encontrar um pouco por todo o lado estes deliciosas petiscos seja logo pelo pequeno-almoço, como em qualquer hora do dia, que servem de refeição ligeira. Vendem-se nas bakery, nas roti shops, nos restaurantes, em quiosques e bancas de rua… nos comboios, nos autocarros… em vendedores ambulante de bicicleta…

Os nomes são muitos… ulundhu vadai, parippu vada, samosas, pol roti, coconut roti, patties, rolls, cutlets, roti... que em comum têm o facto de serem fritos, picantes e geralmente vegetarianos.

Em termos de comida de rua os mais fáceis de encontrar são os ulundhu vadai um pastel de massa frita, em forma de anel, condimentado com especiarias, que por vezes é aberto ao meio e recheado de uma pasta vermelha e picante. Também muito populares são os parippu vada, um pequeno pastel cuja massa é feita de uma pasta de lentilhas, que depois de frito fica estaladiço e picante.

Ambos bastante oleoso, mas muito saborosos, vendidos frequentemente nos comboios e nos autocarros, por vendedores ambulantes que a custo circulam com cestos pelos onde estes petiscos se empilham… mas que também fáceis de encontrar em bancas de rua, geralmente nas zonas mais movimentadas da cidade, como os mercados, terminais de autocarros e à entrada de estações de comboio. Feitos logo pela manhã, ou ao fim da tarde, ficam empilhados nas vitrines, que expostas para a rua servem para anunciar uma nova remessa destes snacks.

em cima "paties" recheados de vegetais em forma de meia-lua e "ulundhu vadai", massa frita em forma de anel. em baixo "parippu vada" um pastel frito feito de lentilhas, picante e estaladiço
em cima “patties” recheados de vegetais em forma de meia-lua e “ulundhu vadai”, massa frita em forma de anel. em baixo “parippu vada” um pastel frito feito de lentilhas, picante e estaladiço

A estes podem-se juntar os chamados patties, um pastel em forma de meia-lua, cuja massa faz lembrar os pastéis de massa-tenra, e que são recheados com uma pasta de vegetais ou de lentilhas, e fritos em óleo. Com um recheio semelhante, mas com uma massa diferente e cozinhados no forno, surgem as samosas (chamussas) sendo geralmente vendidos em bakery, lojas semelhantes a cafés mas destinadas essencialmente à venda destes snacks salgados, assim como alguns doces, sumos e gelados… e onde também se pode saborear chá e café.

Há ainda mais uma grande variedade de snacks, quase sempre fritos como os rolls e os cutlets, geralmente de peixe ou carne, mas por vezes também de vegetais, semelhantes aos croquetes, em forma de cilindro ou de bola, mas sempre panados e fritos em óleo. Seja qual for a opção o recheio é sempre picante.

Mas sem duvida que os mais populares, seja em que parte do país for, seja em grande cidades ou pequenas povoações são os roti, confeccionados nas chamadas roti shops, que também servem kottu. Os rotis são pastéis feitos de massa muito fina, a mesma massa que se usa nas parahtas, que é recheada com uma pasta de vegetais, fortemente condimentada e picante. Depois da massa ser dobrada em forma de triângulo, ligeiramente espalmado, é frita sob uma placa metálica. Se forem recheados de peixe têm uma forma de cilindro e se forem de carne têm a forma de um rectângulo.

"roti" com a forma de triangulo indicando que têm recheio de vegetais
“roti” com a forma de triangulo indicando que têm recheio de vegetais

"Pol roti", uma panqueca de farinha de arroz e côco, salgada e que é acompanhada de uma pasta picante. Ao meio estão "ulundhu vadai", um pastel de massa frita, condimentado com especiarias
“Pol roti”, uma panqueca de farinha de arroz e côco, salgada e que é acompanhada de uma pasta picante. Ao meio estão “ulundhu vadai”, um pastel de massa frita, condimentado com especiarias

vendedor ambulante de snacks nas ruas de Galle Fort
vendedor ambulante de snacks nas ruas de Galle Fort

snacks à venda em Gelle Front, que depois do pôr do sol e local popular para passear em Colombo, saboreando alguns snacks e a brisa fresca do mar
snacks à venda em Galle Front, que depois do pôr-do-sol e local popular para passear em Colombo, saboreando alguns snacks e a brisa fresca do mar

"roti shop" que também serve hoppers
“roti shop” que também serve hoppers

Rice and curry:

Mas se os snacks criaram boa impressão da variedade e paladar da gastronomia do Sri Lanka, o rice and curry, foi marcante, tendo sido a refeição obrigatória dos 30 dias passados no Sri Lanka. Geralmente ao almoço, mas por vezes também como primeiro refeição da manhã, o rice and curry é uma refeição equilibrada, saudável e energética, deixando o estômago satisfeito por bastantes horas. Por tudo isto é a refeição mais popular no Sri Lanka, sendo barato e fácil de encontrar um pouco por todo o lado.

Mesmo sendo consumido diariamente o rice and curry (assim chamado também no Sri Lanka) nunca cansa nem se torna aborrecido, pois é surpreendente a variedade de ingredientes usados, dos quais resulta uma grande diversidade de caris.

Para além do arroz e de um espesso caril de lentilhas condimentado com folhas de caril (curry leaves) e malaguetas secas e fritas, os caris usam ingredientes como abóbora, courgette, jackfuit, banana, batata, beterraba, feijão verde, quiabos, beringela, diversos legumes de folha verde, alguns frutos… a somar a muitos outros ingredientes não identificados ou que fogem aos meus conhecimentos. A completar o prato que tem sempre uma base vegetariana, podem ainda ser adicionados caris de peixe ou de carne.

A jackfruit, um gigantesco fruto tropical, consumido fresco mas que no Sri Lanka é mais usado em caris, nos seus diferentes estados de maturação, desde “verde” a maduro; é não só a polpa é usada, sendo aproveitadas também as sementes, que são cozinhadas como feijões. O jackfruit, apesar de não ter um sabor muito intenso, apresenta uma textura macia deixando a comida com um aspecto pegajoso, resultante da goma natural do fruto… um pouco como os quiabos.

Rice and Curry.... no primeiro plano o "gotukola sambol", à esquerda o "dahl", à direita um caril de beterraba, e ao fundo um caril de "jackfruit"
Rice and Curry…. no primeiro plano o “gotukola sambol”, à esquerda o “dahl”, à direita um caril de beterraba, e ao fundo um caril de “jackfruit”

Homemade Rice and Curry... arroz, batata, frango e abóbora, tudo cozinahdo com óleo de côco
Homemade Rice and Curry… arroz, batata, frango e abóbora, tudo cozinahdo com óleo de côco

Rice and Curry... onde é colocada à disposição o arroz e os vários caris para fazer o "refill" do prato
Rice and Curry… onde é colocada à disposição o arroz e os vários caris para fazer o “refill” do prato

Apesar da diversidade de caris, a base é sempre o arroz, servido numa generosa quantidade, podendo ser de grão branco ou o chamado localmente “red”, uma variedade de arroz tradicional do Sri Lanka, que onde o grão depois de cozido parece trazer uma pequena camada de “pele” de tom avermelhado ou acastanhado. Mais saboroso mas menos comum do que o arroz “branco”.

Acompanhado quase sempre o prato de rice and curry vem o papadum, uma bolacha fina e estaladiça que é frita em óleo, servida sempre numa pequena quantidade.

Rice and Curry... "red rice" ao centro, em baixo dahl, à esquerda caril de abóbora e "gotukola sambol", no topo feijão-verde, e à direita "pol sambol"
Rice and Curry… “red rice” ao centro, em baixo dahl, à esquerda caril de abóbora e “gotukola sambol”, no topo feijão-verde, e à direita “pol sambol”

Rice and Curry servido de forma tradicional, com os vários caris e condimentos, colocados em potes de barro, onde cada pessoa se serve em estilo "buffet"
Rice and Curry servido de forma tradicional, com os vários caris e condimentos, colocados em potes de barro, onde cada pessoa se serve em estilo “buffet”

Rice and Curry, com "jack fruit" curry do lado direito, e "papadum" no topo
Rice and Curry, com “jack fruit” curry do lado direito, e “papadum” no topo

Rice and Curry servido de forma tradicional em folha de lótus
Rice and Curry servido de forma tradicional em folha de lótus

As combinações de caris são muitas e variadas, geralmente com duas ou três variedades, por vezes quatro, resultando num prato colorido e atractivo. Atractivo é também o preço, pois pode-se encontrar um rice and curry vegetariano por 80 LKR (0.50€) nas pequenas povoações, e nas cidades a custar entre 100 a 150 LKR, caso se opte por um dos restaurantes mais simples e informais. Nas zonas turísticas os valores sobem para 200 LKR (1.3€) mas em alguns restaurantes podem custar mais do 400 LKR. As opções com carne ou peixe são sempre um pouco mais caras.

O rice and curry é servido no prato, mas sempre com direito a “refill” caso não se esteja num restaurante mais sofisticado ou em zonas muito turísticas.

Em alguns locais, seja em pequenas bancas de rua, à porta de um café, num quiosque de um terminal de autocarros e em restaurantes mais modestos é frequente encontrar-se o rice and curry em sistema de takeaway, no Sri Lanka chamado de “parcel” em que a comida é envolvida num plástico e depois embrulhada e papel de jornal. Este sistema e bastante popular entre a população local, mas pouco prático caso se esteja em viagem , pois não são fornecidos talheres, dado que no Sri Lanka é tradição e costume comer com a mão (direita) sendo os talheres facultados somente nos restaurantes, resumindo-se a uma colher.

Rice and Curry, com "pol Sambal" no lado direito do prato; do lado esquerdo uma mistura de vegetais com côco de sabor fresco e ao mesmo tempo picante
Rice and Curry, com “pol Sambal” no lado direito do prato; do lado esquerdo uma mistura de vegetais com côco de sabor fresco e ao mesmo tempo picante.

Rice and Curry.... com dahl, "papadum", e uma mistura de sementes de "jackfruit", que se assemelham a feijões e que são cozinhadas com côco e especiarias formando um original caris
Rice and Curry…. com dahl, “papadum”, e uma mistura de sementes de “jackfruit”, que se assemelham a feijões e que são cozinhadas com côco e especiarias formando um original caris

Rice and Curry.... com "red rice", dhal do lado esquerdo, "jackfruit" curry do lado direito e ao fundo "gotukola sambol" uma mistura de um vegetal de folha verde com côco e cebola, que por ser crua, cria um interesante contraste
Rice and Curry…. com “red rice”, dhal do lado esquerdo, “jackfruit” curry do lado direito e ao fundo “gotukola sambol” uma mistura de um vegetal de folha verde com côco e cebola, que por ser crua, cria um interesante contraste

 

Pode-se considerar que o rice and curry é o prato nacional do Sri Lanka, transversal a todos os grupos étnicos, castas e religiões.

Roti e Kottu:

Apesar de poder dizer que o rice and curry é o prato nacional do Sri Lanka, os rotis e kottus, são fortes concorrentes neste título. São baratos. fáceis de encontrar um pouco por todo o lado, apresentam uma grande variedade e são apetitosos.

Os rotis são mais frequentes como snack, de manhã ao pequeno almoço ou durante o dia entre refeições. Mas podem ser consumidos como almoço acompanhados de outros snacks disponíveis no restaurante, que vêm para a mesa num prato, com o cliente a fazer  a seleção e a pagar somente os que consumiu.

Os rotis são feitos com a mesma massa das lachha parathas, um pão achatado de massa muito fina, não levedada, que é estendida com a ajuda de bastante óleo até quase rasgar. Depois de enrolada é espalmada e frita numa chapa metálica até ficar dourada e ligeiramente estaladiça… um pão que acompanha refeições e que é uma clara influência Tamil do Sul da Índia (não confundir com as parathas do norte da Índia).

roti, pasteis de massa fina, recheados, que são fritos sobre uma chapa metálica
roti, pasteis de massa fina, recheados, que são fritos sobre uma chapa metálica

Os kottus, cozinhados nas chamadas “roti shops” são a mais popular opção para o jantar fora de casa. Os kottus têm por base uma panqueca feita de farinha de trigo, semelhante às parathas, que é frita em chapa metálica, e depois cortada em pequenos pedaços e misturada com legumes, ovo ou carne. Disto resulta uma refeição consistente mas pouco nutritiva dado que os vegetais (cebola, cenoura, tomate, ervilhas, spring onions…) são em pequena quantidade, donde resulta muito massa e algum óleo. Mas a preparação do kottu merece sempre atenção, pois envolve um pequeno espetáculo do cozinheiro que com duas espátulas metálicas, corta e mistura os ingredients com a massa, sobre a chapa metálica, tarefa executada com movimentos elaborados e espetaculares, mas que produz um barulho um pouco irritante e que se sobrepõe às conversas.

Kotu
Kottu de vegetais

Mas com o mesmo nome, roti, pode também indicar outro snack, este mais comum nas roti shops e em alguns restaurantes. Estes roti são feitos com a mesma massa das parathas, sendo preparados no momento, e podendo ter variados recheios (vegetais, carne, peixe, queijo) resultando numa espécie de crepe de massa muito fina, achatado, dobrada em forma de rectângulo.

roti, mas numa outra versão, e preparados na hora, cujo recheio pode ter muitas combinações, desde vegetais, caris, queijo, ovo... e até chocolate e banana, para agradar ao guloso padrão ocidental
roti, mas numa outra versão, e preparados na hora, cujo recheio pode ter muitas combinações, desde vegetais, caris, queijo, ovo… e até chocolate e banana, para agradar ao guloso padrão ocidental

As “roti shops” especializam-se em rotis, kotus e fried-rice… mas para encontrar um rice and curry, o melhor é procurar um restaurante que aqui no Sri Lanka, se identificam de “hotel”, sendo esta designação aplicada a estabelecimentos mais simples, despretensiosos e baratos,mas que são os locais favoritos entre a população local.

King Coconut:

O “rei” dos côco! Esta espécie de côcos nativa do Sri Lanka, é uma imagem que marca de amarelo a estadia na ilha, onde por todo o lado se vendem estes côcos, que crescem um pouco por todo o lado, sem necessitarem de cuidados especiais, com excepção das zonas mais elevadas e montanhosas.

E não é só na côr que estes côcos são diferentes, são também no sabor, muito mais doces e intensos do que os habituais côcos de casca verde, populares na vizinha Índia.

O côco tem propriedades refrescantes, ajudando abaixar a temperatura do corpo, o que é óptimos em climas tropicais como o Sri Lanka. Para além de deixar uma sensação de frescura quando é bebida a água (coconut water) que contem no seu interior, deixa também o estômago saciado devido à riqueza nutricional do côco, servindo muitas vezes de pequeno-almoço ou ente refeições.

King Coconut. Sri Lanka
King Coconut. Sri Lanka

O leite de côco usado na comida é feito a partir da polpa, que vai ficando mais espessa à medida que o côco amadurece e vai perdendo a água no seu interior. Quando quase seco, é ralado e usado para fazer o pol sambol, uma mistura de côco ralado, chilli (malaguetas), frescas e secas trituradas, cebola, sumo de lima e sal. O côco ralado é também usado como ingrediente do gotukola sambol, uma mistura crua de uma planta de folha verde (gotukola) com chilli, cebola e algumas especiarias.

Pol roti... panqueca salgada feita à base de côco ralada e farinha
Pol roti… à direita, panqueca salgada feita à base de côco ralada e farinha; do lado esquerdo os “ulundhu vadai”

Resultando da mistura de farinha de arroz e de côco ralado, resulta o pittu que é cozinhado ao vapor numa forma cilíndrica, e é ensopado em caris, tanto ao pequeno-almoço como ao jantar. Também desta mistura resulta o pol roti, mas onde a massa é trabalhada em forma de panqueca que é cozinhada ao lume, e que serve também como acompanhamento de caris.

pittu, rolo feito à base ce côco que depois de cozinhado ao vapor serve para acompanhar caris
pittu, rolo feito à base ce côco que depois de cozinhado ao vapor serve para acompanhar caris

Para além disto o côco é indispensável à confecção da maioria dos caris que servem de base às refeições no Sri Lanka, seja ralado, como condimento ou em forma de óleo de côco.

Doces:

Os doces não foram o que mais marcou a experiência gastronomica do Sri Lanka, contudo dois sobressaíram: coconut hopper e lavariya… não muito doces, leves e sem óleo!!!

Os sweet string hoppers ou lavariya são string hoppers, uma espécie de noodles feitos com massa de arroz e cozidos ao vapor, que são depois recheados com uma mistura de côco ralado, açúcar escuro (jaggery) e condimentados com cardamomo… uma delícia.

lavariya, string hopper com recheio de côco e açucar
lavariya, string hopper com recheio de côco e açucar

Os coconut hoppers, são feitos com farinha de arroz e côco, cozinhados ao vapor sobre folha de bananeira; vendidos aos pares com um ligeiro recheio adocicado e cremoso. São suaves, leves e deliciosos.

Coconut Hoppers
Coconut Hoppers, uma versão dos hoppers, também feita com farinha de arroz e côco, mas cozinhada ao vapor, resultando fôfo e macia

O curd and honey, que não é mais do que iogurte regado com mel, que de facto não é mel mas sim melaço (treacle), muito popular Ella, onde se pode encontrar com diferentes variações como o curd and honey com arroz, o que torna uma boa opção para pequeno-almoço. Bom, mas não surpeendeu.

Curd and honey
Curd and honey, numa variante com arroz

 

O tradicional curd, um iogurte mais espesso e com mais gordura do que o que estamos habituados, feito com leite de búfala. Pode ser vendids nos “milk bar” que são pequeno quiosques de rua, nas “milk shops” e em algumas mercearias, mas sempre em potes de barro, com a versão mais pequena a pesar meio quilo. São misteriosamente mantidos durante o dia fora do frigorífico, sem se deteriorarem. Não têm açucar, como é habitual encontrar nas versões Nepalesas e Indiana.

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Curd, um iogurte feito de leite de bufala

Nas bakeries para além da venda de salgados apresentam também bolos, a fazer lembrar muito a doçaria europeia com versões de pão-de-ló ou do bolo-mármore, mas em formato rectangular. A estes juntam-se outro bolo muito comum, semelhante aos “muffins” ou ao português “queque” (por vezes com a forma de estrela), mas que se mostraram secos e bastante desinteressantes. Em algumas cidades, algumas pastelarias oferecem maior variedade de pastelaria baseada em bolos com cremes e recheio, mas pouco cativante e de sabor industrial.

uma versão do Sri Lanka dos muffins, ou praticamente o mesmo que os "queques" portugueses
uma versão do Sri Lanka dos muffins, ou praticamente o mesmo que os “queques” portugueses

Pão:

Apesar destas iguarias, o pão, numa versão ocidental, tipo pão de forma, branco e “borrachoso” é bastante popular… torrado com manteiga ou partido em pedaços e regado com caril… pouco atractivo mas vendido um pouco por todo o lado nas chamadas “bakery” ou nos vendedores ambulantes com carrinhos de mão ou triciclos motorizados que circulam pelas ruas das povoações.

A pequenos pães de massa branca, muito leves e sem sabor, vendidos simples ou recheados com omolete: redondos ou em forma de baguette, são uma versão Cingalesa da sandwich. A estes juntam-se outros a fazer lembrar o “pão de leite” e os “donuts” mas cujo aspecto industrializado não atraiu.

Pão
Pão bastante popular no Sri Lanka, numa versão mais ocidentalizada, mas pouco atractiva, de massa branca e muito leve, mas que com a humidade tropical fica rapidamente “borrachosa”

carrinha do pão
carrinha de venda do pão que circula pelas ruas das cidades

Chá e café:

O Sri Lanka é conhecido pelo chá, o famoso chá do Ceilão que os ingleses introduziram que continuam a ser plantado em larga escala. E é de facto a bebida nacional, sendo consumida com leite e açúcar.

Mas o café, não tendo fama, é bastante agradável, sendo preparado por filtragem (café de filtro), mostrando-se pouco denso e suave.

Horários:

Para encontrar um determinado tipo de comida, é necessário alguma aprendizagem relativamente aos horários, pois no Sri Lanka seguem-se regras não-escritas sobre o que comer a determinadas horas do dia.

Assim, de manhã, é hora para os roti, recheados de vegetais, peixe ou carne, assim como de samosas (chamussas), patties (estilo pastéis de massa-tenra), rolls (croquetes) e cutlets (estilo croquete mas redondos) também com diferentes tipos de recheios mas todos deep-fry, ou seja fritos imersos em óleo. Os coconut hoppers e lavariya, sendo ligeiramente adocicados e cozinhados ao vapor servem muitas vezes de pequeno-almoço.

Ulundhu Vada em primeiro plano.... depois cheese roti, fish roti, veg roti...
Ulundhu Vada em primeiro plano…. depois cheese roti, fish roti, veg roti…

Ao almoço, o popular rice and curry, é servido geralmente a partir do meio-dia, sendo servido até acabar, ou seja, pode durar hora e meia mas também se pode prolongar até às 2 horas… procurar um rice and curry depois deste horário aumenta as possibilidades de comer comida fria ou requentada… ou mais provavelmente de nem sequer encontrar rice and curry. Em alguns locais, geralmente em cidades e nos grandes restaurantes esta tradicional refeição está disponível desde a manhã, sendo servida ao pequeno almoço. Ao almoço, uma alternativa ao rice and curry são os string hoppers, mas estes só mesmo nos locais mais tradicionais do Sri Lanka.

Rice and Curry servido na forma tradicional do Sri Lanka em sistema de "buffet"
Rice and Curry servido na forma tradicional do Sri Lanka em sistema de “buffet”

"String hopper" com "dahl", um simples caril de lentilhas
“String hopper” com “dahl”, um simples caril de lentilhas

Ao jantar, que termina cedo, sendo difícil encontrar locais servindo refeições depois das 9.30h da noite, o mais popular são os kottu, os roti e as parahtas. Para quem quer uma refeição mais substancial tem também o fried–rice, fácil de encontrar nas chamadas Roti Shops, que como o nome indica se dedicam aos roti e kottu. Os hoppers são também uma das escolhas tradicionais ao fim do dia.

Fried rice with dahl, um caril de lentilhas
Fried rice de vegetais (Veg Fried Rice) acompanhado por dahl, um caril de lentilhas onde por vezes surge a boiar uma malagueta frita

Durante todo o dia, é possível encontrar os ulundhu vadai (massa frita em forma de anel), parippu vada (pastel de lentilhas frito), os pol roti (panqueca à base farinha e côco), os coconut roti (em forma de disco com cebola e côco)… e os sempre presentes roti, cuja popular opção vegetariana em forma de triângulo fica marcada na memória dos snacks Cingaleses.

Street food junto à estação de comboios de Kandy, durante a manhã
Street food junto à estação de comboios de Kandy, durante a manhã

Street food in Galle Fort, Colombo que só surge depois do pôr do sol
Street food in Galle Face, Colombo que só surge depois do pôr-do-sol

Em resumo, a gastronomia do Sri Lanka foi uma boa surpresa, bastante diferente da Índia vizinha, muito saborosa, colorida, rica, nutritiva… e amigável para vegetarianos. Resultado de várias influências, a cozinha Cingalesa está totalmente associada com a paisagem verde e com o clima quente e tropical.

…. o “rice and curry” e o “king coconut” deixaram saudades!

Como obter visto Indiano em Kathmandu

Recentemente a Índia introduziu o sistema de ‘visa on arrival’ para os seguintes países:

  • Alemanha, Austrália, Brasil, Camboja, Ilhas Cook, Djibouti, Fiji, Finlândia, Indonésia, Israel, Japão, Jordânia, Quénia, Kiribati, Laos, Luxemburgo, Ilhas Marshall, Maurícias, México, Micronésia, Myanmar, Nauru, Nova Zelândia, Ilhas Niue, Noruega, Omã, Palau, Palestina, Papua Nova Guiné, Filipinas, República da Coreia, Rússia, Samoa, Singapura, Ilhas Solomon, Tailândia, Tonga, Tuvalu, UAE, Ucrânia, USA, Vanuatu e Vietnam;
  • válido somente por for 30 dias; com uma única entrada;
  • ‘visa on arrival’ somente está disponível nos seguinte aeroportos: Bangalore, Chennai, Cochin, Delhi, Goa, Hyderabad, Kolkata, Mumbai e Trivendrum;
  • nas fronteiras terrestres é necessário requerer visa antes de entrar no país;
  • este visto não pode ser prolongado.

Como Portugal é um dois países excluídos desta lista é necessário recorrer aos serviços de emigração em Portugal ou em muitos dos países onde a Índia dispõem de serviços diplomáticos, para requerer o visto de turismo.

Pela proximidade e posição geográfica que permite o acesso por terra ou numa curta viagem de uma hora de avião, o Nepal é um dos países frequentemente escolhido quem se encontra na Índia e pretende prolongar a estadia, necessitando de novo, o que vulgarmente se chama de “prolongar o visto”

Para isso é necessário recorrer aos serviços da Embaixada da Índia existentes em Kathmandu; o processo não é difícil mas requer algumas diligências, documentação e cerca de cinco dias úteis.

Documentos necessários:

  • Formulário (extenso e minucioso), disponibilizado no site dos serviços de emigração, que deve ser preenchido on-line (https://indianvisaonline.gov.in/visa/index.html), submetido aos serviços de imigração e depois impresso;
  • Fotografia tipo passaporte com a dimensão de 2 x 2 cm, a cores com fundo branco; outros formatos não serão aceites;
  • Cópia do passaporte (da página de identificação);
  • Cópia do visto nepalês;
  • Cópia do ultimo visto indiano (se aplicável) incluindo as páginas com o carimbos de entrada e de saída.

No formulário on-line o campo ‘current address’ deve ser preenchido com a morada do hotel ou guest house em Kathamndu

O pedido de visto processa-se em 3 passos:

  1. Entregar os documentos na embaixada no horário previsto para o efeito (9 am – 12 pm), assim como proceder ao pagamento da franquia; com a entrega do recibo de pagamento é também definida a data e hora da próxima visita;
  2. Na segunda visita (geralmente 5 dias úteis depois da entrega dos documentos), o passaporte deve ser entregue no serviços, acompanhado do recibo do pagamento;
  3. Na terceira visita (geralmente 1 dia útil depois) o passaporte é devolvido no horário da tarde (5 pm – 5.30 pm)

Duração:

  • a duração do visto depende do número de visitas anteriores;
  • caso se trate do primeiro pedido de visto (ou pelo menos o primeiro no presente passaporte) o visto é de 6 meses, com múltiplas entradas
  • caso se trate de uma renovação, o período concedido no novo visto é geralmente de três meses, válido para uma única entrada.

Custos:

  • Qualquer que seja o visto concedido, três ou seis meses, a franquia é sempre a mesma: 4990 NPR (rupias nepalesas);
  • Caso seja o primeiro pedido geralmente é concedido um visto de 6 meses, com dupla entrada;
  • Caso haja anteriores visto no passaporte o período concedido é geralmente de 3 meses; contudo existem situações em que, sem razão aparente, somente é atribuído um ou dois meses de visto.

Convém chegar à embaixada de manhã bem cedo, mesmo antes da abertura das portas, pois pelas nove da manhã já existe uma fila considerável de pessoas. Depois da abertura das portas, é necessário retirar uma senha numerada de uma máquina automática; dependendo do numero de pessoas a espera pode demorar umas 2 horas.

Depois da entrega dos documentos no primeiro balcão é necessário proceder ao pagamento no balção situado imediatamente ao lado direito, onde nos é entregue um recibo do pagamento e o talão onde é carimbada a data em que se deve proceder à segunda visita para entrega do passaporte.

Caso por algum motivo o visto não seja concedido, o valor pago não será devolvido.

Na falta de algum dos documentos necessário o pedido de visto não será aceite. Caso seja mais alguma cópia existe uma loja de fotografias e de fotocópias mesmo ao lado da embaixada que pratica preços razoáveis.

É aconselhável não comprar bilhetes de bus ou de avião antes de ter o visto pois o processo burocrático é imprevisível e pode demorar mais do que o esperado.

Anteriormente existiu uma regra em que era necessário esperar dois meses para pedir novo visto indiano, mas actualmente esta questão foi ultrapassada sendo possível pedir novo visto logo à chegada ao Nepal.

Address: P.O. Box. 292
336, Kapurdhara Marg, Lainchaur
Kathmandu, Nepal
(near British Embassy – British Council)

Telephone: 977-1-4410900 / 4414990 / 4411699

(24×7, Emergency Contact Number) – 977-1-4423702

Mob. no. 9851107021 (24×7)

Fax No: 977-1-4428279

Site: www.indianembassy.org.np

email: visa.india@nsbi.com.np

 

Working hours (for visa):

Monday – Friday – 9.30 – 12.00

Close on Saturday, Sunday and Public Holidays

Working hours (for info):

Monday – Friday – 9.00 – 17.30

On-line visa application form:

https://indianvisaonline.gov.in/visa/index.html

Horário da Embaixada da Índia em Kathmandu
Horário afixado à entrada da embaixada Indiana em Kathmandu

Lista dos feriados em que a Embaixada da Índia em Kathamandu se encontra encerrada
lista de feriados em 2015 em que a Embaixada Indiana em Kathmandu se encontra encerrada

Varanasi… revisited

Varanasi… a antiga Banares, cujo nome nos remete para exóticas paragens. Mais velha do que antiga com os seus edifícios degradados, tinta debotada onde sobressai o azul e o verde, paredes bolorentas onde rebentos de árvores tentam sobreviver aninhados em frestas e lambris, pequenos templos pintados de garridas cores, ruas estreitas e labirínticas, sujas de lixo e dejetos onde a todo o momento surge, em pequenos nichos, o lingam, decorado com coloridas e frescas flores, um misto de cheiros que vão desde o doce do chai, ao azedo dos restos de comida, ao agoniante dos esgotos até ao agressivo da urina, a presença constante dos sonolentos cães e de pachorrentas vacas… e os ghats por onde se acede ao rio… o rio…. largo, de águas turvas e castanhas: o poderoso Ganges ou Ganga usando o termo mais sagrado.

Depois de uma primeira estadia em Julho, quando as chuvas da monção fizeram subir as águas do Ganges, inundando ghats e enchendo a atmosfera de um ar húmido e pesado que juntamente com as elevadas temperaturas tornaram os passeios pela velha cidade numa penosa tarefa. O mês de Fevereiro trás à cidade dias quentes e secos, e noites amenas onde num céu sem nuvens surge o nítido brilho das estrelas.

Varanasi, que de acordo com a mitologia hindu foi fundada pelo deus Shiva, é um dos oito locais sagrados da religião Hindu, recebendo diariamente dezenas de peregrinos que em família ou em numerosos grupos, percorrem os ghats, efectuam o puja e o religiosa banho matinal, veneram estátuas e visitam templos. O rio é também o centro do quotidiano de quem vive na cidade, onde se lava roupa, tachos e panelas, onde se convive, pesca e se joga às cartas, de onde se lançam papagaios de papel que desparecem como pontos minúsculos no céu, ou onde simplesmente se senta olhando o horizonte enquanto se masca um pouco de tabaco.

Sossegadas ruas podem desembocar em agitados ghats, onde pilhas de madeira esperam para serem pesadas e vendidas à chegada de cada novo corpo, numa actividade que não conhece interrupções, decorrendo dia e noite. Manikarnika Ghat, um pouco a norte de Godaulia, é um dos locais onde se efectuam as cremações, encaradas de forma pragmática, mais como uma tarefa necessária do que propriamente uma cerimónia, onde ficam de fora manifestações de pesar ou atitudes dramáticas, numa religião onde a vida é somente uma etapa numa sequência de reencarnações.

Godaulia é o coração da parte antiga da cidade, toda ela localizada na margem esquerda do Ganges, vibrando de agitação e actividade pela presença de visitantes e peregrinos, um sem numero de bancas de rua, lojas e mais lojas, de roupas, de doces, de snacks e de chai, pequenas e abertas para a rua, onde indolentes comerciantes esperam clientes, mastigando paan e cuspindo para a rua, indiferentes a quem passa.

Dashaswamedh Ghat, onde desemboca a principal artéria de Godaulia, com o permanente tráfego de motos e tuk-tuk, que a custo de buzinadelas avançam por entre a multidão, é a zona mais confusa e movimentada da parte antiga da cidade, e é nas escadarias de acesso ao Ganges que diariamente, ao pôr-do-sol se realiza a exuberante cerimónia de puja, com colunas de som, luzes e néons, com os pujaris vestindo brilhantes e luxuosas roupas, num misto de religiosidade e espetáculo kitsch.

Intensa, decadente, Varanasi é uma cidade que atrai, surpreendendo a cada momento quem por aqui se demora. Uma cidade a revisitar.

Ruas demasiado estreitas para passarem veículos ocupadas por grupos de crianças nas suas brincadeiras infantis, ruidosas e eufóricos, desejosos de pousar para uma fotografia
Ruas demasiado estreitas para passarem veículos ocupadas por grupos de crianças nas suas brincadeiras infantis, ruidosas e eufóricos, desejosos de pousar para uma fotografia

Varanasi vista do Ganges, onde edifícios parecem ter sido empilhados sobre outros mais antigos, num instável e desafiante equilíbrio
Varanasi vista do Ganges, onde edifícios parecem ter sido empilhados sobre outros mais antigos, num instável e desafiante equilíbrio

Os rickshaws continuam a ser um modo de transporte muito comum na cidade, plana e de ruas estreitas... por vezes tão estreitas que nem uma bicicleta tem espaço para passar
Os rickshaws continuam a ser um modo de transporte muito comum na cidade, plana e de ruas estreitas… por vezes tão estreitas que nem uma bicicleta tem espaço para passar

Condutor de rickshaw
Condutor de rickshaw

Varanasi, onde longe das ruas principais a vida desliza suavemente
Varanasi, onde longe das ruas principais a vida desliza suavemente

roupa a secar junto ao Ganges
roupa a secar junto ao Ganges, uma actividade que enche improvisados estendais ora de garridas cores ou de monocromáticos brancos

os pequenos barcos a motor são uma constante no quotidiano do rio, seja para serem usados na pesca, como meio de transporte alternativo às congestionadas artérias da cidade, para passeios turísticos ao longo das margens do rio ou para se encherem de expectadores que preferem assistir à cerimónia do puja de uma perspectiva alternativa aos ghats
os pequenos barcos a motor são uma constante no quotidiano do rio, seja para serem usados na pesca, como meio de transporte alternativo às congestionadas artérias da cidade, para passeios turísticos ao longo das margens do rio ou para se encherem de expectadores que preferem assistir à cerimónia do puja de uma perspectiva alternativa aos ghats

Varanasi. Ganjes
Nas margens do Ganjes, apesar da constante actividade vive-se um ritmo descontraído que contrasta com as ruidosas e poeirentas ruas atafulhadas de desorganizado trânsito que circundam a parte antiga de Varanasi

Varanasi. Ganjes
fim de tarde junto ao Ganjes com as sombras a crescerem em direcção ao rio

Varanasi sendo um dos principais locais sagrados do hinduísmo atrai, para além de peregrinos muitos ‘babas’, nome dado a homens que se dedicam inteiramente à religião, despojados de bens materiais, vivendo da caridade de quem neles deposita confiança e segue os seus conselhos e orientações
Varanasi sendo um dos principais locais sagrados do hinduísmo atrai, para além de peregrinos muitos ‘babas’, nome dado a homens que se dedicam inteiramente à religião, despojados de bens materiais, vivendo da caridade de quem neles deposita confiança e segue os seus conselhos e orientações

Varanasi
A actividade junto ao rio começa cedo ainda com a neblina a pairar sobre as águas turvas do Ganjes que se mistura com o fumo das fogueiras que um pouco por todo o lado se acendem para queimar o lixo que se acumulou nas ruas durante o dia anterior

Apesar de ser considerado um rio poluído, o Ganjes continua a ser usado tanto para os banhos matinais como para a lavagem de roupa
Apesar de ser considerado um rio poluído, o Ganjes continua a ser usado tanto para os banhos matinais como para a lavagem de roupa

 

Varanasi junto ao Ganjes
Varanasi junto ao Ganjes

os ghats são essencialmente acessos em forma de escadaria às águas do rio, servindo para os ritos religiosas mas também como local de lazer, onde grupos de homens se reúnem para jogos de cartas aproveitando a sombra deixada por um sol que desaparece por trás dos edifícios que compõem a parte antiga da cidade
os ghats são essencialmente acessos em forma de escadaria às águas do rio, servindo para os ritos religiosas mas também como local de lazer, onde grupos de homens se reúnem para jogos de cartas aproveitando a sombra deixada por um sol que desaparece por trás dos edifícios que compõem a parte antiga da cidade

Varanasi
os objectos usados nas cerimónias dos ‘puja’, onde se queima incenso e onde ardem lamparinas, são lavados e cuidadosamente polidos junto às águas do rio

banho matinal nas águas do Ganjes
banho matinal nas águas do Ganjes

Alojamento:

Para fugir à intensidade da zona central da cidade, Goudalia, a escolha foi para a parte mais a sul da cidade antiga, concretamente para o Asi Ghat, o mais calmo e tranquilo da cidade e que atrai viajantes que optam por permanecer por longos períodos na cidade.

 

A Ashish Guest House (também café e restaurante) é das opções mais em conta na zona envolvente ao Asi Ghat, oferecendo somente quatro quartos, duplos e individuais, com casa-de-banho partilhada (com duche de água quente), situados num desafogado terraço, situado por cima do restaurante de onde se ter uma estreita vista para o Ganges. Ambiente familiar e espaço limpo e sossegado. Sobressai a simpatia do proprietário.

 

Quarto individual: 300 rupias

Quarto duplo: 500 rupias

Casa-de-banho partilhada com duche de água quente.

Possibilidade prolongar o aluguer do quarto por mais meio dia mediante pagamento de meia estadia.

Free wi-fi

 

Alternativas:

  • Shanti Guest House: próximo do Manikarnika Ghat (não confundir com outras com o mesmo nome)
  • Rajastan Guest House: próximo do Dashaswamedh Ghat, com cozinha partilhada (+91-9243401510).

 

Ashish Guest House onde também funciona o restaurante Ashish Café
Ashish Guest House onde também funciona o restaurante Ashish Café

 

 

Onde comer:

Um dos inconvenientes do Asi Ghat é a pouca oferta de restaurantes, sendo a maioria virada para a clientela ocidental, com preços inflacionados e comida ajustada a estômagos sensíveis, onde as especiarias são moderadas e o picante está ausente. Nesta categoria encontra-se a Pizzeria Vaatika Café, com agradável esplanada com vista para o Asi Ghat e Tulsi Ghat.

No restaurante da Ashish Guest House – Ashish Café – encontra-se uma opção mais económica mas com comida pouco ‘brilhante’ (confecionada e servida maioritariamente por crianças), sobressaindo contudo os pequenos-almoços ao estilo ocidental com cereais, porridge e tostas.

Numa das estreitas ruas que desaguam no Asi Ghat, encontra-se o pequeno mas agradável Aum Cafe, com comida ocidental, apostando nos pequenos-almoços e lanches, partilhando o espaço com uma pequena loja de roupa e bijutaria.

Partilhando da mesma filosofia, o Open Hand Café, situado entre a Asi Road e o rio, oferece sofisticado menu, onde se destacam os bolos e tartes, servidos num espaço muito agradável formado por diversas divisões que funcionam como café/restaurante e loja onde se pode encontrar vestuário, bijutaria, artigos de decoração, etc… confecionados artesanalmente e vendidos com o intuído de suportar comunidades locais.

A Bhadahn Road, que se desenrola paralelemente ao rio, aberta ao trafego automóvel impossível nas pequenas ruas junto ao Ganges, onde durante as manhãs funciona um pequeno mercado de frutas e legumes, é também local para se encontrar os habituais snacks indianos à base de fritos: chamussas, pakoras, bhaji, etc… assim como os refrescantes lassis, bebida espessa feita à base de iogurte açucarado

Em Godaulia, numa estreita transversal à Dasaswamedh Road, que dá acesso ao ghat com o mesmo nome, situa-se o Restaurante New Keshari, popular escolha entre a população indiana, oferecendo os tradicionais pratos do norte da Índia, à base de expressos caris, mas também as famosas dosas e outras especialidades do sul do país.

 

Open Hand Café, a pouca distância do Asi Ghat, caminhando na direção oposta ao Ganges
Open Hand Café, a pouca distância do Asi Ghat, caminhando na direção oposta ao Ganges

 

 

Transportes:

A cidade de Varanasi é servida por diversas estações de comboios sendo as mais centrais: Varanasi Junction (também designada por Varanasi Cantonment, de onde partem os comboios cujo serviço se inicia na cidade) e Varanasi City. De qualquer destas estações de comboios é possível chegar ao Asi Ghat de tuk-tuk ou de rickshaw, que apesar de mais lento oferece uma experiência de deslizar lentamente pelo intenso movimento da cidade, ao ritmo de pedalar de esforçados condutores.

 

Como Varanasi não constitui um ponto importante na malha ferroviária do país, muitos dos comboios não passam por Varanasi Junction (Varanasi Jn), sendo a estação de Mughal Sarai situada do outro lado do rio a cerca de 20 quilómetros, pouco mais de meia hora de tuk-tuk.

 

Varanasi é muitas vezes escala no itinerário de quem sai da Índia em direcção ao Nepal, ou para quem efectua o percurso inverso. Daqui a opção mais popular é o comboio com direção à estação Gorakhpur, à qual se segue um percurso de 2 horas de autocarro até à fronteira Sonauli-Belayhia.

 

  • rickshaw: Asi Ghat – Varanasi Junction: 80 rupias
  • tuk-tuk: Mughal Sarai – Godaulia: 250 rupias (preço para indianos conseguido através da negociação entre dois passageiros originários do Gujarat que gentilmente partilharam o veículo)
  • Comboio: New Delhi – Mughal Sarai: numero 12402. Partida 20.00. Chegada 07.40. Uma das opções para quem viaja de Delhi para Varanasi, com a vantagem de fazer a viagem de noite mas com o inconveniente de parar numa das estações mais centrais de Varanasi: Custo 425 rupias (SL class).
  • Comboio: Varanasi Jn – Gorakhpur: numero 15003. Partida 00.40. Chegada 06.50. Esta é uma das opções que tem o inconveniente de sair da cidade demasiado tarde, numa altura em que as ruas se encontram desertas e a oferta de richshaw e tuk-tuk é escassa, encarecendo o preço. Geralmente este comboio circula com atraso de cerca de três horas!!!! Custo 170 rupias (SL class).

…de Shangri-lá a Dao Cheng

(English version from the text posted in Jun/2014)

308 quilómetros e 11 horas de viagem separaram estas duas povoações situadas perto da fronteira com a denominada Região Autónoma do Tibete: Shangri-lá na província de Yunnan e Dao Cheng na província de Sichuan.

Apesar de desde meados do século XVIII o Tibete se encontrar sob administração do Imperador da China, somente em 1950, com a ocupação por parte do Exército Popular de Libertação, passou a fazer parte da China, passando a maioria do seu território a ser denominado de Região Autónoma do Tibete, sendo a restante área dividida palas províncias de Qinghai, Gansu, Sichuan e Yunnan.

Dada a dificuldade de viajar na Região Autónoma do Tibete, que requer autorização específica e obriga a viajar em grupo recorrendo inevitavelmente aos serviços de agências turísticas que encarecem significativamente o custo da viagem, a melhor opção para quem quer conhecer o que ainda resta da cultura tibetana e apreciar as fenomenais paisagens do planalto tibetano é percorrer as povoações junto à fronteira com a Região Autónoma do Tibete, e onde o acesso mais fácil é feito pelas províncias de Sichuan e Yunnan.

Em alternativa a região de Ladakh no extremo Norte da Índia é outra forma de chegar perto do Tibete. Em Kathmandu, no Nepal, e no estado de Himachal Pradesh, no Norte da Índia é possível ter contacto com esta cultura junto das grandes comunidades de tibetanos que se aqui se refugiaram, incluindo o Dalai Lama que se encontra em Dharamsala, mais concretamente na cidade de McLeod Ganj.

A viagem de autocarro, apesar das más condições da estrada, em que parte do percurso em terra-batida, atravessando a cadeia montanhosa de Meili Xue Shan, também denominada de Mainri Snow Mountains, subindo às altas passagens e descendo aos vales para atravessar rios, com a estrada serpenteando as abruptas encostas, oferece paisagens de cortar a respiração.

À saída de Shangri-lá a paisagem é dominada pelo verde dos pinheiros que cobre praticamente todas as encostas das montanhas, com excepção dos cumes mais elevados onde o rigor do Inverno deixa ainda vestígios da neve que cobre estas paisagens. Nos vales correm ribeiras e rios cujo nível baixo das águas deixa a descoberto um tapete formado por pedras arredondadas pela passagens das geladas águas.

Deixando para trás pequenas povoações rodeadas de modestos campos agrícolas que se dispõem ao longo das férteis das margens de linhas de água, por onde pastam yaks e cavalos selvagens, que à medida que se vai subindo as íngremes encostas se vão tornado cada vez mais modestas até desaparecer quase por completo a presença humana, surgem no horizonte abruptos penhascos cinzentos que parecem tocar no branco das nuvens que decoram o azul do céu.

As povoações que se encontram ao longo do caminho, que não são mais do que algumas casas dispersas ao longo da estrada, apresentam uma arquitectura característica do Tibete, com edifícios constituídos por três grossas paredes de pedra formando um retângulo, no interior das quais se constrói com auxílios de robustos troncos de madeira a habitação, quase sempre de dois pisos; cuja fachada principal é totalmente em madeira; as portas e janelas são emolduradas por elaborados e coloridos desenhos pintados na madeira entalhada em intrincadas formas geométricas, que sobressai no branco das paredes.

À medida que se entra na província de Sichuan, as casas adquirem outras características, sendo as paredes exteriores totalmente construídas em pedra, com as decorações de portas e janelas a darem lugar a uma moldura preta em forma de trapézio, tornando estas habitações mais sólidas e sombrios, sentimento realçado pelas paredes de pedra em tom cinzento que a custo sobressaem da paisagem seca e poeirenta.

Cruzando os pontos mais altos, e progredindo para Norte a paisagem vai ficando cada vez mais árida, com a floresta a dar lugar a encostas arenosas e rochosas de tons cinzentos e acastanhados, dando à paisagem um tom selvagem e inóspito.

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

paragem para almoço... de Shangri-lá a Dao Cheng
paragem para almoço… de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

bus ... de Shangri-lá a Dao Cheng
bus … de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

...de Shangri-lá a Dao Cheng
…de Shangri-lá a Dao Cheng

Nota: a maioria das fotografias foram tiradas dentro do autocarro o que justifica a má qualidade

Apontamentos do Camboja

Família Real

Não tendo a presença esmagadora como na Tailândia, a imagem da família real Cambojana, é presença habitual em alguns restaurantes, lojas e em algumas casas, onde surgem geralmente três fotografias: de Norodom Sihamoni, o actual rei, e Norodom Sihanouk o anterior rei e da mulher Monineath, pais do presente monarca.

Norodom Sihamoni, encontra-se no trono desde 2004,altura em que Norodom Sihanouk, abdicou do trono em favor do seu único filho, sobrevivente dos quatro que foram mortos durante e época em que o Khmer Rouge governou o país.

Apesar do seu low-profile, o actual rei aparenta ser uma figura consensual no país, tendo sido embaixador da UNESCO, com formação artística em música e dança clássica, vivendo a maior parte da sua vida em Praga e em França, somente tendo regressado ao Camboja para ocupar o cargo deixado pelo pai.

Família Real
Família Real

Época dos casamentos

É após a época das chuvas, durante a estação seca que se realizam a maior parte dos casamentos no Camboja, à semelhança do que observei no Laos.

As ruas, que tanto podem ser secundarias como uma avenida principal de uma pequena cidade, são ocupadas quase totalmente com estruturas que formam tendas rectangulares, que são ricamente decoradas com tecidos de aspecto sedoso, que combinam com a decoração das mesas e cadeiras, onde se abrigam as mesas onde os convidados se reúnem para a refeição e para a festa, sempre anunciada com antecedência pelo elevado som que sai dos altifalantes.

Cerveja e Tabaco

Reforçando a ideia de uma população orgulhosa da sua história e do seu passado, as duas principais marcas de cerveja, Ankor e Cambodia, têm slogans como “my country, my beer” e “national beer, national pride”, salpicando de vermelho, pois esta é a cor dominante de ambas as marcas a paisagem, seja em publicidade, identificando restaurantes e mercearias, estampada em copos e espalhada em autocolantes um pouco por todo o lado.

Marcas de cigarros como Cambo (derivado da palavra Camboja), National (com a imagem do Angkor Wat) e Liberation, com o Monumento da Independência existe em Phnom Penh, que marca o fim da presença francesa no território, em 1953, são também representativas deste orgulho nacional. Para contrariar esta teoria existe a pouco difundida marca de cigarros Alain Delon, num misto de saudosismo e ironia.

Cigarros
Cigarros

Café-restaurante em Battambang
Café-restaurante em Battambang

Phnom Penh
Phnom Penh, onde o vermelho dos anuncíos das cervejas Angkor e Cambodia pintam de vermelho a cinzenta paisagem urbana das zonas mais pobres da cidade

Moeda

Sistema invulgar onde o dólar funciona como moeda corrente paralelamente ao riel cambojano, sendo a equivalência de 1 dólar para 4000 riels. As notas de baixo valor, 2000, 1000, 500 e 100 riels servem para valores inferiores a um dólar, pois aqui somente circula dinheiro em papel.

Frequentemente um pagamento em dólares receber o troco em riel ou mesmo um misto de riels e dólares, e mesmo um pagamento de uma nota de elevado valor em riel ter o troco em dólares… um sistema que a obriga a atenção redobrada nos trocos e a um constante exercício mental a que os cambojanos estão habituados e executam com  perícia e rapidez.

Contudo não encontro motivo para este sistema, pois existem notas de elevado valor em riel, não se encontrando sequer a moeda muito desvalorizada em relação às dos aos países vizinhos, nem em relação ao custo de vida, com uma refeição a rondar os 4000 riels.

O actual rei do Camboja, Norodom Sihamoni, representado numa das notas de 20.000 riels
O actual rei do Camboja, Norodom Sihamoni, representado numa das notas de 20.000 riels

por todas as cidades, tanto em lojas como em bancas no interior dos mercados, é possivel trocar dólares por riels, cujas notas são agrupadas em molhos e expostas em pequens montras
por todas as cidades, tanto em lojas como em bancas no interior dos mercados, é possivel trocar dólares por riels, cujas notas são agrupadas em molhos e expostas em pequens montras

 

Pijamas

Os pijamas são sem dúvida uma das imagens presentes no quotidiano do Camboja, onde à semelhança do que se vê no Vietnam e um pouco no Laos, fazem parte da indumentária feminina. Podem ser com ursos, flores ou padrões geométricos, sempre em algodão e em cores suaves e claras; sempre de duas peças: calças curtas e camisola a cobrir os ombros.

Os pijamas adquirem uma função mais alargada do que roupa usada durante o sono, servindo também para andar pela casa, em especial durante as manhãs, mas num país onde os limites da casa se estendem para a rua, mas também usados numa deslocação ao mercado ou numa ida à mercearia mais próxima; surgem na paisagem urbana e rural,  em particular ao fim do dia, depois do habitual banho, que aqui frequente encerrar o dia de trabalho. São sem duvída uma imagem que fica retida e para sempre associada ao Camboja.

Central Market em Phnom Penh
Central Market em Phnom Penh

pijamas
pijamas no mercado de Sihanouk Ville

 

Cremes branqueadores

Foi deambulando pelos mercados, e mais tarde confirmado em lojas e supermercados que constatei a quase obsessão dos Cambojanos em relação à brancura da pele, em especial do rosto, ao constatar que praticamente todos os cremes à venda, mesmo os pertencentes a empresas multinacionais e a marcas internacionais, têm propriedades branqueadoras, inclusive os protectores solares.

Este género de produtos encontra-se espalhados um pouco por toda a Ásia, refletindo o sentido estético que atribui mais beleza a peles claras, sendo o tom escuro reflexo de origens humildes ou trabalhos nos campos, sendo frequente encontrar na Índia, Nepal, Tailândia e no Laos, mas foi no Camboja que este fenómeno se tornou mais evidente.

Comprovando a eficácia destes produtos, encontram-se algumas raparigas, em especial nas grandes cidades, cujo rosto apresenta uma tonalidade esbranquiçada, mais perto do fantasmagórico do que do que do tom natural, contrastando com a cor da pele do corpo.

Lojas de telemóveis

Estão por todo o lado enchendo a paisagem urbana de palavras como: smart-phone, smart shop, Samsung, Nokia, LG… em anúncios, neons, em pequenas bancas que nas ruas e mercados que vendem centenas de acessórios para telemóveis (capas, cabos, bolsas, adaptadores, carregadores, etc…) nas mãos das pessoas, em especial a camada mais jovem da população que não dispensa o smart-phone.

A isto juntam-se os cada vez mais populares tablets e demais dispositivos electrónicos que mais parecem destinados ao entretenimento do que à comunicação, absorvendo cada vez mais a energia e a atenção das pessoas, tanto entre os locais como entre os estrangeiros, não sendo raro encontrar mesas de restaurante onde cada um dos presentes se foca no seu dispositivo electrónico inibindo o tradicional convívio e conversa à volta da mesa.

Este fenómeno não é exclusivo do Camboja, estendendo-se à maioria dos países asiáticos que visitei, mas é mais evidente aqui e na Tailândia, e um pouco no Laos, onde por todo o lado se encontra wi-fi, seja em restaurantes, cafés, agência de viagens, hotéis e guest-houses, cabeleireiros e locais de massagem… tudo sem custos.

Phnom Penh
Phnom Penh

Phnom Penh
Phnom Penh

Phnom Penh
Phnom Penh

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Sou a Catarina, uma viajante de Lisboa, Portugal… ou melhor, uma mochileira com uma máquina fotográfica!

Cada palavra e foto aqui presente provém da minha própria viagem — os locais onde fiquei, as refeições que apreciei e os roteiros que percorri. Viajo de forma independente e partilho tudo sem patrocinadores ou anúncios, por isso o que lê é real e sem filtros.

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